"Eu também quero saber por que você tem esses poderes", Marlén se lembrava do que Elijah lhe disse antes de se afastar dela, como se quisesse manter uma barreira entre eles.Apesar da explicação de Elijah, Marlén se recusava a acreditar na existência de seres sobrenaturais, pois era algo que sua mente não conseguia assimilar.—Meu Deus! Até onde vai a loucura dessas pessoas. Seres superiores? Isso é absurdo! - disse Marlén rindo sem parar enquanto caminhava até os limites da matilha. Embora Elijah se recusasse a deixá-la sair, claramente ele não teria o prazer.—Por que este lugar é tão seco? - murmurou ela no momento em que notou a falta de vegetação e a aridez do ambiente, que contrastava com a aparente modernidade da pequena cidade.Cautelosamente, ela continuou andando, vendo como as pessoas que estavam fora de suas casas e realizando suas tarefas diárias a observavam.Marlén se sentia observada, como se estivesse em uma vitrine. Os olhos curiosos dos moradores a fitavam, e alguns
Por seu lado, Elias encontrava-se em frente à imponente sala de reuniões, uma câmara exterior do seu palácio onde se realizaria a assembleia.Embora fosse um alfa supremo, tinha conselheiros, lobos antigos com quem discutia todos os assuntos relativos à alcateia e que tinham o direito de o repreender se ele fizesse algo de errado. Assim, estava à espera do seu beta, que cumpria um mandato seu fora da alcateia. -Supremo, sinto a tua irritação, o que se passa contigo? - perguntou enquanto se aproximava dele com o sobrolho franzido.-Não tenho nada, e pára de mexer no nosso laço, seu beta irritante," censurou-o Elijah, enquanto arrumava o cabelo num rabo-de-cavalo.-Sei que estás a esconder alguma coisa. Sabes que não pretendo sentir o que estás a sentir, mas estás sempre zangado ou inabalavelmente frio. Há anos que as tuas emoções são a preto e branco", murmurou Lúcio, olhando para o chão.Elijah, com as mãos nos bolsos da frente das calças, hesitou antes de lhe dizer:-Bem, eu digo-te.
Elijah caminhava rapidamente em direção ao palácio com um olhar de ferro, dando passos largos e apressados que refletiam a tempestade que rugia dentro dele.Enquanto isso, os habitantes da alcateia o observavam com curiosidade, cautela e medo, reconhecendo imediatamente a fúria que o envolvia, desencadeando suas próprias especulações e intrigas em sussurros nervosos.—É muito provável que o conselho tenha pedido ao nosso Supremo para transformar essa humana em nossa Lua Suprema.—O Supremo nunca se ligaria a uma humana. Tenho certeza de que prefere matá-la e ficar com a criança - opinava um e outro, cada um com uma suposição diferente.—Alaric sempre tira o pior de mim! - rosnou Elijah entre dentes, soltando suspiros audíveis, incapaz de reprimir a intensidade que ardia dentro dele. - Como se atreve a me questionar?! Diabos, eu sou o Supremo! - Às suas costas, Lucius curvou a cabeça em silêncio.Parando seus passos, Elijah se deu um breve momento para amarrar seu cabelo bagunçado em um
Seu aroma é interessante. Eu gosto, disse Atlas para Elijah, criando sons vibrantes em seu peito que ele não conseguia controlar.Considerando que Marlén estava provocando o apetite sexual do seu lado lobo de uma maneira inescrutável, Elijah lutava consigo mesmo para resistir ao impulso de aproximar o rosto de seu pescoço e inalar o aroma.Apenas cheire a pele dela, Elijah. Lembre-se da textura e de quão requintada foi aquela noite no Quênia, disse Atlas, relembrando o encontro deles e o quanto satisfatório foi tê-la em sua cama. No entanto, Elijah se recusava a seguir seus instintos, buscando razões lógicas para resistir."Eu ainda não descarto a possibilidade de ela ser um cobaia dos bruxos em busca de criar uma distração para os lobos. Devo evitar mordê-la", dizia a si mesmo.Por outro lado, Marlén sentia uma tortura intensa sempre que Elijah a tocava, devido ao calor concentrado na marca de seu ventre, era como se estivessem cortando um pedaço de carne com uma faca quente.—Não me
—Cunhada, você tem medo de germes? - perguntou Tara, apontando para as mãos de Marlén com a ponta da faca com a qual estava cortando a carne. Marlén olhou para cima e depois baixou o olhar novamente.—Não - respondeu secamente, e Tara estalou a língua.—Você não gosta de mim, certo? Sempre causo esse efeito nas pessoas, mas quero ser sua amiga. Porque cunhada, você é a sensação do momento nesta matilha e em breve será em todas quando descobrirem que você é a humana que conseguiu conceber o filho do supremo - disse Tara, provocando Marlén a parar de comer.—Desculpe, senhora, mas não sou sua cunhada e menos entendo do que você está falando. Quando se fala de matilha, entendo que está se referindo a um conjunto de animais que andam reunidos - respondeu Marlén, sem ser cortante, incomodando-se com a insinuação de Tara. Esta última virou o rosto para ver seu irmão com os olhos bem abertos, e um segundo depois, explodiu em gargalhadas.—Irmã, é melhor você fechar essa boca - repreendeu com
Marlén ficou boquiaberta e seus olhos se arregalaram tanto que quase pareciam sair de suas órbitas ao ver Elijah desaparecendo em um clarão de velocidade sobre-humana. Ela nunca tinha presenciado algo tão espantoso, tanto é que ficou paralisada por alguns instantes, incapaz de processar o que acabara de testemunhar.Enquanto isso, Elijah irrompeu no quarto com tamanha ímpeto que a porta bateu na parede, gerando um estrondo ensurdecedor que sacudiu tudo. O barulho repentino e ameaçador assustou Mateo, que começou a chorar desconsoladamente nos braços de Tara. O pequeno tremia de medo enquanto suas lágrimas banhavam seu rosto angelical.Cheio de agitação, Elijah arrancou Mateo dos braços de sua irmã, segurando-o com força, enquanto os olhos dourados de seu lobo interior brilhavam com uma intensidade que fez com que ela tremesse.— O que você está fazendo, Tara? — A voz de Elijah tinha um tom duro e desconfiado. No entanto, enquanto segurava Mateo, sua atitude mudou, tornou-se protetora,
—Vou ver o que está acontecendo — disse Caroline, tentando seguir Elijah, mas Roy se interpôs em seu caminho.—Por favor, volte para casa, Sra. Caroline. O Supremo disse que, se continuar com seu comportamento impertinente, não lhe restará outra opção senão trancá-la na masmorra por duas luas — informou Lucius, que saiu do escritório mostrando sua serenidade habitual.Caroline ficou boquiaberta, mas, rendida, levantou as mãos.—Bem, diga a ele que já sabe onde me encontrar. Estarei esperando por ele esta noite — disse desafiadoramente antes de sair, seguida de perto por um guarda que a escoltou até a saída do palácio.Enquanto isso, Elijah encontrou Marlén, que estava indo pelo corredor em direção ao quarto de Julia, tremendo enquanto olhava horrorizada para dois lobos jovens que se aproximaram dela, movidos pela curiosidade de ver Mateo, que estava protegido nos braços de Marlén.—Não se aproximem! — pediu com uma mão estendida, recuando, mas os lobos se aproximaram ainda mais. No ent
Sentindo-se sobrecarregada com tudo o que Elijah lhe revelara e com as emoções que a atingiam como uma tempestade, Marlén sentia que ia sufocar.— Por favor, não acrescentes mais informações ao meu cérebro já inundado. Saber que estou numa alcateia de lobos e que meu filho é uma criatura estranha, que acreditava existir apenas em contos de fadas, e que tem um pai frívolo que parece não sentir nem um pingo de empatia por ele, e que ainda o considera um tormento no qual não quer investir seu precioso tempo como líder, é o suficiente.Enquanto desabafava com Alana, as palavras saíam de sua boca como um torrente.Alana sorriu fracamente e sua expressão suavizou um pouco.— Siga-me, vamos tomar uma xícara de chá verde para acalmar seus nervos. Não se preocupe, vou fazer com que uma empregada vá buscar sua mãe.Por outro lado, numa área da floresta que cercava a alcateia, Elijah caminhava ao lado de Lucius. Ambos avançavam através do denso arvoredo, enquanto Lucius abria com seus poderes alg