14 anos depois:"Deidade na Terra". Este era o nome pelo qual muitos seres de diferentes espécies chamavam Marlen, que se tinha tornado um símbolo para os híbridos e para os seus pais. Finalmente, os reis não eram obrigados a assassinar as crianças concebidas pela união de duas espécies; podiam deixá-las viver, porque essas crianças não representavam qualquer ameaça.A alcateia da suprema, cada dia mais, recebia um híbrido que ia em busca do apoio da sua rainha, sim, porque Marlen não sabia como nem quando, mas agora ela era não só a lua dos lobos e a futura regente dos gnomos, mas também a rainha dos híbridos, e ela não sabia o que tinha feito para o merecer.O beta, no seu périplo por todas as alcateias com a sua suprema, apaixonou-se por uma loba guerreira e ambos, tendo rejeitado as suas companheiras, decidiram iniciar um romance, juntando-se e sendo felizes, apesar de não estarem destinados. Entretanto, o delta, numa viagem ao mundo dos gnomos com Marlen, fugiu com Edimar. Ele nã
No começo.— Elijah, meu amor, faça de mim sua lua e juntos teremos o mundo aos nossos pés — sussurrousedutoramente Thalía, a princesa das bruxas, para o alfa supremo dos lobos, envolvendo-o em umfeitiço de palavras, enquanto seus olhos brilhavam com o desejo de poder e conquista.Elijah, que havia experimentado a traição daqueles que apenas buscavam se aproveitar de sua posiçãocomo rei, acreditou a princípio que Thalía era diferente. Ele pensou que finalmente havia encontradouma mulher que o entendia, uma amante perfeita. No entanto, logo descobriu que ela apenas pretendiatomar o trono dos lobos ao seu lado.— O que você pensa que é? — respondeu Elijah, escondendo sua desilusão. — Eu nunca permitiriaque uma bruxa fosse minha lua.— Sou uma princesa, e ao se unir a mim, seu poder crescerá — argumentou Thalía com voz melosa.Furioso e sentindo-se usado, Elijah respondeu com desprezo: — Se um dia decidisse me ligar a outraespécie, não seria aos sujos e desprezíveis bruxos, e se f
25 anos depois:—Você é uma maldita bruxa estéril! — gritou Silvana para Marlén, com os olhos injetados de raiva.A mulher, curvada e marcada pelo peso das rugas e da amargura, avançou sobre Marlén como umfalcão em sua presa; sacudia-a pelos ombros como se fosse uma boneca de pano.—Senhora... controle-se — suplicou Marlén, mordendo o lábio inferior. Mal tinham enterrado seumarido, seu companheiro de vários anos, a pessoa que lhe dera carinho e compreensão, para quem oestranho problema de Marlén não importava.Ela queria chorar sua tristeza, mas Silvana não parecia entender.—Por sua má sorte, meu filho morreu! — Sua voz era um grito agudo que ecoava pelas paredes dasala desolada.Marlén, sempre respeitosa e obediente, mantinha a cabeça baixa, suportando todos os insultos e maustratos em respeito à memória de seu amado.—Eu quero que você saia desta casa! — gritou novamente a mãe de seu esposo falecido, enquantojogava suas pertences do segundo andar da casa.Diante de tanta crue
Atualidade.Marlén sentia como se a maldição que sua sogra lhe atribuíra a perseguisse para onde quer que elafosse. Apesar de todos os esforços para fugir da dolorosa realidade, ela se considerava amaldiçoada,como se realmente fosse responsável pela morte de seu marido.O som de um telefone a tirou de seus devaneios, e ela respirou fundo antes de responder.— Olá Marlén, me diga como foi seu voo e se já está se divertindo. Não se esqueça de nadar, relaxare conhecer pessoas. Gastei o equivalente ao que meu rim esquerdo valeria, então aproveite cadasegundo considerando meu esforço - disse sua melhor amiga do outro lado da linha, e Marlén sorriufracamente.—Ainda sinto que isso é uma má ideia. Pede reembolso e volto para casa. Não acho prudenteaproveitar este hotel quando supostamente estou de luto pela morte de meu marido. Apenas passouum mês desde que o perdi.—Isso não se discute, Marlén. Você não vai trazer Enzo de volta.Mas é que...— Mas nada, Marlén. Até logo e aproveite.
Oito meses depois:Marlén estava em uma situação desesperadora como nunca antes em sua vida. Esta era a sétima vezque levava seu pequeno filho Mateo ao hospital. A rotina havia se tornado monótona: o choroincessante da criança, seguido por exames minuciosos e, para sua perplexidade, não parecia havernada de errado com o bebê de três meses de idade.No entanto, Marlén, como obstetra, sabia que algo não estava certo. Era uma raridade que Mateotivesse nascido prematuramente e completamente desenvolvido aos cinco meses de gestação. Alémdisso, havia uma série de coisas estranhas acontecendo com o bebê, para as quais ela não tinharespostas claras.Desde o nascimento, sua temperatura sempre havia sido mais alta do que o normal, e nas últimasocasiões parecia ter aumentado ainda mais. Mateo também emitia grunhidos e ronronados como os deum animal, e mostrava uma agilidade surpreendente para um bebê de sua idade, pois conseguia sentare engatinhar. Além disso, sua forma de morder os bri
Com os olhos arregalados, Marlén viu o pequeno corpo de seu bebê se desfigurando em formas grotescas, como se estivesse possuído por alguma força escura e maligna. Suas pernas diminutas se dobravam e retorciam de maneiras que desafiavam a natureza, e os delicados ossos rangiam audivelmente apesar do choro desgarrador do infante. E, para adicionar mais horror, uma camada de pelos brancos começava a cobrir sua pele macia. Marlén estava à beira das lágrimas, sem saber o que ou quem estava causando essa terrível mudança em seu filho. O que ela não sabia era que seu bebê estava passando por uma transformação em lobisomem diante de seus próprios olhos. Em contato com a floresta, com a natureza, o pequeno bebê era vítima da transformação e sofria enormemente no momento de sua primeira mudança para lobisomem.Absorta em sua desesperação, incapaz de entender o que estava acontecendo, ou o que poderia fazer, Marlén não percebeu a presença de um majestoso e gigantesco lobo branco com uma mecha
Alguns minutos antes:—Isso é assédio, vou chamar a polícia, não me siga - gritava Marlén desesperada para Elijah, que persistia em seguir seus passos com arrogância, o que a irritava profundamente. Porém, ele se divertia como nunca havia feito.—Acredite, a última coisa que quero é te seguir como se fosse seu maldito cuidador. Mas preciso saber onde mora e pare de falar comigo desse jeito. Tenho sido muito paciente com você. Ninguém teve a audácia de me tratar como você o fez e saiu ileso. Pulga ruiva!Ela se virou, com o rosto extremamente vermelho de raiva.Ele sorriu astutamente, lambendo lentamente os lábios."Adoro tirá-la do sério. Parece que vou me divertir muito". O supremo, afinal, depois de tantos anos, estava encontrando algo que lhe agradava, uma diversão.—Meu nome é Marlén. O fato de você ser um parasita gigantesco não lhe dá o direito de me chamar de nomes ofensivos. Tenta me fazer sentir inferior, mas não conseguirá. Sou mais forte do que aparento - ela apontava conse
—Assim é. Esse menino é meu filho.O anúncio supremo provocou um murmúrio generalizado entre os presentes. Tesa, a irmã de Elijah, deu um passo à frente e pensou que seus dois filhos, de 17 anos, não tinham tido a possibilidade de ter uma transformação humana, mas sim ainda estavam em suas formas de lobos.—É seu feitiço, é injusto que seu filho sim... - começou a dizer afetada, mas foi interrompida por um rosnado gutural de Elijah.Com uma autoridade inata, Elijah liberou uma onda de feromônios dominantes que obrigou todos a baixarem a cabeça em sinal de obediência. Todos, exceto Marlén e Mateo, se submeteram imediatamente a ele.Elijah olhou para Marlén mostrando uma mistura de surpresa e aborrecimento. Como não podia entender por que seus poderes não afetavam Marlén. Para ele, que sempre teve o controle, era um desafio."Até demônios e vampiros poderosos se dobraram diante de mim, o que diabos é esta mulher?", analisou Elijah enquanto a avaliava com o olhar....Minutos depois.Mar