Theodoro odiava atrasos. Para ele, pessoas que não cumpriam horários não mereciam confiança. Nos seus negócios, não tolerava um segundo de atraso. Ou chegava na hora marcada ou não lhe encontraria. Se acontecesse um erro sequer, ele estava fora.
Mas, nesse momento, estava tolerando esse atraso, porque se tratava do seu melhor amigo. Murilo nunca conseguiu seguir um mísero horário. Em todos os encontros deles, Theodoro se preparava para esperar muito, mas desconfiava seriamente que o amigo fazia isso só para lhe irritar.Quando começou a cogitar ir embora, o amigo apareceu no restaurante. Estava todo desgrenhando e com o semblante tenso. Alguma coisa grave tinha acontecido.— Já não era sem tempo. – Theodoro não se abalou em cumprimentá-lo, estava irritado demais para isso— Não começa, Théo, eu tive um problema.— Sempre tem, Murilo, você adora inventar uma história para encobrir as suas merdas. – Ele fez sinal para o garçom trazer outro uísqueEstava tão tenso, que precisava relaxar com uma bebida.— Dessa vez é verdade. – Murilo se acomodou na frente do amigo. – Cara, acabei de descobrir com o meu advogado que um empresário que conheço deu um golpe na esposa. Ele conseguiu uma procuração da pobrezinha e vendeu todos os bens deles. Não deixou nada para ela, anão ser as roupas. Todo o resto ele tirou da coitada.Theodoro ergueu a sobrancelha ao ouvir essa história. Não acreditava que a mulher fosse tão burra a ponto de passar uma procuração para o marido dando plenos poderes para que ele vendesse todos os seus bens.— E o que isso te atinge? Se ela é uma dessas mulheres burras que não enxergam nada além do Botox, você não tem culpa. Tenho certeza que em breve ela arruma outro marido rico e consegue tudo de novo. – Ele bebeu uma generosa dose do seu uísque e sentiu o calor da bebida descer pela sua garganta— Ele vendeu a casa dos pais dela, e eles também estão na rua. – Murilo ainda se recusava a acreditar que o babaca do Joaquim traiu uma mulher especial como Suzana. – Théo, eu estive com eles há um mês, e o cara babava pela mulher, eu não estou entendendo nada.— Ela não deveria estar correspondendo às expectativas dele. – Sem paciência para o assunto, Theodoro olhou o cardápio para saber o que iria escolher.— Eles estavam casados há quatro anos, não acha que é tempo demais para ele não saber quais expectativas a mulher poderia não corresponder?— Porra! — Theodoro se irritou profundamente em ter que ouvir fofoca. — Não conheço o casal, não me importo com os problemas deles e não quero saber se ela está na rua. Simplesmente não me importo com nada disso.O amigo o encarou, perplexo. Às vezes, Murilo desconhecia o amigo que convivia desde a escola. Tudo bem que ele sabia que Theodoro não gostava de saber da vida dos outros, mas, dessa vez, era uma história importante.— Você não tem coração?— Tenho e está ótimo, fiz check-up há dois meses. O médico disse que tenho coração de atleta... para ser mais preciso, um coração de leão, como ele mesmo insinuou.— Vai começar com suas ironias? Odeio seu humor ácido.— Se você parar de falar asneiras, posso ser mais cordial amigo.— Theodoro,, eu estou dividindo com você o drama de uma bela mulher que está na rua. Você deveria ficar consternado com a situação dela.— Agora sim, tudo está explicado, você quer comer a pobre sem-teto. Entendi tudo, meu caro, eu ando com o raciocínio lento nos últimos tempos. Sorry!— Quanta deselegância. Você é um merda, na boa, não se fala assim de uma dama.Agora Murilo pegou pesado, o que fez com que Theodoro jogasse a cabeça para trás e soltasse uma estrondosa gargalhada, sem se importar com as pessoas ao seu redor.Essa piada do amigo foi ótima e merecia uma boa risada.— Falou o rei da noite do Rio. – Ele se inclinou sobre a mesa e estreitou os olhos para Murilo enquanto sussurrava. – Você é tão cordial assim com as putas que gerencia? Importa-se com o coração delas ou só pensa no dinheiro que elas trazem para você?Ouvir Murilo falar em "dama" foi demais para Theodoro. O cara tinha uma agência clandestina de acompanhantes de luxo, e queria chamar uma mulher idiota de "dama". Realmente era uma grande piada.— Vai se foder. – Murilo olhou para os lados, incomodado. – Você sabe que não gosto de falar desses assuntos em público. – Claro que ele não gostava, ninguém do meio social deles sabia dos negócios escusos de Murilo.— Ninguém ouviu, relaxa, mas pare de bancar o bom rapaz, nós dois sabemos que você é o vilão da história.— Eu não engano as mulheres, elas vão à minha procura sabendo o que posso oferecer. Sou um homem de negócios como você.— Sei... – Theodoro escolheu o seu pedido e fez sinal para o garçom se aproximar. – A única diferença é que não tenho uma empresa de fachada para camuflar meu real negócio.— Vamos entrar nessa discussão novamente? Eu faço isso há anos, e você sabe disso.Sem mais conversa, Theodoro fez o seu pedido.— Você vai querer o quê?— O mesmo que você – Murilo respondeu, irritado, e com toda a tranquilidade do mundo, seu amigo fez outro pedido e dispensou o garçom.— Estou com muita fome, não tomei o desjejum hoje. – Theodoro olhou o celular, viu que mil mensagens tinham chegado e percebeu que as pessoas pareciam não parar nem por um minuto— Você é tão antiquado, fica falando nesse linguajar refinado. – Murilo fez uma careta. – Você está comigo, não com aquele conselho de velhos babões que administra.— E você é um chato. Eu falo como quiser, o meu dinheiro me permite falar até em latim.— Cala a boca! – Irritado, Murilo chutou a canela de Theodoro por baixo da mesaA prepotência do amigo era algo que o tirava do sério.– Preciso encontrar uma maneira de ser solidário com a nova solteira da praça. Eu sempre tive tesão pela mulher do Joaquim e quero muito me aproximar dela. Juro que dou casa, comida e roupa lavada para aquela mulher, ela é muito gostosa, cara. No meu cardápio de meninas, não tem nenhuma que chegue aos pés dela. Se você a visse, ficaria completamente louco.Era cansativo para Theodoro ouvi-lo dizer que toda mulher que sentia tesão era a mais linda do mundo. Às vezes, Theodoro desconfiava que o amigo possuía problemas mentais, porque isso não era normal.— Vamos mudar de assunto? Eu estou pensando em passarmos um final de semana em Angra. Só andei três vezes no meu iate novo, quero dar mais utilidade para ele.— Quer que eu arrume umas meninas para enfeitálo? Posso te passar o meu cardápio.— Engraçadinho! Você trata as mulheres como se fosse alimentos de um restaurante barato. – Theodoro fez deboche da proposta do amigo – O inferno vai congelar no dia em que eu pagar uma mulher para ficar ao meu lado. Pode deixar que convido umas meninas, terei quantas mulheres eu quiser à minha disposição e melhor... de graça.— Você é quem sabe, a oferta ainda está de pé. Agora me conte sobre o fora que a Pâmela te deu, estou curioso.Theodoro ignorou a felicidade na voz do Murilo e contou o seu problema. Nesse momento, se sentia puto por ter sido deixado por Pâmela, e apenas o amigo iria entender o que estava sentindo.*****Horas depois...No Escritório— Nós só faremos negócios se eles ajustarem os prazos. Não vou esperar tanto tempo para ter essas mercadorias.— Eles alegam que a matéria-prima está cara e precisam buscar em um lugar mais distante, e isso está aumentando os prazos.— O que isso me importa? – Alfredo viu o patrão abrir os braços, pouco ligando para a situação. – Não me importa o que farão, se eles não conseguirem respeitar o prazo que pedi, eu arrumo quem faça. Agora vá, Alfredo, não quero mais falar desse assunto.O funcionário bufou, mas não se atreveu a discutir com o patrão, sabia que seria uma batalha perdida, seu chefe não perderia seu tempo com gente incompetente.Theodoro não precisava deles, então não tinha motivo para se preocupar com nada.— Posso entrar, Theodoro? – Rodolfo apareceu em sua porta, querendo entrar.— Claro que sim, aconteceu algo no jurídico?— Não, fique tranquilo. – Rodolfo sentou-se na frente do patrão. – Quero avisar que o contrato com a cooperativa do Pará está certo, pode fechar o negócio.— Que notícia maravilhosa. Estava ansioso para tê-los como fornecedores, o material deles é de excelente qualidade por um preço incrível.— Sabe que tenho curiosidade de descobrir como você encontra essas coisas?— Sou um homem atento, nada além disso.— Atento não define nem a metade da sua esperteza.— Obrigado! – O sorriso de Theodoro era de puro convencimento, e Rodolfo soltou uma risada descontraída para o patrão e amigo.— Mudando de assunto, eu fiquei sabendo que um empresário de médio porte, aqui do Rio, deu o golpe na esposa. A Anália estava revoltada com essa situação, disse que se encontrasse a tal mulher, iria se oferecer para ser advogada dela de graça.Theodoro se irritou com o assunto.Será que as pessoas não conseguiam tomar conta da própria vida?Ele odiava fofoca e gostava muito menos de entrar na vida alheia, para ele o que acontecesse com os outros não lhe interessava.— Será que a Anália está com pouco trabalho? Acho que você poderia dobrar sua carga de processos, assim ela para de se preocupar com a vida dos outros.Rodolfo ergueu as sobrancelhas, intrigado.— Que bicho te mordeu? Você está mais azedo do que de costume.A careta que Theodoro fez mostrou a Rodolfo que algo não ia bem, seu patrão não estava legal.— É a segunda vez que ouço essa história hoje, não estou no clima de falar sobre uma mulher que nunca vi. Se ela foi idiota ao ponto de passar uma procuração para o marido, o problema é dela. Ninguém mandou ser burra. – Ele deu de ombros, pouco se importando, e lembrou que esse tipo de mulher só pensava no status e não se algo podia dar errado no futuro.— Definitivamente tem algo acontecendo, você normalmente não seria tão desumano assim. Pelo o que ouvi falar, ela não sabe como ele conseguiu a procuração, a pobrezinha saiu apenas com as roupas.— Pode ter certeza que essas roupas devem comprar uma casinha lá pelas bandas de Campo Grande. Com o tempo, ela arranja outro babaca para casar e recuperar o status.Rodolfo arregalou os olhos e segurou ambos os braços da cadeira, de tanta surpresa do que ouviu.— O que foi? Qual o motivo desse mau humor?O suspiro de Theodoro saiu cansado quando ouviu a pergunta de Rodolfo.— A Pâmela encontrou alguém, quer casar e me deu um pé na bunda. Você acredita nisso?— Não! Mas ela parecia tão apaixonada.— Ela estava apaixonada pela possibilidade de ser minha esposa, não por mim. — Theodoro sempre soube que a namorada era uma aproveitadora, mas, ainda assim, ficou chateado com a dispensa dela. — Quando ela percebeu que eu não iria casar, rapidamente arrumou um novo pretendente e conseguiu o seu casamento.— Estou surpreso.— Eu não, as mulheres são assim aproveitadoras e nada me surpreende.— Nem todas são, a minha não é.— Uma clara exceção à regra, você é um homem de sorte.— Eu soube escolher, é diferente. – Rodolfo se levantou e fechou o seu terno. – Se você for mais seletivo, pode encontrar uma boa companheira, mas tente fugir desse seu padrão de modelo anoréxica e alienada que gosta. Busque uma mulher com conteúdo e belas curvas. Tenho certeza que você vai se surpreender.— Vou lembrar disso.Rodolfo sorriu e saiu da sala. Ele era um bom amigo, mas era um pouco retrógrado. Theodoro não queria uma mulher de conteúdo, não estava afim de ninguém falando no seu ouvido. Na verdade, ele gostava dessa superficialidade nos seus relacionamentos. Manter um namoro de verdade era cansativo, já que o seu tempo era corrido demais para isso. Ele não podia perder tempo com casos do coração. Isso era algo para um futuro distante, quando ele precisasse de um herdeiro. No momento, ainda tinha trinta e cinco anos e muito trabalho a fazer para perder tempo com distrações como mulheres e seus chiliques.Continua...Dia seguinte....Suzana— Amiga, acorda. — Uma mão sacudiu o ombro de Suzana, mas ela não queria despertar. — Suzana, você precisa acordar— O que foi? — Ela respondeu, sonolenta.— Seu celular estava tocando lá na sala, e eu atendi. — Priscila parou de falar e suspirou. — Houve um acidente com seus pais e precisamos ir para o hospital.O coração de Suzana acelerou, e ela acreditou que devia ter entendido errado. Certamente ainda estava dormindo ou sonhando, não podia ter ouvido a amiga falar em acidente.— Como assim um acidente?— Se arruma, que no caminho eu te explico, o Pablo está nos esperando para nos levar ao hospital. — Priscila saiu do quarto, deixando Íris sozinha com o coração descontrolado.Assim que ela se arrumou, encontrou ambos na sala a esperando. Eles saíram em disparada, e Priscila contou que o sargento do corpo de bombeiros ligou avisando que tinha acontecido um acidente com o carro em que seus pais estavam vindo para o Rio. Suzana tentou arrancar mais informações
1 mês depoisDepois de um mês tentando resolver sua vida, Suzana já começava a entrar em desespero. Não tinha conseguido arrumar um emprego, e em todas as entrevistas que ia, o salário era tão irrisório, que não dava para bancar um aluguel e as compras do mês.Durante esse tempo, ela colocou a vergonha no bolso e procurou todos os amigos do tempo em que era casada, mas nenhum deles se disponibilizou a ajudá-la. Todos inventaram desculpas esfarrapadas e disseram que no momento não podiam fazer nada por ela.Suzana vendeu a maioria dos seus vestidos de festas, e com esse dinheiro conseguiu se manter durante o mês que passou. Ela guardou o resto para o próximo, mas sabia que precisava encontrar imediatamente um emprego descente para poder cuidar da sua vida sem atrapalhar os amigos. E ainda tinha a dívida do sepultamento da família: apesar de os seus amigos terem ajudado a pagar, ela se sentia na obrigação moral de devolver esse dinheiro e esperava saná-la com o seguro que receberia do a
Uma semana depois— O que é isso? – Priscila se assustou com o papel que Suzana jogou na mesa.— Leia! – Suzana acomodou a sobrinha no colo e fez sinal para a amiga olhar o papelAssim que Priscila começou a ler, sentiu-se indignada. Não era possível que aquele monstro desceu nesse nível. Ele não podia ter desferido esse último golpe na amiga, era muita crueldade até para alguém como ele.— Não acredito que ele fez isso.— Trezentos mil reais, Pri. Eu estou devendo trezentos mil reais ao banco e sequer sei onde esse dinheiro está. Como vou conseguir seguir em frente com uma dívida dessas? Até para arrumar emprego é difícil.O desespero na voz da amiga desestabilizou Priscila. De fato, a situação de Suzana só piorava, além de não ter casa e emprego, agora ela devia uma bolada ao cartão de crédito e ao banco. Realmente seria difícil seguir em frente, a situação estava ainda mais complicada.— Quem te enviou essa cobrança?— O gerente do meu banco me ligou e avisou que o Joaquim pegou u
Depois que Suzana resolveu o seu destino, um certo temor a deixou agitada. Agora que estava nas vésperas da entrevista na agência, ela estava nervosa. Ela não tinha muita experiência sexual, só teve dois homens em sua vida, isso a tornava uma mulher limitada no sexo. A verdade era que Suzana sempre foi tímida na cama e por isso fugia dos vários pretendentes que aparecia. Transou pela primeira vez com um antigo namorado de escola e com ele teve um relacionamento duradouro. Eles ficaram dois anos juntos, e depois dele, Suzana se manteve afastada dos homens até que conheceu seu cretino ex-marido.Essa sua falta de experiência estava deixando-a temerosa. Como iria dizer na entrevista que só transou com dois caras? Teria que mentir e dizer que tinha uma longa lista de homens na sua cama, caso contrário, perderia essa oportunidade de reerguer a sua vida.Ela ainda não sabia o que faria no momento em que ficasse sozinha com um cliente, mas teria que encontrar forças para fazer o que espera
Horas depois — Esse homem que você encontrou era amigo do canalha?— Era, mas sempre foi uma pessoa muito solícita. Tanto que ele foi o único que me ofereceu ajuda.— Não confio muito nele, amiga, vai que esse homem esteja de conluio com o seu ex? Do jeito que esse homem te massacrou, eu não confio em nada nos amigos dele.— Mas o Murilo apenas tinha negócios com o Joaquim, eles não eram amigos de fato, apenas parceiros de negócios.Priscila não se convenceu dessa história, mas ia tentar descobrir quem era esse Murilo. Ela não deixaria à amiga se meter em mais uma furada.— Nervosa para a entrevista que vai ter amanhã?— Muito. – Na verdade, Suzana não dormia há dois diasPor mais que tentasse se acalmar, a sua cabeça não parava de pensar. Queria que tudo desse certo, mas se fosse contratada, não sabia se conseguiria chegar até o fim. Todas as vezes que tentou se imaginar junto de um homem estranho, sentiu o seu estômago revirar. Nunca teve uma transa fora de um relacionamento, e iss
Ainda na agência...— O que ela está fazendo aqui? Ela não pode me ver! — A voz de Murilo beirava o desespero.— O que deu em você, Murilo? Por que está parecendo que viu um fantasma? — Theodoro questiona erguendo a sobrancelha — Mas eu vi.Nesse instante ela olhou ao redor e Murilo se escondeu atrás de Theodoro. Se Suzana o visse por aqui, acabariam todas as chances de ele conquistá-la. — Vamos voltar para a minha sala. — Murilo sequer deu tempo do amigo protestarOs dois voltaram como foragidos para a sala de Murilo, o que fez Theodoro perder a paciência de vez. O seu amigo andava com sérios problemas, e ele já estava chegando ao limite com isso.— Que porra está acontecendo? Quem era aquela mulher?— Cala a boca, Théo, agora não.Com desespero, Murilo ligou para Olga em busca de informações. Se a Suzana estivesse aqui pelo motivo que estava pensando, não sabia o que faria. Não podia deixar que ela se tornasse uma de suas garotas, ela era especial demais para esse tipo de serviço
O desespero de Suzana a deixava tão incapacitada, que ela não tinha forças sequer de sair correndo do lugar. Agora que estava na agência, ela não sabia como teve a coragem de cogitar ser uma garota de programa. Se para fazer uma simples entrevista, estava tendo palpitações descompassadas no coração, imagina como não ficaria se tivesse que ir para a cama com um cliente? Definitivamente isso não era para ela.Quando disse isso para si mesma, se sentiu aliviada e se preparou para ir embora. Segurou a sua bolsa com força e levantou, mas no primeiro passo que deu, uma jovem mulher apareceu e a chamou. O seu corpo quase entrou em síncope, mas ela conseguiu se segurar em seus belos saltos.— Por favor, venha por aqui, senhorita.Por alguns segundos, cogitou dizer que estava indo embora, mas acabou respirando fundo e seguindo a mulher. Faria a entrevista, mas no final diria que não está apta para o serviço. Por mais que precisasse de dinheiro rápido, dormir com diversos homens não estava ao s
Ainda na agência Theodoro começa o seu interrogatório, mas no fundo ele já sabia de todas as respostas.— Qual sua especialidade na cama? Preciso saber o que gosta ou não de fazer. – Como um verdadeiro profissional, ele começou a listar todas as habilidades que uma verdadeira garota de programa deveria fazer"Você aceita participar de trios masculinos, ou só com outra mulher?""Importa-se de participar de swing? Anal é um problema para você? Tenho clientes que só gostam dessa modalidade."O rosto de Suzana ganhou um tom vermelho adorável, e Theodoro mordeu o lábio para não rir do constrangimento dela. Podia estar enganado, mas ela nunca fez nada disso, incluindo o anal. Essa mulher seria um desastre como funcionária de Murilo. Ainda bem que ele não tinha intenção de disponibilizá-la para os seus clientes.— Eu... – Suzana queria abrir um buraco no chão e sumir. Nunca conseguiria discutir sobre sexo com um homem como ele.— Tenho clientes apenas do sexo feminino e preciso saber se você