Dois meses depoisFinalmente o dia mais aguardado por Suzana chegara, e agora ela se sentia mais perto do que nunca de ter Sofia para si. Misteriosamente, a avó de Sofia abriu mão da guarda da menina e sumiu juntamente com o filho. Suzana.tinha plena consciência que Théo tinha se intrometido no assunto para a mulher desistir com tanta facilidade. Em muitos momentos, quis perguntar o que ele fez, mas acabou seguindo o conselho de Fátima: deixou o assunto de lado e apenas aproveitou a felicidade de ser a única pessoa interessada em ficar com a pequena.Eles estavam casados há dois meses, e desde então viviam como uma verdadeira família ao lado de Sofia. Nesse tempo, tiveram a visita da assistente social que cuidava do caso, e pela maneira encantada que a mulher olhava para Théo, ela aprovaria para o juiz a indicação dele como pai.Suzana olhou para o marido e o viu conversar com alguém pelo celular enquanto aguardava o juiz chamá-los. Como eles pretendiam adotá-la, Théo necessitou estar
Para a alegria de Suzana, o juiz os recebeu com muita simpatia e foi diretamente avisando da desistência do pedido de guarda da família paterna. Ele também avisou que nenhum pedido formal de paternidade foi realizado por parte de Túlio.Alívio foi o sentimento que Suzana sentiu quando ouviu essa notícia, e a situação só foi melhorando quando a assistente social fez o relatório ao juiz afirmando que a Sofia estava muito bem amparada e que tanto Theodoro, quanto Suzana a tratavam como uma verdadeira filha.O juiz pareceu satisfeito com a opinião da mulher, e quando Adélia apresentou os papéis do casamento deles e afirmou que ambos queriam adotá-la como filha, ele apenas deu uma leve olhada no documento e rapidamente pediu para que trouxessem a criança para que pudesse conhecê-la.Assim que Sofia entrou na sala, se retraiu no colo da babá, mas bastou Théo pegá-la, que a menina se derreteu no colo dele. Era sempre assim quando ele a pegava, Sofia não conseguia resistir ao charme de Théo e
Três meses depois— Como assim, você comprou a minha casa? – Priscila olhou o papel que mostrava que a sua casa na vila agora era sua— Usei o dinheiro que o Théo fez o Joaquim devolver, não queria ficar com nada que me lembrasse daquele canalha.Se dependesse de Suzana, apagaria todas as lembranças que possuía do tempo em que viveu com o canalha do ex-marido.— Você não podia ter feito isso, Suzana, esse dinheiro deveria ter sido guardado para a Sofia. – Suzana disse e sorriu para a amiga— Sofia tem uma pequena fortuna em sua conta, amiga, quando ela crescer, será milionária. Por acaso você acha que o Théo a deixaria desamparada? Ele já providenciou um fundo para que Sofia possa usar quando se formar na faculdade.— Não me importa se ela é milionária ou não, ainda assim acho que esse dinheiro deveria ser dela.— O dinheiro é meu e faço o que quiser. Agora você tem uma casa e um novo emprego.Priscila olhou para a amiga, intrigada. O que será que ela quis dizer com novo emprego? At
Sempre que tinham um tempo para ficarem sozinhos, Théo e Suzana faziam questão de aproveitar cada segundo. Os dois pareciam duas crianças soltas em um parque de diversão, ficavam até perdidos sem saber como deveriam aproveitar essas horas livres.Naquela noite, Sofia ficou com Carmem. As duas sempre passavam uma noite por semana juntas. Às vezes, Théo até permitia que Sofia ficasse o fim se semana na casa da mãe. Ao contrário de Suzana, que não se importava com Sofia na casa da avó, Théo não gostava de deixá-la sozinha. Ele tinha necessidade de sempre tê-la por perto, para sanar seu instinto de proteção.— Por que não quis sair para dançar? Você tinha me dito que queria se mexer um pouco. – Suzana olhou para o marido dirigindo seu potente Porsche e sorriuRaramente Théo dirigia, Douglas sempre estava ao seu redor. Mas quando resolvia assumir o volante, ficava irresistível. A segurança e charme dele faziam Suzana ter pensamentos indecentes, sua vontade era parar em alguma rua e subir n
Cinco anos depoisMesmo a contragosto, Théo teve que viajar a negócios para a inauguração da mais nova fábrica da Cosméticos Parise na região nordeste. Ele havia escolhido o local cuidadosamente, pensando principalmente nos empregos que iria criar na região. Os incentivos fiscais eram maravilhosos, mas o que atraiu de verdade na construção da fábrica foram as modificações que ela provocaria na vida das diversas pessoas carentes que se beneficiariam direta e indiretamente com os empregos que surgiriam.Ele se sentia feliz em ter concluído esse projeto, mas ter que inaugurá-lo pessoalmente foi um verdadeiro martírio. Desde que se casou, evitava deixar a sua família sozinha. Apesar de saber que Suzana cuidaria das crianças sem problemas, ele não conseguia ter paz longe das confusões dos seus filhos.Ter todos ao seu redor tornou uma necessidade surreal para ele, o cheiro, o sorriso, o barulho que as suas crianças faziam, tudo era parte da sua rotina. Já não existia a mínima possibilidade
Suzana não acreditava no que estava acontecendo, ela achava que aquilo só poderia ser um pesadelo. Depois de quatro anos de casamento, não era possível que tinha sido enganada por Joaquim. Ele devia estar brincando com ela, fazendo uma piada de muito mau gosto por sinal. — Para de brincar comigo, Wallace, isso não se faz. – Ela resmungou para o advogado— Infelizmente não é brincadeira, Suzana, você não tem mais nada. Nem casa, nem a sua parte na empresa, nada no banco e nem a casa dos seus pais. Você deu o direito ao Joaquim de vender tudo. Ele fez todas essas negociações com uma procuração assinada por você. Foi tudo legal, eu lamento.— Meu Deus!Ela sentiu algo apertar sua garganta, sem acreditar que perdeu a casa dos pais. Aquele desgraçado a traiu e ainda vendeu a casa dos pais dela! Foram anos economizando dinheiro para comprar a casa, e agora tudo se foi. Ela percebeu que sua vida fora destruída e não sabia o que faria. O cretino do marido deu um golpe, levou tudo o que tinha
Theodoro odiava atrasos. Para ele, pessoas que não cumpriam horários não mereciam confiança. Nos seus negócios, não tolerava um segundo de atraso. Ou chegava na hora marcada ou não lhe encontraria. Se acontecesse um erro sequer, ele estava fora.Mas, nesse momento, estava tolerando esse atraso, porque se tratava do seu melhor amigo. Murilo nunca conseguiu seguir um mísero horário. Em todos os encontros deles, Theodoro se preparava para esperar muito, mas desconfiava seriamente que o amigo fazia isso só para lhe irritar.Quando começou a cogitar ir embora, o amigo apareceu no restaurante. Estava todo desgrenhando e com o semblante tenso. Alguma coisa grave tinha acontecido.— Já não era sem tempo. – Theodoro não se abalou em cumprimentá-lo, estava irritado demais para isso— Não começa, Théo, eu tive um problema.— Sempre tem, Murilo, você adora inventar uma história para encobrir as suas merdas. – Ele fez sinal para o garçom trazer outro uísqueEstava tão tenso, que precisava relaxar
Dia seguinte....Suzana— Amiga, acorda. — Uma mão sacudiu o ombro de Suzana, mas ela não queria despertar. — Suzana, você precisa acordar— O que foi? — Ela respondeu, sonolenta.— Seu celular estava tocando lá na sala, e eu atendi. — Priscila parou de falar e suspirou. — Houve um acidente com seus pais e precisamos ir para o hospital.O coração de Suzana acelerou, e ela acreditou que devia ter entendido errado. Certamente ainda estava dormindo ou sonhando, não podia ter ouvido a amiga falar em acidente.— Como assim um acidente?— Se arruma, que no caminho eu te explico, o Pablo está nos esperando para nos levar ao hospital. — Priscila saiu do quarto, deixando Íris sozinha com o coração descontrolado.Assim que ela se arrumou, encontrou ambos na sala a esperando. Eles saíram em disparada, e Priscila contou que o sargento do corpo de bombeiros ligou avisando que tinha acontecido um acidente com o carro em que seus pais estavam vindo para o Rio. Suzana tentou arrancar mais informações