NARRAÇÃO DE ALEXANDER....
Subi na moto e segui para o centro da cidade. Estacionei a moto próximo de um banco e olhei o calçadão, naquele calor. Respirei fundo entediado... odeio fazer compras ali! Lilly colocou um monte de coisas na lista, não encontraria um terço no shopping. Lá fui eu atrás das coisas que Lilly anotou, parei de má vontade e pedi informação, para uma pessoa que andava na rua. - Onde encontro muda de flores? Me deixa ler aqui... - Falei olhando atentamente o nome das flores. - Hum, tulipas, girassol, antúrio... Acho que é isso. - Não precisa detalhar os nomes das flores. Todo mundo sabe que encontramos flores em uma floricultura. - Parei de olhar o papel, depois de ouvir aquele homem mal educado. - E ONDE TEM UMA FLORICULTURA?! - Perguntei, irritado. Se ele soubesse como estou sem paciência... O homem riu e apontou para o lado. Coincidentemente, eu havia parado em frente a uma floricultura. - OBRIGADO!!! - Encarei aquele homem, na base do ódio, enquanto entrava na floricultura. Ele se afastou assustado, acho que viu o meu revólver quando ventou e minha blusa subiu um pouco. Lá dentro consegui tudo o que queria, inclusive as benditas sementes. Voltei para o calçadão e continuei comprando, item por item...escova de cabelo, condicionador, escova de dente e por último travei no meio da rua: calcinhas. Fechei os olhos e respirei fundo. Isso não vai dar certo... Olhei uma loja de roupas e entrei. Uma atendente se aproximou sorrindo. - Boa tarde. Precisa de ajuda? - Boa tarde, preciso de calcinhas. - Ela me julgou com os olhos, péssima atendente ! - É para minha irmã, ela está resfriada e sem calcinhas. - Disse entre os dentes. Carälho, só me födo! - Qual tamanho? - Analisei o corpo magrelo daquela atendente. - Maior do que a sua, ela tem um quadril mais avantajado, tipo assim. - Gesticulei com as mãos mostrando o tamanho. A atendente voltou a me julgar, só com os olhos. Respirei fundo e disse: - Tenha uma boa tarde. - Saí da loja, pensando: essa perdeu a venda. Continuei caminhando e entrei em outra loja. A atendente parecia mais profissional e eu estava mais preparado pra comprar. - Boa tarde, eu estou à procura de calcinhas que caibam em uma perna grossa e uma bundä avantajada. - A atendente riu e me levou até o setor das calcinhas e sutiãs. - Presente para a namorada? Eu tenho umas lindas de renda e muitos sensuais. - Não. Sem sensualidade. E para uma criança. Na verdade para uma adolescente, minha irmã. - Expliquei. - Aah. Então, tenho essa branca de rendinha linda! - A atendente mostrou aquela calcinha, aquela merda estava me deixando envergonhado! - Isso vai caber nela? - Perguntei tirando meus olhos da calcinha. A atendente riu. - Preciso saber do tamanho da calcinha. - Ela não falou. Quer dizer, espera! - Peguei o papel em meu bolso e olhei a lista novamente. Calcinha tamanho M. Me senti mais idiotä ainda, não me julguem! Eu nunca tinha comprado uma calcinha e outras roupas. Estou aprendendo, porrä! - Calcinha tamanho M. - Está bem. Vamos escolher? - Você escolhe e eu pago. Pode pegar sei lá... trinta? Acho que trinta calcinhas é o suficiente. - Falei me afastando. Se for pouco eu compro mais. Pensei nessa quantidade porque eu sei que as mulheres ficam molhadas, não sei como é no dia a dia. Só sei que, quando eu estou metendo, ficam encharcadas. Então, essas garotas devem trocar de calcinha umas 7 vezes por dia...eu acho. Paguei as calcinhas e finalmente peguei a moto e voltei para a fazenda secreta. Parei em frente à porteira e vi Lilly tentando arrancar um mamão, com um bambu. Ia só entregar as coisas pela porteira mas resolvi ajudar, mesmo correndo o risco de ser encontrado. Abri a porteira, ela escutou e abriu um sorriso, ainda segurando o bambu. - Ale! Me ajuda. O mamão está maduro! Ajude-me a colher, antes que os maribondos ataquem! - Ri. Eu gostava dessas aventuras que ela aprontava. Semana passada ela colocou uma armadilha no açude e conseguiu pegar um Tambaqui gigante! Ela me ensinou a limpar o peixe, fritamos e comemos juntos. Aproveitei pra comprar algumas cervejas, peixe frito combina com cerveja gelada. Ela pediu para experimentar a cerveja, mas como sou um bom pai, disse não. Ela não pode chegar aos dezoito anos alcoólatra. Aaah! Esqueci de falar. Nesses últimos dias não tenho aparecido na escola. Mato aula e fico aqui na roça. É assim que Lilly fala. Roça! Inclusive ela disse que quer criar galinhas. Não sei onde vou arranjar galinhas! Onde se compra as porräs de galinhas vivas?! Não shopping não é... Já procurei. Caminhei até ela e peguei o bambu. - Cuidado com a cabeça! - Lilly riu, empolgada. - Essa porrä vai cair no chão e vai estragar tudo. - Claro que não! - Lilly falou irritada. Ri e empurrei o mamão amarelo quase abóbora por estar tão maduro. Caiu bonito no chão, estourando tudo. Restaram as sementes pretas, espalhadas ao chão. - Agora você tem sementes. - Falei rindo. - Aaah... Estava aguando por ele. - Lilly ficou com o semblante caído, olhando o pobre mamão estourado. - Se colocasse na lista eu teria comprado um. - Mas não é a mesma coisa! Frutas da Cidade são sem sabor. Agora daqui, não, elas são docinhas... - Uma hora nasce outro. - Falei olhando o pé de mamão. - Vai demorar... - Lilly resmungou, encostando a cabeça em meu peito, de novo! Olhei aquele gesto, super incomodado. - Não aprende, Lilly?! Pare com isso. - Empurrei a cabeça dela, ouvindo sua risada. - Amanhã tem mais listas! Galinha, porco, e um cavalo. - Berrei em deboche. - Vai esperando... Vou lá! Mantenha a porteira fechada e não se esqueça de trancar a porta, quando anoitecer! As coisas estão na varanda. Dessa vez lembrei das sementes de abóbora. - Lilly comemorou, dando pulinhos. Correu até a sacola que deixei na varanda, como uma garotinha, procurando o presente de Natal. Acho bonito aquela empolgação. Viveu tantos anos oprimida, sem direito a nada... agora qualquer coisa é motivo para comemorar. Ela é minha filha, mas é minha melhor amiga. Nunca pensei que teria uma amiga mulher. Saí da roça da Lilly, deixando a paz e leveza daquele lugar. Respirei fundo, coloquei o capacete, pronto para voltar à fazenda do tio Gabriel e estragar o resto do dia, daquele que se diz meu pai.NARRAÇÃO DE ALEXANDERConforme me aproximava da fazenda onde se encontrava meu pai e tio Gabriel, a raiva se expandia pelas minhas veias. Reconheci até mesmo os seguranças, arrogantes da Máfia do meu pai, andando pela fazenda, tentando entender o português, com os capangas do tio Gabriel. Estacionei a moto ao lado do casarão. Entrei, sentindo meu coração palpitar, desejando distância de todos! Diferente do meu desejo, encontrei meus pais e a loira, esquisita pra carälho. Nem se quisesse, meu päu subiria pra comer aquela ali. Tio Gabriel estava na sala junto com Jhonny e Nicolás. Eles, os três mosqueteiros eram os únicos que não demonstravam alegria... - Filho, quero que conheça sua noiva. Seu nome é Maxine, mas ela gosta que a chamem de Max. - Conforme ele falava, a garota levantou do sofá ajeitando seu vestido, com um sorriso de orelha a orelha. Olhei para ela entediado, cruzei os braços para mostrar a minha insatisfação em conhecê-la. - Max fala cinco linguas, estudou nas melhores
NARRAÇÃO DE GABRIEL... (Primeira narração)É isso aí... Estou no ódio total, com a presença do Klaus, aqui na minha fazenda! Esse animal... não. Não o chamarei de animal, pois até esses, cuidam melhor do seu filho! Beleza. Vou explicar! Klaus ficou MESES sem ver Alexander. Ótimo! De repente aparece aqui. No dia em que ele pisou na fazenda com a noiva, nem se quer deu um breve abraço, em seu filho. Pelo contrário! O filho da putä encheu a mão e deu na cara, do coitado do Alexander. Na verdade, Alexander não é tão coitado! Ele deu o dedo do meio para sua noiva... DO NADA! Mesmo assim, minha vontade foi pegar meu revólver e estourar toda a cara do homem, que já considerei um bom amigo. Klaus mudou da água para o vinho. Sou melhor do que ele! Sou DOM, mas não perdi minha essência. Nunca dei na cara do meu filho Davi, por mais que ele tivesse dado motivos pra apanhar, algumas vezes. Klaus humilhou seu filho o agredindo, na frente da noiva e de todos que ali estavam. O pior foi ver um olha
NARRAÇÃO DE ALEXANDER...Fugi da fazenda novamente antes que dessem minha falta. Ao meu ver, eu fui um cavalheiro com a sebosa. Sim, ela é exatamente o tipo de pessoa que iria aparecer. Por que sei? Porque meu pai é arrogante e espera pessoas deste nível, para seguir a linhagem de famílias arrogantes. Max é a perfeita patricinha, pensa que o mundo gira em torno do seu umbigo. É esquisita e já chegou achando que manda em mim. Não sabe o infernö que vou fazer com ela. Eu fui um amor de pessoa com ela, porque precisava seguir na linha os conselhos do tio Gabriel. Vou ser um amor até meu pai pisar na Rússia. Depois maltrato, sou profissional em partir corações... Eu gosto. Principalmente quando é com mulheres filhas da putä! Fiquei mentalizando as merdas que iria fazer com Maxine até chegar na "roça". O lugar onde me trás paz. Abri a porteira deixando todos os problemas para atrás, estava anoitecendo e nem se quer almocei, depois de presenciar o meu maior pesadelo. Pelo menos Tio Gabrie
NARRAÇÃO DE ALEXANDER...Voltei para a fazenda do tio Gabriel e para a minha surpresa, ele estava na porteira, fumando sem parar. Parecia maluco. - Ei, você! - Ele segurou na manga da minha blusa quando passei por ele. - Tio Gabriel, já é noite, quero tomar um banho e dormir.- N-Ã-O!!! Você só vai pregar esses olhos, depois que me falar onde está o bebê!!! - Juntei as sobrancelhas tentando entender do que ele estava falando. - Eu não sei do que está falando, tio Gabriel. Que bebê? O bebê do Davi?! Davi conseguiu perder seu próprio filho?! - Tio Gabriel soltou uma lufada de ar e me encarou, esperando por alguma resposta. Eu fiquei o encarando também, não sei do que ele está falando. - Os mosquitos estão me picando. - FODÄ-SE OS MOSQUITOS!!! - Dei um tapa em meu braço, matando um. - Tio Gabriel. - Você disse que adotou. - Ri alto. Agora tudo faz sentido. - Não é um bebê! - Passei por ele rindo. - Uma criança? - Tio Gabriel perguntou, curioso pra carälho!- Não. Uma adolescente
NARRAÇÃO DE GABRIEL...Meu Deus. Eu nunca pensei que tomaria um ranço terrível do Klaus! Até o seu humor desapareceu! Quando Alexander falou de peidö, ele nem riu. Ficou com aquela cara de gente sem graça. Ele queria obrigar Alexander dormir com Max, logo no primeiro dia! Quem conhece Alexander sabe que na porta do seu quarto, existe uma placa onde está escrito "Proibido a entrada de qualquer um. Só Alexander Bruscovisck pode entrar". Precisei interferir, tentar acalmar os ânimos, por isso inventei que Alexander é sonâmbulo e anda pela madrugada procurando facas. Tive a impressão que Alexander acreditou nisso... Sua expressão, mostrava o quanto se perguntava se ele, de fato, fez aquilo. Prefiro deixá-lo com essa dúvida. Ele gosta de esconder as coisas pra mim...farei o mesmo. Alexander foi fazer companhia à Max, mesmo contra sua vontade. Klaus ia segui-lo, mas fui rápido, tocando em seu ombro. - Nico já comprou as cervejas. - Avisei. - Nico o quê?! - Lutei para esconder o ranço qu
NARRAÇÃO DE ALEXANDER...Maxine fugiu depois de me ouvir falar que gosto de comer c.u sem camisinha. Sorri feliz, principalmente porque não precisei assistir ela comer aquele pequeno frango ou codorna branca, que parecia estar cru.Acho que fizeram aquela porrä à vapor, estava pálida demais! Vi quando tio Gabriel, meus tios e meu pai seguiram para a churrasqueira. Aproveitei que fiquei sozinho e fugi para o meu quarto, desejando que ele esquecesse da minha existência!Tranquei a porta e suspirei, sentindo cheiro de eucalipto pelo quarto. Minha cama de casal estava intacta. Pronta para receber apenas a minha pessoa.. Fui até o banheiro e tomei um longo e delicioso banho. Saí enrolado com uma toalha na cintura. Fiquei escolhendo um pijama confortável, até ouvir batidas na porta do quarto. Peguei uma calça de moletom branca e vesti, já me preparando para ser convidado a participar, da social, onde meu pai estava. Abri a porta e deu de cara com Max. Ela estava Max de camisola branca co
NARRAÇÃO DE GABRIEL...Acordei com uma ressaca desgraçadä! Sei bem o motivo dela. Recordar da noite anterior, me causou uma vergonha tão grande... Ressaca moral, como se fala. Houveram socos, choros e Nicolás mandando eu parar de chorar, pois Alexander não irá se casar. Bom, vou detalhar o que recordo da noite anterior. Mas quero deixar claro que bebi horrores, como há tempo não fazia, só para conseguir suportar a presença nojenta do Klaus. Ele começou falar sobre como a Máfia da Rússia tem se tornado mais poderosa, inclusive que ele já se reuniu com o próprio presidente da Rússia. Acho que ele falava aquelas coisas, querendo se vangloriar a todo momento. Fiquei na churrasqueira, em alguns momentos Jhonny pediu para ficar no meu lugar, para não precisar olhar na cara do Klaus. Já podem imaginar a briga que foi, eu e Jhonny nos empurrando, disputando a churrasqueira. Klaus até riu e comentou nunca ter visto alguém brigar, para ficar na churrasqueira. Se ele soubesse o motivo não ia
NARRAÇÃO DE ALEXANDER...Carälho... Tio Gabriel é muito fofoqueiro! Está no sangue! Cresci escutando o quão é fifi. Tinha que vir atrás de mim?! Eu juro que senti minha alma sair do corpo, quando reconheci o carro dele estacionado em frente à porteira. Deu até dor de barriga! Ele não pode descobrir que adotei a Lilly, a filha do cara que quase o matou. Entrei na casa desesperado e tranquei a porta. O medo era tanto, que mesmo com a porta trancada, permaneci segurando atrás da porta. Lilly apareceu assustada, olhando aquela cena. - O que houve? - Olhei Lilly, apavorado .- Esconda-se! Deu merda, Lilly!!! - Sussurrei. Ela parecia uma barata tonta. Correu para o lado e depois para outro perguntando onde era melhor se esconder. - Quarto!!! - Avisei, ouvindo tio Gabriel socar a porta. Mandei ele esperar. Preciso de tempo para esconder minha filha. Entrei no quarto com ela, abri o guarda-roupa e ela entrou pálida. - O que eu falei?! Mandei mensagem ontem avisando para trancar a porta!