NARRAÇÃO DE GABRIEL...Sinceramente? Alexander parece ter um imã para confusão. Não é possível! Só que algo chamou minha atenção...seu comportamento com Lilly me impressionou. O garoto está tratando bem uma mulher, pela primeira vez e CHOQUEM, por livre e espontânea vontade. Ele não trata ninguém assim. Logo que vi, pensei em resolver a situação deixando a menina escondida na fazenda secreta e mantendo Alexander longe de lá. Outra coisa que me surpreendeu, foi ver que os dois são carne e unha. Isso ainda está difícil de acreditar. Decidi levar Lilly junto, quando for esconder Alexander, só pra atrapalhar a vida do Klaus um pouquinho... Se Alexander dificulta sem estar apaixonado, imagina se estiver. Alexander mata sorrindo quando não está se sentindo ameaçado, agora, imagine ele apaixonado enfrentando seu pai?! Saio até de perto. Essa garota, a Lilly, é tranquila, está aprovada. Ela é diferente dos pais malucos que tinha. Acho que ela tem toque, não para um minuto. Pude observar a f
NARRAÇÃO DE ALEXANDER...Nunca desejei tanto a saída do meu pai da fazenda. Primeiro, porque não preciso ficar perto dele e segundo, porque posso aproveitar mais a Roça com Lilly. Meu! A gente se diverte pra caralhö naquele lugar! Sempre temos algo pra fazer. Olha só, descobrimos que atrás daquela fazenda, tem uma mata muito grande. Caminhando um pouco mais, é possível encontrar um grande açude, limpíssimo. Adoro pular naquele açude dando cambalhotas. Lilly aprendeu a à dar cambalhotas comigo. Ela sempre uiva, como se fosse uma loba, antes de pular no açude. Também levei barraca de camping algumas vezes, só porque ela disse que nunca tinha acampado. Foi maravilhoso! Lilly temperou uma bela costela com seus temperos loucos e que dão certo. Por isso eu sempre estava sumido na fazenda.... Estava me divertindo como nunca, na roça com Lilly. Aaah, ela canta...tem voz de passarinho. Ela disse que era obrigada cantar os hinos do culto, para os pais. Ela até me ensinou a tocar violão. Quando
NARRAÇÃO DE ALEXANDER...Andei pelo corredor do casarão, pronto para fugir de todos. Parei em frente à porta do quarto de hóspedes, onde meu pai traidor está com minha mãe. Respirei fundo tentando não sentir tanta raiva, mas era impossível! A vontade era de jogar gasolina por baixo da porta, aproveitando que dormiam juntos e tacar fogo, sem pensar duas vezes! Não fui amado por eles mesmo! Eu tenho um ditado que carrego dentro do meu coração. "Ame quem te ama e mate aqueles que te odeiam." Não acredito mais no amor dos meus pais. Quero mais é que fiquem desesperados, quando souberem do meu desaparecimento. É isso! Eles precisam sofrer, principalmente meu pai! Minha mãe pagará o pato por ser omissa. Por isso não meti fogo no quarto deles. Além do mais, naquele casarão moram muitas pessoas. O tio Gabriel e tia Liz são gente boa, me criaram bem quando vivi com eles. O tio Gabriel é a minha inspiração! Então, preciso usar o cérebro como ele usa. Saí rápido do casarão, aproveitei para peg
NARRAÇÃO DE GABRIEL...Alexander não vai me perdoar, pelo menos não agora. Mas a culpa é dele! Ele deu motivos para eu tomar essa decisão extrema.Vou explicar por etapas. Qual foi a minha orientação?! Não encontrar com Lilly até o momento mais seguro. Obedeceu? Não!! Ele nunca obedece!! Depois que expliquei sobre a putäria que seu pai fez, percebi que Alexander se isolou em seu quarto. Até aí tudo bem, faz parte. A gente aprende ser mais forte, depois de uma traição desse tamanho. À noite todos foram dormir, mas eu, como sempre, fico me preocupando com a porrä do Alexander. Ele não comeu e isso, ele nunca fez. Nunca deixa de comer, o cara é um dragão! Fiquei em meu quarto até ouvir a porta do quarto dele abrir. Nossos quartos são próximos, também foi fácil sair do meu, sem fazer barulho. Aproveitei que Liz dormia profundamente, esperei Alexander sair do corredor, coloquei um casaco e apressei meus passos. Ia pegar o caralhö do meu carro, mas Alexander pegou primeiro! Preciso par
NARRAÇÃO DE ALEXANDER...Naquela noite, custei a dormir. Tudo o que tio Gabriel falou, ficava ecoando na minha cabeça. Meu pai me enganou...No meio da madrugada tive crise de ansiedade, só pode ser. A impressão era de que o teto tinha descido ou meu corpo flutuado, até o meu nariz ficar colado ao teto branco. Essa era a sensação, junto com a falta de ar e dormência em meus lábios. Tentei me controlar, fechando os olhos, respirando calmamente, movimentando minhas mãos, mas nada resolvida! Meu peito queimou e meu coração disparou de uma tal forma, que sentia minha morte se aproximar. Cravei minhas unhas no cobertor, meus olhos lacrimejavam, sentindo todo o processo daquela crise. Lilly, mesmo dormindo, virou para o meu lado, deitando sobre meu peito. Consegui controlar a respiração, o coração estava diminuindo a frequência, meu corpo todo formigou, mas estava melhorando. Normalmente empurro a cabeça de Lilly, quando faz isso durante a madrugada. Mas, desta vez, permiti. Seu contato no
NARRAÇÃO DE ALEXANDER...Virei para minha digníssima mãe e forcei um sorriso que estava bem difícil de mostrar. - O que você quer? - Sinto sua falta, você nunca foi assim comigo, Alexander. - Claro, colhemos o que plantamos. Por acaso está sabendo que meu pai me fez assinar um documento no qual abro mão de ser DOM aos dezoito anos? - Bom... Ela suspirou fechando os olhos. É... Ela estava ciente. Decepção é a palavra. Voltei a caminhar pelo corredor não querendo ouvir a voz da minha própria mãe. - Alexander, você não tem estrutura! Você é desequilibrado! Precisa de maturidade para aprender ser um verdadeiro DOM. - Ela me seguia e tentava explicar, enquanto eu estava pouco me födendo para seus argumentos! Eu estava tranquilo, não me preocupava com o fato de ter que ser DOM! Pelo contrário, estava ansioso. Olha só, o tio Gabriel é meio surtado e ainda assim Mestre Maurício, seu avô, depositou toda a confiança nele e deu certo! Tio Gabriel tem sido um ótimo DOM, não deixou de ser quem
NARRAÇÃO DE GABRIEL...Foi difícil esperar Alexander sair da minha fazenda secreta, onde Lilly estava escondida. Jhonny olhou em meus olhos e confirmei. Passamos pela porteira e pude ver os restos da fogueira, apagados. Só de pensar que, se não tivesse visto Alexander saindo do casarão tarde da noite e o seguido até aqui, certamente a menina estaria morta e ele destruído. Jhonny pegou um saco de marsmallows que estava no chão. Entrei na varanda e bati na porta. A casa, apesar de pequena, é muito bonita. A janela do quarto fica na varanda, por isso, qualquer movimento podemos escutar. Escutei Lilly revirando na cama, como se estivesse assustada. - Lile sou eu, Gabriel. - Alexander não está. - Ela falou assustada. - Precisamos conversar. - Não acho uma boa idéia, Alexander pediu para manter a porta trancada. - Fechei os olhos suspirando. - Lile, se ficar aí dentro, será questão de tempo até encontrarem você. Ontem à noite dois seguranças seguiram Alexander. Se não fosse eu e Jho
NARRAÇÃO DE LILLY... (PRIMEIRA NARRAÇÃO)Assustada e com medo. Assim mesmo. Estou dentro de um carro, com um homem que não conheço, muito forte e todo tatuado, dirigindo em silêncio total. Pelo menos ele não me olha pelo retrovisor, apenas dirige.Durante aquela viagem, meus pensamentos vagavam por tudo o que vivi e estou vivendo. Poderia ser loucura ou apenas coisa da minha cabeça, mas é real, está acontecendo.Com meus pais levei uma vida sendo oprimida que não enxergava ser desta forma, até chegar na puberdade. Meus pais me humilhavam fazendo que eu usasse roupas horríveis, só podia sair para ir à escola e em sua pequena igreja. Não podia ter um simples celular, não podia ter amigos, não podia nada. A obsessão deles pela religião se tornou insuportável. Na pré-adolescência começaram os abusos...as chicotadas porque meu corpo estava mudando, joelhos no milho se errasse a oração, a imposição dos jejuns que não queria fazer... Ainda assim não imaginava que tudo aquilo era errado e pr