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Capítulo 04

NARRAÇÃO DE ALEXANDER

Conforme me aproximava da fazenda onde se encontrava meu pai e tio Gabriel, a raiva se expandia pelas minhas veias. Reconheci até mesmo os seguranças, arrogantes da Máfia do meu pai, andando pela fazenda, tentando entender o português, com os capangas do tio Gabriel. Estacionei a moto ao lado do casarão. Entrei, sentindo meu coração palpitar, desejando distância de todos! Diferente do meu desejo, encontrei meus pais e a loira, esquisita pra carälho. Nem se quisesse, meu päu subiria pra comer aquela ali. Tio Gabriel estava na sala junto com Jhonny e Nicolás. Eles, os três mosqueteiros eram os únicos que não demonstravam alegria...

- Filho, quero que conheça sua noiva. Seu nome é Maxine, mas ela gosta que a chamem de Max. - Conforme ele falava, a garota levantou do sofá ajeitando seu vestido, com um sorriso de orelha a orelha. Olhei para ela entediado, cruzei os braços para mostrar a minha insatisfação em conhecê-la. - Max fala cinco linguas, estudou nas melhores escolas da Suiça, toca piano e em horários vagos, ela costuma treinar balé. - Suspirei já cansado de ouvir a biografia da mandada.

- Só isso? - Debochei, olhando todos eles. O sorriso dela diminuiu para minha satisfação.

- Não serve. - Mandei o dedo do meio para ela com tanto carinho...a vontade é enfiar meu dedo do meio de seu räbo.

- ALEXANDER!!! - Minha mãe se levantou irritada, ela era a única que eu ainda obedecia, mas hoje, não estou no clima.

- Eu não vou me casar e quero mais é que todos se fodäm! - Respondi o que meu coração gritava. Meu pai, tão previsível, levantou e deu um tapa na minha cara. Trinquei meus dentes, lutando para não avançar nele, dizem que é errado filho bater em pai, mas é certo pai bater em filho?

Tio Gabriel entrou na frente e tocou no ombro do meu pai, tentando controlar o pavio curto dele. Ele é um alemão. Os alemães são mais frios. É o que dizem! Tio Nicolás não deveria ser assim também? Aaah! Lembrei, ele não foi criado na Alemanha.

- Klaus, não faça isso! - Meu pai riu e se afastou.

- Alexander, pegue sua noiva e apresente a fazenda a ela. - Ele falou ficando de costas, colocando as mãos nos bolsos. Ele sempre faz esse gesto quando está mandando e não quer resposta, apenas que obedeça.

- Aaah, eu poderia, mas NÃO TENHO NOIVA, CARÄLHO!!! - Saí da sala putö! Se ele pensa que pode föder o meu psicológico, vou provar que posso ser muito pior. Entrei no quarto tentando manter a calma, acendi um cigarro e fiquei andando de um lado para outro fumando, sem parar. Tio Gabriel entrou no quarto, me abraçou e logo me soltou. Segurou meu queixo, olhou bem em meu rosto e disfarçou a raiva existente em seu olhar, ao ver a marca vermelha em meu rosto, resultado do tapa que levei.

- Para com isso! - o empurrei.

- Alexander, facilita a minha vida, pelo amor de Deus pörra!!!! Pegue a mão dessa esquisita e vai andar de cavalo com ela! Prá eu te ajudar, preciso que você me ajude! Se você não facilitar, seus pais não vão embora e vou passar mais ódio ainda!!! Ouviu bem?! Depois que eles meterem o pé da fazenda, eu vou te ajudar! - Joguei o cigarro no chão e o encarei.

- Eu vou meter fogo nela!

- Mete depois! - Perdi a fala com o conselho do meu tio.

- Me ajuda com a gasolina?

- Esquece essa pörra! Assim que eles saírem da fazenda, pretendo esconder você na Serra. Tem uma antiga casa que minha irmã comprou, próximo de uma cachoeira, é isolada de tudo! Nem sinal tem. Você fica lá. - Se tio Gabriel tivesse falado isso, alguns meses atrás, eu já estaria arrumando minhas malas, cantarolando, mas agora, tenho uma filha prá criar.

- Não será possível, o melhor é sumir com a loira, ela é albina?! Tio Gabriel, ela é muito branca, aqueles cabelos são brancos?!

- Estou me perguntando a mesma coisa... Ela é bem estranha, podia ter pintado o cabelo pra ficar mais apresentável. - Ri.

- Foca, Alexander!

- Eu tenho uma filha.

- OI?! - Tio Gabriel ficou pálido.

- Sim. - Afirmei aproveitando a privacidade, só confio nele, mesmo sabendo que tem uma fraqueza por fofocas.

- Você engravidou a professora... Eu não acredito! Tá ciente que seu pai vai matá-la?!

- Não engravidei ninguém. Eu adotei!

- Do que você está falando, Alexander? Você não tem nem dezoito anos! - Tio Gabriel começou olhar-me em desespero.

- Depois explico melhor, vamos lá. Preciso cooperar para eles irem embora. - Passei pelo tio Gabriel, amando ver o desespero que deixei estampado em seu rosto. Aposto que ele pensa que roubei um bebê no parque.

Voltei para sala, todos estavam no mesmo lugar. Pela expressão de todos, parecia que eu participava do meu próprio velório. Um silêncio profundo...

- Está bem. Vamos ... Maxine? - Nem conheço pra usar seu apelido. Forcei um sorriso. Meu pai virou e encarou-me, mostrando a raiva em seus olhos.

- Sem nenhuma gracinha ,Alexander, respeite-a.

- Claro, fui bem criado. - Debochei. Estou tentado em colocá-la em cima de um cavalo e depois dar chicotada, para ele cavalgar até ela cair de cabeça no chão.

Maxine suspirou e passou por mim, com aquela arrogância insuportável. Só a segui, sem nenhuma vontade.

- Pensei que essa fazenda fosse maior, seu pai falava tanto.

- É. - Não conseguia nem olhar na cara da vagabundä.

- Tem amigos aqui? - Meu Deus, que sotaque nojento... Cala a boca!

- Não. - Respondi no mesmo momento em que Davi saía no quintal de sua casa e andou em nossa direção.

- Alexander! Depois que eu sair do trabalho, vamos tomar um choop no pub? Estou querendo relaxar um pouco, Árya vai levar nosso filho, junto com tio Jhonny, para conhecer seu bisavô. - Maxine me julgou, com os olhos. Ah se ela soubesse como odeio julgamentos!

- Não capanga, eu não tenho essa intimidäde com você. - Falei aquilo, pois não quero ela próxima dos meus amigos. Davi riu, achando que era zueira.

- Te espero no pub às 19:00h? - Confirmei discretamente, aproveitando que a maluca não estava olhando.

- Eu me chamo Max, o indelicado do meu noivo não me apresentou. - Revirei os olhos mas não perdi a oportunidade de corrigi-la. - O nome dela é Maxine. - Davi diminuiu o sorriso. Ele percebeu o quanto estou födido.

- Aah, Oi. - Nossa, adorei a empolgação do Davi.

- Alexander, quero ir ao pub, com você.

- PÖRRA NENHUMA! - Afastei, não consigo encenar por muito tempo. Quando eu tomo nojo, até a voz da pessoa embrulha meu estômago.

- Alexander! Volte aqui! - Meu Deus, como faz para ela calar a boca? Olhei para eles e sorri.

- Eu vou dar um pulo na academia e já volto. Estou brincando! Eu te levo no pub mais tarde. - Forcei um sorriso. Preciso me controlar, se ela disser que a tratei mäl, meus pais permanecerão até terem certeza que não matarei minha noiva. Tio Gabriel tem razão. Agora preciso ir até a fazenda, onde Lilly está, para avisar minha filha, que talvez ela mude para a Serra. Tudo depende do tio Gabriel. Maxine sorriu empolgada e olhou Davi com desprezo diminuindo seu sorriso. Ela deve pensar que ele é um mero capanga já que o chamei assim. Nem imagina que é um herdeiro, aliás, muito sortudo por sinal. Ele tem tio Gabriel como pai.

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