Meu primo tenta manter o respeito entre chefe e funcionário, mas cada tentativa apenas intensificava a tensão. Conseguia ouvir uma respiração raivosa e passadas violentas zanzando impaciente. — Ouça! — Adriel dá mais um passo à frente — Vou te dar uma oportunidade, não ouse me desafiar. — e continuou a rosnar furioso. — Sr. Lobo, não estou lhe desafiando, estou apenas poupando minha prima de mais sofrimentos.— Não quero que você não se aproxime da minha esposa, até eu dizer o contrário. Estamos entendidos?Ele ignora cada pedido.Senti os músculos de Tomás ficarem mais tensos, o calor do seu corpo e a inquietação aumentava com o medo que se apoderava do meu peito. — Não seja ridículo! — disse Tomás. — Tem certeza disso? Quer mesmo testar minha capacidade?A ira de Adriel só aumentava, à medida que os penosos segundos passavam e meu primo não cedia a sua ordem. — Eu não vou fazer isso. Sr. Lobo. — Considere-se demitido! E vou garantir que você não consiga mais um emprego decente
— Pequeno raio de sol.Senti uma ponta de ternura em seus olhos, rompendo a fúria de minutos atrás. Sua mudança de temperamento por vezes me assusta.— O que pretende com isso? — O que pretendo? Acariciou meu rosto.— Você é minha esposa e não estamos fazendo nada errado.Notei que lutar contra seus desejos naquela noite, seria uma jornada sem rumo. Não podia contê-lo e cada ação sua, demonstrava o quanto ele queria me possuir e não iria desistir.— Este corpo me pertence e ninguém deve tocá-lo.Ele me olhou nos olhos ao falar, deixando-me entorpecida, não entendia o porquê ainda o amava depois de tudo. — Você é tão delicada que dá vontade de te morder todinha, deixar minha marca em cada canto da sua pele.Cerrou os dentes como se minha carne estivesse entre eles. Tive a sensação de estar sendo devorada com um olhar profundo.Minhas roupas foram arrancadas tão rápido quanto a luz de um raio. Adriel agia de maneira crua e sem controle.Senti a densidade do seu olhar tocar em cada ca
Abri a porta do quarto quando ouvi os sons característicos de passadas fortes, vindo da escadaria. Passei a chave e no momento do surto me vesti com uma roupa qualquer, sem tempo para escolher algo agradável.Enquanto isso, minha mente estava cheia de pensamentos caóticos. — Ana Lis!A voz soou como um relâmpago estrondando a casa toda, o chão estremeceu abaixo dos meus pés. O sinal de alerta perigo ressoou em minha cabeça. O chamado urgente de alguma forma me repreendia. Podia sentir.— Ana, onde você está? Ele se aproximava, eu não tinha para onde correr. Dei passos hesitantes em direção a porta já que era a única saída, os cabelos molhados caiam sobre os ombros, encharcando as mangas do meu vestido velho.Estiquei o braço e segurei a maçaneta de cristal com os dedos trêmulos. A destravei com olhar baixo, não ousei levantar a cabeça, estava tensa com o que estava por acontecer. Não devia nada a ninguém, mas sabia que minha alegria duraria pouco. Mal tinha tempo para expressar mom
Seus lábios tremiam de raiva e como se não bastasse, papai ainda tentou mais duas vezes soltar o braço e executar sua vontade de me bater.Adriel notou que papai havia perdido o equilíbrio da paciência, então apertou seu pulso com mais força, tanto que os nós de seus dedos ficaram brancos.Esta foi a primeira vez que fui agredida pelo meu pai, a dor ardia na minha pele, no entanto, por dentro, o estrago foi bem maior. Meu coração estava dilacerado e incapacitado de amenizar o desgosto que senti por ser sua filha.— Não foi para isso que lhe chamei em minha casa, Duarte.Fala em bom-tom, fazendo o calor de sua expressão esfriar. — Não era isso que você queria, Adriel? Ainda não se sente vingado?Deixei as palavras caírem aos seus pés sem medo, não me importava que sua raiva aumentasse.— O que você fez foi inadmissível, Ana Lis! — Aposto que não! Rebati as acusações. Adriel não imaginava que eu teria coragem para confrontá-lo, a supressa passou por seus olhos e sua testa franziu.—
Estava deitada sobre um colchão velho e sem cobertor para me cobrir nas noites frias. Olhei para as paredes velhas com os olhos entreabertos vendo tudo ao meu redor girar, os fechei para evitar mais fadiga. No entanto, não demorou para sentir a ânsia de vômito contribuir com a dor fina no estômago. Não tinha forças para levantar e sem opção de escolha, tive que virar para o lado, pus a cabeça para fora da cama e vomitei apenas a bile já que eu não comia há algum tempo.A dor aumentou fazendo-me encolher e abraçar minhas pernas na posição fetal. Mamãe dizia ser uma boa posição para acalmar a cólica. Comecei a gemer devido às pontadas lancinantes, porém, a voz era praticamente inaudível. Neste momento, pedi que a morte me levasse de uma vez por todas, para acabar com aquela dor aguda e insuportável. Talvez a morte seria a única saída e eu estaria livre. Ouço uns ruídos e um barulho familiar de chave no miolo da fechadura e a porta foi escancarada abruptamente. Meus olhos estavam sen
Quatro dias depois...— O que aconteceu, dessa vez? Cecília veio até mim, quando ouviu a pancada barulhenta da minha mão se chocando contra a parede.— Cecília, me dê um tempo.Continuei de costas para ela segurando a haste de metal na janela da suíte, inspirando o ar úmido e frio que batia no meu rosto, enquanto eu olhava os prédios se perderem na neblina. Cecília, as vezes, é grudenta.— Ok, só fiquei preocupada.Seus olhos pousaram em minha mão e ela automaticamente se assustou.— Cacete! Está sangrando, Drii. Espere um momento, vou buscar curativos.Tentei conter minha frustração após ouvir o áudio que Filippo Duarte acabou de me enviar, em que Ana Lis confessa que estava tomando anticoncepcional porque tinha nojo só de imaginar um fruto meu em seu ventre.Já não era a primeira vez que ouvi Ana falar ter nojo de mim. A primeira, pensei que ela estivesse falando no momento de raiva, no entanto, ela ressaltou o que sente por mim.Fui até a adega e enchi uma taça com vinho branco se
Ana Lis. Enquanto eu definhava no porão da casa da família Lobo, passando fome, frio e sede, meu marido esbanjava luxos num hotel em Boston com sua amante. Minha sogra fez questão de esfregar na minha cara as imagens do casal feliz, sentados à mesa recheada de iguarias que davam para alimentar uma família inteira. Não iria de forma alguma aceitar o acordo que madame Cíntia me propôs. Entretanto, era pegar ou continuar sendo maltratada por aqueles monstros por tempo indeterminado. A atitude que Adriel tomou depois de ter me castigado daquela maneira, foi apenas uma faísca para que eu aceitasse de vez, que meu lugar não era ao lado dele.Estava a caminho da mansão de Adriel, hoje faz dois dias que chegaram de viagem e também que fui libertada da casa de sua família. Meu corpo ainda estava se recuperando dos maus tratos, mas minha mente tão cedo não irá se recuperar.— Sr.ª Lis! Encontrei Magáh fazendo a limpeza na sala de visitas.— Como a senhora está? Veio em minha direção conten
— Adriel pode nos ver. O tom feminino é desconfortável pertencia à Cecília.— Ah, ele não vai sair daquela sala tão cedo, está em reunião com aquele babaca, Igor Timberg. Fiquei estarrecida, só precisei ouvir mais uma vez para ter certeza de quem era a voz masculina. Era Arthur! Coloquei a mão na boca para evitar qualquer suspiro.— Não pode ser outra hora? Ela tentava negociar, a voz tremulava com o nervosismo. — A noite? Cecília parecia não querer aquilo. Ela respirava profundamente, aparentava não estar nem um pouco à vontade.— Eu já cumpri com minha parte no acordo, agora quero que você me pague ou Adriel vai ficar sabendo o que fez! Tais palavras caíram de sua boca deixando-me completamente atordoada. O que diabos, Cecília fez de tão grave contra Adriel? No último retângulo, lá estava eu, com as pernas falhas e a respiração descompassada, tentando a todo custo não ser pega, como se a errada naquela situação fosse eu. Quanta ironia!— Então vamos, anda logo. Realize o dese