— E você aceitou ? — Cassiel definitivamente estava surpreso, e isso não era algo que Alaric conseguia com facilidade.
O Rowen esfregou os olhos ainda cansado pela manhã, apoiando o cotovelo na mesa de mármore dando pequenos goles no copo de café que já estava quase no final.
— E o que mais eu diria pra ela ? — Indagou olhando os carros que aguardavam no sinal do outro lado da rua — "Não mãe, você vai ficar sozinha porque eu sou egoista".
As tentativas de Alaric de ser irônico sempre se tornavam cômicas.
— Acha que ainda vai dar certo mesmo depois das quimioterapias… — Seu melhor amigo, senta
(...)O sol estava quente e Dafne atrasada. Seu telefone só dava desligado e ele não fazia o tipo de pessoa que insistia ligando o tempo inteiro, atraso não era do feitio dela. Teria levantado para bater em retirada, se a inconfundível cabeleira negra presa em um coque não tivesse surgido em meio a multidão na calçada do outro lado da rua.O sorriso inevitável da morena toda vez que o via estava ausente agora, Cassiel não julgava, ela havia acabado de perder o pai. Mas ainda sim, ele sabia que a confortava com sua companhia, afinal, eram amigos há tantos anos.&nbs
O caminho pra casa foi ainda mais rápido. Se despediu de Cassiel antes de passar pelo seu antigo trabalho, lugar cujo lhe dava asco somente de lembrar. Mesmo que fosse seu emprego, ela agradecia internamente por ter deixado aquele asco de lugar, ela não voltaria nem mesmo que Alex beijasse seus pequenos pés.Barriga de aluguel, mal havia se relacionado com homens em sua vida e já estava aceitando gerar um filho para alguém que ela sequer conhecia. O desespero de estar desempregada havia gritado em sua cabeça, antes tinha seu pai para lhe ajudar no que fosse preciso. Agora era só ela e Elain, mas infelizmente era impossível contar com a irmã até para trancar a casa ao sair. A idealização infantil d
2 semanas dias depois...Detestava agulha, isso sim era um fato. Desde criança, desde que se entendia por gente. Cassiel não havia sido claro quando se referiu a entrevista, havia esquecido que seria furada o dia inteiro para exames toxicológicos, hemogramas e muitas outras coisas. Chegou a cogitar que talvez seria filho de um alguém muito mais influente do que ela havia pensado, ou provavelmente um futuro pai muito preocupado com o tipo de mãe que iria gerar seu futuro filho.Concerteza a última alternativa.A entrevista foi a primeira etapa e Dafne não se lembrava de ter respondido coisas tão estranhas em toda sua vida. Seria c
Ainda que estivesse triste pelos últimos acontecimentos, precisava confessar que resquícios de felicidade começavam a brotar em si.Em sinal de alegria, Dafne soltou os longos cabelos que a deixavam mais jovial do que já era, o vestido preto cobria o corpo formoso, deixando-a com um aspecto mais formal. Assim deveria ser, conheceria o provavel único pai do filho que estava estava prestes a gerar e precisava ser formal, aquele não deixava de ser um trabalho mesmo que fosse algo novo. O dinheiro acordado durante a entrevista seria mais que o suficiente para reformar a casa e vendê-la. O bairro de Atlantic era um tanto perigoso ao redor de Osaka, as guerras de milícias locais eram constantes, o que tornava cada vez mais inviável viver por ali. E
De maneira alguma queria parecer uma aproveitadora, mas se Cassiel fosse tão amigo dele quanto ela achava, provavelmente deveria ter posto ele a parte de sua situação, ou melhor, de quase toda a situação. Já que ela havia mentido sobre ter algum outro parente durante a entrevista. Depois da partida de seu pai, aquela seria sua chance de se reerguer em um mundo que parecia ter fechado as portas para ela, mas agora, conseguia olhar pela fechadura e só ela tinha a chave para voltar a abrir os caminhos do sucesso em vida. Talvez um bom emprego, talvez um mestrado, alguns cursos, precisava de uma vida tranquila, já havia passado por problemas demais para alguém tão nova, em tão pouco tempo. Tudo estava quase perfeito.Quase.Poderia estar de forma completa, se Elain
Tinha vários motivos para acordar feliz, mas havia alguns que ainda a acorrentaram ao fragilizado sentimento de tristeza: Elain. Também tinha seu pai, mas ela sabia que mesmo doente, desejar a vida por ele, era egoísmo de sua parte.A morte às vezes vinha de escolhas, e como toda escolha, era acompanhada de algumas consequências.As vitaminas para preparar seu corpo para uma iminente gestação lhe davam um sono que antes jamais imaginou que poderia ter, agora ela até mesmo sonhava. Acordava disposta, mas o grande problema era acordar no horário certo.Despertou assustada quando seu cérebro entendeu que algo atrapalhava seu sono, o toque incessante do telefone a assustou o suficiente para o procurar ain
Retornou para o carro com o rabo entre as pernas. Sentou-se debruçado no volante, encarando o amigo que tinha uma expressão derrotada na face.Sabia que era errado, mas por uma pequena fração de segundos, pôde idealizar uma criança tão bonita quanto ela, tocando piano da mesma maneira que ela tocava.— Porque não me disse que ela era professora de piano ?Cassiel primeiro arregalou os olhos, logo depois os normalizando e riu alto.— Ela ainda dá aula? Puts, achei que tinha parado!Foi através do piano que começou sua amizade com a morena. Aula de Artes na faculdade, e ao entrar na sala de música para estudar, lá estava
— É impressão minha ou você tem se tornado mais ansioso que o normal ? — Amara perguntou curiosa.Talvez sim, talvez não. O sentimento estranho de afobação ainda era uma incógnita para Alaric. Poderia até afirmar que a provável causa seria por seguir Dafne até as aulas de piano, poder vê-la tocar tão magnificamente e vê-la rodeada de tantas crianças. O instigava automaticamente a criar imagens manipuladas em sua cabeça, trocando seus pequenos alunos por uma criança com suas próprias características físicas.Era apaixonado por piano e ver alguém tão apaixonado quanto ele, lhe dava certo conforto.— Impressão sua, mãe! — Sentad