Rodrigo PalartoEu quis e quero está mulher para mim, somente minha, a maneira que Ária sentou no banco do carro querendo correr de tudo e do mundo me dizia muito mais sobre mim do que ela.A sua liberdade me instigava, o seu poder de sair quando quisesse, de ser e fazer o que quisesse de sua vida a qualquer instante tornou-se motivo de inveja ao ponto que entrei no seu carro me trancando a ele.Mas ao seu ver de nada servia quere-lhe. - Saia daqui, quero ficar sozinha!- Falou alto me olhando , o seu rosto molhado, ao natural, a medida que confirmou não ter usado tanta maquiagem, a sua pele estava intacta, e ainda assim sublime por tanta simplicidade.- E se eu não quiser sair?- Pergunto-lhe após ter deixado a festa no auge, depois de ter ignorando aos maiores convidados da noite, depois de ter abandonado a jovem que convidei para ser minha acompanhante, sem remorsos ou culpa, apenas a segui mesmo contra a sua vontade, mas pela minha.- Rodrigo por favor...- Pediu mais baixo, me olhan
Ária DuarteA festa dos Lousados durou mais tempo, e pelo visto duraria mais, enquanto houvesse comidas e bebidas, as pessoas pareciam satisfeito com o buffet.- Onde você estava?- Já estava virando hábito mentir para Caroline, ou ao menos esconder até quando não saberia. - Com o Rodrigo. - Ela me olha diretamente nos olhos ao escutar.- Ária!- Reclama com a voz mais baixa e meiga, enquanto lamenta em seguida. - Ária, você viu o meu irmão?- Nego para Samy que sai a sua procura.- O que estavam fazendo?- Indaga a minha amiga assistindo a apresentação da planta no meio do salão, ficando a meu lado. - Eu estava indo embora, e acho que ele também.Carol não me olha novamente, segue a meu lado do mesmo jeito. - E o Samuel no que deu? Você sabe que ele é um homem descente, Ária uma noite com ele...- Não sei, do que adiantaria passar a noite com um pensando no outro? Eu sei que o Rodrigo pode está me usando como ele faz com todas...Vem a minha frente me encarando diretamente desta vez- Pode
Não era um sexo intenso, tampouco selvagem era com a pessoa que me incendia no momento, sobre Ária vendo os seus olhos tão escuros movi-me devagar, lhe vendo olhar-me de baixo, todo o seu charme, toda a sua delicadeza e mais coisas que me prendem, eu ainda não sabia do que se trata.Trocamos beijos e gemidos por instantes, enquanto nossos corpos simultaneamente se afagou ao seu, a chuva voltou a cair ao lado de fora, e mesmo se não houvesse, não quis e não iria sair do quarto.Quando acordei pela manhã ao senti o frio da cama desarrumado, olho em volta a sua procura. - Ária?- Lhe chamo ao não ouvir o som do chuveiro, levanto da cama mais apressado, apenas diminuindo os passos ao encontrar o seu vestido junto a minha roupa no chão.- Amor?- A chamei outra vez, indo em direção a sala, lhe vendo na cozinha, movendo algo atrás do balcão. - Bom dia!- Me olha com os cabelos na altura dos ombros soltos, a pele mais limpa que os outros dias, mas o brilho nos olhos tão intenso.- Bom dia, descu
Ária DuarteAinda era tarde quando saí do apartamento de Rodrigo, cheguei a chácara ao anoitecer sendo recebida por flash, pessoas rodeando o meu carro, abrir a garagem sem me importar se isso fosse machucar alguém, não queria e nem iria dar explicação da minha vida.Fechei o portão ainda dentro do carro, ignorando a possibilidade de alguém que me seguia ficar ou não, até compreenderia que isso é trabalho, mas eu não seria motivo para aumento salarial de ninguém.Sai do carro sendo fotografada por uns quatro ou cinco que ficaram. - Ária, Ária Duarte você esteve com o Rodrigo Parlato até agora? Você estão tendo um relacionamento sério?Olho em volta sem interesse de explicar, impaciente, eu sabia quão isso seria prejudicial para mim e para ele também. - Posso denuncia-los por invasão de privacidade, perseguição entre outros artigos que me assegurem a lei, se persistirem com isto.Disse aos presentes, mas foi em vão, desta vez não funcionou. Os dias seguintes foram piores, a minha vida
Rodrigo PalartoNão finalizei o projeto como previsto, não tinha como finalizar com a cabeça em outro lugar, eu queria ter notícias de Ária a todo custo, Danilo dizia-me coisas sem grande explicação, enquanto Caroline não me atendia.Deixei Elias na cidade, no sábado arrumo as minhas malas para retornar a Paraíso do Vale, era preciso vê-la, conversar e finalmente me entender com Ária, imaginando diversas recepções da sua parte, ela deve estar furiosa. Ri disso ao imaginar que sim, certamente furiosa o suficiente para não querer falar comigo, mas sei que ela também está tão envolvida quanto eu, percebo isso a cada centímetro de arrepio do seu corpo, os seus olhos, a forma que seu corpo se entrega para mim.Cheguei a cidade a noite, a minha intenção e vontade era ir ao seu encontro, mas mal coloco os pés no aeroporto, atendo a ligação perdida do meu avô. - Já chegou? Venha para casa, temos uma surpresa para você!- A sua voz não era como a no domingo.Teria ele compreendido que me apaixo
Ária Duarte - Quantos anos você tem?- Eu ainda não havia sentado no sofá cinza quando ela girou nos saltos perguntando. Ainda estava confusa, já havia algumas coisas confusas dentro de mim, e vê -la causava-me mais.- Vinte e três. - Respondo, tendo os seus olhos negros em mim, a sua respiração se intensificando a medida que nos olhamos.- Ária te chamamos aqui porque precisamos conversar com você, esse assunto tem sido adiado por anos, na verdade...- Tio Gregor falava, me deixando curiosa, confusa, a presença de Gilda me arrancava todo e qualquer porto seguro que havia.- Esse é o seu pai?- Perguntou mostrando uma foto de um homem de olhos azuis, cabelos loiros, pele lisa, afirmo a medida que o reconheço, era o meu pai mais novo, e quando afirmo os olhos dela procuram os meus. - Não acredito!Ela diz chorando, as lágrimas jorrando dos seus olhos, a sua pele vermelha, as expressões de sofrimento vindo para mim, foi neste momento que tive certeza, ela é minha mãe, a mãe que não conhec
Rodrigo PalartoNunca houve tanto desejo em chegar, tanta vontade em encontrar, o meu corpo em completa adrenalina a cada passo era um mártir a beira da tortura, um tormento sentido, eu poderia tanto ter feito isso em todas as vezes que estivermos juntos.Era preciso me afastar, ansiar os seus beijos, temer a sua rejeição para perceber o quanto a quero, o meu temor estava ali a minha espera, o rosto franzido, colocando uma mecha para trás da orelha, apoiada ao conversível rosa, fora de moda, de alguns anos atrás.O vestido marron justo ao corpo realçando sua magreza, eu tinha esperado tanto por ela, eu me envolvi com tantas mulheres em busca de prazer para esquecê-la, mas sempre a esperei, havia angústia pelo o que não vivi durante esses anos.Mas também uma alegria pulsante por mim sentir livre. - Não tinha rosas vermelhas?- Mal aproximei-me do meu carro quando veio em minha direção perguntando, deixo de olhar as tulipas tão brancas para olhar em seu rosto.- Não sei, na verdade aind
Ária DuarteApós falar com Rodrigo vendo Carol de pé a minha frente me olhando seriamente, eu não esperei que ela me dissesse nada, sabia que ela me julgaria, acharia ruim ter feito isto, mas já não importava.Lhe entrego o celular em seguida, até que segura a minha mão num gesto de carícia. - Você fez o certo amiga, tenha certeza que você fez o melhor, agora vamos ver a queda dessa idiota!- Até ri, mas parei ao notar que não, eu não queria que Liz perdesse, que Liz ficasse para trás.Era o seu primeiro ano competindo nesta categoria. - Tenho que falar com o tio Erick. - Avisei indo contra a arquibancada, fomos a procura dele que saindo do escritório veio em nossa direção. - Como você está?- Perguntou me olhando. - Confusa, não conseguir pensar direito ainda sobre tudo. Fui sincera mais que poderia ser. - Não se preocupe enquanto você estiver aqui, a protegeremos, Ária, você sabe que a considero como uma sobrinha, lhe vi crescer e em respeito a memória do seu pai cuidaremos de você.