Não era um sexo intenso, tampouco selvagem era com a pessoa que me incendia no momento, sobre Ária vendo os seus olhos tão escuros movi-me devagar, lhe vendo olhar-me de baixo, todo o seu charme, toda a sua delicadeza e mais coisas que me prendem, eu ainda não sabia do que se trata.Trocamos beijos e gemidos por instantes, enquanto nossos corpos simultaneamente se afagou ao seu, a chuva voltou a cair ao lado de fora, e mesmo se não houvesse, não quis e não iria sair do quarto.Quando acordei pela manhã ao senti o frio da cama desarrumado, olho em volta a sua procura. - Ária?- Lhe chamo ao não ouvir o som do chuveiro, levanto da cama mais apressado, apenas diminuindo os passos ao encontrar o seu vestido junto a minha roupa no chão.- Amor?- A chamei outra vez, indo em direção a sala, lhe vendo na cozinha, movendo algo atrás do balcão. - Bom dia!- Me olha com os cabelos na altura dos ombros soltos, a pele mais limpa que os outros dias, mas o brilho nos olhos tão intenso.- Bom dia, descu
Ária DuarteAinda era tarde quando saí do apartamento de Rodrigo, cheguei a chácara ao anoitecer sendo recebida por flash, pessoas rodeando o meu carro, abrir a garagem sem me importar se isso fosse machucar alguém, não queria e nem iria dar explicação da minha vida.Fechei o portão ainda dentro do carro, ignorando a possibilidade de alguém que me seguia ficar ou não, até compreenderia que isso é trabalho, mas eu não seria motivo para aumento salarial de ninguém.Sai do carro sendo fotografada por uns quatro ou cinco que ficaram. - Ária, Ária Duarte você esteve com o Rodrigo Parlato até agora? Você estão tendo um relacionamento sério?Olho em volta sem interesse de explicar, impaciente, eu sabia quão isso seria prejudicial para mim e para ele também. - Posso denuncia-los por invasão de privacidade, perseguição entre outros artigos que me assegurem a lei, se persistirem com isto.Disse aos presentes, mas foi em vão, desta vez não funcionou. Os dias seguintes foram piores, a minha vida
Rodrigo PalartoNão finalizei o projeto como previsto, não tinha como finalizar com a cabeça em outro lugar, eu queria ter notícias de Ária a todo custo, Danilo dizia-me coisas sem grande explicação, enquanto Caroline não me atendia.Deixei Elias na cidade, no sábado arrumo as minhas malas para retornar a Paraíso do Vale, era preciso vê-la, conversar e finalmente me entender com Ária, imaginando diversas recepções da sua parte, ela deve estar furiosa. Ri disso ao imaginar que sim, certamente furiosa o suficiente para não querer falar comigo, mas sei que ela também está tão envolvida quanto eu, percebo isso a cada centímetro de arrepio do seu corpo, os seus olhos, a forma que seu corpo se entrega para mim.Cheguei a cidade a noite, a minha intenção e vontade era ir ao seu encontro, mas mal coloco os pés no aeroporto, atendo a ligação perdida do meu avô. - Já chegou? Venha para casa, temos uma surpresa para você!- A sua voz não era como a no domingo.Teria ele compreendido que me apaixo
Ária Duarte - Quantos anos você tem?- Eu ainda não havia sentado no sofá cinza quando ela girou nos saltos perguntando. Ainda estava confusa, já havia algumas coisas confusas dentro de mim, e vê -la causava-me mais.- Vinte e três. - Respondo, tendo os seus olhos negros em mim, a sua respiração se intensificando a medida que nos olhamos.- Ária te chamamos aqui porque precisamos conversar com você, esse assunto tem sido adiado por anos, na verdade...- Tio Gregor falava, me deixando curiosa, confusa, a presença de Gilda me arrancava todo e qualquer porto seguro que havia.- Esse é o seu pai?- Perguntou mostrando uma foto de um homem de olhos azuis, cabelos loiros, pele lisa, afirmo a medida que o reconheço, era o meu pai mais novo, e quando afirmo os olhos dela procuram os meus. - Não acredito!Ela diz chorando, as lágrimas jorrando dos seus olhos, a sua pele vermelha, as expressões de sofrimento vindo para mim, foi neste momento que tive certeza, ela é minha mãe, a mãe que não conhec
Rodrigo PalartoNunca houve tanto desejo em chegar, tanta vontade em encontrar, o meu corpo em completa adrenalina a cada passo era um mártir a beira da tortura, um tormento sentido, eu poderia tanto ter feito isso em todas as vezes que estivermos juntos.Era preciso me afastar, ansiar os seus beijos, temer a sua rejeição para perceber o quanto a quero, o meu temor estava ali a minha espera, o rosto franzido, colocando uma mecha para trás da orelha, apoiada ao conversível rosa, fora de moda, de alguns anos atrás.O vestido marron justo ao corpo realçando sua magreza, eu tinha esperado tanto por ela, eu me envolvi com tantas mulheres em busca de prazer para esquecê-la, mas sempre a esperei, havia angústia pelo o que não vivi durante esses anos.Mas também uma alegria pulsante por mim sentir livre. - Não tinha rosas vermelhas?- Mal aproximei-me do meu carro quando veio em minha direção perguntando, deixo de olhar as tulipas tão brancas para olhar em seu rosto.- Não sei, na verdade aind
Ária DuarteApós falar com Rodrigo vendo Carol de pé a minha frente me olhando seriamente, eu não esperei que ela me dissesse nada, sabia que ela me julgaria, acharia ruim ter feito isto, mas já não importava.Lhe entrego o celular em seguida, até que segura a minha mão num gesto de carícia. - Você fez o certo amiga, tenha certeza que você fez o melhor, agora vamos ver a queda dessa idiota!- Até ri, mas parei ao notar que não, eu não queria que Liz perdesse, que Liz ficasse para trás.Era o seu primeiro ano competindo nesta categoria. - Tenho que falar com o tio Erick. - Avisei indo contra a arquibancada, fomos a procura dele que saindo do escritório veio em nossa direção. - Como você está?- Perguntou me olhando. - Confusa, não conseguir pensar direito ainda sobre tudo. Fui sincera mais que poderia ser. - Não se preocupe enquanto você estiver aqui, a protegeremos, Ária, você sabe que a considero como uma sobrinha, lhe vi crescer e em respeito a memória do seu pai cuidaremos de você.
Rodrigo PalartoEu havia sofrido, lamentado, na primeira rodada Ária ido tão bem, mas nos obstáculos não houve muitas felicidades, digamos assim, era simplesmente incrível a sua conexão com o cavalo, era simplesmente incrível a sua maneira de conduzi-lo, a verdade é que todos pareciam saber, o seu cavalo já não estava adequado para competir.Eu não entendia de cavalos, mas achava que entendia sobre ela, a sua maneira de se conectar a aquele animal, os primeiros obstáculos até foram, os segundos, os terceiros, mas quando vi os últimos eu tinha certeza que seria impossível.Todas elas pediam pontos a cada corrida, eu já tinha perdido cem mil, e isso era o mínimo, vê-la consolar o seu animal de estimação era amoroso, meigo, foi com aplausos que ela deixava a arena o levando consigo.Nem mesmo havia tempo, após ter pulado o último desafio, sem perder pontos todos comemorar, outros reclamar, era certo alguns perdiam dinheiro, sai apressado para o carro eu queria ela, não um troféu, peguei
Ária DuarteNão havíamos conversado sobre política, opinião pública, tampouco sobre o futuro, olhando nos olhos do homem de joelhos a minha frente ele poderia ser um completo desconhecido, e até então sim, o mais desconhecido, entre os desconhecidos, os seus gostos adversos aos meus, seu estilo de vida.Mas eu o quero, ouvir, não foi bem um ouvir, li as palavras em seus lábios a medida que pronuncia a pergunta, zombei de mim mesma por estar sonhando, e mais uma vez comparando ao meu antigo relacionamento, eu tive absoluta certeza que sim.Se iria dar certo, não sabia, mas ao acordar pouco a pouco sentindo lábios ressecados nos meus abri os olhos a procura dos olhos azuis de Rodrigo, queria vê-los, para ter certeza de que não era um sonho.- Yan?- Recuei sobre a maca de vez, o cheiro de etanol no lugar, enquanto Yan segurando-me pelos braços não parecia entender. - Me solta!- Pedi, não era ele quem eu queria, no máximo desejava uma relação saudável, nada mais com o homem que me olhou m