Não havia passagem de tempo mais lenta e sórdida para mim, quando Lucas viaja a trabalho, ser empresário não é algo fácil, olhando para o relogio pela milésima vez, reclamo chateada com o tempo por não passar, respiro fundo olhando em volta enquanto aguarda ser chamada para a minha consulta com a psicologa. — Olá tudo bem? — Mais uma vez olhando para a porta de branca, sorrio fraco, tentando mantér a calma. — Sim. — O homem de calça jeans, suéter cinza e azul sorri de pé, agora também olhando para a porta, o avalio ainda sentada somente para ocupar o tempo. — Também está esperando? Pergunto, ao lhe ver apreensivo a porta, e como quem havia esquecido da minha presença, me olha diretamente e assenti. — Sim, marcamos para agora. — Ele diz me fazendo franzi o cenho. — Impossível, ela é minha psicologa, e o próximo horário é o meu. — Não se preocupe, deve ter sido um mal entendido... — A porta é aberta por Helena que ainda a se despedi do paciente, nos olha. — Até a proxima. — Ela diz, o
Eu não deveria me esforçar para lembrar, a minha cabeça parece entrar em confronto comigo mesma todas as vezes que tento, mas somente numa semana quatro encontros ou mais com aquele estranho me deixaram sem saída. — Mãe, antes do acidente eu conhecia algum homem alto, loiro cabelos meio grisalhos, chamado...— Minha mãe a frente do computador, levanta-se abruptamente da cadeira. — O que ele disse? Onde você o viu? Lembrou dele? — A sua reação inesperada quase em cima de mim, deixa-me ainda mais surpresa, seus olhos negros tão escuro sobre mim como quem queria arrancar a informação de repente, me faz ri. — Mãe! Calma, é só uma pergunta, eu conheço algum senhor Rodrigo? Ele é um homem de cabelos meio grisalhos...— Onde você o viu? — A sua voz ressoou mais grave, me fazendo engoli parte do que teria dizer em seco. — Me fale, Patrícia, onde o viu? — Segurando os meus braços, já não parecia ser algo a rir, seus olhos me denunciaram preocupação. — Mãe para, você está me machucando. Tento
— Como assim você não conseguiu? — Grito com o diretor do hospital ao saber que ele não conseguiu tirar informações de Gilda, mas o infeliz sentado a sua cadeira, insatisfeito com o seu trabalho apenas negou. — Ela é muito esperta, é uma mulher inteligente, ela sequer despediu-se, talvez tenha insistido demais no assunto, aconselho que você a mantenha sob controle neste momento ela pode estar fugindo com a sua mulher.Eu não havia falhado nisto, a partir do momento que decidir ficar já não havia motivos para falhas. — Não se preocupe com isto, deveria ter se preocupado com o seu trabalho. — Digo ao diretor que demonstra frustação. — Não vou ser denunciado, vou? Sorrio amargamente, ele não me ajudou em nada, mas ajudou os meus inimigos a tirar a minha esposa e mãe de minha filha de nós por tanto tempo, como acha que poderá nos compensar? — Você acha que não? O que espera doutor? Acredita mesmo que eu irei ignorar o seu feito? Ocultação, falsificação de documentos, cumplice da Gilda, o
Acordo em uma sala fria, cheia de aparelho a apitar sobre a minha cabeça, olho em volta sentindo forte dor de cabeça, um peso enorme, até que na minha busca em volta de onde estou, sabendo que estou no hospital, vejo um homem de pé, seus cabelos loiros e meio grisalhos, me fazem lembrar. — O que estou fazendo aqui? — Pergunto para ele. As lembranças são dele discutindo com a minha mãe, e em seguida a policia chegando tentando me tirar dela. — Você passou mal. — Me diz a uma certa distância, seus olhos azuis bem frios em mim.— Onde está a minha mãe. — No mesmo lugar para meu alívio se mantém. — Presa, você está aqui a dois dias, e nesse momento eu não sei se falo tudo para você ou espero mais alguns dias. Ergo os dedos a minha frente, incrédula. — Dois...dias? — Aquele individuo tão sério apenas afirma. — O que você disse lá no aeroporto não pode ser verdade. — Digo, lhe vendo de longe virar-se e me dá as costas, é certo que não poderia ser verdade. — Mande soltar a minha mãe, você
A mulher em meus braços possuia outro cheiro, outro peso, outra cor, o formato dos seus lábios se perderam, havendo uma cicatriz entre eles, cicatrizes foram o que mais tinha por algumas partes do corpo por onde vi enquanto os medicos lhe cuidaram. Mas isso não era tudo, o que mais mexeu comigo foram as palavras do seu ex, em minha mente o tempo inteiro, relatando como lhe dera prazer, como a usou de várias formas, em alguns dias acompanhando Ária no hospital, num misto de raiva e desprazer, algumas visitas a ele, acompanhando o caso de Gilda, que ganhou fama por todos os lugares. A minha vida tornou-se resoluta, afinal o louco mostrava ter razão, ela não estava morta, apenas desmemoriada, Ária havia sofrido um tipo de amense, um apagamento da memória porém não sabendo se foi provocado ou natural, se fosse caso do último, era muito azar do destino algo do tipo acontecer, nesse meio período pude agilizar algumas reuniões. Com a repercurssão da mídia, Caroline e Sophie vieram, as açõ
Em um momento eramos nós três, o tempo inteiro sob os cuidados da minha mãe e Lucas, quando não era um era o outro, e de repente tudo isso é uma mentira, as lágrimas me fizeram desabar várias vezes. Rodrigo foi embora, e no dia seguinte Caroline veio, falou-me como ele sofreu na minha ausência, e muitas vezes pausava, eu senti em seus olhos como ela me escondia algo, ou alguém que o fizera parar várias vezes em minha busca. — Quem o segurou? — pergunto lhe vendo lamentar sentada na beirada da minha cama, mas a mulher que diz ser a minha amiga, não diz. — Quem? Quem, ninguém, eu.As mentiras se uniam, não passando despercebidas por mim até que um momento eu perdi o interesse em saber sobre a minha vida, como eu pude mudar de cidade, viver com um homem que abandonou tudo, deixar de gostar de viajar e simplesmente mudar da água para um vinho por ele, somente por ele, aquele homem parecia ser um velho, desleixado. Dias se passaram, e nada dele, na televisão assistir sobre a prisão da mi
Gilda não ficou presa mesmo tendo confessado que seu intuito era recomeçar com Patrícia, sem esconder o quanto ama a filha, apesar disso não parecer amor, aos meus olhos, de nenhuma maneira pude intervir na sua liberdade, não era uma conta para mim, estando com Ária em coma, Sophie tendo crises de asma. Após entregar Yan para a polícia, também não fui um caso de muito sucesso, afirmando ser usado por Gilda, conseguiu liberdade facilmente, infelizmente a sua vítima seria incapaz de dizer algo a respeito do relacionamento deles, Ária ficou mais três meses em coma, ele simplesmente desapareceu, a justiça determinou que mantivesse distância do hospital. Mantêr a existência de Sophie em sigilo, um trabalho arduo, não vi saída a não ser transferi a sua mãe para Paraíso do Vale, aqui é possível controlar a situação de tudo, todos fazem o que ordeno, trazendo a equipe de médicos para a cidade, oferecendo o que fosse necessário para o seu bem e recuperação, certeza que ela acordaria, não havi
Seis meses se passaram desde que eu acordei naquele dia traumatizante, um homem morto no chão, momentos depois de tentar me abusar, vozes o tempo inteiro na minha cabeça, pessoas que param de falar quando chego, uma cidade diferente, mas com um clima fresco, embora morasse num hospital, onde as pessoas perguntam quem é você, parecendo saber quem é, e em seguida abrindo a boca quando você diz. Não havia amigos, exceto por aqueles que já diziam ser, Caroline, Erick, Gregory, Danilo, e o Rodrigo Parlato, um homem bastante cobiçado pelas mulheres que não pareciam ter intenção de esconder, após seis longos meses internada, era uma manhã fresca, após um passeio no jardim sentada na cadeira de rodas, fui recebida por uma noticia que até poderia ser boa.Mas lembrando da reação da menina que diziam ser um amor e minha filha, era a pior de todas. — Você poderá ir para casa. — Não era uma boa notícia, e diferente das outras pacientes que fizeram festa, sentei-me na cama, me perguntando que cas