Acordo em uma sala fria, cheia de aparelho a apitar sobre a minha cabeça, olho em volta sentindo forte dor de cabeça, um peso enorme, até que na minha busca em volta de onde estou, sabendo que estou no hospital, vejo um homem de pé, seus cabelos loiros e meio grisalhos, me fazem lembrar. — O que estou fazendo aqui? — Pergunto para ele. As lembranças são dele discutindo com a minha mãe, e em seguida a policia chegando tentando me tirar dela. — Você passou mal. — Me diz a uma certa distância, seus olhos azuis bem frios em mim.— Onde está a minha mãe. — No mesmo lugar para meu alívio se mantém. — Presa, você está aqui a dois dias, e nesse momento eu não sei se falo tudo para você ou espero mais alguns dias. Ergo os dedos a minha frente, incrédula. — Dois...dias? — Aquele individuo tão sério apenas afirma. — O que você disse lá no aeroporto não pode ser verdade. — Digo, lhe vendo de longe virar-se e me dá as costas, é certo que não poderia ser verdade. — Mande soltar a minha mãe, você
A mulher em meus braços possuia outro cheiro, outro peso, outra cor, o formato dos seus lábios se perderam, havendo uma cicatriz entre eles, cicatrizes foram o que mais tinha por algumas partes do corpo por onde vi enquanto os medicos lhe cuidaram. Mas isso não era tudo, o que mais mexeu comigo foram as palavras do seu ex, em minha mente o tempo inteiro, relatando como lhe dera prazer, como a usou de várias formas, em alguns dias acompanhando Ária no hospital, num misto de raiva e desprazer, algumas visitas a ele, acompanhando o caso de Gilda, que ganhou fama por todos os lugares. A minha vida tornou-se resoluta, afinal o louco mostrava ter razão, ela não estava morta, apenas desmemoriada, Ária havia sofrido um tipo de amense, um apagamento da memória porém não sabendo se foi provocado ou natural, se fosse caso do último, era muito azar do destino algo do tipo acontecer, nesse meio período pude agilizar algumas reuniões. Com a repercurssão da mídia, Caroline e Sophie vieram, as açõ
Em um momento eramos nós três, o tempo inteiro sob os cuidados da minha mãe e Lucas, quando não era um era o outro, e de repente tudo isso é uma mentira, as lágrimas me fizeram desabar várias vezes. Rodrigo foi embora, e no dia seguinte Caroline veio, falou-me como ele sofreu na minha ausência, e muitas vezes pausava, eu senti em seus olhos como ela me escondia algo, ou alguém que o fizera parar várias vezes em minha busca. — Quem o segurou? — pergunto lhe vendo lamentar sentada na beirada da minha cama, mas a mulher que diz ser a minha amiga, não diz. — Quem? Quem, ninguém, eu.As mentiras se uniam, não passando despercebidas por mim até que um momento eu perdi o interesse em saber sobre a minha vida, como eu pude mudar de cidade, viver com um homem que abandonou tudo, deixar de gostar de viajar e simplesmente mudar da água para um vinho por ele, somente por ele, aquele homem parecia ser um velho, desleixado. Dias se passaram, e nada dele, na televisão assistir sobre a prisão da mi
Gilda não ficou presa mesmo tendo confessado que seu intuito era recomeçar com Patrícia, sem esconder o quanto ama a filha, apesar disso não parecer amor, aos meus olhos, de nenhuma maneira pude intervir na sua liberdade, não era uma conta para mim, estando com Ária em coma, Sophie tendo crises de asma. Após entregar Yan para a polícia, também não fui um caso de muito sucesso, afirmando ser usado por Gilda, conseguiu liberdade facilmente, infelizmente a sua vítima seria incapaz de dizer algo a respeito do relacionamento deles, Ária ficou mais três meses em coma, ele simplesmente desapareceu, a justiça determinou que mantivesse distância do hospital. Mantêr a existência de Sophie em sigilo, um trabalho arduo, não vi saída a não ser transferi a sua mãe para Paraíso do Vale, aqui é possível controlar a situação de tudo, todos fazem o que ordeno, trazendo a equipe de médicos para a cidade, oferecendo o que fosse necessário para o seu bem e recuperação, certeza que ela acordaria, não havi
Seis meses se passaram desde que eu acordei naquele dia traumatizante, um homem morto no chão, momentos depois de tentar me abusar, vozes o tempo inteiro na minha cabeça, pessoas que param de falar quando chego, uma cidade diferente, mas com um clima fresco, embora morasse num hospital, onde as pessoas perguntam quem é você, parecendo saber quem é, e em seguida abrindo a boca quando você diz. Não havia amigos, exceto por aqueles que já diziam ser, Caroline, Erick, Gregory, Danilo, e o Rodrigo Parlato, um homem bastante cobiçado pelas mulheres que não pareciam ter intenção de esconder, após seis longos meses internada, era uma manhã fresca, após um passeio no jardim sentada na cadeira de rodas, fui recebida por uma noticia que até poderia ser boa.Mas lembrando da reação da menina que diziam ser um amor e minha filha, era a pior de todas. — Você poderá ir para casa. — Não era uma boa notícia, e diferente das outras pacientes que fizeram festa, sentei-me na cama, me perguntando que cas
Percebi que Aria não estava satisfeita em nossa casa, muito havia-se mudado, e ela tambem, eu sequer saberia qual é o seu atual gosto, mas vê-la frustada sentada na cadeira no primeiro era brochante, eu fiz de tudo, me esforçei ao máximo. — O que houve? Porque não me diz o que está acontecendo? Não gosta da casa ou de algué...— Pergunto-lhe fazendo-a me olhar. — Você tem alguém? — A pergunta me fez calar-me e ri em resposta. — A Paula não é? — Ergo as sobrancelhas ao ouvir o nome da babá da nossa filha. — E todos eles que você viu aqui em casa, para mantér a segurança da casa, a limpezas, a necessidades básicas e ademais é necessário mantér uma equipe...— Não estou falando disso, Rodrigo, seja sincero, me trazer pra cá, pode atrapalhar a sua vida? — Respiro fundo, agacho-me a sua frente, tentando entender o que passa em sua cabeça, que tipos de pensamentos são estes. — Estou atrapalhando não é, pode ser sincero, a sua vida seguiu não é? Sorrio ao ouvir a coisa mais absurda que di
Olhando para a mulher cabelos curtos, estatura mediana, olhos tão escuros como seus olhos, estando na luxuosa sala a minha frente, a raiva, a angustia me consumia, havia tantas perguntas querendo tantas respostas. Afinal porque ela havia feito aquilo comigo, conosco, como uma mãe poderia fazer isto a sua própria filha? — Filha, que filha? — Indaga incrédula, olhando em volta, estranhando a sua atitude em procurar, desconfio do seu cinismo. — Não se faça de desentedida, mamãe! — Mas a sua inquietação persiste. —Não há filho algum minha querida!— Me diz buscando acariciar o meu rosto, o que me afasto, olho para Rodrigo que de pé tão seguro de si, parece não ter nada a dizer ou mostrar a ela, porque? — Não seja rude, Patrícia, eu sou... eu sou, filha ele fez uma lavagem cérebral em você, ham? Esqueceu-se dos bons momentos em que passamos juntos? — Ela não sabe da existência da Sophie, Ária, você sempre foi muito cautelosa com a nossa filha, a príncipio, eu achava exagero, mas após o
Eu queria ficar, mas sabia que a conversa jamais iria adiante, com o ódio que estou sentindo de Gilda, era melhor sair, levando comigo Sophie, já havia causado traumas em Ária ao matar o seu ex naquele quarto de hospital, por um excesso de descontrole naquela tarde, sai de mim, fazendo o pior. Hoje pude me controlar, indo para o escritório conversar com Danilo buscando me acalmar, Sophie brincando com os meus papéis, enquanto o meu amigo me questiona como posso deixar alguém que nos fez tanto mal está assim. — Chame o médico! — Ordeno as enfermeiras levando Ária para o seu quarto, o risco havia sido alto, mas a conversa tinha que acontecer em algum momento, não era uma escolha minha, mas sim dela, a sua vida que foi roubada por uma canalhice da sua mãe, a mesma que sequer esperou, apenas saiu andando até a saída, sem ao menos esperar. Coloco Ária na cama, vendo o desespero da sua enfermeira. — Chama, chama e ninguém atende, senhor. — Me diz afoita. — Insista, tente outro contato. —