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Seis meses se passaram desde que eu acordei naquele dia traumatizante, um homem morto no chão, momentos depois de tentar me abusar, vozes o tempo inteiro na minha cabeça, pessoas que param de falar quando chego, uma cidade diferente, mas com um clima fresco, embora morasse num hospital, onde as pessoas perguntam quem é você, parecendo saber quem é, e em seguida abrindo a boca quando você diz. Não havia amigos, exceto por aqueles que já diziam ser, Caroline, Erick, Gregory, Danilo, e o Rodrigo Parlato, um homem bastante cobiçado pelas mulheres que não pareciam ter intenção de esconder, após seis longos meses internada, era uma manhã fresca, após um passeio no jardim sentada na cadeira de rodas, fui recebida por uma noticia que até poderia ser boa.Mas lembrando da reação da menina que diziam ser um amor e minha filha, era a pior de todas. — Você poderá ir para casa. — Não era uma boa notícia, e diferente das outras pacientes que fizeram festa, sentei-me na cama, me perguntando que cas
Percebi que Aria não estava satisfeita em nossa casa, muito havia-se mudado, e ela tambem, eu sequer saberia qual é o seu atual gosto, mas vê-la frustada sentada na cadeira no primeiro era brochante, eu fiz de tudo, me esforçei ao máximo. — O que houve? Porque não me diz o que está acontecendo? Não gosta da casa ou de algué...— Pergunto-lhe fazendo-a me olhar. — Você tem alguém? — A pergunta me fez calar-me e ri em resposta. — A Paula não é? — Ergo as sobrancelhas ao ouvir o nome da babá da nossa filha. — E todos eles que você viu aqui em casa, para mantér a segurança da casa, a limpezas, a necessidades básicas e ademais é necessário mantér uma equipe...— Não estou falando disso, Rodrigo, seja sincero, me trazer pra cá, pode atrapalhar a sua vida? — Respiro fundo, agacho-me a sua frente, tentando entender o que passa em sua cabeça, que tipos de pensamentos são estes. — Estou atrapalhando não é, pode ser sincero, a sua vida seguiu não é? Sorrio ao ouvir a coisa mais absurda que di
Olhando para a mulher cabelos curtos, estatura mediana, olhos tão escuros como seus olhos, estando na luxuosa sala a minha frente, a raiva, a angustia me consumia, havia tantas perguntas querendo tantas respostas. Afinal porque ela havia feito aquilo comigo, conosco, como uma mãe poderia fazer isto a sua própria filha? — Filha, que filha? — Indaga incrédula, olhando em volta, estranhando a sua atitude em procurar, desconfio do seu cinismo. — Não se faça de desentedida, mamãe! — Mas a sua inquietação persiste. —Não há filho algum minha querida!— Me diz buscando acariciar o meu rosto, o que me afasto, olho para Rodrigo que de pé tão seguro de si, parece não ter nada a dizer ou mostrar a ela, porque? — Não seja rude, Patrícia, eu sou... eu sou, filha ele fez uma lavagem cérebral em você, ham? Esqueceu-se dos bons momentos em que passamos juntos? — Ela não sabe da existência da Sophie, Ária, você sempre foi muito cautelosa com a nossa filha, a príncipio, eu achava exagero, mas após o
Eu queria ficar, mas sabia que a conversa jamais iria adiante, com o ódio que estou sentindo de Gilda, era melhor sair, levando comigo Sophie, já havia causado traumas em Ária ao matar o seu ex naquele quarto de hospital, por um excesso de descontrole naquela tarde, sai de mim, fazendo o pior. Hoje pude me controlar, indo para o escritório conversar com Danilo buscando me acalmar, Sophie brincando com os meus papéis, enquanto o meu amigo me questiona como posso deixar alguém que nos fez tanto mal está assim. — Chame o médico! — Ordeno as enfermeiras levando Ária para o seu quarto, o risco havia sido alto, mas a conversa tinha que acontecer em algum momento, não era uma escolha minha, mas sim dela, a sua vida que foi roubada por uma canalhice da sua mãe, a mesma que sequer esperou, apenas saiu andando até a saída, sem ao menos esperar. Coloco Ária na cama, vendo o desespero da sua enfermeira. — Chama, chama e ninguém atende, senhor. — Me diz afoita. — Insista, tente outro contato. —
Após sermos flagrados num momento intimo, eu fiquei com vergonha, sabia que logo o assunto seria passado de funcionário a funcionário, e pelo visto Rodrigo não se importava tanto, já que após a saída de Dalia do quarto, apenas levantou-se somente de camisa, nu.— Você está bem? — Pergunta, sentando na cama, a meu lado, lhe olho e afirmo, na verdade os meus batimentos mais que acelerados, mas mal sequer consigo mantér os meus olhos aos seus, e no meu menor sinal de virar o rosto por vergonha, ele pega o meu queixo. — Você sentiu algum incomodo? — Os olhos azuis nos meus, me fez me perguntar quando eu me apaixonei por ele, isso parece ser tão especial, afirmo entre pensamentos. — Sentiu? Te machuquei? — Pergunta intrigado, quando voltando a realidade nego. — Não, estou bem, só é uma novidade pra mim. Mas Rodrigo, apenas ergue as sobrancelhas. — Pra você pode ser, mas esse corpo aí parece ser mais experiente do que pensa. — Aperta meu nariz me fazendo balançar a cabeça para negar. — O
A nossa vida de casados, foi retomando aos poucos, me senti satisfeito em voltar a dormir com a minha esposa, sempre chegar e lhe encontrar pela casa, mesmo que na cadeira de rodas, sempre ocupada com algo, acompanhando lições da nossa filha, mudando algo de lugar com ajuda dos funcionários, e até mesmo no jardim. Ou simplesmente recebendo visitas, Ária me mostrava o impossível, eu me vi outra vez me apaixonado por outra versão dela, doutora Asley em sua ultima visita, me deu boas noticias, o tumor em seu cérebro está estável, com ausência de movimentação ou crescimento, talvez fosse até insano pensar o que poderia ser efeito disto. Algumas vezes me vi pesquisando vitaminas, pílulas para aguentar o seu ritmo, as diferenças de idades pareciam ser gritante entre nós. Depois da visita de Gilda, jurei ser o necessário para ela sossegar, ver a sua filha bem tratada, cuidada e todo o estrago que nós causou, acreditava que isso seria suficiente para afasta-la para sempre. Caroline outra v
Havia dias, semanas que a minha mãe não dava notícias, eu pouco sabia dela, da sua vida, mas senti a sua falta, queria saber como está, ouvir a sua voz, apesar de saber quão fria pode ser, amarga e muito rancorosa, maravilhas foram acontencendo em minha vida, o tumor simplesmente ficou estável, talvez pela vida tranquila na chacara, a convîvência com pessoas que parecem me amar. Casei-me com Rodrigo, sentindo a cada dia o quanto sou amada, desejada, mas apesar de tudo, eu pensei e planejar mudar, procurar um profissional para me ajudar a remover as cicatrizes em meu rosto, Rodrigo não parecia incomodado, mas me incomoda muito não está a sua altura. Porém tudo se tornou distante, quando acordei na manhã de terça-feira, vendo a enfermeira retirando o computador do meu quarto, e um grupo de técnicos colocando senha em todos da casa. — O que está acontecendo? — Pergunto a Cilene que se limita a dizer. — O senhor Rodrigo pediu, parece que computador não está lhe fazendo bem. — E o celul
A primeira sessão da ação judicial, foi como um desvelar de surpresas para todos os presentes. A chegada de Ária para começar, o nosso casamento, eu tinha certeza que não estariam preparados, Caroline havia me dito que ao entregar a papelada naquele momento seria ótimo para que os acusadores não tivessem tempo de desenrolar uma boa apresentação. Mas o juiz simplesmente encerrou minutos após o inicio, alegando que investigaria e estudaria os papéis. Ária sentindo-se nervosa, e eu também, porém buscando mantém tudo calmo, os reporteres e fotografos em cima dela, quando não vi solução, a não ser pega-la da cadeira na porta do tribunal de justiça, carrega-la se tornou a única opção, vendo que não respeitava os seguranças. — Senhor Rodrigo, o senhor a mantém presa em sua mansão a quanto tempo?— Senhor Rodrigo quais problemas mentais ela tem? Vejo que ela não anda...— Eu sabia que essa exposição a faria mal, apoiada com a cabeça em meu peito cercada por seguranças e abutres, mal chegamos