Os meus olhos cairam ao ver o ultrassom em tela, eu me recusei a fazer o exame de sangue, ao explicar um suposto trauma, há um ser dentro de mim, e pelo movimento de encher e esvaziar não era preciso o médico explicar que era um coração a bombear sangue, a fazer uma vida, a sala ficou em completo silêncio embora o doutor Simon explicasse muitas coisas.Eu me vi vagar pelo silêncio, e uma serie de questionamentos e duvidas desencadeadas, era eu e ele, eu e aquele ser a gerar dentro de mim, oito semanas, pela minha reação, foi como um tiro quando a doutora mencionou aborto, caso não fosse um filho desejado, mastigando a saliva, sentir o incomodo se formar em minha garganta. Talvez tenha algum problema devido aos medicamentos que venho tomado, isso me abalou ainda mais, sai do consultório perdida, ao chegar dentro do veículo as lágrimas desabaram-me, um filho? Eu nunca quis ter um filho, a minha vida acontecia desde sempre, mas um filho requeria planos.Eu sequer estava conseguindo pens
Por ela, eu enfrentaria as adversidades da pobreza, sem angustia, o seu calor no meu corpo, preenche como se fosse o homem mais rico do mundo, ainda havia o peso na consciência por ter vivido o luxo por anos, que meu avô me proporcionou, mas um luxo inoncente, eu não sabia o que ele foi capaz de fazer para ter tudo o que tem, eu jamais faria.Após Aria abrir mão da guerra fria, me permitindo aconchega-la em meu pai, sentir paz, ela é tudo que eu preciso, sorri fraco alisando o seu ante braço até pegar no sono. Não era o sexo, nem a beleza, tudo isso são meros detalhes. Acordo pela manhã com a cama vazia, me sento nela rindo da situação. A procuro pelo quarto, sabendo que não está, os sinais nos detalhes, a toalha molhada na cadeira, o roupão pendurado, ela saiu e certamente que cedo, algo havia acontecido para lhe deixar confusa, me arrumo notando que meu aparelho descarregou, saio deixando no carregador. Chego ao estacionamento notando que ela saiu de carro, outra vez usa o carro c
Tive absoluta certeza que era tudo medo, estive fazendo uma tempestade num copo da água. Me senti uma tola ao acordar mais um dia, sentindo a mão de Rodrigo em minha barriga por dentro da camisola, seu pai poderia ser um idiota pevertido e a sua mãe uma interesseira, mas tiveram um excelente homem como filho. Retiro a sua mão da minha barriga devagar. - Para onde...- Banheiro, preciso esvaziar a minha bexiga, tomar a vitamina, posso?- Rodrigo deitado me olha na cama, seus olhos azuis me enfeitiçam, tomara que o meu filho nasça com eles. - Vá, para que ele não fique apertado ai dentro. - Reviro os olhos ao escuta, levanto indo ao banheiro, sexto dia após descobrir a minha gravidez, as coisas não foram tão faceis, como pensei que seria, o nosso retorno a Paraíso parece impossível, grávida é mais perigoso retornar, me torno um alvo fácil, decidir ficar por aqui.Não conseguir falar para Caroline e sei que a sua reação não será das melhores. Faço higiene, tomo banho, vendo Rodrigo me o
Evidente que Fernando não havia me perdoado, meu avô impugnou a venda das suas ações e a está altura ao menos uma parte do dinheiro havia sido gasto, os Irlandeses querem o dinheiro ou a empresa. Seus olhos em Ária me incomodaram, o que ele pretendia? A situação desagradável se agrava, numa simples ida e volta a mesa, diante do silêncio absoluto de Fernando e Erica a olhando, não sei se admirando, evidente que não apesar de linda, a minha ex não estaria embasbacada com a sua beleza. - Sua água, querida. - Coloco a taça com água a sua frente, vendo Ária encarar o objeto em seguida. - Obrigado. - Tudo bem Fernando?- Meu ex sogro parecia meio perplexo, a desviar os olhos dela para mim. - A sua namorada questionou quanto tempo pretendemos ficar no hotel, vocês compraram?- Ária bebe sua água muito tranquila como se não houvesse feito a pergunta. - Estamos incomodamos vocês?- Érica me olha sentada na cadeira de madeira, meio chateada. - Não, talvez você só queira saber sobre eles não
Seis meses se passaram, chegando o natal, não foi fácil transferir a minha vida para cá. Sinto falta de Sansão, do pessoal do haras, e até mesmo das paredes da minha chacara, mas não é uma falta de voltar, de repente a minha casa se tornou aqui, os meus planos mudaram dia após dia. A medida que a minha barriga cresce, as novidades vão acontecendo pouco a pouco, principalmente ao descobrir que terei uma menina, e não um menino como eu queria, mas há tanto amor, que não houve incomodo algum. Nunca houve uma retaliação, da parte do avô de Rodrigo, tampouco dos Antares, a única a incomodar uma vez ou outra é a minha mãe, que liga, e diz que quer me ver. Sofia ainda é segredo, como diz Rodrigo, o nosso segredo perfeito. A verdade é que não sei até quando guardar, os dias vão passando, as minhas roupas vão mudando conforme me sinto melhor, o perfil dona de casa vai se instalando, me olho no espelho, tendo certeza que seria o tipo de mulher perfeita que Yan desejaria, recatada, do lar, e em
Eu nunca tive duvidas dos meus sentimentos por Ária, ama-la é como uma parte de mim, um orgão vital que não vivo sem, tê-la é como vencer na vida em todos os aspectos, por mais que não venha sendo fácil trabalhar na MVP, suportar uma carga exerciva de trabalho, os assédios no local de trabalho parece ser algo comum. As hulmilhações se mantém, atuando a cada mais e mais forte, sou apontando, cochichos pelos corredores em minhas costas, mas o sálario é bom, e pra ser sincero, eu preciso muito dele, não parecia haver preço melhor do que chegar em casa, encontrar a mulher que amo, gerando a nossa filha fruto do nosso amor. Uso a criação da minha família, somente minha, como combustível diarimente, fingindo e ignorando os demais que não deixam ou sequer esquecem de onde vir, o que sou, e o que tenho que fazer agora. Em mais um dia cheio, estou trabalhando num projeto, a portas fechadas, em breve a MVP será fechada para reforma. - Terminou o projeto da univerdade?- Estando no meio da manh
Eu quis parar o mundo, dar um pause em tudo para entender a minha vida, olhando o pequeno ser deitado a dormir no berço, tão tranquilo, esbranquiçado, sem ao menos sequer parecia estar respirando, enquanto partes de mim ainda dói, meus seios doloridos cheio, as veias azuis a saltar, a minha barriga ainda tão grande, alem de dolorida, nada a fazer sentido em minha vida. Um completo vazio havia se instalado de repente, enquanto Caroline ainda parece estar chateada por Rodrigo, eu não sei o que é pior, a sua ausencia no momento mais importante para nós ou a sua chegada depois de tudo ter acontecido, não, chego a conclusão sozinha que ele aqui não ia mudar nada, a dor teria sido a mesma, e talvez ele tivesse precisado de ajuda no momento também. Ainda não acredito que tudo aquilo saiu de mim, será que algum dia terei o meu corpo de volta? Como será de agora em diante?– Você está bem?– A voz masculina calma, me assusta, olho para Rodrigo de pé ao meu lado da cama, seu olha perdido, acre
Após o parto, Ária perdeu muito sangue, levei-a ao hospital, considerando ser uma negligência médica ela não ter ficado internada assim que o médico foi informado do parto, apenas fez uma visita, isso quase custa a sua vida, tive vontade de socar a cara do infeliz, mas o mesmo sumiu da cidade, o que ela não soube e nem suspeita. Ambas ficaram internadas por alguns dias, Ária por uma anemia profunda, e Sophie por ictericia, necessitando tomar banho de luz . – O que você acha que aconteceu? – Ainda a pensar no ocorrido, sou questionado por Caroline no corredor do hospital. – Não faço ideia. – Lhe digo, vendo que está tão angustiada quanto eu. – Acha que ele a deixou em casa, sangrando assim por...– Encaro Caroline, enquanto tenta ser cuidadosa com as palavras. – Pra morrer? – Seus olhos verdes brilham, mas nega. – Não Rodrigo, como pode pensar isso? – Simplesmente pelo fato de ninguem conhecer o medico que a acompanhou, e até mesmo ao consultar sobre ele, não encontrar nada, torço para