- O que está fazendo? – Voltei a prestar atenção no caminho já quando estávamos indo, quase, para o lado oposto de onde eu morava. Olhei na direção do idiota, com fogo nos olhos. Já não bastasse o que me aconteceu naquele restaurante, agora ele testa a minha paciência. – Pedi para me levar para a minha casa.- Isabela – O tom foi duro, sem paciência, assim como eu. Repentinamente, Will pisa no acelerador, me fazendo arregalar os olhos. Ele era um ótimo motorista, a pista estava livre, contudo, meu coração ameaçou sair pela boca. – Como você disse, tivemos um ótimo dia.- Que foi estragado pela aparição de uma das suas ficantes. – Apontei, ainda assustada.- Eu não tive culpa nisso – Lembrou – E foi você quem explodiu com seus ciúmes.- Você quem me acusa, como se...- Poderíamos ter ignorado – Interrompeu. – Poderíamos ter saído daquele restaurante com uma energia a mais, um fim de noite agradável, onde passaríamos uma noite maravilhosa em uma cama. – Revirei os olhos, tentando me aca
Eu acreditava que ela estava fazendo papel de idiota. Talvez fosse verdade, mas naquele momento, quem se sentia mais idiota era eu. Não queria que ele estragasse tudo, não queria que seu passado cheio de mulheres interferisse no que estávamos construindo. Mas, pensando bem, talvez fosse eu quem poderia destruir tudo isso.Deitada em sua cama, sentindo o calor de seus braços ao meu redor, sua respiração profunda e serena ecoando no silêncio da noite, meus pensamentos se transformaram em um emaranhado de reflexões. William não me deixou ficar em casa naquela noite, e talvez isso tenha sido o melhor que poderia ter acontecido. Tivemos uma noite incrível juntos, algo que eu não imaginava precisar tanto até acontecer.Foi nesse momento que percebi. Percebi que poderia ter perdido tudo. Ou pior, que ainda poderia perder o que mal havia começado. A ideia me atormentava. Me julgava mentalmente por minhas inseguranças, por achar que tinha o controle absoluto sobre tudo, quando a verdade era qu
Estava no carro, os dedos apertando o volante com força, como se isso pudesse me dar coragem suficiente para enfrentar o que vinha a seguir. A mansão à minha frente parecia ainda maior do que de costume, como se tivesse crescido de propósito para me intimidar. Não era apenas uma casa. Era o território dele. E entrar ali para contar que estava namorando o melhor amigo do meu irmão mais velho era praticamente um convite ao caos.Harvey sempre foi esquentado. Protegia a família como se fosse seu dever sagrado. Não importava se era algo pequeno ou grande, ele sempre estava pronto para intervir, especialmente quando se tratava de mim. Por isso, sabia que contar a verdade para ele primeiro era a decisão mais sensata – ou talvez a menos arriscada. Se ele surtasse, eu ainda teria meu pai como uma espécie de “último recurso” para tentar amenizar as coisas. Mas, mesmo assim, o peso daquela conversa me esmagava.William era outra história. Sua fama o precedia, e não era boa. Meu pai jamais permi
A conversa que eu precisava ter com meu irmão foi muito mais difícil do que eu previa. Nem chegamos a jantar. Harvey mal disfarçava o descontentamento, e eu sabia exatamente o motivo: ele nunca aceitaria o que eu tinha para confessar. Estava cometendo o erro de me apaixonar pelo melhor amigo dele, e isso por si só já era complicado. Mas o problema real era o que Harvey não sabia. Se soubesse a verdade inteira, a situação ficaria insustentável.Sentindo que não conseguiria manter a calma e temendo dizer algo que não devia, simplesmente fui embora. Chateada, entrei no carro e dirigi por horas sem destino. Acabei parando no alto de uma montanha, de onde pude ver Nova York iluminada, brilhando como um antídoto contra o peso que carregava. O vento frio batia no meu rosto, como se quisesse apagar os vestígios da discussão que sequer aconteceu.Quando voltei para casa, tentei dormir. Surpreendentemente, consegui. Mas assim que o dia clareou e me arrumei para o trabalho, tudo voltou à tona, c
Eu estava um poço de nervosismo, como se minha mente fosse uma corda esticada ao máximo, pronta para arrebentar. Meu coração batia tão rápido que parecia uma sequência descompassada de tambores dentro do meu peito. O chão do apartamento, coitado, já estava quase criando um buraco de tanto que eu andava de um lado para o outro, repetindo o mesmo trajeto como se isso fosse me levar a algum lugar ou a alguma solução.Meus pés descalços estavam vermelhos, doendo a cada passo firme no piso gelado. Se eu estivesse de salto, provavelmente já teria despencado. Minhas unhas estavam roídas até o limite, mas nem isso aliviava a sensação esmagadora que crescia dentro de mim. O medo de tudo dar errado pairava no ar, sufocante.William, por outro lado, estava encostado no sofá, as pernas cruzadas e os braços apoiados sobre os joelhos, me encarando com aquela expressão típica de quem tentava me decifrar. Ele parecia calmo demais para o furacão que girava na minha cabeça.— Eu acho que você já caminh
Alisson estava nervosa. Samanta a procurou, pessoalmente, antes daquele jantar para lhe contar algo surpreendente. Algo que poderia tornar a noite bem desagradável. Ainda mais sabendo quem eram o seu filho e seu marido. Samanta lhe contou que Isabella estava tendo um relacionamento com um dos homens mais cafajestes de Nova York. Por incrível que pareça, Alisson lembrou do seu próprio marido quando o conheceu. Nossa, que ironia. Algo que Nathan sempre teve pavor. Sua menininha se apaixonando por alguém tão pior do que ele. Por isso ele entrou em pânico quando descobriu que teria uma filha. Mas com o tempo ele foi deixando as coisas fluírem, mesmo que ela fosse sua menininha até hoje, e que nenhum cafajeste poderia se aproximar dela. Ele só não contava que este homem estaria bem perto , e que era filho de um amigo próximo. Samanta também estava apavorada. Ela conhecia muito bem o Harvey. E ele deu a ideia de um jantar em família. Sabendo exatamente que este assunto poderia entrar n
Não dava para mencionar o quanto eu estava nervosa naquele momento. Era a primeira vez que eu iria para a casa de uma pessoa para me apresentar como o namorado da sua filha. E conhecendo o Sr. Novack, bem, ele não era um pai que aceitava de bom grado que sua filha namorasse alguém como eu.Entendo todos os meus erros, tudo o que ele vai me dizer esta noite, ou como vai me tratar. Não sou o cara dos sonhos para casar com uma mulher. Óbvio, muitas mulheres já sonharam em se casar comigo, mas nenhuma chegou tão perto quanto Isabela.É estranho dizer isso, mas eu sentia algo muito forte por ela há muito tempo. E tentava, a todo custo, apagar esse sentimento, porque achava que era errado. E no final das contas, era. Eu sempre me senti como um idiota por ter me apaixonado pela irmã do meu melhor amigo.Então, comecei a fazer coisas que eu não queria. E isso se tornou tão habitual que acabou definindo quem eu sou. Faz parte de mim. Até hoje. Por isso, as pessoas não confiam em mim. As pessoa
Eu estava nervosa, mais do que nervosa, uma pilha de nervos. Não era como se minha família fosse as piores pessoas do mundo. Não, muito pelo contrário. Nós éramos unidos, felizes. Nos apoiávamos. O problema era a minha escolha e a convicção do meu pai. Ele sempre dizia: "Tome cuidado com os homens, eles são modelosos. E eu não quero ver minha nina e minha nos braços de um idiota."Bem, o meu pai não sabia, mas eu já tinha acabado nos braços de alguns idiotas. E um desses cafajestes estava bem ao meu lado agora. Com todos os defeitos que eu já conhecia de William, eu o aceitava. E, apesar de tudo, tinha convicção de que ele podia mudar. Nunca o vi tão dedicado e carinhoso como agora. E, surpreendentemente, ele aceitou de bom grado vir aqui. Conversar com minha família e, nas suas palavras, "pedir a minha mãe namorada". Até parece que estamos nos anos 60. Não, isso não era necessário. Mas a aprovação do meu pai, ou pelo menos o conhecimento dele, significava muito para mim. Eu não queri