POV AbigailSeus lábios deslizaram sobre os meus, provocativo. Minhas mãos deslizaram em sua cintura estreita, sentindo os músculos rígidos de seu corpo, até as suas costas. Arrastei minhas unhas, subindo lentamente meus dedos até a base de suas escápulas e então descendo novamente. Felix sorriu, apertando mais sua perna entre as minhas, me fazendo gemer um pouco mais alto. Mordi o lábio para conter os sons, mas o polegar de Felix o soltou, abrindo minha boca.― Não vai me privar desses lindos sons, Abigail. ― Felix colocou seu polegar dentro da minha boca, o esfregando contra a minha língua. ― Cada vez que você tentar conter a sua voz, eu vou te punir.Meu corpo vibrou, a expectativa aumentando junto ao meu desejo. Com um ronronado, Felix se afastou, deitando na cama com os cotovelos apoiados, olhando para mim. Fiquei confusa e tentei me aproximar, mas ele ergueu um dedo, me parando.― Tire suas roupas. ― Meu coração disparou, todo o meu corpo ficando quente, especialmente a minha in
POV AbigailDizer que o clima entre mim e Felix ficou estranho seria ser gentil. Basicamente, eivei olhá-lo e ele evitava me olhar. Trocamos poucas palavras, apenas coisas simples com respostas monossilábicas. Foi uma viagem longa e tensa que nunca imaginei que fosse possível. Mesmo me tratando daquela maneira, Felix ainda estava sendo atencioso com detalhes, como abrir as portas para mim ou olhar de tempos em tempos para ver se o estou seguindo. Mesmo assim, o clima entre nós estava muito pesado.Assim que chegamos a Minnesota, senti meu coração se acalmar um pouco. Logo voltaríamos a rotina onde Felix estaria ocupado demais com a empresa e a alcateia e eu teria de lidar com lobos insatisfeitos, uma matriarca metida a luna e uma ex maluca me perseguindo. Henrique chegou no voo seguinte ao nosso e nos encontramos na saída do aeroporto.― Resolveu tudo? ― Felix perguntou enquanto acendia um cigarro.― O que me foi permitido, sim. Alguns empecilhos surgiram, mas nada que vá atrapalhar o
POV AbigailFui arrastada por toda a alcateia, todos me olhavam assustados, cochichando entre si, mas ninguém ousava se levantar ao meu favor. Tentei lutar, me debatia, fincando meus pés no chão lamacento, mas nada adiantava. O medo se arrastava pela minha espinha, o ar frio era cortante, me fazendo tremer. Não demorou para eu reconhecer o caminho pelo qual estavam me levando. A fronteira neutra, o locar de descarte. Entrei em completo desespero, gritando e tentando com ainda mais força me libertar, mas aqueles lobos apenas riam e zombavam de mim. Quando nos aproximamos, pude ver Benjamin, em sua forma lupina, sentado orgulhosamente na fronteira. Fui arremessada, caindo a poucos centímetros das patas de Benjamin, que me olhou com desprezo.― A luna? ― Benjamin questionou, os soldados riram em resposta.― Quem diria, não é? Confirmamos sua identidade quando chegou na forma lupina. A matriarca deu a ordem para trazê-la. ― Meus olhos ardiam com as lágrimas, meu corpo tremendo com o frio
POV Abigail.A chuva não estava dando trégua naquele dia, meu pelo estava encharcado e os resíduos que eu deveria descartar pareciam ainda mais pesados enquanto eu os arrastava pela terra lamacenta. Escorreguei várias vezes, caindo de lado no chão gelado da floresta de Nemadji, ao sul de Duluth. Nunca tive permissão de ir até a cidade, como outros jovens lobos da minha idade, o alfa jamais permitiria se eu pedisse. Como uma simples ômega, não recebi nenhum tipo de instrução, não sabia assumir minha forma humana e todos me viam apenas como um peso para a alcateia Umbra. Tudo o que eu conhecia vinha de ouvir as conversas enquanto eu passava despercebida e o que eu observava do topo das colinas.Parei por um momento, tomando algumas respirações e permitindo um momento de descanso para os meus músculos doloridos. Estava fraca pela falta de alimentos. Fazia dias que eu não conseguia me alimentar, pois a alcateia vinha passando por uma séria escassez de alimentos enquanto nosso alfa estava
POV Abigail.A alcateia Umbra há dias andava bem agitada. Marcus fazia rondas constantes enquanto Benjamin era visto com alguns anciões. Jason estava sempre ao lado de Rafael e todos os lobos pareciam preocupados. Como eu vivia mais afastada, não tinha ideia do que estava acontecendo, mas ao que parecia, era algo muito sério.Consegui encontrar um pequeno coelho e estava me alimentando quando o alarme soou. Um som que fez meu corpo inteiro tremer. A última vez que a alcateia foi convocada, foi para a execução da minha mãe diante de todos. Com relutância, me limpei e voltei para a alcateia. Todos estavam em suas formas lupinas para ouvir as palavras do alfa. Pensando bem, já tinha um bom tempo que ninguém via o alfa, desde que ele tinha partido em campanha para alfa supremo.Os cochichos estavam espalhados entre os vários grupos que aguardavam ansiosos pelas notícias. No toco do grande carvalho, bem no centro da alcateia, Rafael e Jason surgiram, ambos tinham um ar de autoridade enquan
POV Abigail.Trabalhei com afinco, decidida a mostrar para Rafael o meu valor dentro da alcateia. Mesmo a função de uma ômega era importante para o bem-estar de todos. Todos estavam como eu, animados e trabalhando duro, pois viam em Rafael uma nova era para a alcateia Umbra.Após levar as últimas carcaças para longe do território, fui até um riacho próximo para limpar meus pelos. Olhando meu reflexo, percebi o quão horrível eu estava. Meus longos pelos estavam emaranhados e cobertos por sangue seco e lama, meu corpo era pequeno e magro, por conta da desnutrição que passei desde filhote. Eu sabia que não era atraente para os machos por vários motivos, mas eu também sabia que tinha atributos que se destacavam, como meus olhos de cor dourada. Apenas minha mãe e eu dividimos essa característica, enquanto os demais tinham, em sua grande maioria, olhos verdes ou castanhos.Sentei-me sobre uma grande pedra, aproveitando os poucos raios de sol para me secar, quando ouvi alguém se aproximando.
POV AbigailPor mais que estivesse feliz, sentia uma barreira entre mim e Rafael. Minha cauda não parava de abanar enquanto o silêncio prolongava. Os lobos ao nosso redor estavam tensos, olhando para Rafael, esperando alguma palavra dele. Eu também estava.Conseguia entender o choque do Rafael, afinal ninguém espera ter seu destino ligado a uma loba ômega, mas o lobo por quem me apaixonei era justo e gentil, ele jamais olharia para um lobo e julgaria por sua casta, mas sim por seu real valor. ― Rafael. ― Marcus se aproximou de Rafael, o surpreendendo. Os pelos cinza de Rafael se eriçaram e um rosnado baixo ecoou pela floresta, como um aviso silencioso.― Vamos voltar. ― Rafael disse se virando, sem olhar uma segunda vez para mim. O medo me dominou por um momento e antes que pudesse me deter, saltei na frente dele o olhando diretamente e sentindo mais uma vez a forte conexão de destino que nos ligava.― Meu alfa, perdoe a minha ousadia, mas eu gostaria de solicitar um momento…― Saia.
POV AbigailTentei encontrar com Rafael no dia seguinte, mas ele havia partido para uma reunião com a aliança das alcateias. Sem um alfa supremo, as relações entre os alfas estava ficando cada vez mais tensa. Ragnar era o mais cotado, mas sua morte surpreendeu a todos e deixou uma grande dúvida sobre o futuro da aliança. Eu preferi me manter a margem, escondida de todos, afinal Rafael ainda não havia oficializado nada e eu não tinha o direito de falar pelo alfa. Mantive minha rotina e suportei os maus tratos dos lobos. Fui até o rio após cumprir meus deveres, em um local mais escondido e longe do caminho que alguns lobos pudessem tomar. Lavei meu pelo o melhor que consegui, afinal a futura companheira do alfa não podia ser vista suja. Aquele pensamento me fez pular na água, espalhando gotas por todos os lados enquanto eu dava gritinhos de alegria.― Eu serei a companheira do Rafael. Minha deusa! ― Continuei pulando feliz, até que ouvi passos se aproximando.Diferente da outra vez, nã