POV AbigailO olhar questionador de Felix me deixou preocupada. Especialmente depois de saber que o alfa Ironclaw era seu amigo e poderia contar tudo o que tinha visto. Engoli em seco e respirei fundo, tentando pensar em uma maneira de contar ao Felix sem que ele explodisse e acabasse fazendo uma besteira.― Estava apenas cumprimentando a companheira do meu amigo. ― Edgard Respondeu se aproximando de Felix. ― Afinal, em todos esses de celebração eu não pude encontrá-la.A expressão de Felix era clara, ele não estava acreditando em Edgard, mas também não questionou ou fez perguntas, apenas olhou para mim. Olhei par ao outro lado, sem coragem de encará-lo e falar tudo.― Muito bem. Poderemos marcar outra ocasião. Agora temos que ir, ou perderemos o nosso voo. ― Felix e Edgard apertaram as mãos de maneira amistosa, então Edgard voltou a beijar a minha mão.Para minha surpresa, Henrique não estava conosco no carro, mas sim um lobo que eu nunca havia visto antes. Olhei para Felix assustada
POV AbigailSeus lábios deslizaram sobre os meus, provocativo. Minhas mãos deslizaram em sua cintura estreita, sentindo os músculos rígidos de seu corpo, até as suas costas. Arrastei minhas unhas, subindo lentamente meus dedos até a base de suas escápulas e então descendo novamente. Felix sorriu, apertando mais sua perna entre as minhas, me fazendo gemer um pouco mais alto. Mordi o lábio para conter os sons, mas o polegar de Felix o soltou, abrindo minha boca.― Não vai me privar desses lindos sons, Abigail. ― Felix colocou seu polegar dentro da minha boca, o esfregando contra a minha língua. ― Cada vez que você tentar conter a sua voz, eu vou te punir.Meu corpo vibrou, a expectativa aumentando junto ao meu desejo. Com um ronronado, Felix se afastou, deitando na cama com os cotovelos apoiados, olhando para mim. Fiquei confusa e tentei me aproximar, mas ele ergueu um dedo, me parando.― Tire suas roupas. ― Meu coração disparou, todo o meu corpo ficando quente, especialmente a minha in
POV AbigailDizer que o clima entre mim e Felix ficou estranho seria ser gentil. Basicamente, eivei olhá-lo e ele evitava me olhar. Trocamos poucas palavras, apenas coisas simples com respostas monossilábicas. Foi uma viagem longa e tensa que nunca imaginei que fosse possível. Mesmo me tratando daquela maneira, Felix ainda estava sendo atencioso com detalhes, como abrir as portas para mim ou olhar de tempos em tempos para ver se o estou seguindo. Mesmo assim, o clima entre nós estava muito pesado.Assim que chegamos a Minnesota, senti meu coração se acalmar um pouco. Logo voltaríamos a rotina onde Felix estaria ocupado demais com a empresa e a alcateia e eu teria de lidar com lobos insatisfeitos, uma matriarca metida a luna e uma ex maluca me perseguindo. Henrique chegou no voo seguinte ao nosso e nos encontramos na saída do aeroporto.― Resolveu tudo? ― Felix perguntou enquanto acendia um cigarro.― O que me foi permitido, sim. Alguns empecilhos surgiram, mas nada que vá atrapalhar o
POV AbigailFui arrastada por toda a alcateia, todos me olhavam assustados, cochichando entre si, mas ninguém ousava se levantar ao meu favor. Tentei lutar, me debatia, fincando meus pés no chão lamacento, mas nada adiantava. O medo se arrastava pela minha espinha, o ar frio era cortante, me fazendo tremer. Não demorou para eu reconhecer o caminho pelo qual estavam me levando. A fronteira neutra, o locar de descarte. Entrei em completo desespero, gritando e tentando com ainda mais força me libertar, mas aqueles lobos apenas riam e zombavam de mim. Quando nos aproximamos, pude ver Benjamin, em sua forma lupina, sentado orgulhosamente na fronteira. Fui arremessada, caindo a poucos centímetros das patas de Benjamin, que me olhou com desprezo.― A luna? ― Benjamin questionou, os soldados riram em resposta.― Quem diria, não é? Confirmamos sua identidade quando chegou na forma lupina. A matriarca deu a ordem para trazê-la. ― Meus olhos ardiam com as lágrimas, meu corpo tremendo com o frio
POV FelixAqueles imbecis me pegaram em um péssimo dia. Não estava com humor para brincadeiras, muito menos com lobos sem o mínimo de inteligência para saber com quem estavam lidando. Para a sorte de dois deles, Henrique e Fred estavam lá, os capturando para interrogatório. Voltamos para nossas formas humanas, apenas para amarrá-los e preparar tudo para seguirmos caminho.O carro teve de ser abandonado na estrada, era impossível consertá-lo naquelas circunstâncias e eu estava com pressa para saber se Abigail havia conseguido chegar bem ou se havia encontrado mais lobos errantes pelo caminho. Em nossas formas lupinas, corremos pela floresta, arrastando nossos prisioneiros que gemiam cada vez que passavam por uma pedra ou raiz de alguma árvore. A floresta estava estranhamente silenciosa, o que nos deixou em alerta máximo, só relaxando quando avistamos a entrada da alcateia.O lugar estava caótico, como se um furacão tivesse passado por ali a apenas alguns instantes. Assim que nos viram
POV AbigailOs dias e as noites já haviam se misturado para mim. Minhas refeições chegavam em horários diferentes todos os dias, baldes de água gelada eram lançados sobre mim, me mantendo sempre acordada, dificultando contar o tempo dentro daquela cela. A única vez que vi Rafael, foi quando cheguei a alcateia, ele apenas olhou para mim, me humilhou e ordenou que eu fosse presa naquele buraco nojento. Não havia janelas, a única passagem de ar vinha da pota no topo das escadas, que estava sempre fechada. Eu era a única naquele lugar, eu e os esqueletos com teias de aranhas espalhados pelo chão. O silêncio era melhor do que as visitas regulares que eu recebia de Benjamin, na verdade, ele era o único que aparecia.Me mantinha calada, sentado no canto mais afastado da cela, onde Benjamin não poderia me alcançar, a menos que ele abrisse a cela. Minhas pernas e braços estavam presos por uma corrente de prata, que queimava minha pele e cortava a carne, impedindo que eu mudasse para a minha f
POV AbigailEstava cansada, com fome, com frio, com sede, prestes a desistir de tudo e aceitar qualquer coisa que eles trouxessem. Não queria mais ser forte, não queria mais lutar, eu só queria ter paz. Não aparece ter passado muito tempo quando ouvi a porta pesada sendo aberta novamente, mas, ao invés dos passos pesados de Benjamin, o som era mais fino, como saltos altos.Estava de costas para as grades e não me dei ao trabalho de me virar conforme os passos curtos e pesados se aproximavam.― Que cheiro nojento. ― A voz aguda de Evangeline quebrou o silêncio. Me mantive imóvel e não respondi a sua provocação. ― Quem diria que você conseguiria se esconder tão bem e por tanto tempo. Uma loba tão burra conseguindo o favor de um alfa como o Nigthshade foi um choque para mim.Ao ouvir o nome do Felix, não consegui ficar mais quieta. Virei o rosto, vendo Evangeline em um vestido branco elegante, cabelos arrumado e uma maquiagem sensual. Ela sorria com uma das mãos sobre a boca, seus olhos
POV AbigailMuitas coisas pareciam diferentes, o que dificultou ainda mais para me localizar e encontrar minha antiga toca. Sento o cheiro de vários animais diferentes, indicando que ela foi ocupada na minha ausência. Entrei com dificuldade e comecei a mexer nas poucas coisas que estavam lá, inclusive o perfume da minha mãe. Por mais que eu desejasse descansar e lembrar da minha mãe, não seria possível, eu não tinha tempo. Encontrei algumas ervas secas, as coloquei, de forma desajeitada, em um trapo e as levei em minha boca. Antes de sair, farejei ao redor. Tentando descobrir se havia alguém próximo, mas o ar gelado dificultava distinguir os odores mais sutis. Sai da toca, tomando cuidado para pisar exatamente onde eu já havia deixado pegadas, evitando assim que me encontrassem mais rápido. Ao chegar em uma área coberta com neve sólida, segui pelo caminho que levava até as fronteiras.Estava tão cansada, era difícil manter os olhos abertos. Minha boca estava seca e o vento gelado que