Victor Hugo
A manhã passa de forma rápida e isso quase chega a me surpreender, se não fosse pela quantidade de várias coisas que eu tinha para fazer em tão pouco tempo.
Estou com os olhos focados nos documentos apresentados na reunião da nossa nova filiação, enquanto terminamos de combinar quando aconteceria a próxima reunião para apresentação dos novos sócios consigo ver o momento exato em que minha secretária aparece na porta e me chama de forma discreta.
- Algum problema? - Pergunto assim que me aproximo vendo a agitação da mulher.
- Na verdade sim, quero dizer, não, ou talvez seja, eu realmente não sei. - Diz tudo de forma tão rápida e a olho sem entender nada.
- Que isso, mulher, respire um pouco. - Digo a acalmando e ela faz o que peço respirand
Esther MendonçaNo carro em que Victor Hugo me levava para casa reinava o silêncio, a sua insistência tinha sido demais depois que me viu naquele estado, na chuva. A verdade é que depois do que eu tinha ouvido em sua sala, sobre Cecília tinha acabado comigo. Eu podia imaginar como a minha irmã tida sofrido nesse tempo longe de casa, ela acreditava que Victor Hugo era o suficiente e que só isso importava, mas ela estava errada. Pelo que pude ouvir, o pai dele também a odiava, eu não duvidaria se eles tivessem planejado a morte dela juntos, já que ele fez questão de encobrir o crime do filho e garantir que ele não fosse culpado pela justiça. Sou tirada de meus devaneios quando ele freia o carro, o deixando imóvel e então percebo que havíamos chegado em minha casa. A tempestade no entando estava muito forte, se tornando extremamente perigoso dirigir em uma chuva como aquelas, eu me odiei quando me peguei fazendo um convite a Victor Hugo.- Você não pode dirigir com essa tempestade.- Digo
Victor Hugo- Mas você até mesmo já namora, pelo menos pelo o que eu vi naquele dia que te encontrei no parque, deduzo que seja a sua namorada. - Diz me olhando, como se estivesse me analisando.- E o fato de namorar precisa tirar o de sentir saudades de Cecília? Ela foi, e continua sendo uma pessoa especial em minha vida, em nenhuma hipótese vou esquecê-la ou deixar de pensar em como estaríamos hoje em dia. - Digo enquanto passo a toalha que Esther havia me entregado no meu cabelo que insistia em continuar pingando algumas gotas de água.- Você acha que ainda estariam juntos? Se ela estivesse viva. - Continua e me pergunto onde ela queria chegar com aquela conversa.- Por mim sim, não sei por ela. - Sorrio fraco. - Cecília era um pouco inconstante, ao mesmo tempo que queria algo já deixava de querer, talvez isso acontecesse comigo também. - Dou de ombros. - Acho que a única coisa que ela tinha certeza que sempre permaneceria querendo e amando era fotografar. - Contasto.- É, isso é v
Esther MendonçaVictor Hugo fingia extremamente bem e no tempo em que esteve em minha casa, enquanto se abrigava da chuva, ele fez o seu papel muito bem fingindo se importar com a morte de Cecília. Mas a sua hipocrisia e fingimento me causava raiva, ver como ele andava com as suas fotos de um lado para o outro e olhasse para elas como se realmente a tivesse amado um dia. Ele não tinha o direito de ficar com aquela foto dela, e foi por isso mesmo que em um dado momento quando ele foi ao banheiro e deixou as fotos comigo, eu aproveitei para pegá-la. Por sorte ele não havia percebido antes de sair daqui e provavelmente não iria perceber depois, já que com certeza só usava as fotos para fazer a sua maldita atuação na frente das pessoas. Eu já tinha chegado na empresa, e agora que eu tinha uma nova função na lanchonete estava extremamente feliz. Minhas comidas tinham feito tanto sucesso que formaram uma fila para comprar e degustá-las, e agora eu faria parte da produção delas. Fiquei
Victor HugoA imensidão do lugar cada vez mais prendia minha atenção, os vários quilômetros de terras eram tomados por grande parte de plantações de café, uma parte da fazenda era específica para o desenvolvimento de receitas com os grãos e isso era uma das coisas mais interessantes.A fazenda ficava a poucos minutos da capital então o seu acesso era bem mais fácil e rápido comparado as outras fazendas que a empresa possuía.Estavámos ali desde a manhã e agora quase no final da tarde ainda discutíamos e exploravámos o lugar que não parecia ter fim, e claro já tínhamos comido várias receitas com o ingrediente, uma melhor que a outra.- Esse lugar é foda de bom. - Diego diz enquanto olhava todas as plantações ao seu redor, agora estavámos na de mexerica e já comíamos os frutos cítricos, doces e extremamente refrescantes. - Será que posso levar algumas dessas em uma sacola? - Ele questiona.- Não sei, seu guloso do caralho. - Digo rindo e o dono do lugar se aproxima de onde estamos, exib
Esther MendonçaEu precisei inventar uma desculpa para Victor Hugo e acabei tendo que devolver a foto, por sorte eu já sabia que ele procuraria a foto e já estava preparada para contar a mentira de que eu pretendia devolvê-la a ele, caso ele não me desse outra escolha. Eu odiava ter cedido a ele, odiava como ele fingia se importar com Cecília quando sabia muito bem o que tinha feito a ela.Esse último episódio só me motivou a ainda mais em minha determinação de ganhar o concurso, agora que eu já estava na segunda fase eu precisava fazer de tudo para chegar até a teceira. A segunda etapa consistia na indicação de um dos sócios, e eu não fazia a mínima ideia de como conseguir isso. Estava prestes a voltar para casa quando um nome se iluminou em minha cabeça: Diego, ele era um dos sócios da empresa e era o único deles com quem eu tinha tido algum contato ou alguma conversa. Além disso ele tinha sido gentil comigo desde o início e eu acabei o ajudando com os gatinhos, talvez eu pudesse co
Victor Hugo- Deixe de ser abusada, mulher, não é como se eu fosse te ajudar a colocar a mesa. - A olho com desdém e ela devolve me olhando de cima a baixo.- Ah, vai sim, você deve conhecer como ninguém a casa de Diego, vem me mostra onde ficam as louças, não quero parecer intrometida. - Me chama mas eu continuo parado- Não quer parecer intromedita? - Rio. - Você já é. - Provoco e ela caminha até mim, me puxando pela mão. - Está indo onde, criatura?- Caçar as louças. - Diz como se fosse óbvio.- É por aqui. - Dessa vez sou eu que a puxo pela mão a guiando até a cozinha e futricamos nos armários até achar os pratos, talheres e taças que a mulher tanto procurava.- Pegue esses guardanapos de pano. - Ela aponta. - Ah, e veja se acha os anéis também. - Parece se lembrar enquanto escolhe os pratos.- Anéis? O que vamos fazer com os anéis? Só tenho um na mão. - Olho para meu dedo vendo o anel de ouro que carregava o símbolo de grão de café.- Anel para prender os guardanapos, são própri
Esther MendonçaEu havia pedido para falar com Diego em particular, afinal eu não trataria do assunto do concurso na frente de Victor Hugo. Então ele esperava até que eu conversasse com Diego para que me levasse embora para casa, conforme tínhamos combinado. Diego me guiava para outro cômodo de seu apartamento, onde pudéssemos estar a sós para então conversar.- Você parece séria.- Ele comenta quando fecha a porta, nos isolando no cômodo - Pode falar.-- Eu não vim aqui somente para ver os gatinhos, Diego.- Revelo e o vejo franzir o cenho, confuso- Então veio para quê?-- Eu realmente não queria pedir isso, mas você é o único com quem tenho uma melhor afinidade na empresa.-- O que você quer pedir, Esther? Sabe que eu te devo uma por ter me ajudado com os gatinhos, não me esqueci disso.- Ele garante e eu me sinto aliviada por ele lembrar que tem uma "dívida" comigo, embora eu não tivesse coragem de cobrá-la- Quer saber? Esqueça isso, eu até pensei em cobrar o favor, mas eu não fiz a
Victor HugoAlguns dias depoisA madrugada estava fria e o barulho do vento era forte ao chegar nos ouvidos, coisa que indicava que uma tempestade forte estava prestes a cair, era como uma anunciação de toda a chuvarada que o decorrer dos dias nos reservava.Meu casaco me protegia bem do frio quando sai do carro e me certifiquei de não esquecer o celular dentro do veículo como quase sempre fazia. Entrei no gigantesco aeroporto e em questão de pouco tempo já me encontrava parado no lugar em que devia estar.Mas ali naquele lugar lembranças extremamente dolorosas e estranhas são trazidas em minha cabeça enquanto olho ao redor.- Adivinha quem é. - A voz bonita soa e meu sorriso logo se alarga na boca enquanto mãos pequenas tampam meus olhos. - Não sei, pela voz talvez seja uma moça bem bonita. - Sorrio. - Mas sinto em lhe informar que tenho namorada, então é melhor que pare com essas brincadeiras o quanto antes. - Escuto sua risada e no mesmo momento as mãos são tiradas dos meus olhos