Irina Petrova.A noite havia se instalado completamente do lado de fora, e as luzes suaves do quarto criavam um contraste entre o calor do ambiente e a tempestade de pensamentos que se desenrolava dentro de mim. Eu ainda podia sentir o beijo de Maxim nos meus lábios, mas o peso das suas palavras reverberava mais forte em meu peito.Maxim se afastou, respirando fundo, com os olhos fixos no chão por um momento, como se estivesse reunindo forças para lidar com o que estava por vir. Eu já conhecia aquele olhar; ele estava lutando internamente, um conflito que eu só poderia imaginar. Acho que ter seu meio-irmão Nikolai de volta era uma ferida aberta que agora ameaçava não só a ele, mas a nós.“Maxim…” minha voz saiu baixa, quase hesitante, enquanto eu observava seus ombros tensionarem. “O que você está pensando em fazer?”Ele parou, passando as mãos pelos cabelos como sempre fazia quando estava frustrado, seus movimentos bruscos, mas cheios de propósito. A luz da lâmpada lançava sombras em
Maxim VolcovO silêncio do quarto era quebrado apenas pelo som suave da respiração de Irina, após nossa conversa. Ela estava tentando se manter firme, mas eu sabia a verdade estava se infiltrando em seus pensamentos. O olhar que me lançou enquanto se aninhava em meus braços era de confiança, mas também de medo. Eu não podia culpá-la.Sai do quarto, deixando Irina descansar por um momento. Enquanto eu caminhava até o escritório. O céu noturno, estava salpicado de estrelas. O ar fresco que entrava pela fresta das janelas pouco ajudava a acalmar as brasas de raiva e tensão que queimavam dentro de mim.Patrick, meu braço direito, aguardava minha chamada. Ele estava investigando os movimentos de Nikolai e qualquer prova adicional seria crucial agora. Nikolai, meu próprio meio-irmão, não hesitaria em usar Irina, a pessoa mais preciosa da minha vida, como peão em seu jogo mortal, ele era assim. Meu coração batia pesado com a urgência de agir.Peguei o telefone e liguei para Patrick. Sua voz
Maxim VolcovA noite parecia ainda mais pesada quando desci as escadas. Cada passo ecoava pela mansão, mais uma noite em claro, como todas as outras de total insônia. A traição de Nikolai já não era apenas uma suspeita. Era uma verdade que queimava em meu peito como uma faca afiada.Patrick estava me esperando no escritório, de pé ao lado da mesa, sua expressão séria. O leve tilintar de um copo de uísque sobre o móvel de mogno era o único som que quebrava o silêncio. Ele me olhou e fez um breve gesto, como se soubesse que o momento exigia mais do que palavras.“Ele está pronto?” perguntei, minha voz baixa, mas com a autoridade que o cargo de Pakhan exigia.Patrick assentiu, o rosto endurecido. “Está. Ele já começou a movimentar suas peças, mas temos os olhos sobre ele.”Caminhei até o bar e enchi um copo, o som do líquido batendo no vidro soava como um prelúdio para o que viria. “Temos que agir antes que ele o faça. Cada segundo que Nikolai tem, ele usa para tentar me destruir… e a Ir
Maxim Volcov.O amanhecer estava começando a dissipar a escuridão da noite, e eu estava sentado à mesa de escritório, rodeado por papéis e mapas que Patrick havia deixado para mim. A luz suave entrava pela janela dando um pouco de clareza que eu precisava, mas que ainda não conseguia alcançar. O fardo das decisões estava sobre meus ombros como uma carga imensurável.Patrick havia feito um excelente trabalho, conseguindo reunir informações vitais sobre Nikolai. Contudo, a realidade era que, apesar de termos um panorama mais claro das movimentações de meu meio-irmão, a situação era longe de estar sob controle. Cada detalhe que surgia apenas adicionava camadas à complexidade do plano de Nikolai. O relógio na parede parecia marcar o tempo com uma precisão cruel, lembrando-me de que cada minuto perdido era um passo a mais para o abismo.Enquanto eu permanecia de pé no escritório, o som de passos suaves no corredor chamou minha atenção, quase como um sussurro que anunciava a chegada de algu
Maxim Volcov.Irina se levantou, decidida a colaborar com o que fosse necessário. “Eu vou ficar atenta e fazer o possível para proteger Caleb. Confie em mim, Maxim.”Com um último olhar para Irina, que estava se dirigindo para preparar o quarto de Caleb para uma possível evacuação, eu me voltei para os documentos sobre a mesa. O plano estava se desenrolando diante de mim, e eu sabia que cada passo tinha que ser meticulosamente calculado.A casa estava silenciosa, com exceção dos sons distantes, da movimentação dos funcionários e das conversas apressadas de Patrick e sua equipe. A necessidade de agir com precisão e rapidez nunca foi tão evidente.A cada minuto que passava, eu sentia a pressão aumentar. Cada detalhe, cada movimento, cada decisão poderia ser a diferença entre o sucesso e a ruína. E eu sabia que, independentemente de como o plano se desenrolasse, eu tinha que estar preparado para enfrentar o que viesse a seguir.Enquanto Irina estava no quarto de Caleb, eu continuei anali
Maxim VolcovA casa estava imersa em silêncio, interrompido apenas pelo som ocasional do vento que balançava as janelas. A sensação de estar à beira de uma tempestade iminente nunca foi tão real. Eu estava em pé perto da janela do escritório, observando o jardim iluminado pelo sol, uma ironia cruel frente ao caos que estava prestes a desabar sobre nós. O brilho dourado do dia parecia uma zombaria da escuridão que se aproximava.Patrick havia preparado a emboscada com precisão. A equipe estava posicionada, e todas as rotas de fuga foram cuidadosamente planejadas. No entanto, mesmo com todos os preparativos, a sensação de vulnerabilidade persistia. A iminência do ataque de Nikolai parecia inegável. Eu sabia que ele estava se preparando para um movimento decisivo, e nós precisávamos estar prontos para responder.A porta do escritório se abriu suavemente, e Irina entrou, com olhar preocupado.“Maxim,” ela começou, sua voz revelando um tom de vulnerabilidade que eu raramente ouvia. “Estou
Maxim VolcovO som incessante de tiros e explosões preenchia o ar, mas minha mente estava turvada por uma nova preocupação: a traição interna. O rádio ainda estalava com mensagens urgentes, mas a maior ameaça parecia estar dentro dos nossos próprios muros.A batalha contra Nikolai continuava intensa. A emboscada, que deveria ter sido uma vantagem estratégica, estava se tornando um campo de batalha caótico. Eu precisava agir rapidamente para encontrar o traidor, enquanto ainda mantinha o controle da situação externa.“Patrick, vamos fazer uma varredura completa,” ordenei, tentando manter a calma. “Precisamos identificar quem pode estar comprometendo nossa operação. Não podemos permitir que isso nos distraia do confronto com Nikolai.”Patrick assentiu e imediatamente começou a coordenar uma investigação. Eu me movia pelo perímetro, monitorando a situação e tentando perceber qualquer sinal de comportamento suspeito. Cada movimento da equipe era observado com um olhar crítico, cada decisã
Olhei pela pequena janela do galpão, observando os veículos inimigos que se aproximavam, seus faróis piscando em uma série de flashes brancos e vermelhos. A troca de tiros era violenta e implacável. As balas zuniam e se chocavam contra os veículos e estruturas, criando uma chuva de estilhaços e fumaça.“Patrick, ative a segunda linha de defesa. Vamos forçar um recuo,” ordenei. “E não se esqueça, a prioridade é garantir a segurança da carga.”Enquanto a ordem era repassada, o som das armas se tornava ensurdecedor. Um jato de balas acertou o galpão, o impacto fazendo com que pedaços de madeira e metal caíssem ao meu redor. Meu instinto de sobrevivência era agudo, e eu me esquivava com agilidade entre os escombros.Um grupo de nossos homens avançava pela lateral, utilizando a cobertura das árvores e da chuva para se aproximar dos inimigos. Eu via através da lente de um binóculo a forma como eles se moviam, suas silhuetas recortadas contra a luz das explosões. A estratégia estava funciona