LeonAcordei, abri meu notebook… não resisti a dar uma olhada nas redes sociais dela, mas seguiam sem atualizações desde um ano atrás. Parece que, de alguma forma, algumas coisas na vida dela ainda não estavam iguais e isso me dá esperança.Uma notificação chegou ao meu e-mail, era do doutor Anthony. Respirei fundo, pensei em fechar a tela e ignorar com certeza, ele deve estar dando uns mil um motivos para que eu esqueça a possibilidade de um tratamento ou que meu caso é irreversível. Mas pensar em poder vê-la de novo me fez abri o e-mail.“Me interessei pelo seu caso, já tratei lesões graves e semelhantes às suas, obtendo um bom resultado junto a cicatrização com uso de luz pulsada. Se estiver mesmo disposto a tentar, poderei operá-lo no hospital Golden… mas antes, precisará passar por alguns exames pré-operatórios.”— Essa é a minha única chance de ter você de novo.LanaEu passei a semana preocupada com as contas que não paravam de chegar. Minha mãe implorava que eu fizesse um bole
Osvaldo reconheceu a necessidade de manter Leon sob vigilância, especialmente porque a empresa estava indo bem e os lucros estavam em alta. Recebeu uma ligação muito importante de seu informante:— Fale!... Então, o miserável pretende fazer uma cirurgia plástica nos próximos dias. Maldição!O que ele temia estava prestes a acontecer: Leon estava planejando voltar, e Osvaldo suspeitava que ele estava interessado em procurar por Lana, a jovem que havia despertado seu desejo de se reintegrar ao mundo. Osvaldo sabia que não podia permitir que isso acontecesse e estava disposto a fazer alianças com inimigos em comum. Ele telefonou para Carla:— Leon está em Portugal, em Lisboa para ser mais exato.Carla havia tentado obter essa informação do doutor Alberto, mas sem sucesso:— Eu tentei arrancar essa informação do doutor Alberto, mas parece que o desfigurado o destituiu do cargo de advogado. — Ela respondeu irritada.Osvaldo insistiu sobre importância de impedir que Leon realizasse a cirurg
Lana Eu tive o dia inteiro de folga, decidi dar uma volta com a minha mãe. Por perto apenas para conhecer o lugar e encontrar um lugar mais barato para alugar. Encontramos uma kit-net que parecia tranquila e cabia no nosso orçamento, além disso, eu soube que havia uma clínica a trinta minutos daqui e eles atendiam com a cobertura do plano de saúde da minha mãe. — Como podem ver, possui dois quartos, fica próximo ao ponto de ônibus e o preço está muito bom. Na verdade, só está disponível por que o antigo morador se foi ontem para a sua terra natal. — Parece que era mesmo para ser nossa. — Respondi dando uma boa olhada nos quartos, que eram pequenos, mas nos serviriam perfeitamente. — A senhora gostou mamãe? — Sim, filha, parece ser bom! — O caso é que, precisamos do adiantamento de três meses. — Eu já esperava por aquela condição, felizmente eu consegui guardar um pouco do valor que Henrique me deu e também da venda do meu colar… como me dói lembrar que me desfiz dele por tão pouco
Leon Eu pedi a Anthony que me deixasse ficar com minha máscara no rosto até o último segundo antes de entrar na sala de cirurgia, só depois de alguns dias da recuperação da minha pele, eu poderei fazer os procedimentos no braço. Ofélia me deu a mão antes que eu fosse levado para dentro do centro cirúrgico. — Pense em você e que sua vida irá recomeçar, assim que sair de dentro desse hospital. — Eu faço isso por ela, Lana me tirou da escuridão e tudo o que eu quero é tê-la nos meus braços de novo! — Você terá, Leon. — Ela sorriu e me empurraram na maca até o centro cirúrgico. Lá o médico retirou minha máscara, fez algumas marcações na minha pele. O anestesista fez o seu trabalho e tudo ficou escuro de repente. [...] Sempre que Anthony enfrentava um novo desafio em sua profissão, ele se esforçava ao máximo para transformar a vida daquela pessoa. Com a ajuda de duas enfermeiras e um colega dermatologista, ele fez tudo o que estava ao seu alcance para dar um novo rosto a Leonardo Ve
LanaNosso recomeço está me fazendo bem, nos mudamos para a nova casa. E os vizinhos são pessoas boas e acolhedoras, dona Ruth vende pastel em um carrinho quase aqui em frente e minha mãe tem dado uma ajuda por lá, ela tem uma filha chamada Kamila de 31 anos e é divorciada, estamos cada dia mais próximas, mas não sei se chegaremos algum dia a sermos grandes amigas depois do que me aconteceu. Antes de nos mudarmos, Henrique até veio aqui procurando por mim e Kamila o atendeu, ainda estávamos trazendo as coisas do hotel e nos desencontramos.— E o seu patrão bonitão Lana, já telefonou para que você se apresente na empresa?— Ainda não, Henrique disse que esperaria até me estabelecer aqui.— Sinceramente, acho que aquele homem tem um interesse pessoal em você.— Por que acha isso? — Questionei, enquanto terminava de dobrar algumas roupas.— Ele ficou entristecido ao não te encontrar, não sei… me deu essa impressão.— Espero que você esteja errada, eu não quero e nem posso perder esse tra
LanaNaquele mesmo dia… eu recebi a visita de Henrique, e estava sozinha dando uma faxina em casa, enquanto minha mãe tinha ido comprar pão para jantarmos.— Boa noite!— Boa noite, entre por favor. E não repare na bagunça, ainda estamos dando um jeito nesse lugar.— Você sabe que eu quis oferecer a você e sua mãe um local mais confortável!— Sim, eu agradeço muito Henrique, mas você sabe que prefiro algo que possa estar dentro do meu orçamento.— Entendo, eu vim para dizer que você começa o trabalho a partir da segunda-feira. Vai continuar como assessora, trabalhará no período matutino das 8:00 às 11:00 de segunda a sexta e em momentos pontuais durante os eventos da empresa.— Sim, senhor, felizmente o ponto de ônibus fica a dez minutos daqui. — Ele nem parecia estar me ouvindo direito, acho que deve estar com alguma preocupação.— Desculpe Lana… pode me trazer um copo d’água?— Claro que posso! Só um instante.Levantei-me e fui até a cozinha e entreguei a ele um copo com água gelada
Leon Minha recuperação tem sido quase perfeita, a dor é quase nula. Talvez a vontade de sair de uma vez desse hospital tenha feito o meu corpo mais forte e disposto a tudo para que eu comece a viver novamente. Ofélia me ajuda, ela tem sido como uma mãe para mim há tantos anos e agora ainda mais. — Bom dia Leon, hoje eu irei retirar as ataduras e irei verificar como está a cicatrização. — Sim doutor. Sentei-me em uma cadeira em frente a um espelho, só de ver metade do meu corpo à mostra e o restante coberto apenas por aquela gaze já me causava um certo incômodo e medo do que eu veria. Respirei fundo enquanto ele removia com cuidado cada volta daquela atadura branca, Ofélia estava como eu nervosa e ansiosa. Até que ele revelou meu rosto, ainda inchado e com uma marca do corte. Porém, incomparavelmente melhor e sem qualquer sinal de pele queimada. Eu não pude conter a emoção ao me ver assim, não imaginei que pudesse ficar tão próximo do que um dia já foi. — Continua um pouco inchado
Carla finalmente conseguiu pegar o voo para Lisboa e esperava que não estivesse chegando tarde demais. Após desembarcar no aeroporto, ela pegou um táxi e chegou à casa de Leon, que como sempre, era repleta de luxo e bom gosto. Carla tocou a campainha, e uma das empregadas a atendeu. — Senhora Carla, entre. — Disse a empregada, e pediu a ajuda de outro funcionário para levar as malas de Carla. — Hum, realmente esta casa é lindíssima! — Carla comentou, admirando a beleza do local. — Isso é verdade, mas temo que a senhora tenha vindo em um momento inoportuno. — A empregada parecia hesitante. — E por quê? — Carla questionou, já esperando a resposta. — O senhor Leon e a dona Ofélia saíram há uns dias, acredito que para que ele faça uma cirurgia e até o momento não tivemos notícias. — E não sabe em qual hospital estão? — Carla percebeu que tinha que agir rapidamente. — Ela deixou o número do telefone anotado para qualquer emergência. — Então pegue e traga-me agora mesmo. — Carla orde