Era real Dante tinha uma namorada e naquele momento tinha mais uma pedra no meu sapato para me livrar. A senhora Ritzel me atormentou tanto naquela manhã que quase coloquei sal em seu chá.
Meus pensamentos de conquistar aquele homem não foram anulados devido uma qualquer que surgiu em nosso caminho. Levei dona Matilde até o jardim para ficar de olho no novo casalzinho. A velha ranzinza resmungou tanto que não queria estar ali que mal pude ouvir a conversa dos pombinhos que estavam na piscina.
— O sol é bom para sua saúde! — afirmei, forçando um sorriso nos lábios.
— Menina, você não sabe cuidar dos mais velhos! Já disse que não quero ficar no sol! Por que nunca me ouve? Vou contar para meu filho que você não sabe cuidar de ninguém! — esbravejou.
— Pode ser menos amarga? Estou sendo paga para cuidar da senhora e não para ouvir tantas reclamações! Agora entendo porque ninguém dura muito tempo nesse trabalho, a senhora acaba sendo insuportável! Quero ajudar e não vejo colaboração da sua parte! Seu filho ficara triste com minha demissão se eu pedir, sabe por quê? Porque ele estar cansado da senhora causar tantos problemas assim!
Sim, falei tudo que senti vontade. Não aguentava mais engolir tudo calada. Por que ela era tão ingrata?
— Agora resolveu mostrar quem realmente é? Uma víbora! Sabia que por trás dessa gentileza toda existia algo falso. Se você for sincera comigo como foi nesse instante, podemos nos ajudar...
Franzi a testa estranhando aquela proposta repentina. O que ela poderia querer de mim? A única coisa que queria era seu filho e não acreditava que ela me ajudaria casar com ele.
— A senhora não pode me ajudar em nada! Olhe para nós duas, tenho uma vida fora daqui enquanto a senhora está presa nesta cadeira de rodas! Sabe dona Matilde, não estou interessada em um salário maior, se foi o que pensou. Para ser franca, desejo ser a nova senhora Ritzel. — sussurrei na orelha da velha que torceu os lábios finos.
— Uma insolente como você nunca será minha nora! Meu filho tem olhos somente para a namorada. Olhe para os dois e sinta inveja porque nunca ocupara o cargo de esposa dele!
Fechei os punhos e devo confessar que senti vontade de acidentalmente empurrar a velha até a rua para ser atropelada. Como uma mulher como ela que estava quase morta era tão linguaruda daquele jeito? Respirei fundo antes de respondê-la.
— Vou fazer questão de colocá-la em um asilo e de péssima qualidade quando me casar com o seu filho! — comentei e ela começou a gargalhar como se eu tivesse acabado de dizer um absurdo.
— Obrigada por ter me dado sua confissão, Emma. — disse ela puxando um aparelho celular de dentro do sutiã e continuou. — Não tenho porque fingir mais pra você que estou acabada porque não estou, contudo, você estar nas minhas mãos!
Gelei, não apenas por ela ter gravado nossa conversa, mas por ver que ela tinha os movimentos dos braços. O que mais aquela velha escondia de mim e dos outros? Engoli em seco.
— É tudo fingimento, velha m*****a? Você tem todos os movimentos do corpo? Vou contar tudo para o seu filho! — esbravejei apertando seu ombro com força.
— Ele não acreditará em você e sim na gravação que tenho de tudo que me falou!
O jogo havia virado e não foi para me favorecer, pensei comigo mesma. Eu estava nas mãos daquela bruxa velha.
— O que você quer de mim? — questionei entre dentes.
— Quero que você gere uma criança para mim, Emma, caso você se recuse, posso dar um jeito de colocá-la atrás das grades...
Meu coração acelerou com tal chantagem inesperada. Ela queria um neto? Olhei para o lado e me perguntei se a magricela tinha problema em engravidar. Ter um filho talvez prendesse ele para sempre a mim, porém, era um risco alto demais e que não queria arriscar.
— A magrela não pode ter filhos, é isso? O que a senhora quer de mim é um absurdo! Quer tanto assim um neto? Procure outra mulher para isso! — afirmei, me recusando a cair em sua chantagem.
— Neto? Não querida, não estou querendo que carregue um filho do meu filho. Quero que você seja inseminada artificialmente do meu querido Alfredo. Ele foi o grande amor da minha vida e não o pai do meu filho, em outras palavras, você engravidará do meu amante e me entregará a criança de livre espontânea vontade! Tem quase três anos que ele faleceu e eu lhe prometi que arrumaria uma barriga de aluguel e cuidaria do seu filho.
Um arrepio percorreu todo meu corpo. Jamais imaginaria que aquela senhora presa há uma cadeira de rodas pudesse ser capaz de fingir uma deficiência e, além disso, querer me obrigar ter um filho do seu amante falecido!
— Ficou louca? Nunca quis engravidar e muito menos engravidarei para entregar um filho meu! Vai se foder, velha m*****a! — berrei, cuspindo na sua cara. Ela sorriu como se nada tivesse acabado de acontecer entre nos.
— Você vai parir um filho para mim sim! Não estou fingindo ser aleijada à toa! Precisei fingir para fazer parte do meu plano de adotação para minha suposta recuperação milagrosa! Você não estragará meus planos menina. Tenho você nas minhas mãos, não esqueça que tenho muito dinheiro e posso até mesmo acabar com sua vida em um estalar de dedos...
Ameaça de morte? Aquela foi a primeira vez em muito tempo que senti que realmente minha vida estava em risco. Não entrei naquela casa para virar uma vítima e foi exatamente isso que acabara acontecendo.
— Eu não quero parir um filho do seu amante! Você nunca mais vai me ver outra vez, sua desgraçada! — esbravejei, deixando-a na cadeira de rodas para trás.
Ela não me veria nunca mais na sua frente. Eu não seria envolvida em seus planos contra minha vontade. Naquele momento que saí pelo grande portão, havia desistido de ser a senhora Ritzel, não queria mais fazer parte daquela família.
Após pedir demissão ao Dante Ritzel segui o conselho da minha amiga de procurar um emprego. Admito que fiquei me cagando de medo da senhora Ritzel e não queria mais continuar dando golpes em homens. Engraçado não é mesmo? Nunca imaginei que um dia fosse procurar um emprego de verdade. Duas semanas procurando trabalho e não tinha encontrado nada devido não ter terminado meus estudos e trabalhar em casa de família também estavam exigentes. Caminhava pela calçada quando um carro parou ao meu lado. Quando o motorista abaixou o vidro, a primeira e única coisa que vi foi o cano de uma arma apontada para mim. — Entra no carro agora e não faça nenhum escândalo ou será pior! — esbravejou o homem de dentro do carro. — Eu não tenho nada que o senhor possa querer! Não tenho dinheiro e não tenho família! — afirmei em desespero. Para minha surpresa a porta do banco do passageiro foi aberta e saiu um homem de la. Fui puxada contra minha vontade para dentro do veículo de cor prata. O que eles qu
Dante Ritzel Minha relação com minha mãe nunca foi das melhores. Sempre houve um distanciamento emocional entre nós, e eu sentia que não era amado o suficiente. Entretanto, após o AVC que ela sofreu, eu me tornei responsável pelo seu bem-estar.Foi difícil para mim assumir essa responsabilidade, pois ainda carregava muitas mágoas do passado. Mas, ao mesmo tempo, percebi que era uma oportunidade de reconstruir nossa relação e tentar superar as dificuldades que havíamos enfrentado antes.Cuidar da minha mãe não era fácil. Além das limitações físicas que ela enfrentava, ainda tínhamos que lidarmos com as nossas diferenças emocionais. Mas, aos poucos, estava aprendendo a ser mais compreensivo e paciente, e a buscar uma conexão emocional mais profunda com ela.Apesar dos desafios, eu estava grato por ter essa oportunidade de cuidar da minha mãe e de trabalhar na nossa relação. Acreditava que, no final das contas, aquela experiência podia nos ajudar a construir uma relação mais forte e amo
Emma Brandão Quando vi o noticiário na TV anunciando o falecimento de uma grande empresária que eu conhecia como sendo a namorada de Dante. Meu coração parou por um momento, e eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo. O choque foi tão grande que eu mal conseguia respirar.O noticiário informava que ela havia sido assassinada com um tiro na cabeça, e que sua morte cerebral havia sido confirmada pelo hospital. Eu me sentia completamente perdida, sem saber o que fazer ou como reagir diante de uma notícia tão trágica.Minha mente estava cheia de perguntas sem respostas. Quem seria capaz de cometer um crime tão brutal? Por algum motivo acabei pensando que poderia ser eu em seu lugar. Não desejava a morte dela. Desliguei a TV e minha amiga Ivana me perguntou porque eu estava tão pálida.— Assassinaram a namorada de Dante Ritzel! Amiga, estou ainda mais com medo. Ela era uma mulher poderosa e foi brutalmente assassinada. E eu? Não sou ninguém! — comentei entrando em panico. — Não s
Dante Ritzel A perda da minha namorada acabou comigo. Não sabia como seguir em frente sem ela ao meu lado. Todos os dias, a dor de sua ausência me consumia e eu me perguntava como pude perdê-la de forma tão cruel.Não saber o motivo pelo qual ela foi assassinada machucava ainda mais. Eu não conseguia entender como alguém poderia ser capaz de tirar a vida de outra pessoa sem nenhum motivo aparente.Queria justiça. Eu queria que sua morte não fosse esquecida e que os responsáveis fossem punidos pelo que fizeram. Não poderia ficar simplesmente parado e deixar que a impunidade prevalecesse.Mas, ao mesmo tempo, sentia que a justiça nunca seria completamente feita. Afinal, nada podia trazer minha namorada de volta ou apagar o trauma e a dor que a perda dela me causou.Sentia falta dos momentos que passamos juntos, das risadas, das conversas e dos sonhos que compartilhávamos. Tudo isso se foi, e só me restaram as memórias.Às vezes, acreditava que nunca conseguiria superar aquela perda. Ma
Emma BrandãoSe passaram exatamente quatro meses desde que eu havia conseguido fugir sem deixar rastros. Eu não podia continuar vivendo com medo de morrer e ter aquela criança tirada de mim, então peguei minhas coisas e saí da cidade o mais rápido que pude.Estava começando uma nova vida. Arrumei um emprego como garçonete em uma lanchonete e estava tentando me adaptar a nova realidade. Era um trabalho honesto e me permitia pagar minhas contas, mas ainda sentia muita saudade da minha antiga vida e de quem eu era antes de tudo acontecer.Porém, estava aprendendo a me reinventar e descobrir novas coisas sobre mim mesma. Eu nunca pensei que conseguiria sobreviver sozinha em um lugar desconhecido, mas estava conseguindo. Aos poucos, estava me tornando mais forte e independente.Às vezes, ainda tinha medo de que alguém pudesse descobrir onde eu estava e me encontrasse. No entanto, estava tomando todas as precauções necessárias e tentando viver um dia de cada vez.Mesmo com toda a incerteza
Matilda RitzelEu não conseguia acreditar que tinha perdido o paradeiro da mulher que estava carregando o filho do meu amante. Foi um descuido terrível meu e eu estava me sentindo completamente perdida. Se eu não conseguisse encontrá-la antes que a criança nascesse, estaria destinada a perder meu filho também.Esperava que ela não tivesse abortado o meu filho de seu ventre ou eu mesma assassinaria ela quando a encontrasse. Estava desesperada para encontrar essa mulher e garantir que meu bebê nascesse perto de mim.Eu precisava agir rápido e fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para encontrar aquela mulher. Acreditei que ameaçando sua amiga fosse conseguir saber seu paradeiro, entretanto, foi em vão. Ela foi torturada e quase morreu e não disse nada, então me convenci que ela não sabia realmente de nada. Enquanto meu filho trabalhava, eu conversei com um dos meus homens. Eu precisava encontrar a desgraçada da Emma e saber o que tinha acontecido com o meu bebê. Foram muitos gastos
Emma BrandãoQuando completei cinco meses de gestação e descobri que estava esperando um menino, decidi fazer uma festa para comemorar. Mas, não tinha ninguém para convidar, decidi que seria apenas eu mesma.Eu preparei uma decoração simples, com balões azuis e um bolo de chocolate. Coloquei minha música favorita para tocar e dancei sozinha, sentindo a alegria do momento.Foi um momento especial e único, onde pude me conectar com o meu bebê e celebrar aquela nova fase da minha vida. Eu senti uma mistura de emoções, desde a felicidade até o medo do desconhecido.Mas, acima de tudo, senti uma profunda gratidão por ter a oportunidade de ser mãe e cuidar daquele pequeno ser que estava crescendo dentro de mim.A festa pode ter sido pequena e íntima, mas foi significativa para mim. Foi um momento em que eu pude me concentrar em mim mesma e no meu bebê, sem nenhuma distração.— Filho, sei que não tenho muito para te oferecer, mas, vou te dar todo o meu amor. Sua mãe tinha uma vida torta, con
Dante Ritzel Encontrei por acaso Emma na rua e, de repente, me vi diante de uma mulher linda e radiante. Ela estava grávida e sua barriga era uma evidência de que ela estava vivendo um momento especial em sua vida.No entanto, ela não ficou feliz em me ver, pelo contrário, aparamente sentiu medo de mim. Por quê? Não sabia! Ela saiu correndo para fugir de mim. Emma simplesmente fugiu em silêncio como se sua vida dependesse daquela fuga. — Eu preciso saber o porquê ela fugiu de mim daquela maneira. — disse para mim mesmo, decidido a encontrá-la novamente e esclarecer o que quer que fosse. Ela pediu demissão da minha casa sem justificar uma razão e aquela era a chance de saber a verdade. Eu não tinha jamais a destratado e muito menos faltado com respeito com ela. Então o que ela tinha contra mim? Queria descobrir!No dia seguinte, decidi andar pela cidade na esperança de encontrar minha ex-funcionária. Tinha um sentimento forte de que precisava conversar com ela, e tentar esclarecer a