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Emma Brandão 

Quando vi o noticiário na TV anunciando o falecimento de uma grande empresária que eu conhecia como sendo a namorada de Dante. Meu coração parou por um momento, e eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo. O choque foi tão grande que eu mal conseguia respirar.

O noticiário informava que ela havia sido assassinada com um tiro na cabeça, e que sua morte cerebral havia sido confirmada pelo hospital. Eu me sentia completamente perdida, sem saber o que fazer ou como reagir diante de uma notícia tão trágica.

Minha mente estava cheia de perguntas sem respostas. Quem seria capaz de cometer um crime tão brutal? Por algum motivo acabei pensando que poderia ser eu em seu lugar. Não desejava a morte dela. Desliguei a TV e minha amiga Ivana me perguntou porque eu estava tão pálida.

— Assassinaram a namorada de Dante Ritzel! Amiga, estou ainda mais com medo. Ela era uma mulher poderosa e foi brutalmente assassinada. E eu? Não sou ninguém! — comentei entrando em panico. 

— Não se preocupe tanto! Com certeza, foi um assalto que deu errado. Emma, você passou uma situação difícil há dois dias, não deveria nem sequer olhar o noticiário. 

Minha situação também era de morte e eu queria poder contar tudo para minha amiga e pedir para que me acompanhasse em uma clínica de aborto. Mas eu sabia que estávamos sendo vigiadas, e eu não queria correr o risco de acabarmos mortas.

Eu me sentia completamente sozinha e desesperada, sem saber o que fazer para sair daquela situação. A dor e o medo eram constantes em minha vida, e eu me perguntava se algum dia conseguiria superar tudo isso.

Eu pensava em como seria a minha vida se eu tivesse tomado decisões diferentes. Se eu tivesse sido mais cuidadosa, se eu tivesse sido mais responsável. Mas naquele momento não havia mais tempo para arrependimentos, e eu precisava encontrar uma solução para o problema que estava diante de mim.

Sabia que a opção mais segura seria procurar uma clínica de aborto, mas eu não queria arriscar minha vida ou a vida da minha amiga. Eu não sabia em quem confiar, e o medo me consumia por dentro.

Eu me sentia sufocada, sem saber como lidar com a situação. Me perguntava se teria coragem de enfrentar tudo sozinha, sem ajuda de ninguém. A ideia me assustava, mas eu sabia que era a única opção que eu tinha.

Fechava os meus olhos e tentava me concentrar em minha respiração, buscando forças para seguir em frente. Eu sabia que não seria fácil, mas eu não podia desistir. Eu precisava encontrar uma solução para o meu problema, e faria o que fosse necessário para garantir a minha sobrevivência.

— Ivana, você tem algum dinheiro guardado? Podemos recomeçar nossas vidas longe daqui. — sugeri com esperança de que ela tivesse dinheiro e topasse ir embora junto comigo.

— Mal tenho para pagar nossas despesas. Sinto muito, Emma, em não poder ajudar. Você nunca estará sozinha, portanto, não alimente esse medo de que vão vir atrás de você e de mim. — aconselhou, sem saber o quão perigoso era nossa situação.

Algumas horas se passaram e eu comecei a sonhar alto, enquanto anotava em uma caderneta o meu plano de fuga para sair da cidade. Eu simplesmente não conseguia suportar a ideia de carregar um filho em meu ventre, ainda mais sabendo que ele seria tirado de mim à força.

Meus pensamentos corriam rapidamente enquanto eu escrevia em minha caderneta, listando cada detalhe do meu plano de fuga. Eu sabia que não seria fácil, mas eu estava disposta a fazer qualquer coisa para escapar daquele destino imposto.

Eu me sentia desesperada, com medo e sozinha. Mas eu não iria desistir. Eu sabia que tinha que ser forte e corajosa para alcançar a minha liberdade.

Então, continuei a escrever em minha caderneta, traçando o meu caminho para fora da cidade e para um futuro incerto, mas com a esperança de ser livre para viver a minha vida como eu quisesse.

Decidi passar um tempo com Ivana em forma de agradecimento, pois na primeira oportunidade que houvesse fugiria para bem longe. Me sentia culpada por deixá-la para trás, contudo, não tinha outra escolha.

— Nossa, esse filme é tão bom, né? Amo a atuação desse ator. — comentei, sem tirar os olhos dela, que estava atenta ao filme da TV.

— Concordo, ele é realmente talentoso. Mas você sabia que ele foi preso por dirigir embriagado? — questionou-me. 

— Sério? Não fazia ideia. Às vezes esses artistas têm tantos problemas pessoais que acabam se envolvendo em encrencas. 

Quem me dera meus problemas fossem por dirigir embriagada, no entanto, não tinha dinheiro e muito menos carro! 

— Pra você ver, não existe vida perfeita, nem mesmo os famosos têm! 

Concordava com Ivana. Passar aquele tempo com ela como antigamente me deu nostalgia de nossas várias conversas que tivemos no passado. Continuamos a assistir ao filme e fofocar sobre assuntos aleatórios, desfrutando da companhia uma da outra.

Quando o filme acabou, eu me levantei e fui para o meu quarto, com a mente ainda distraída pelos planos de fuga que estava traçando. Eu sabia que não podia perder tempo e que minha fuga seria em breve, então decidi começar a preparar as coisas.

Abri meu armário e comecei a selecionar algumas roupas para levar comigo. Escolhi peças confortáveis e práticas, que pudessem me acompanhar em qualquer lugar sem chamar muita atenção.

Enquanto colocava as roupas em uma mochila, minha mente vagava em todos os detalhes do meu plano de fuga. Eu precisava ser cuidadosa e não deixar rastros, para que ninguém pudesse me encontrar.

Eu sabia que não seria fácil, mas estava disposta a correr os riscos. Afinal, não podia suportar a ideia de ser separada da criança que estava no meu ventre e entregá-la. Não tinha feito nenhum teste de gravidez, mas sabia que estava gerando o bebê que nunca pediu para nascer e eu nunca quis ter, entretanto, era um inocente.

Coloquei a mochila em um canto do quarto e me sentei na cama, com a mente cheia de pensamentos e emoções. Eu estava nervosa, com medo e, ao mesmo tempo, determinada a seguir em frente.

Sabia que teria que agir rapidamente e que a fuga seria um grande desafio. Mas eu estava pronta para enfrentá-lo, disposta a lutar pela minha liberdade e pela da criança que estava a caminho.

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