CAPÍTULO 6
Laura Strondda Atordoada, demorei para levantar da cama. Arrumei as minhas roupas no pequeno guarda-roupas vazio e vesti uma das roupas que comprei para a lua de mel. Tinha um espelho laranja na parede, muito pequeno..., mas dava para ver o corte que ele, fez ao me morder, e ardia um pouco. Fui procurar comida, havia uma mesa imensa, maior que a da casa dos meus pais, e havia comida. Estava bem arrumada, embora não precisaria perguntar, é claro que ele não comeria comigo. O meu dia foi um tédio. Fiquei procurando algo pela casa, perguntei aos empregados, mas ninguém me disse nada que pudesse responder o mínimo das minhas perguntas. Olhei no escritório, e por último voltei ao quarto da tal “Anita”, que estava tão bem perfumado que cheguei a fazer o sinal da cruz, certamente a coitada era uma defunta. “Que Deus a tenha!“ — Resmunguei e dei um pulo ao sair de lá e ouvir uma voz que parecia ter vindo do além. — Quem? A senhorita Anita? Do que está falando? — era a tal Magnólia me assustando com aqueles cabelos sobre o rosto e aquela voz esquisita. — Credo, se puder me avisar da próxima vez que entrar, eu agradeço! — resmunguei e fui andando pelo corredor, notei que veio atrás de mim. — Anita é a prima do senhor Alex! — parei na mesma hora, virei colocando as mãos na cintura. — Como é? — aquela vadia chamou o meu marido por abreviação? Apelido? — É prima do Senhor A... — enfiei a mão na sua garganta, ela não repetiria aquilo, não na minha presença se quisesse continuar viva. — Se chamar o meu marido de Alex outra vez, pense que será a última, porque sou especialista em cortar línguas, e isso se estiver de bom humor, pois a minha diversão é a tortura e a execução, e falo bem sério! — consegui a atenção da mulher que me olhou de olhos esbugalhados, tentando buscar o ar, mas não estou nem aí. Só soltei quando me acalmei, iria verificar se ela havia realmente entendido. — Perdão senhora Caruso! É que o conheço a bastante tempo, então pensei... — Pois pense menos! Ou melhor, só pense quando eu pedir, sim? — me olhou em dúvida. — Entendeu? — fiz que levantaria a mão outra vez, e assustada se apressou em responder. — Sim, senhora! — colocou a mão no pescoço. — Ótimo! Venha comigo! — a puxei pelo braço, aquela mulher poderia ser útil, então a levei até o escritório. — Quero que conte tudo que sabe sobre o meu marido! — Não entendi, senhora... — O que sabe da vida do Alex? — Eu... — Caso não lembre de tudo, posso te dar essa pulseira de ouro para ajudar a lembrar! — tirei a minha pulseira e ela olhou com aquele brilho para o objeto, pareceu gostar. “Mal sabe ela que foi o Alex quem me deu, tomara que ele não se importe!“ — Pode perguntar, senhora! — dei um leve sorriso, foi fácil demais, esperava que fosse mais divertido, mas tudo bem. — Quero saber tudo sobre a vida dele! — puxei a cadeira do escritório e ela ficou em pé a minha frente. — Bom... ele e a senhorita Anita sempre foram muito apegados, sabe? Ela vinha aqui, passava meses na casa, e como a senhora Caruso faleceu há muitos anos, o senhor Robert Caruso e o senhor... “Alexander” — percebi que cuidou com o nome dele. — Gostavam que ela ficasse aqui, mas depois da morte do senhor Robert, o senhor Alexander a levou e ela não voltou mais. Desde então, ele sai todas as noites, e volta bêbado, sempre amanhece no quarto dela. Por isso ele comprou o perfume que ela usava, e passa por tudo quando chega de madrugada. Então é isso... Alex é apaixonado pela prima, será que o pai pediu para que ele casasse comigo antes de morrer? Já que o seu amor era impossível? — Sabe onde ele vai todas as noites? — Não. A cada noite num lugar diferente, pelo que sei. E, também, fazia muitos meses que ele não vinha aqui, provavelmente estava com a senhora, né? — seu semblante me dizia que ela gostava de falar isso, como se o Alex não estivesse comigo e ela se divertisse. — Não sei como estão as coisas, atualmente. — Sim, estava comigo. — ignorei a sua pergunta, o que é dela está guardado. — E, a morte do pai dele? Foi difícil? — a mulher mexeu no avental, parecia preocupada. — Ele mudou muito, senhora! Era um jovem simpático, e depois ficou amargurado, sorria o dia todo, principalmente quando estava com a prima — fiz cara de nojo, já não gostei dessa prima, se aparecer aqui vai entender que não tem lugar pra ela. — Não sei o que pode ter acontecido. — ouvimos a maçaneta se mover e automaticamente a mulher começou a limpar a mesa com um pano que surgiu do avental. Alex entrou e assim como ela disse, chegou bêbado. Já era tarde, por volta das vinte e três horas, e seu olhar era sombrio. — Saia imediatamente! — ele disse para a mulher traidora, que assim que descobrir tudo o que tem para me dizer, vou eliminar, não é digna de confiança, não deveria estar aqui. Quando ela saiu, ele veio mais perto e quando parou na minha frente cheirava forte a álcool misturado com tabaco. — Desde quando, fuma? — questionei, mas ele segurou meu pulso e me puxou. — Preciso de uma mulher, quero ter você no meu quarto! — me soltei dele, que furioso me jogou contra a parede, mas eu estava com raiva, com muita raiva. — Vá se ferrar! Eu não vou te dar nada! — o empurrei com a mesma força que ele me empurrou, e ele bateu contra uma pilha de livros. Furioso ele voltou até a mim, me prendeu novamente, mas revidei, se era um jogo, não sei..., mas vi que começaria tudo de novo. — Você é minha! Venha para o meu quarto! — ele abriu a porta, batendo ela forte contra a parede, aproveitei para tentar sair, mas ele simplesmente ergueu o meu corpo, praticamente me jogando sentada na mesa do escritório, e ergueu o meu vestido até uma altura, por ser justo. — Me solta, seu idiota! — meti uma joelhada, uma cotovelada, e desci de lá. De costas, ele me segurou e enfiou a minha cara na mesa, terminando agora de erguer o meu vestido. — Porra, que traseiro gostoso! — ele me bateu na bunda, então furiosa eu chutei o seu joelho de costas, o deixei desequilibrado e de frente para ele o empurrei, abaixei o vestido e apertei o nó da sua gravata, o sufocando, mas ele me virou de costas outra vez e jogou baixo. — Me deixa ver os seus seios, parecem lindos! — MALEDETTO! — antes que ele tocasse, eu fiz um movimento rápido e me soltei. — Está querendo morrer? Porque estou louca para te matar! — puxei a minha pequena faca da coxa e coloquei no pescoço dele, mas o maledetto gargalhou. — Se aparecer um arranhão em mim, cair uma gota de sangue... seus pais irão para o espaço! — parei onde estava. Esse novo terreno era perigoso, eu não sabia até onde ele realmente iria, então o soltei. — Deixe os meus pais fora disso! — falei com ódio, e ele bêbado, gargalhou. — É uma droga ter conhecido aquele verme! Seria mais fácil se não tivesse conhecido, é como se fosse fácil matá-lo agora! — Do que está falando? — o soltei completamente, talvez eu devesse aproveitar a tirar informações dele, já que alcoolizado seria mais fácil. — Eu sou um idiota! Falhei... não consigo fazer isso! Por isso vou me vingar só de você. Quero que sofra pelo que fez! Eu vi com os meus próprios olhos, Laura! Não adianta você negar... — O quê? O que você viu? — o chacoalhei, mas ele começou a fazer ânsia. — Venha, você não está bem, precisa de um banho! — agora era eu quem o puxava para o quarto dele. Alex acabou vomitando no corredor, ficou inofensivo. Então entrei com ele no quarto, e o coloquei debaixo do chuveiro. — Vem aqui comigo, Laura? — o olhando, pensei que seria uma boa estratégia o deixar ter alguma vantagem. Esse maledetto me diria tudo que eu quisesse ouvir... — comecei a tirar a minha roupa.CAPÍTULO 07 Laura Strondda Alex estava sentado no piso enquanto a água caía sobre ele, parecia enjoado. Ele tocou nas minhas pernas, fiquei parada na sua frente e ele olhando pra mim, quando entrei no box. — Porquê está me provocando, assim? Nunca vi ninguém entrar no banho de lingerie, só pode estar tentando me deixar louco! — falou meio embolado. — Não meu amor... eu só vim cuidar de você! Não sou a sua esposa? Hum? Vi que não está bem e vim te ajudar! — ele correu do meu olhar, soltou as minhas pernas, apoiou as mãos no chão. Fiquei observando, esse maledetto vai me contar o que está tramando, preciso descobrir. — Então me lave! — falou ríspido, nem bêbado perde a oportunidade de ser grosseiro. Peguei a esponja, passei o sabonete e comecei pelos ombros. Apertei um pouco, não serei carinhosa com esse idiota, não mesmo... — Então... nunca gostou de mim, porquê me escolheu? — questionei apertando o seu ombro com a esponja, e o maledetto garga
CAPÍTULO 08 Laura Strondda Não posso matá-lo! Que merda, é covardia matar um marido bêbado, e também tem a questão da minha família... a minha cabeça vai explodir! Tentei me afastar dele, o maledetto estava mole, tentava me tocar como me tocava no noivado, não usava força, “espera aí... ele está sendo carinhoso?“ “Maledetto, ele ama a outra, a maledetta prima, que terei que matar!“ Ah, essa eu mato! Saí do seu abraço, ele me puxou de costas. Me deu muita raiva, sentir as suas mãos suaves sobre mim, mas saber que só está assim por que pensa que sou ela. Preciso ver a foto dessa mulher, saber quem é, e o que realmente aconteceu. Os lábios dele estavam suaves no meu pescoço, por mais que eu tentasse me afastar, a sua ternura me fazia ficar, e por dentro eu queria morrer por ficar ali e não ter metido um soco na cara dele. Nunca que ele me tocou assim, no noivado era algo sexual, agora vejo que é diferente e isso está me remoendo. — Vem... vou te levar até o seu quarto! — tentou me
CAPÍTULO 09 Alexander Caruso Não acredito que estou fazendo isso! De qualquer forma, o conselho não pode saber do que já existiu entre eu e a Anita, isso deixaria meus pais completamente decepcionados no túmulo, e ainda prezo pela nossa reputação. Peguei naquele pano com raiva, depois disso, Laura não poderia dizer nada, pelo menos eu enfim, teria uma mulher na minha cama, já estou cansado de me aliviar sozinho, pelo menos o meu esforço serviria para alguma coisa. Tive que tomar um cuidado absurdo, haviam cacos espalhados por todo o quarto. Procurei pelo frasco de perfume, estranhamente não encontrei. Fui juntando tudo o que eu vi e jogando num saco de lixo reforçado, depois a Magnólia lidaria com isso. Senti o cheiro de Anita vindo da Janela, e depois de se levantar do chão, fui até lá e vi dois homens lá fora. — Sua senhora atirou num frasco de vidro ainda no ar! Se eu fosse você, tomaria cuidado, Alexander! — Peter falou e só pelo meu olhar el
CAPÍTULO 10 Laura Strondda Eu não deixaria aquele maledetto babaca me fazer de boneca sexual, antes o mataria. Como ainda não posso, preciso controlar o safado. — MALEDETTA! VOCÊ PERFUROU UM CHUMBINHO NO MEU PÉ! — gritou e saiu pulando de um pé só, enquanto eu ainda brincava com a espingarda. Até que é um brinquedo divertido, virei de ponta cabeça, olhei como é bem novinha. — Fui boazinha, te dei uma chance! Na próxima, sabe lá Deus onde terei vontade de atirar? — mirei calmamente a espingarda no seu pau, e ver a cara dele de espanto e de ódio foi a melhor cena, gargalhei. De repente ouvimos batidas fortes, era aquela maledetta porta do quarto, que mal estava encostada. Fiz o favor de ir atender, já que o meu marido estava um pouco ocupado, tentando alcançar o pé, ainda ao redor da cama, parecendo um idiota. Quando abri, me irritei de ver Magnólia, é claro que levantei a espingarda nela. — Dios mio... o que a senhora fez com o patrão? — a encarei alisando o cano, estava meio em
CAPÍTULO 11 Laura Strondda Desfilei na frente da puttana, e fui para o outro lado da cama, não gosto de ficar longe da minha Taurus nesses momentos. Sentei ao lado do Alex que deu um pulo puxando o edredom para cobrir o pau completamente exposto anteriormente por mim, “que esperaria o momento certo de agir”, não sou do tipo impulsiva, darei alguns minutos a ela. A Anita começou a falar e me deu até sono, comecei a olhar as unhas enquanto ouvia aquela voz de mosca morta. — Eu só vim pra ver se você estava bem, porquê fiquei sabendo de barulhos de tiros aqui, ontem a noite. Nunca imaginei te encontrar em estado de... — o olhou por baixo, tive vontade de furar aqueles olhos com as unhas. — Anita, não é o que você está pensando! — virei o rosto completamente para o maledetto que falou aquilo. — E, o que ela estaria pensando? — perguntei ao puxar minha Taurus e me levantar. — Porquê eu não sei o que mais ela poderia pensar, já que você é um homem casado... — dei um tapa nele, fui o
CAPÍTULO 12 Laura Strondda Respiro fundo antes de apertar a campainha. Sou a dona da casa, a partir de agora entrarei e sairei pelo portão. Quero ver quem vai me impedir. Fui andando pelo jardim e procurando o carro que Luigi falou. Pelo modelo do carro e a placa, logo de cara o encontrei na grande garagem de casa, quando cheguei. — De quem é esse carro? — perguntei a um segurança que se aproximou. — Não sei dizer, senhora! Já vi a Magnólia o dirigindo, mas não sei se é dela! — balancei a cabeça. — Ok... — me dirigi para a frente da casa e encontrei um Alex enfurecido na porta, me esperando. Estava lindo, com aquele cabelo curto, caído na testa, vestia uma camisa branca com botões que brilhavam no sol de quase meio-dia. Ele usava uma calça azul clara, de um jeans discreto, destacando a sua pele bronzeada pelo sol. — Onde esteve? — seus dentes serrados e sua mão apertando o batente, demonstravam que a brincadeira ficaria interessante, o meu marido gato, estava furioso. — Fui t
CAPÍTULO 13 (Atenção! Este capítulo contém cenas de ficção, fortes de tortura. Se você não se sente bem, pode pular para o próximo.) Laura Strondda — Agora a conversa é com você! — a olhei fixamente. — Não adianta fazer essa cara de coitada, agora! Fui escolhida por Luigi, justamente porque não tenho pena do alvo! — Eu não sei quem é Luigi, mas me deixe fugir! Faço o que quiser, o que mais precisa que eu faça? Por favor... — fui bem perto dela e olhando meti um belo tapa na sua cara, chegou a cortar o seu rosto. — Isso foi apenas para começar! Por ter sido fofoqueira e ter ligado para a prima! Você é do tipo falsa, traiçoeira, merece a morte! — dei outro tapa. — AIIII! EU NÃO FALEI NADA! — começou a chorar... odeio gente fraca e mentirosa! Soltei um braço dela, e depois outro. Vi um pequeno sorriso no seu rosto, que tentou esconder, mas não me passou despercebido. É claro que contou que me comoveu com aquelas lágrimas de crocodilo. — V
CAPÍTULO 14 Alexander Caruso — Laura não é nada parecida com o que imaginei. Quando estávamos noivos ela era outra... — coloquei o copo de whisky na mesa. — E, você? Não era outro? — respirei pesadamente. — Você conhece muito bem os meus motivos, Peter! Num dia o pai dela discute com meu pai por não querer que se case comigo... como se “eu”, quisesse! E, no outro eles são os únicos que encontro por lá quando ouvimos os disparos. Foram eles, cara! O pior foi ter visto a Laura no carro, ela compactuou com isso, pode até ter sido ela a atirar, agora eu já não duvido nada. Aquela mulher atira com qualquer arma! — me abaixei irritado, tentando tirar o meu sapato, meu pé havia inchado com aquele chumbinho maledetto durante a noite. — O que não bate é que as imagens foram danificadas! Como conseguiram matá-lo e ainda sumirem com as imagens? Nós chegamos logo depois. — São muito bem treinados, Peter! — Eu acho que você só vai sofrer mais por ter casado co