Ao ver como a loba de Ava se assemelhava ao lobo de Kaiser, Nora teve a confirmação plena de que a humana não havia mentido. Aquela terrível noite passou em sua mente, como um filme, em preto e branco. As perguntas surgiam, uma após outra, em sua mente. Com ambas as mãos sobre seu ventre, Nora se imaginou gerando uma criança muito mais poderosa do que a aberração nascida da mistura do sangue puro de seu alpha e uma humana impura. A raiva a dominou e assim Nora assumiu sua forma lupina, com a intenção de lutar e destruir a híbrida diante dela.Mesmo que a garota ainda fosse considerada um filhote, sua loba era do mesmo tamanho de Nora. Uma loba adulta e treinada, para Nora aquela vitória já estava garantida, mas ela não imaginava o tamanho do poder da jovem híbrida até receber o primeiro golpe.A loba negra estava descontrolada, completamente selvagem e imprevisível. Seus movimentos não tinham planejamento, ela apenas seguia seus instintos mais básicos e o desejo de matar o inimigo dia
Todos os melhores rastreadores estavam buscando por Nora. A ordem do rei Alpha era levá-la com vida a sua presença, pois Kaiser a faria de exemplo para todos que ousassem tramar contra ele. Sentado em seu trono, o rei pensava em lugares para onde sua filha poderia ter sido levada e quem seria o real mandante de tudo aquilo. Kaiser estava tão concentrado, que não percebeu quando Emília entrou no grande salão.Apoiada no batente da porta, a mulher brincava com o bracelete que a marcava como prisioneira, pensando como seria seu futuro e o de sua filha a partir daquele momento. Emília observou o lobisomem, sentado no centro daquele grande salão, sozinho em seu deslumbrante trono. O poder que Kaiser tinha, emanava de seu corpo como ondas de calor. Mesmo que parecesse que ele estava com a guarda baixa, um movimento errado em sua presença, poria custar sua vida. A frieza com a qual ele eliminava seus inimigos era conhecida por todos, humanos e lobisomens. Mesmo sabendo de todas essas coisas,
Um choque atingiu o peito de Kaiser, como se alguém o estivesse chamando. Ao se levantar, sua cabeça doeu, o deixando tonto. Algo estava errado. Com passos largos, o rei alpha saiu da sala do trono, olhando para todos os lados. Um vento suave o atingiu, vindo dos corredores a sua direita, trazendo o perfume suave de Emília. Os pelos do corpo do Alpha de arrepiaram. Ao ver a expressão de seu rei, Ryker se aproximou, notando que algo parecia errado.― Kaiser? ― Sem perceber a presença do beta, Kaiser começa a andar na direção do cheiro, notando que ficava mais fraco a cada passo que ele dava. O Beta seguiu seu rei, então ele sentiu o perfume de Emília e entendeu que havia algo estranho acontecendo. Eles correram pelos corredores, afastando todos que cruzavam seu caminho, até se depararem com uma porta aberta. Kaiser arrancou a porta com uma de suas mãos, arremessando a madeira destruída para longe.Havia algo estranho naquele quarto. Kaiser sentia sua presença sendo repelida pelo luga
Estava cada vez mais difícil para Emília se mover e até mesmo respirar. As figuras estranhas estavam agitadas, preocupadas com as reações da mulher diante delas e nas consequências que poderiam enfrentar diante de tal recusa. Emília sabia que não poderia ficar mais tempo naquele lugar, principalmente após descobrir os planos de seus captores. Porém, por mais que ela tentasse, seu corpo não respondia, se mantendo preso ao chão. A figura mais próxima, que parecia ser a líder daquele grupo, de abaixou diante da mulher e suspirou. ― Por qual motivo continua lutando? Apenas aceite o seu destino. ― A voz baixa e doce da mulher tocava os ouvidos de Emília como uma doce melodia. Um pouco desnorteada, Emília percebeu que aquela mulher estava fazendo algo com sua mente, tentando moldar seus pensamentos. Com seus olhos fechados, a humana respirou profundamente e se focou nos sorrisos de Kaiser e Ava, como eram semelhantes entre si e suas personalidades explosivas. Ao abrir os olhos, a figura e
As bruxas cercaram Emília e Karol. A jovem Jasmim se manteve afastada, confusa sobre o que poderia fazer naquela situação. Cercada e sem ter como escapar, Emília afastou as mãos de sua mãe e a olhou com intensidade. A decepção que a mulher estava sentindo naquele momento não podia ser medida. Emília nunca imaginou que sua mãe, que sempre foi tão carinhosa com ela, na verdade, apenas a via como uma arma contra os lobisomens desde que nasceu.― Quer me segurar aqui? Tudo bem. ― Emília se afastou, indo para o centro da clareira e sentando na grama com as pernas cruzadas. ― Então, vamos esperar, mas saiba que eu não vou mover um único dedo para ajudar nenhuma de vocês, na verdade, eu espero que o rei alpha arranque a cabeça de todas. Quem sabe assim eu tenha paz As mulheres estavam cada vez mais confusas com o comportamento de Emília, e olharam para Karol de forma acusadora. Como sacerdotisa, era o dever de Karol treinar sua filha, ensiná-la sobre Nix e as artes antigas. Porém, além de E
Assim como Kaiser, Ryker levou apenas mais dois lobos com ele, para que eles pudessem se mover de maneira mais eficiente e rápida. Antes de partirem, o beta foi até o quarto da mulher e tomou a liberdade de pegar uma peça de roupa usada por ela. Com a camiseta nas mãos, ele convocou um dos melhores rastreadores e um soldado. Ninguém sabia o que poderiam encontrar, por isso precisavam estar preparados para tudo.O grupo já tinha o cheiro da mulher, e todos sentiram uma estranha reação. O rastreados, mesmo estando acostumado a ter de memorizar vários odores diferentes, sentia como se aquele aroma estivesse penetrando em sua mente e criando raízes profundas. O soldado sentia uma urgência em encontrar a humana e protegê-la, como se sua existência dependesse apenas daquilo. Já o beta, que já tinha sentindo aquele cheiro várias vezes, sentia um sentimento de pose muito grande, ao ponto de até mesmo dispensar os demais e ir na busca sozinho.Aqueles lobos sabiam que seus sentimentos confusos
Caminhando pela biblioteca, Emília conseguiu encontrar uma caixa de primeiros socorros e a levou até onde Ryker ainda estava desacordado. Com cuidado, a mulher limpou o ferimento e fez um curativo improvisado, apenas para que não infeccionasse. Deixando o beta o mais confortável possível, Emília começou a andar pelo lugar. Livros e estantes estavam espalhados pelo chão, cadeiras e mesas destruídos, assim como os computadores e demais aparelhos eletrônicos. A poeira e as teias de aranhas dominavam o lugar, porém havia um lugar que chamou a atenção da mulher.Uma estante mais afastada, de madeira escura e com todos os livros intactos. Não havia teias de aranhas e nem poeira, indicando que alguém estava frequentemente naquela biblioteca e cuidando apenas daqueles livros. Emília se aproximou com cuidado, pois não sabia se a pessoa misteriosa poderia estar por perto. Seus pés tocavam suavemente o chão, evitando os livros, vidros e outros objetos espalhados. Confirmando que estava sozinha n
Tanto Emília quento Ryker ficaram em choque. A mulher não compreendia o comportamento do Beta, que sempre pareceu indiferente a ela. Se levantando com o livro nos braços, Emília apenas olhou de forma fria para o lobisomem, que tentava avaliar sua ação.― Nunca mais chegue perto de mim. ― a mulher deu as costas para o beta, mas parou e olhou sobre seu ombro. ― Vamos fingir que isso nunca aconteceu e você volta a apenas ignorar que eu existo. Assim que ficou sozinho, Ryker desferiu um golpe contra a parede usando seu punho. O beta não conseguia entender os sentimentos confusos dentro dele com relação à mulher, mas sabia que seus atos poderiam custar a sua vida. Ele sabia que o melhor a se fazer era apenas fingir que nada havia acontecido. Após se sentir mais calmo, Ryker foi procurar a mulher, que estava sentada em uma das poucas mesas que ainda estavam inteiras, próxima à janela. Apenas a fraca luz da lua cheia iluminava seu rosto, seus olhos concentrados no livro aberto diante dela.