Na manhã seguinte, o sol já brilhava suavemente através das janelas do palácio, enchendo o ambiente com uma luz quente e acolhedora. Carlos e eu descemos juntos para o salão principal, onde o café da manhã estava disposto sobre a mesa com uma seleção de frutas frescas, pães e sucos.Alejandro já estava sentado, com uma xícara de café à frente e o celular em mãos, seus dedos deslizando rapidamente pela tela enquanto trocava mensagens. Quando me viu, levantou-se imediatamente, guardando o telefone no bolso e vindo ao meu encontro com um sorriso caloroso.— Bom dia, irmãzinha. — ele disse, envolvendo-me em um abraço apertado, seu toque sempre carregado de proteção e carinho.— Bom dia, Alejandro. — respondi, sorrindo enquanto retribuía o gesto.Ele se afastou ligeiramente, mas manteve as mãos sobre meus ombros, seus olhos refletindo uma mistura de alegria e preocupação.— Cristina, eu preciso voltar ao México. — disse ele, a voz calma, mas firme.A notícia pegou-me de surpresa, e senti u
Senti meus olhos se encherem de lágrimas ao ouvir suas palavras, mas me contive, mantendo um sorriso.— Alejandro... — comecei, mas ele levantou a mão para me interromper.— Eu vou voltar, Cristina. Não é uma despedida definitiva. Vou ao México cuidar de minha esposa e de nossos negócios, mas não vou perder o casamento de vocês por nada neste mundo. — disse ele com um sorriso travesso, que me fez rir baixinho.Carlos se levantou e deu um passo à frente, estendendo a mão para Alejandro.— Você será sempre bem-vindo aqui, Alejandro. Esta casa é sua.Alejandro apertou a mão de Carlos antes de abraçá-lo, em um gesto que mostrava respeito e confiança mútua. Em seguida, ele se aproximou de mim e me envolveu em um abraço apertado.— Cuide-se, irmãzinha. E não hesite em me chamar se precisar de algo. — ele murmurou, com a voz carregada de emoção.— Você também, Alejandro. — respondi, minha voz falhando um pouco.Pouco depois, acompanhamos Alejandro até a entrada principal, onde seu carro já o
Dois meses haviam se passado desde que Alejandro partiu para o México. Durante esse tempo, a rotina na Itália parecia estabilizar-se. Sob meu comando e com Carlos ao meu lado, a máfia Mendez consolidava seu poder, enquanto a sombra dos Carrillo era apenas uma lembrança distante. No entanto, a paz nunca dura muito em nosso mundo.Era uma manhã ensolarada, e eu estava no escritório revisando relatórios financeiros quando meu telefone tocou. O número na tela era de Olivia, a esposa de Alejandro. Atendi imediatamente, mas sua voz trêmula do outro lado da linha fez meu coração parar.— Cristina... é Alejandro. Ele sofreu um ataque ontem à noite. Eles... eles atiraram nele. Ele está na UTI. — A voz dela se quebrou em soluços.Minha visão ficou turva, e senti uma pressão no peito que mal me deixava respirar.— O que aconteceu? Quem foi? — perguntei, tentando manter a calma, mas a urgência na minha voz era evidente.— Não sabemos ainda quem está por trás disso. Ele estava voltando de um encon
Dentro da UTI, olhei para ele através do vidro. Era difícil reconhecer meu irmão forte e confiante naquele homem pálido e imóvel, rodeado de máquinas que mantinham seu corpo funcionando.— Quem fez isso? — perguntei a Olivia, minha voz agora fria como gelo.— Ainda não sabemos, mas os aliados estão investigando. Parece que pode ter sido uma máfia rival que quer tomar o controle no México. — respondeu ela, enxugando as lágrimas.Carlos, sempre protetor, segurou meu ombro.— Assim que Alejandro estiver estável, vamos lidar com isso, Cristina. Quem fez isso vai pagar.— Vai pagar caro. — murmurei, sentindo a raiva e a dor se misturarem dentro de mim.Naquele momento, prometi a mim mesma que protegeria Alejandro e sua família, não importa o que fosse necessário. A máfia Mendez não cairia, nem no México, nem na Itália. E aqueles que ousaram tocar em meu irmão não viveriam para se arrepender.Depois de alguns minutos em silêncio, observando Alejandro através do vidro, me virei para Olivia.
Enquanto amanhecia, o céu tingido de tons alaranjados filtrava-se pelas janelas amplas do quarto. Estava sentada na poltrona ao lado da cama de Alejandro, o observando em silêncio. Seu rosto estava pálido, marcado pelas dificuldades do ataque, mas ainda havia força ali. Ele era um Mendez, e nós nunca nos deixávamos vencer sem lutar.Às 6h44, incapaz de conter o turbilhão de pensamentos, tomei uma decisão.— Carlos... — chamei, com a voz baixa, mas firme.Ele estava próximo à janela, contemplando o jardim do hospital. Ao ouvir minha voz, virou-se imediatamente.— Estou pensando em deixar Romero responsável pelas operações da máfia aqui no México. Ele é leal, confiável, e sua experiência é inquestionável. Além disso, ele é seu primo, e a família é sempre prioridade quando se trata de alianças.Carlos cruzou os braços, ponderando por um momento. Seu olhar encontrou o meu, intenso, mas sem pressa.— Romero é um bom homem. Ele tem sido leal por anos, mas... Cristina, você não precisa pensa
Poucos minutos depois, a porta do quarto abriu-se novamente, e um homem de jaleco branco, com expressão séria e passos firmes, entrou. Ele se apresentou calmamente:— Bom dia, sou o Dr. Alfredo Passos, responsável pela cirurgia do senhor Alejandro Mendez.Sua voz era firme, mas carregava um peso que me fez preparar o coração para o que ele estava prestes a dizer. Olivia levantou-se imediatamente, segurando a barriga como se buscasse forças para o que estava por vir. Carlos e eu ficamos em silêncio, atentos.— O paciente sofreu ferimentos graves causados por disparos de uma pistola Taurus PT59S19 .380ACP IN FSC ZAR 9 mm. Um dos tiros pegou de raspão no crânio, outro atingiu o abdômen e o último perfurou a região do tórax. Conseguimos estabilizá-lo na cirurgia, mas infelizmente... — Ele hesitou por um momento, como se estivesse buscando as palavras certas. — O senhor Alejandro está em estado vegetativo. Não sabemos quando, ou se, ele vai acordar. Tudo depende da força dele.Olivia levou
Segurei suas mãos firmemente, encarando-a com toda a convicção que pude reunir.— Sei que é difícil. Sei que parece impossível agora, mas Alejandro está lutando. Ele sempre foi um guerreiro, e nós precisamos lutar junto com ele. Isso significa que você precisa cuidar de si mesma. Está bem?Depois de alguns segundos, ela respirou fundo e concordou.— Vou tentar.Carlos aproveitou o momento para intervir.— Olivia, eu vou providenciar que um dos nossos homens fique exclusivamente para ajudá-la. Alguém de total confiança. Assim, você pode descansar sabendo que estamos protegendo Alejandro.Ela agradeceu com um olhar cansado, mas aliviado.O dia passou em um ritmo lento e agonizante. Enquanto Olivia finalmente conseguiu cochilar em um quarto reservado próximo à UTI, Carlos e eu nos dividimos entre acompanhar Alejandro e organizar nossas próximas ações.Sentados na área de descanso do hospital, discutíamos as informações que tínhamos sobre o ataque.— Os Fontana cometeram um erro ao tocare
Ao entrar, olhei ao redor e senti um aperto no peito. Tudo ali exalava a presença de Alejandro: os livros alinhados na estante, o cheiro amadeirado que parecia impregnado no ar. Suspirei, tentando afastar a melancolia, e comecei a tirar o casaco.Carlos se aproximou, envolvendo-me em um abraço por trás.— Vamos tomar um banho — sussurrou ele, beijando meu ombro.Fui com ele até o banheiro espaçoso, onde a água quente começou a escorrer pelo box, criando uma névoa que preenchia o ambiente. O banho foi um momento de alívio temporário, de conexão em meio ao caos. Carlos lavou meus cabelos com cuidado, enquanto eu descansava a cabeça em seu peito. Não trocamos muitas palavras, mas não precisávamos. A proximidade falava por si.Após nos vestirmos novamente, saímos da mansão e voltamos ao hospital. O caminho de volta foi silencioso, mas não desconfortável. Ambos estávamos mentalmente focados na situação. Quando chegamos, os cinco seguranças estavam posicionados na entrada do andar reservado