LCFicamos em alerta total após o aviso de invasão, mas nada aconteceu na Penha e nem na VK.Carioca então avisa que tá indo pro Cascata, pois os vermes desgraçados invadiram lá.Sem pensar duas vezes, coloco meu bonde na pista, armado até os dentes, de armas, munição e ódio. Não vou deixar na mão meu irmãos. Irmãos de vida e de sangue.Chegamos pelo mesmo local onde o helicóptero nos buscou quando fomos resgatar a Fernanda, na época do sequestro.É difícil acessar o morro por ali, tem muito mato, pedras e praticamente precisa escalar, mas nós conseguimos.Chegamos metendo bala em todos os fardas que apareciam na nossa frente, mas a baixa de homens do nosso comando foi grande também.Depois de muita troca de tiros, consigo chegar até onde estão o Japah, Carioca e o Barreto.Não tomo nenhuma atitude precipitada. Tenho o Barreto na minha mira e com a calma necessária, aguardo.No meu campo de visão tenho os dois fardas e o Japah, mas o Carioca não. Mas sei que ele tá ali.Assi
Ângela — Nunca! — ele responde e nos beijamos. Um beijo intenso e demorado. Após alguns minutos, pego sua mão e o faço entrar. — E então? Foi muito difícil fazer com que meus filhos te liberassem para largar o bando? — Um pouco com o Japah, com o Carioca foi mais tranquilo. — Eles não poderiam te negar isso. — falo. — Fiz isso porque amo você! Sorrio ao ouvir isso. — E você acha que eles desconfiam pra onde você veio? — O Japah talvez não, inventei uma história de problemas na família. Mas o Carioca talvez desconfie, acho que tem quase certeza, na verdade. — Sou adulta e já perdi muito tempo da minha vida! — falo colocando minhas mãos em volta de seu pescoço e ficando na ponta dos pés. Robertão então me agarra com força, cheira meu pescoço, me pega no colo e me leva até a cama para matarmos a saudade de alguns meses. Estamos juntos outra vez, vivendo o agora, pois é isso que importa, amar, sentir e viver, sem se importar com o depois, pois o depoi
PRÓLOGOAponto meu fuzil na cara dele, não tem pra onde ele correr, tiro e bomba pra todo lado, está encurralado. Esse momento é a glória pra mim.Meu companheiro também tem a mira apontada pra ele.— Demorou mas chegou tua hora! — falo na cara dele.Sujeito ruim, ele me encara sem demonstrar sentir medo algum da morte.Movimento o dedo pra apertar o gatilho. Meu telefone toca, atendo sem tirar os olhos dele.Do outro lado da linha, aquela voz tão familiar:— Você não pode matar ele!A porta se abre, me viro e ele aponta a arma pra mim, volto a atenção para a ligação novamente.– Ah não? Por quê? — Pergunto rindo, mas a resposta não foi nada engraçada.DIAS ATUAISSEGUE O MOMENTO EM QUE FERNANDA LÊ A MENSAGEM NO CELULAR DE FELIPE DURANTE A COMEMORAÇÃO DO CASAMENTO.FernandaDurante a tarde, precisei subir até o quarto para colocar o meu celular para carregar e na escrivaninha da cabeceira, o celular pessoal do Felipe que estava lá, vibrou algumas vezes. Não sei se por curiosidade ou i
FernandaEle me olha perplexo, não sei se era porque eu já sabia da criança ou porque eu estava gritando. Ele vira de costas bufando e passando as mãos no cabelo. — Fala, Felipe! Com qual vagabund* você transou sem ter o mínimo de descendia de se prevenir? Arriscando me passar alguma doença, você é um escroto mesmo!— Não fala besteira, Fernanda! — Falou se virando para mim.— Ah, besteira? — eu ri ironicamente.— É besteira sim! Você acha o quê? Que eu saio comendo essas vagabund*s por aí sem me cuidar? Tá maluca?Nessa hora eu gargalhei alto.— Ah claro, você usa camisinha mas uma piranha engravidou de você, tá certo. — bati palmas. Eu estava impressionada negativamente comigo mesma, nunca fui uma pessoa que resolve as coisas gritando ou falando palavrões.— Eu te amo, caralh*! Põe isso nessa sua cabeça. A única pessoa com quem eu transo é você. – ele encheu um copo de whisky e tomou puro, sem gelo.— Nem você acredita nessa mentira que está tentando contar. A prova disso é essa cr
FernandaFui indo em direção a garagem, coloquei minha mala no carro e abri a porta do carona para entrar, mas ele a bate com força me impedindo.— Para de agir feito criança, caralh*!Olhei para ele incrédula. Felipe estava com os olhos vermelhos, não sei se por não ter dormido ou por ter usado alguma coisa.— Criança, eu? — falei um tanto debochada enquanto cruzei os braços e me escorei no carro. É, talvez eu estivesse sendo um pouco infantil mesmo, mas eu estava com muita raiva dele, então acho eu que tinha esse direito.— Você sai transando com todas as mulheres que aparecem pela frente sem se prevenir, mas eu é quem sou criança? Tá bom! — ri debochada no final.— Não fala o que você não sabe! — ele respondeu.— Felipe, vamos fingir que esse circo que você montou aqui ontem, não aconteceu, tá legal? Agora eu entendi, você fez esse teatro todo de casamento para que eu não descobrisse sobre seu “outro filho”. — falei com aspas porque estou com muito ódio e ele pegou meu braço com fo
FernandaNesta hora eu fiquei estarrecida com o que ouvi, nos olhamos alguns segundos e apertei firme a mão dela para que ela entendesse que poderia se abrir comigo, se ela se sentisse confortável para isso.— Fernanda, os primeiros anos do meu casamento foram de total infelicidade. Desde que conheci o Jorge, ele ficava com várias mulheres, mas eu me apaixonei perdidamente por ele e engravidei tão novinha que precisei casar, ou melhor, morar junto, pois sendo menor de idade eu precisaria de autorização dos meus pais e isso não era possível. Eu morava na pista com eles, não éramos ricos, mas tínhamos uma vida confortável e quando meu pai soube da gravidez, descobrindo ser de um traficante, me expulsou de casa e eu não tive outra opção, a não ser morar no morro com o Jorge.— Meu Deus, Ângela! E como o Jorge reagiu?— Ele ficou muito feliz com a gravidez, é claro, desde o começo dizia ser um menino, me levou para viver com ele no Jacarezinho e aí começou o inferno que foi o início da no
DANI LEMBRANDO E CONTANDO AOS AMIGOS:Já virei um tapa na cara dela e segurei ela de costas, pressionando a cara da desgraçada na parede de uma casa. O que me ajudava era que ali não ficava no campo de visão de nenhum soldado.— Escuta aqui, sua piranha, você vai me acompanhar até meu carro sim! Caso contrário, meu soldado que está lá do outro da rua da casa azul, ao lado do Bar do Tuca, vai atravessar e meter uma bala na cabeça da sua titia Lourdes. — A casa azul era a casa onde ela morava com Lourdes, a mulher que a criou. Primeiro me informei sobre a vida dela, não havia nenhum soldado vigiando a sua casa, mas ela não precisava saber disso.Ela se calou e me acompanhou, entrando no meu carro e eu dirigi acelerada até um local mais afastado, próximo de onde sei que fica o campo da desova. A princípio, hoje ninguém seria cobrado, então estaria limpo.Lá estacionei e dei uma surra nela, mesmo estando grávida bati muito, arranquei o mega que ela tinha acabado de colocar e após ela esta
Carioca Assim que voltamos da praia, eu nem fiquei em casa, brigar com a Fernanda me baqueia legal. Será que ela não entende que esse filho com a Susana não vai mudar absolutamente nada entre nós? Nem sei se é meu realmente e isso ela vai ter que provar, mas ela não seria louca de inventar uma parada dessas, não pra mim. Tava tudo pronto pro casamento, as coisas organizadas nos mínimos detalhes com a ajuda da minha mãe, ela adora um evento, por menor que seja. Aí do nada, aparece a Susana com esse papo de filho. Ela nem mora mais no morro desde a invasão, e quando saiu da cadeia não voltou pra cá. Será que entre eu e a Fernanda sempre vai ter algo pra atrapalhar? Meu telefone pessoal toca, olho na tela. E era minha mãe. Penso em não atender mais uma vez, ela já ligou 1 milhão de vezes. Atendo. — Fala, mãe! — Que história é essa de filho, Felipe? Suspiro. — Mãe, depois a gente conversa sobre isso, tá? Tô com a mente cheia! Você conseguiu colocar alguma coisa na cabeça da Fer