Leco (Marcelinho)Depois de resolver tudo com o LC na VK, voltei pra Penha. O comando dele é um dos melhores; as contas do faturamento sempre fecham certinho, e os moradores lá andam na linha. Nas raras vezes em que houve invasão, foram poucas as baixas de soldados.Nós trocamos algumas ideias e chegamos a conversar sobre a liderança no Morro da Pedreira, que é um verdadeiro mistério. É como se o dono de lá fosse um fantasma. Mas meu pai recebeu uma informação de um policial de que o cara tem como vulgo MT, apenas isso, sem nenhuma outra informação.Outra parada tá me deixando inquieto: Milena ter saído do pub pra conversar com alguém.Isso ficou na minha mente. Será que ela tá dando pra algum moleque da comunidade?Peguei a amiga dela, não porque elas são amigas, mas porque a garota é gostosinha mesmo. Elas se conhecerem foi apenas coincidência, e uma coisa não tem nada a ver com a outra.Na Penha, tudo na maior tranquilidade. Meu tio, o Carioca, tava preocupadão antes de viajar, por
G4Deixei a Thayla na casa dela e voltei pra dormir um pouco, eu tava cansadão. Ela tem aquela carinha de inocente e o jeito comportado, mas é um furacão na cama, gostosa pra carälho. Só de lembrar, sinto vontade de fod€r com ela de novo.Passei um esporro na Antonela. Ela tá muito saidinha e, se pensa que vai fazer o que quiser porque nossos pais não estão, vai se atrasar comigo. Será escoltada em todo lugar agora. Chamo um dos soldados pelo rádio pra ir na farmácia buscar um remédio. Dei mole com a Thayla essa noite, nunca faço isso, e a única com quem transei sem prevenção até hoje, além dela, foi com a Bruna. Aliás, por que tô lembrando daquela filha da putä?Passo de moto em frente à lanchonete e não vejo ela nem a Célia. Dou um giro pelo morro e encontro Thayla na pracinha com o irmão dela. Dá pra perceber que eles se gostam muito.Eu tava com o remédio pra entregar, mas esperei até a noite, quando ela tava sozinha e voltando pra casa. Estaciono ao lado da escada quando ela tá
NA FACULDADE...— Tá, mas você consegue dar uma fugidinha? A gente pode bolar algum plano, Nélis! — Milena diz.— Mi, sabe quantos soldados estão me vigiando? Quatro, isso mesmo, quatro soldados! — Antonela responde, triste, enquanto segura seus livros.— Calma, a gente vai pensar em algo que dê certo.— Eu ajudo! — Thayla diz.— Eu acho bom, hein, Thayla? Aproveita e dá mais um chá no G4 pra ver se ele larga do pé da Antonela.Thayla e Antonela riem.— Ai, só você pra me fazer rir mesmo, Milena! — Antonela diz.— Mas e você? Conta tudo, Milena! Tô mega curiosa e já estou sabendo do pagodinho!— Contar o quê, cunhadinha? Que seu irmão beija bem pra caramba?— AAHHH! — Thayla e Antonela gritam eufóricas.— Ai, desculpem! Estou sendo muito emocionada, né? Eu vou parar, juro! — Milena diz.— Não tá emocionada, não! — Antonela fala, fazendo um gesto com a cabeça. Milena e Thayla olham na mesma direção. Thierry estava se aproximando, e Milena ficou em silêncio, sem jeito.— Hi, Thayla, só
AntonelaDeitada no sofá, estou lendo sem prestar atenção alguma na matéria que o professor mandou revisar, enquanto na televisão, passa algo que nem sei o que é. O conteúdo está na minha mão, mas meu pensamento está no Cold.Nos falamos muitas vezes ao dia, por mensagem, mas não é a mesma coisa, e eu sei que ele está muito chateado com essa situação de não podermos nos ver.Gabriel desce as escadas todo arrumado.— Vai aonde todo perfumado assim? — pergunto, levantando do sofá.— Dar um rolê!— Eu, hein? Só vejo você desse jeito em noite de baile!Ele dá de ombros e sai. Logo escuto o barulho do carro ao invés da moto.Uma mensagem da Thayla no meu telefone:“Tá afim de ver seu boy hoje?”“Sempre, mas querer não é poder” (emoticon de triste) – respondo.“Seu irmão não vai estar em casa hoje, então aproveita” (emoticon de diabinho)“Sua safada, por isso ele saiu daqui todo arrumado? Mas está muito tarde, como vou ir até a Pedreira a essa hora?”“Dá um jeito de ir, Antonela, e eu dou u
ThierryAquela noite com a Milena foi fodä demais. A sintonia entre nós foi muito grande, temos muitos gostos em comum. Porém, eu fico com um pouco de receio em me envolver com ela. Afinal, é uma garota rica, acostumada a ter tudo, e eu sou isso aqui: tenho um emprego com salário de merdä, moro num quarto minúsculo, já fiz muita coisa errada e não tenho nada de bom pra oferecer a ela e a ninguém. Mas Milena não saiu da minha cabeça: aquele sorriso, aquele corpo incrível e aquele beijo... Nosso beijo encaixou demais.Durante a semana, uma senhora vendia rosas próximo ao meu trabalho e quando vi, a primeira coisa que me veio à mente, foi comprar uma pra Milena. Parece bobo, eu sei, mas eu fiz, comprei e fui até a faculdade levar pra ela. Eu nunca me apaixonei de verdade por ninguém, acho que paixão só fod€ com as pessoas.Minha avó sempre contou que minha mãe vivia relacionamentos tóxicos antes de conhecer o pai da Thayla, inclusive com o Carioca, que a tratava igual lixo. Então, eu jam
MilenaAntonela e eu saímos da faculdade em direção à Penha. Eu iria com ela porque dormiu com o Cold na Pedreira e estava sem carro. Nélis está apaixonadíssima e enfrentar o Gabriel não vai ser fácil. Ele é possessivo igual ao tio Carioca. Quero ver como ela vai sair dessa.Assim que passamos pela entrada, já vimos o Leco dando algumas instruções aos soldados. Ele estava sem camisa, deixando visíveis suas tatuagens e mostrando o abdômen definido.Vê-lo ainda me causa sensações que não sei mais definir exatamente quais são.Quando ele nos vê, sinaliza para pararmos o carro, se aproxima e me olha de um jeito que eu não soube identificar se era raiva ou desprezo. Rapidamente, ele se dirige à Antonela:— Vai logo pra casa e se prepara, o G4 tá o bicho!Eu e ela nos olhamos.— Por minha causa? — Antonela pergunta.— Também! Mas deu treta com a loirinha, agora vão logo!Assim que ele falou, dei partida e saí acelerada.— O que pode ter acontecido entre ele e a Thayla? Eles passaram a noite
PRÓLOGOAponto meu fuzil na cara dele, não tem pra onde ele correr, tiro e bomba pra todo lado, está encurralado. Esse momento é a glória pra mim.Meu companheiro também tem a mira apontada pra ele.— Demorou mas chegou tua hora! — falo na cara dele.Sujeito ruim, ele me encara sem demonstrar sentir medo algum da morte.Movimento o dedo pra apertar o gatilho. Meu telefone toca, atendo sem tirar os olhos dele.Do outro lado da linha, aquela voz tão familiar:— Você não pode matar ele!A porta se abre, me viro e ele aponta a arma pra mim, volto a atenção para a ligação novamente.– Ah não? Por quê? — Pergunto rindo, mas a resposta não foi nada engraçada.DIAS ATUAISSEGUE O MOMENTO EM QUE FERNANDA LÊ A MENSAGEM NO CELULAR DE FELIPE DURANTE A COMEMORAÇÃO DO CASAMENTO.FernandaDurante a tarde, precisei subir até o quarto para colocar o meu celular para carregar e na escrivaninha da cabeceira, o celular pessoal do Felipe que estava lá, vibrou algumas vezes. Não sei se por curiosidade ou i
FernandaEle me olha perplexo, não sei se era porque eu já sabia da criança ou porque eu estava gritando. Ele vira de costas bufando e passando as mãos no cabelo. — Fala, Felipe! Com qual vagabund* você transou sem ter o mínimo de descendia de se prevenir? Arriscando me passar alguma doença, você é um escroto mesmo!— Não fala besteira, Fernanda! — Falou se virando para mim.— Ah, besteira? — eu ri ironicamente.— É besteira sim! Você acha o quê? Que eu saio comendo essas vagabund*s por aí sem me cuidar? Tá maluca?Nessa hora eu gargalhei alto.— Ah claro, você usa camisinha mas uma piranha engravidou de você, tá certo. — bati palmas. Eu estava impressionada negativamente comigo mesma, nunca fui uma pessoa que resolve as coisas gritando ou falando palavrões.— Eu te amo, caralh*! Põe isso nessa sua cabeça. A única pessoa com quem eu transo é você. – ele encheu um copo de whisky e tomou puro, sem gelo.— Nem você acredita nessa mentira que está tentando contar. A prova disso é essa cr