Capítulo 7

— Chegamos! — Valentina comemora assim que paramos em frente à uma bela casa, com música alta.

— Eu pensei que era uma festa só pros amigos mais próximos. — Alex comenta receoso.

— E você acreditou? — Miranda comentou rindo.

— Vamos, ainda temos que encontrar o Simon no meio de toda essa gente. — Alex segurou a mão de Miranda e os dois foram à nossa frente.

A casa é bonita, tirando os copos de bebida espalhados por todos os lados e o cheiro forte de cigarro.

Comecei a me sentir meio deslocado e me arrependi de ter vindo.

— Essa não foi uma boa ideia, acho melhor eu ir... eu nem conheço ninguém e...

Tento dar meia volta, mas Valentina segura firme o meu braço, impedindo que eu ande.

— Relaxa, Helinor, é só uma festa. Tirando os quatro, eu também não conheço ninguém aqui e o Simon é legal.

Suspiro pesado. Talvez eu acabe me divertindo.

Valentina segura minha mão e começa a me puxar pelo meio de todas as pessoas absortas em sua própria diversão.

— Achei o Simon! — Ouço a voz de Miranda, e Valentina me arrasta até onde eles estão.

— Simon! — A ruiva solta minha mão e corre até o garoto. Eles se abraçam e ela não para de sorrir. Está realmente feliz.

— O tio Léo deixou você vir? — Ela o encara com o olhar de quem aprontou e ele entende na hora. — Ah... quebrou a regra de ir da escola direto pra casa. Você não muda, Valentina!

Eles riem.

Meu desconforto aumenta.

— E você, quem é? — Eles finalmente parecem lembrar da minha existência. De novo.

— Eu sou o Heitor... — Ele estende a mão e nós nos cumprimentamos. — Desculpa entrar assim na sua festa.

— Quê isso, você já é praticamente da família, né? Já que é o novo namorado da Valentina...

— Não somos namorados! — Valentina e eu respondemos em uníssono.

— Ah... — Ele sorri. — Bom, qualquer amigo da Valentina é meu amigo, portanto, divirtam-se!

....

Esbarro em algumas pessoas tentando encontrar Valentina. Ela disse que ia pegar uma cerveja, há uma meia hora, e até agora não apareceu. Deve ter se perdido nessa casa enorme.

Já estamos aqui há algumas horas. Até que está sendo divertido, os amigos dela são bem gentis e sabem como nos manter animados.

Abro a porta de vidro que leva à parte de trás da casa e vejo Valentina conversando com um garoto que eu não conheço. Eles parecem bem próximos.

Instantaneamente sinto uma raiva me consumir por inteiro. Não gosto da imagem dela me largando na festa pra vir ficar se divertindo com outro.

O sol estava se pondo e a escuridão da noite começava a aparecer.

— Valentina! — Chamo assim que chego perto deles.

— O que é? — Ela responde irritada. Parece que eu atrapalhei algo.

— Preciso falar com você. — Ignoro completamente o garoto ao seu lado, olhando fixamente pra ela.

— Não pode ser depois? — Ela pergunta impaciente. — Eu estou ocupada agora.

— É importante. — Respondo firme.

— Me manda um email ou uma mensagem com o assunto e...

— Valentina! — Digo um pouco mais ríspido.

Ela suspira irritada.

— Tudo bem, mas me dá alguns minutos. Acabei de fazer um novo amigo e meu pai me ensinou a não ser grossa com as pessoas e me despedir direito, então... — Ela faz um sinal com as mãos, me enxotando de lá.

— Acho melhor eu ir. Obrigado pelo papo, Valentina. — O idiota fala antes de ir  embora. Babaca.

— Viu o que você fez? Acabou com a minha missão... não tinha nada melhor pra fazer? Estragar uma festa de criança, talvez...

— Para de drama, aquele cara não serve pra você. Não sei o que viu nele. — Reviro os olhos, irritado.

— Isso é ciúmes? — Ela arregala os olhos, rindo. — Acha que eu tava tendo um assunto romântico com ele?

Claro que eu estou com ciúmes. A vontade que eu tenho é de pegar ela pelos ombros e dizer: "Você não faz ideia da bagunça que está fazendo na minha cabeça?"

Ao invés disso, apenas solto uma longa respiração.

— Olha, acho melhor eu ir embora. — Digo me virando pra ir.

— O quê? Logo agora? Ela protesta.

Valentina acidentalmente esbarra em mim, perdendo o equilíbrio. Seguro ela pela cintura, prendendo meu corpo ao seu.

Pela primeira vez, Valentina parece me enxergar de verdade. Ela não desviou o olhar, parece tão hipnotizada quanto eu. Os olhos dela eram tão azuis assim ontem?

Droga, isso não vai acabar bem.

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