Chegou a casa às 17h em ponto, já estava com o motorista contratado por Fernando, era um senhor muito gentil e solícito. Ele lhe ajudou a tirar suas tralhas do carro, pois estava organizando um novo evento na clínica. Entrou em casa agitada, visto que Fernando tinha lhe dito que iriam a um jantar de negócios num dos hotéis e assim que passou pela sala, ele a aguardava com uma cara de poucos amigos.
— Você esqueceu do nosso compromisso?
— Não, mas eu tinha uma reunião com um provável sócio da clínica, lembra? Eu falei pra você. Desculpe!
— Lembro e quero conhecê-lo, mas agora corra que você só tem 30 minutos!
— Eu não posso me arrumar em 30 minutos! Olha, já que não pode se atrasar, você vai na frente e eu vou depois com mais tranquilidade.
Mariana acordou confusa e aturdida, suas mãos e pés amarrados, além disso, sentia muita dor de cabeça. Sentou-se e tentou identificar o local em que estava e reconheceu o ambiente, era o seu apartamento, mexeu-se um pouco mais e esbarrou em alguém que gemeu. — Droga! O que foi que aconteceu! Era Luíza, que se recostou na parede. — Luíza, você está bem?— perguntou Mariana preocupada. — Acho que sim. E você? Afinal, o que está acontecendo? — Eu fui sequestrada quando saía pra me encontrar com o Fernando. E você? — Eu abri a porta para um carinha que chamei pra almoçar, daí deixei ele entrar e, quando dei as costas
Sentiu um leve beijo no rosto, abriu os olhos e viu Fernando, com um olhar preocupado. — Bom dia, meu amor! Está se sentindo bem? — Acho que sim. — sentiu um incômodo na barriga e percebeu que estava com um monitor fetal. Tentou sentar, mas sentiu uma dor no quadril do lado esquerdo. — Melhor não se mexer, você está muito machucada. E a cabeça? — Doendo. Estou me sentindo como se tivessem me passado num moedor de carne, muito dolorida. Aqui dentro parece um parquinho de diversão, ele não para de se mexer. Por que o monitor? O bebê não está bem? — O bebê está bem, mesmo com os machucados, mas os batimentos cardíacos estavam muito acelerados, então o médico está monitorando, você tem que ficar tranquila.
A visão do mar, sem falar do pôr do sol, na Ponte dos Ingleses, é simplesmente inesquecível. Mariana tinha estado ali, naquele mesmo lugar, várias vezes em sua vida, mas não se cansava de contemplá-los. Encostou-se na mureta, abriu os braços e deixou que as gotas de água tocassem o seu rosto, como num ritual de benção e proteção. Respirou fundo e permitiu que o ar oxigenasse os seus pulmões, diminuindo, assim, a ansiedade. Hoje faz exatamente dois anos que Henrique a abandonou grávida, dessa forma, mais uma vez, prendia-se aos devaneios do passado, do que foi e do que poderia ter sido. Lá, no fundo de seu inconsciente, o desejo reprimido e latente pulsava por liberdade, aspirando viver num mundo de infinitas possibilidades. Há muito que varrera para o lado de fora de seu coração, toda e qualquer possibilidade de amor, assim, relacionamentos nem pensar. Precisava se proteger, teria que se acostumar com a solidão. Lembrou-se, de repente, de uma fr
Fernando foi a uma cafeteria próxima da boate e aguardou o tempo para poder entrar e encontrar o seu amigo. Até aquele momento, não conseguia entender o motivo de ter aceitado o convite para conhecer uma de suas amigas, soava meio desesperado, pior do que entrar num site de namoro, não era fã de encontros desse tipo, mas, por consideração, resolveu topar. Lembrou-se da mulher da ponte, fazia muito tempo que não sentia uma atração tão forte e principalmente por alguém desconhecido. Tudo foi tão rápido que surpreendeu-se com o seu próprio comportamento, já que não era um homem impulsivo, ao contrário, era extremamente controlado. A visão da sua boca carnuda e vermelha, bem como dos seios, deixou-o excitado e acabou beijando-a sem que ela permitisse, aspecto que poderia até ser considerado como assédio. Balançou a cabeça tentando livrar-se dos pensamentos eróticos que povoavam sua mente, irritou-se pelo fato de não ter ido a
Paulo e Mariana, eram parceiros de dança há um bom tempo, já saíram juntos algumas vezes, mas só para curtir. Ao chegar na pista de dança, o DJ colocou ‘Diamonds’, Rihanna. Paulo adorou e puxou-a pela cintura, mas parou para afastar os seus cabelos do rosto, e encostou o queixo em seu ombro, mas não sem antes beijá-lo. — Paulo, por favor, nós somos amigos, só isso! — reclamou Mariana. — Você não pode culpar um homem por tentar, não é? — Posso, principalmente porque esse homem já foi avisado de que não existe a mínima possibilidade de termos algo sério. — Tudo bem! Então vamos só curtir o momento, certo? — É c
Mariana abriu a bolsa, procurando a chave para abrir a porta, sua mão tremia ao colocá-la na fechadura. Fernando sorriu, achando a sua reação deliciosa e provocante. Pôs sua mão sobre a dela e ajudou-a a girar a chave. Mariana sentia-se pueril, como se fosse perder a virgindade, estava estranhamente nervosa, e seu corpo não apresentava resistência nenhuma às investidas de Fernando, ao contrário, lhe impulsionava em direção ao prazer. Acendeu a luz, jogou a bolsa no console ao lado da porta, suspirou, agora não tinha mais volta. Caminhou até o som, permanecendo de costas, e colocou ‘Caught out in the rain’, Beth Hart. Parou um instante e deixou a música subir lentamente pelo seu corpo, envolvendo-a numa nuvem de tesão, erotismo e luxúria. Fernando percebeu seu nervosismo, o tremor e os suspiros que ressaltam um cer
Mariana acordou com um gosto estranho na boca e o mundo girando. Nunca mais na vida beberia! Espreguiçou-se um pouco, aproveitando o macio da cama e quando esticou o braço tocou num peito forte e musculoso. Tateou um pouco mais e virou imediatamente a cabeça, dando de cara com um corpo inteiro pelado em sua cama. Tomou um grande susto! Escorregou devagarinho até a beirada da cama e levantou em silêncio, relembrando o que havia acontecido e quanto mais lembrava, mais ficava vermelha. Ao levantar a cabeça, viu que Fernando havia acordado, e olhava-a com cobiça e desejo, adorando o fato de ela estar nua. Conseguiu desviar do olhar, procurando rapidamente por algo para se cobrir e pegou uma toalha minúscula jogada na poltrona ao seu lado. Nesse instante, ouviu a voz rouca e melodiosa de Fernando. — Bom dia! Por que o repentino pudor? — perguntou com um largo sorriso. Mariana não respondeu e olhou
Mariana entrou no carro e ao chegar à rua, observou que o tempo estava nublado, torcia para que não chovesse, mas, na hora em que parou de pensar, começou a chover. Para completar, a chuva veio com o pacote completo: trovão, vento e raio. Estendeu a mão para conectar o celular e colocar uma música para relaxar um pouco, pois o caminho seria longo, quando, de repente, o carro parou de funcionar. Brincadeira! Estava distante de casa e não podia voltar a pé e pedir ajuda. Ligou para Luíza, depois para Vívian e nenhuma das duas atendeu o telefone. Encostou a cabeça no volante e pensou no inconveniente da situação. Ligou a sinaleira e a loucura atrás do seu carro foi geral, nunca ouviu tanta buzina. A sorte é que o carro parou próximo da calçada, assim não atrapalha tanto o trânsito. Resolveu se acalmar e ligar para o seguro, o jeito seria esperar. Depois de duas horas e muita chuva, o seguro apareceu e levou o carro. Agora, a maratona seria conseguir um t