Mariana abriu a bolsa, procurando a chave para abrir a porta, sua mão tremia ao colocá-la na fechadura. Fernando sorriu, achando a sua reação deliciosa e provocante. Pôs sua mão sobre a dela e ajudou-a a girar a chave. Mariana sentia-se pueril, como se fosse perder a virgindade, estava estranhamente nervosa, e seu corpo não apresentava resistência nenhuma às investidas de Fernando, ao contrário, lhe impulsionava em direção ao prazer. Acendeu a luz, jogou a bolsa no console ao lado da porta, suspirou, agora não tinha mais volta. Caminhou até o som, permanecendo de costas, e colocou ‘Caught out in the rain’, Beth Hart. Parou um instante e deixou a música subir lentamente pelo seu corpo, envolvendo-a numa nuvem de tesão, erotismo e luxúria.
Fernando percebeu seu nervosismo, o tremor e os suspiros que ressaltam um certo tom de dúvida. Ela estava de costas, mas ele podia sentir a rapidez de sua respiração, seu coração acelerado. Aproximou-se e tocou seus cabelos, afastando-os com delicadeza para os seus lábios saborearem sua nuca. Mariana gemeu e arqueou seu corpo para trás. Ele avançou um pouco mais, beijou-lhe o ombro enquanto suas mãos acariciavam seus braços, em seguida, contornou-a para que ficassem um de frente para o outro. Acariciou seu queixo com os dedos e levantou o seu rosto, fitou-a hipnotizado, puxou a blusa de dentro de sua saia, Mariana levantou os braços, ele retirou-a e, logo em seguida, a saia fazia companhia à blusa no chão, revelando um conjunto de calcinha e sutiã de renda e tule cor de vinho. Fernando admirou suas curvas delicadas, os seios redondos e firmes, apalpou-os com as pontas dos dedos, arrancando suspiros de desejo de Mariana.
— São mais bonitos do que eu imaginei!— levou as mãos às suas costas e soltou o fecho do sutiã, libertando-os para o seu prazer. — Tira a calcinha pra mim. — rosnou.
Mariana excitou-se com seu tom autoritário e deixou a calcinha escorregar por entre suas pernas, permanecendo somente com a sandália altíssima.
— Você não vai tirar a roupa? — perguntou ansiosa.
Sem lhe responder, começou a desabotoar a camisa, jogando-a de lado. Abriu o zíper da calça, mas foi interrompido.
— Deixa que eu tiro. — Mariana falou num murmúrio.
Fernando consentiu. Então, ela enfiou uma mão por dentro da calça sentindo sua ereção e com a outra puxou o zíper lentamente, permitindo-se tocá-lo enquanto a calça caía no chão. Voltou o seu olhar novamente para a ereção que agora forçava a cueca e mordeu o lábio inferior, molhando-o com a língua. Esse gesto minou o autocontrole de Fernando que a abraçou, tomando sua boca com força, sugando sua língua com avidez. Não havia tempo para o quarto, deitou-a no sofá, tirou sua cueca box, libertando seu membro, puxou-a para a borda e ajoelhou-se. Iniciou as carícias lambendo os seus mamilos, mordiscando, ao mesmo tempo em que estimulava sua fenda com os dedos. Mariana ronronou de prazer, então ele enfiou os dedos, dando início a masturbação, para o seu próprio deleite, a princípio seus dedos entrando e saindo devagar deixando-a em ebulição. Mariana gemeu e ele os retirou.
— Não! Eu quero mais! Preciso de você!
Fernando sorriu adorando o desejo tatuado no corpo dela. Mariana é simplesmente perfeita, sua boca carnuda, seus seios arredondados e quentes, suas coxas roliças e seu sexo rosado e delicioso. Arrastou-a mais para a ponta do sofá, beijou-lhe o ventre até chegar aonde queria. Abriu-lhe os grandes lábios como se fosse uma tulipa rosa, e sugou seu néctar, mas sem conseguir saciar completamente a sua fome, pois, quanto mais lhe chupava, mais queria invadi-la com sua língua, fazendo-a chegar no limite. Mariana puxava os cabelos de Fernando, provocando-o e arrancando suspiros de dor e prazer. Sentia-se arrebatada, seu sexo latejava e implorava para ser possuído, devorado com força e profundamente. Precisava urgentemente de Fernando dentro dela.
— Fernando...por favor! Eu quero você dentro de mim! Agora! — gritou enterrando as unhas em suas costas com força.
— Ainda não! — falou Fernando, ansioso. — Quero sentir você um pouco mais, seu gosto é delicioso.
Fernando continuou a invadi-la com a língua, arrancando ora pequenas reclamações, suspiros, ora gemidos e gritos, numa dança de pura libertinagem. Mariana acompanhava a dança erótica da língua dele, convidando-o a ir cada vez mais fundo ao elevar seu corpo de encontro à boca dele. Sim, ela queria tudo, queria tudo que ele pudesse lhe dar, bem como tirar do seu corpo. Ele parou de repente e levantou a cabeça.
— Não!— gritou Mariana.
— Sim, agora nós vamos nos sujar de paixão! — ele exclamou excitado, enquanto colocava a camisinha. — Agora, você está pronta para mim! Como você me quer Mariana?
Mariana olhou atordoada para Fernando.
— Eu quero forte, com força...com muita força!
— Então, meu amor, vai ser do jeito que você quer!
Deitou-se sobre ela, pressionando seu pênis em sua entrada, para depois penetrá-la com força e vigor. Ao invadi-la, Mariana gritou, uma onda de prazer envolvendo seu corpo. Nunca tinha sentido isso com nenhum outro homem, estava em êxtase. Envolveu as pernas nos quadris de Fernando, os saltos batendo em suas costas, impulsionando-o a aumentar a velocidade das estocadas, o que o fez prender seus braços acima de sua cabeça, impedindo-a de se mexer. Fernando tentava prolongar ao máximo o prazer que ambos sentiam, o fogo consumindo, o suor escorrendo, a pele queimando por dentro e por fora. Mariana ergueu ainda mais os seus quadris e rosnou.
— Eu vou gozar!
— Goza junto comigo! Quero olhar pra você enquanto te dou prazer.
Mariana deixou que o calor que se originara no centro do seu sexo explodisse e se apossasse do seu ser, causando pequenos espasmos, crescendo em ondas até que sem poder mais controlar, gozou. Ao sentir o seu gozo, Fernando também deixou-se envolver pela lascívia daquele momento e gozou, gozou forte dentro dela deixando sua marca. Cansados, permaneceram deitados, um ao lado do outro, aconchegados sentindo a pulsão do sexo que acabara de devorá-los. Fernando livrou-se da camisinha e segurou-a firme, sem palavras, nenhum dos dois ousou se mexer, não havia necessidade.
Horas mais tarde, Mariana acordou assustada, olhou em volta e reconheceu o seu quarto. Fernando dormia tranquilamente ao seu lado, levantou-se devagar, para não acordá-lo, tomou banho e vestiu uma regata e uma calcinha. Foi até a cozinha e abriu uma garrafa de vinho, precisava desesperadamente de uma taça, talvez até da garrafa toda. O apartamento estava vazio, nem Vívian e nem Luíza haviam voltado. Caminhou até a varanda, deixou o vinho na mesinha, pôs os fones e procurou em sua playlist ‘Loan me a dime’, Boz Scaggs. Encostou-se no parapeito, observando a noite iluminada, enquanto seus pensamentos voltavam-se para Henrique, não que ele merecesse um segundo do seu tempo, mas reencontrá-lo daquela forma, sem estar preparada para enfrentá-lo, foi muito difícil, não houve tempo para colocar sua armadura, o que acabou gerando uma ambivalência de sentimentos. Depois de tanto tempo, ainda se sentia fragilizada, as feridas não cicatrizaram, precisava urgentemente virar a página e seguir em frente, só que não sabia como. Sentiu a pele arrepiar e, dessa vez, lembrou do homem dormindo em sua cama. Fernando é um homem interessante, gentil e sensível, sem deixar de ser másculo, na realidade exalava masculinidade por todos os poros. Deu um sorriso lembrando do sexo, nunca havia gozado numa transa de primeira vez, na realidade contava nos dedos às vezes que gozara e geralmente, era por esforço próprio. Estava tão perdida em suas elucubrações que não percebeu que tinha bebido toda a garrafa de vinho, sentia-se um pouco tonta, mas ainda queria beber. Brigava com a garrafa quando Fernando apareceu e tomou-a de suas mãos.
— Acho que a garrafa está ganhando. — brincou Fernando. — Bebendo sem mim?
Mariana retirou um dos fones, um pouco desconcertada.
— Desculpa, eu não te escutei. O que você falou?
— Eu disse que a garrafa está ganhando de 10 a zero. — riu. — Por que está bebendo sem mim?
— Gracinha! Eu não te chamei, porque estava dormindo tão bonitinho, não quis te acordar. Afinal, como foi que descobriu qual era o meu quarto?
— Não descobri. Abri a porta do primeiro quarto que vi. Você devia ter me acordado, tenho o sono leve. — Enquanto falava, seus olhos não abandonaram o rosto de Mariana, parou um instante pensativo, colocou a garrafa em cima do balcão e sem pedir permissão pegou o fone de sua mão e pôs em seu ouvido. Nesse instante, tocava ‘I’d rather go blind,’ Etta James. Fernando fechou os olhos para sentir a música, segurou Mariana pela cintura, sentou-a em cima do balcão, e aproximou-se lentamente de sua boca.
— Por que está ouvindo essa música? Lembrando de alguém do passado?
— Não, só curtindo a música. Adoro Etta James, você não?
— Gosto muito dela e essa música me dá um tesão da porra!
Fernando beijou seu pescoço e subiu arrastando sua boca até o seu lábio inferior, Mariana não conseguiu controlar o desejo e puxou ansiosa sua cabeça cavando o beijo. Estavam enroscados, um sentindo o gosto do outro, mordendo, sugando, um desejo visceral de ser possuída. As mãos fortes e determinadas de Fernando lhe acariciavam, apertando a sua bunda, enquanto sua língua continuava explorando num universo de beijos voluptuosos. As pernas de Mariana foram parar ao redor de sua cintura, como se tivessem vida própria, e ele aproveitou para tocar seu sexo mais que úmido outra vez. O cheiro amadeirado dele invadindo suas narinas, embriagando e enfraquecendo completamente suas defesas.
— Sempre pronta para mim!
Mariana sentiu seu tom presunçoso, mas resolveu não implicar, pois estragaria o momento.
— Aqui não! — reclamou Mariana. — Vamos pro quarto, as meninas podem chegar a qualquer momento!
Fernando não lhe deu ouvidos, enfiou a mão no bolso da calça e tirou a camisinha, tomou-a ali mesmo em cima do balcão, sem nenhum pudor ou vergonha. Mariana prendeu seus quadris compondo o ritmo, enquanto Fernando pulsava dentro dela, apoiou-se nos braços e arqueou os quadris, impulsionando-os para frente, ao mesmo tempo em que Fernando ia ao seu encontro movendo-se com urgência e em total sintonia, os gritos ecoando por todo o apartamento.
— Mais forte! — implora Mariana. — Eu quero que você me possua com mais força!
Fernando não questionou, seu pedido era uma ordem. Mergulhou naquele sexo maravilhoso e latente, penetrando fundo, mais e cada vez mais. Quando ambos se aproximavam do clímax, Fernando precisou apoiar-se no balcão para que não caíssem quando o gozo finalmente os invadiu. Depois de algum tempo, levantou-a nos braços e caminhou para o seu quarto.
— Para onde você está indo? — perguntou Mariana lânguida.
— Cuidar de você.
Entraram no banheiro e ele a colocou delicadamente em pé, abriu o chuveiro e pegou a esponja, começando a esfregar o seu corpo. Fernando estava tranquilo e descontraído, parecia muito acostumado a fazer esse tipo de coisa.
— Você é linda, sabia?
— Você costuma dar banho em todas as mulheres com as quais vai para a cama?
— Isso tem importância? — Fernando abaixou o olhar, concentrado em seu corpo. — Você é perfeita, delicada, com curvas suaves e a sua bunda, minha nossa!
Mariana resolveu se calar e aproveitar o momento extremamente sensual. Fixou seus pensamentos nos movimentos da esponja, ela subia e descia, até que parou entre as suas pernas, sendo rapidamente substituída pelos dedos de Fernando.
— Por Deus homem, você é insaciável!
— Você gosta? — falou bem próximo de sua boca, sem parar de masturbá-la.
— Do quê? —Mariana tentava segurar suas emoções.
— Disso! — enfiou os dedos com força. — Você gosta?
— Gosto, gosto muito!
Fernando retirou os dedos, saiu do box, alcançou sua calça e pegou outra camisinha.
— Você tem uma fábrica de camisinhas no bolso da sua calça?
— Não, só sou precavido.
Ergueu-a encaixando em sua cintura. Encostou-a contra parede e tomou sua boca, sugando sua língua, deixando-a sem ar e mais quente do que nunca. Fernando a penetrou com vigor e Mariana encostou a cabeça em seu ombro se deliciando com o prazer que sentia. A barba por fazer arranhava-lhe o rosto, mas não se importava, era tudo insano, louco, mas bom demais! A velocidade das estocadas aumentaram, ele investia cada vez com mais força, enquanto Mariana fazia uns barulhinhos indecifráveis.
— Eu não consigo entender o que está falando, mas me parece bom! — falou sorrindo. — Amo a forma como seu corpo responde ao meu, eu estou enfeitiçado por você.
— Fernando, eu acho que vou…
— Você vai o quê? Diz pra mim!
— Eu vou...eu vou gozar de novo! — Mariana enfiou o rosto em seu pescoço sedenta. — Fernando!
— É isso que eu quero, você gozando o tempo todo, me deixando feliz por ser o homem a te dar isso. Diz o meu nome de novo!
— Fernando! Fernando!
Horas depois, já na cama, Mariana descobriu o quanto Fernando era realmente insaciável.
— Que tipo de vitaminas você toma? — pergunta Mariana encostada nos travesseiros.
— Nada demais, só exercícios e vitaminas normais.
— Não, acho que você é um mutante poderoso.
— Mutante? — perguntou levantando a sobrancelha.
— Sim, um mutante do sexo!
Fernando riu.
— E isso é bom ou ruim?
— Ainda não descobri, mas enquanto eu investigo, enche a minha taça? — pediu para Fernando.
— Não é melhor parar de beber?
— Eu vou parar de beber quando parar de beber.
Fernando lhe serviu e mudou a expressão ficando sério.
— Então, quem era aquele homem no bar? O que você esbarrou?
— Menino, você parece um vinil arranhado, já disse que não é ninguém, pelo menos para mim. Por favor, não quero falar sobre isso. — uma sombra pairou sobre o rosto de Mariana.
— Por quê?
— Você é muito curioso e insistente! O que faria se eu ficasse fuçando a sua vida, pedindo para me contar todos os seus segredos? Imagine se eu descobrir que você é como o Barba Azul?
— Garanto que, se eu fosse o Barba Azul, você não teria tempo de descobrir. — falou piscando o olho. — E se você quiser saber alguma coisa sobre mim, é só perguntar.
— Fernando, eu não quero invadir a sua vida e também não quero expor a minha. — Mariana tomou todo o vinho da taça de uma vez. — Me passa a garrafa.
— Não, você já bebeu muito, não vou te dar mais uma gota de vinho.
— Fernando, gostaria de te informar que você não é o meu pai e eu sou maior de 21 anos, ok?
— Tem certeza? Quantos anos você tem?
— Meio tarde para perguntar a minha idade, não?
— Mariana?
— Tenho 28 anos, satisfeito?
— Agora, sim!
— Ficou com medo de eu ser menor de idade? — começou a rir.
— Não, eu já sabia a sua idade.
— Como assim sabia a minha idade? Quem te disse?
— Tenho minhas fontes.
— Foi o Marcelo ou a Vívian?
— Minha boca é um túmulo.
Mariana pulou em cima dele e começou a fazer cócegas, Fernando se contorcia rindo. Num movimento rápido reverteu a situação e conseguiu prender Mariana, deixando-a completamente à sua mercê.
— Você sempre ganha as discussões roubando? — perguntou Mariana tentando recuperar o fôlego.
— Roubando, não. Na maioria das vezes, convenço as pessoas de que estou certo. — afirmou sentindo-se vitorioso.
— Você acredita no amor?
Fernando piscou confuso com a pergunta inesperada e Mariana arrependeu-se imediatamente de tê-la feito. Maldita idiota! Fernando estava sobre ela, observando-a com o olhar relaxado.
— Ao invés de te responder, vou recitar um poema que gosto muito, que tal?
— Não precisa, nada de respostas e nada de poema. Eu não devia ter feito essa pergunta. — tentou se libertar, mas não conseguiu e Fernando prosseguiu.
— “O amor... é difícil para os indecisos. É assustador para os medrosos. Avassalador para os apaixonados. Mas os vencedores no amor são os fortes. Os que sabem o que querem e querem o que têm. Sonhar um sonho a dois, e nunca desistir da busca de ser feliz é para poucos.” É da Cecília Meireles.
— É um poema bonito, mas fora da realidade. O amor é uma utopia.
— Não acho e respondendo a sua pergunta, eu acredito no amor. Ainda não encontrei a pessoa certa, mas creio que ela está bem perto de mim. Eu diria que me enquadro no grupo dos fortes e pretendo nunca desistir de encontrar o meu amor.
Mariana estava profundamente arrependida de ter iniciado essa conversa, precisava fugir desse momento constrangedor.
— Eu gostaria de me levantar.
— Por quê?
— Porque sim, estou ficando com a bunda dormente e quero ir ao banheiro.
Fernando fitou-a com um sorriso no olhar.
— Não, o que eu quero saber é por que você não acredita no amor?
Mariana bufou e não respondeu.
— Fernando, eu preciso levantar. É sério!
— Você sempre muda de assunto quando se sente ameaçada?
— Acho melhor você ir embora, pra mim a noite acabou.
— Por quê?
— Por que eu estou cansada, porque não quero mais...e porque não foi bom.
— Sei...quer dizer que não foi bom o que fizemos até agora?
—Sim, é exatamente isso!
Fernando deu uma gargalhada.
—Você é uma baita de uma mentirosa!
— Eu já disse que não sou mentirosa!
— Certo, então, se eu te tocar agora, nesse momento, bem aqui... — dizendo isso enfia os dedos dentro de sua calcinha, fazendo Mariana arquear os quadris. —...você não vai gostar e, é claro, não sentirá nenhum prazer. É isso mesmo? — Aumentou o ritmo dos seus dedos, fazendo-a gemer.
— Droga! Me solta, Fernando!
— Não! Primeiro, me convença de que todo esse sexo maravilhoso que fizemos foi ruim.
— Eu não tenho que te convencer de nada! E você é muito convencido! Sexo maravilhoso? Me poupe! — Mariana tentou se desvencilhar novamente, mas era óbvio, até mesmo pelo tamanho dele, que não conseguiria. — Fernando, você sabe que pesa? — comentou arfante, o desejo crescendo em seu corpo.
— É mesmo? Não percebi. — enquanto falava, apoiou-se nos joelhos aliviando o peso, prendeu os braços de Mariana acima de sua cabeça, isso só com uma mão e com a outra, retirou sua calcinha, na realidade praticamente a rasgou.
— O que você vai fazer? — perguntou se contorcendo, já sentindo-se completamente molhada.
— O que você acha? Você acabou de pôr à prova a minha masculinidade, dizendo que o sexo foi ruim. Há uma questão de honra aqui, não acha? — aproximou-se lentamente de sua boca e mordeu seu lábio inferior, em seguida, desceu até seu pescoço e passou a lhe dar pequenos beijos, depois subiu delicadamente até o lóbulo de sua orelha, fazendo movimentos circulatórios com a língua. Mariana gemeu e Fernando aproveitou o desejo em seus olhos para lhe beijar, um beijo punitivo, ela mal respirava e seu corpo não obedecia, como se não lhe pertencesse mais.
— Por favor... para! — suplicou.
— Tem certeza? É o que realmente quer?
— Sim..quer dizer, não! — tentou parecer desinteressada.
— Sim, não, sim...decida meu amor…
— Porra, Fenando!
— Além de mentirosa, tem a boca suja! Você é realmente linda, sabia?
— Para de falar e…
— E?
— Me come!
Fernando deu uma grande gargalhada e sem perder mais tempo, colocou as pernas de Mariana em seus ombros, e penetrou-a, dessa vez, de forma lenta mas extremamente profunda, o que a deixou ainda mais louca, num fervor incontrolável. Mariana não sabia se era o quarto que pegava fogo ou o seu corpo, ou talvez fossem ambos, contraiu sua vagina e dessa vez, foi ele quem gritou.
— O que foi isso? Você me apertou!
— Gostou? — perguntou arfando.
— Adorei, não pare!
Mariana continuou a contrair, ao mesmo tempo, em que se movia com sensualidade. Fernando, a cada contração, sentia-se movido a ir mais fundo, fazendo-a gritar a cada estocada. Beijava e mordia-lhe os lábios, ombro e pescoço com intensidade, arrancando gemidos, gritos e sussurros de prazer. Mariana não conseguia mais raciocinar perdida num mundo de luxúria, indecência e erotismo.
— Fernando! — geme entre dentes.
— Diz meu nome de novo!
— Fernando!
Ele aumentou o ritmo e sem poder mais suportar, gozaram juntos. Fernando olhou bem dentro dos olhos de Mariana.
— Como dizia Belchior, “Eu quero gozar no seu céu, pode ser no seu inferno...viver a divina comédia humana onde nada é eterno.” Você é um demônio, mulher!
Mariana acordou com um gosto estranho na boca e o mundo girando. Nunca mais na vida beberia! Espreguiçou-se um pouco, aproveitando o macio da cama e quando esticou o braço tocou num peito forte e musculoso. Tateou um pouco mais e virou imediatamente a cabeça, dando de cara com um corpo inteiro pelado em sua cama. Tomou um grande susto! Escorregou devagarinho até a beirada da cama e levantou em silêncio, relembrando o que havia acontecido e quanto mais lembrava, mais ficava vermelha. Ao levantar a cabeça, viu que Fernando havia acordado, e olhava-a com cobiça e desejo, adorando o fato de ela estar nua. Conseguiu desviar do olhar, procurando rapidamente por algo para se cobrir e pegou uma toalha minúscula jogada na poltrona ao seu lado. Nesse instante, ouviu a voz rouca e melodiosa de Fernando. — Bom dia! Por que o repentino pudor? — perguntou com um largo sorriso. Mariana não respondeu e olhou
Mariana entrou no carro e ao chegar à rua, observou que o tempo estava nublado, torcia para que não chovesse, mas, na hora em que parou de pensar, começou a chover. Para completar, a chuva veio com o pacote completo: trovão, vento e raio. Estendeu a mão para conectar o celular e colocar uma música para relaxar um pouco, pois o caminho seria longo, quando, de repente, o carro parou de funcionar. Brincadeira! Estava distante de casa e não podia voltar a pé e pedir ajuda. Ligou para Luíza, depois para Vívian e nenhuma das duas atendeu o telefone. Encostou a cabeça no volante e pensou no inconveniente da situação. Ligou a sinaleira e a loucura atrás do seu carro foi geral, nunca ouviu tanta buzina. A sorte é que o carro parou próximo da calçada, assim não atrapalha tanto o trânsito. Resolveu se acalmar e ligar para o seguro, o jeito seria esperar. Depois de duas horas e muita chuva, o seguro apareceu e levou o carro. Agora, a maratona seria conseguir um t
Mariana adorava a cafeteria da Dália, os cafés eram maravilhosos e o espaço muito aconchegante, com uma decoração rústica e o grão moído na hora. Pediu um cappuccino, afinal, em todo drama um café é sempre bem-vindo. Sentou-se numa mesinha próxima da janela, para continuar vendo a chuva, o dia realmente tinha um tom bucólico. Observou o trânsito através da janela de vidro embaçada, a cidade mergulhada no caos. Se Luíza estivesse presente, com certeza perguntaria que filme faria referência a esse dia chuvoso, só para irritá-la. As pessoas fugiam da chuva como quem foge da própria sombra, escondem-se dentro das lojas, debaixo das bancas de revistas ou em minúsculas sombrinhas. O mundo girando rapidamente e ela mergulhada em suas lembranças. Considerava-se uma pessoa sem expectativas para o amor, contudo Luíza e, principalmente, Vívian não compreendiam e continuavam a lhe apresentar um pacote de homens que não acabava nunca. Escutou
Mariana pulou da cama atrasada! Esperava que o dia fosse mais tranquilo. O seguro ligou avisando que o carro só ficaria pronto no final da tarde, então, Uber de novo! Iniciou os atendimentos às 8h em ponto, receberia um novo paciente, às 9h, assim tirou cinco minutinhos de intervalo para tomar um café, mas teve que mudar de ideia, pois ouviu um burburinho na recepção e abriu a porta para ver o que era, deparando-se com um buquê de tulipas brancas. — A senhora é a Dona Mariana? — Sim, sou eu. — Confirmou. — Essas flores são para a senhora, assine aqui por favor. Recebeu as flores e assinou o comprovante. Entrou na sua sala seguida por uma trop
Acordou com o barulho do despertador que mais parecia um congo ecoando dentro da sua cabeça. Eram 9h da manhã e Mariana não estava nem um pouco empolgada para ir trabalhar. Ligou para a clínica e pediu para sua atendente remarcar os seus pacientes para o dia seguinte. Laura quase pirou, pois, de acordo com ela, não teria como encaixar tantos pacientes no mesmo dia. Desligou o telefone e deixou o pepino para ela resolver. Quando finalmente saiu do quarto, não encontrou as meninas. Tomou café e voltou para a cama. Rolou para um lado e para o outro, levantou, arrumou suas gavetas, leu, analisou alguns artigos, almoçou e quando deu por si já eram 18h. O celular tocou, era o Pedro. — Mariana, sou eu o Pedro. — Eu sei, reconheci a sua voz. — Você está melhor da enxaqueca? Mariana despertou assustada, como se alguém estivesse lhe observando. Olhou em volta, a porta estava fechada e silêncio total. O sono sumiu completamente, então, resolveu levantar e tomar um banho. Abriu a porta do quarto e caminhou em direção à cozinha, exatamente no momento em que Luíza saía do quarto. — Bom dia, Mariana! Quer dizer que perdi todas as chances, não é? — Bom dia! Não estou entendendo?— respondeu Mariana. — Querida, depois daquela demonstração de posse de ontem, resolvi tirar o meu cavalinho da chuva. — deu uma risada. — Então, como foi a sua noite? Tive a impressão de que ouvi uns gritos e gemidos, não? — Luíza! Será que você sempre tem que ser desagradável? Se você ouviu, sinto muito, ok? Agora, eu gostaria que você não saísse colocando Capítulo 10 - O pecado dorme ao lado
Mariana acordou com o barulho do celular tocando. — Bom dia! — falou sonolenta. — Bom dia! Te acordei? — Não, Pedro, eu já estava acordada, só com preguiça de levantar. Aconteceu algo? — Eu vou ter que viajar hoje e só volto na próxima semana, no caso, no sábado. — Mas hoje é domingo? — Sei, mas começo amanhã um cur
olada, sem vontade de falar. — Por favor, fale comigo. — pediu Fernando. Mariana levantou e Fernando a impediu de sair. — Como eu disse antes, eu te amo, e não vou desistir de você. Se precisar de um tempo pra digerir tudo isso eu entendo, mas não pense que vou abrir mão de nós dois. Mariana puxou o braço e foi embora. Chegou ao apartamento aos prantos, mas não chorou na frente dele, assim, estava orgulhosa de si mesma. Deitou-se no sofá e ficou pensando em tudo o que tinha acontecido. A semana foi um turbilhão de loucuras. Caminhou até a janela, a lua estava linda, brilhante e cheia de vida. Vívian tinha razão, precisava se divertir um pouco, arr