DanteNão era do meu agrado levá-las para longe de mim, entretanto era o mais seguro. Giulia estava presa, e eu sabia que isso não iria funcionar. Ela já estava vivendo assim por todo aquele tempo. Ser alguém sempre a impedindo de fazer o que queria só a afastaria de mim. Além do mais, eu sabia bem o que a tinha feito passar. Só esse fato era o suficiente para a fazer me odiar.Pelo menos consegui realizar um de seus sonhos. E era o melhor para a minha filha. Óbvio que eu nunca iria deixar de protegê-las ou de saber como estaria Nina, todavia, se eu queria ser o mais diferente possível do meu pai, teria que fazer o que fosse melhor para ela.Giulia estava desconfiada e se calou o caminho todo. O que foi estranho. Não queria chateá-la, então a deixei em paz.Essa estava sendo a coisa mais difícil que eu já tinha feito, sendo que já havia passado por muita merda.Foi difícil achar um lugar que fosse seguro para as duas, já que nossa família era conhecida no mundo todo, fosse por parceir
GiuliaTudo estava começando a ficar complicado e confuso para mim. Eu sabia que seria difícil me manter serena quando finalmente nos reencontrássemos, mas nunca imaginei que seria tão difícil vê-lo sendo calmo e compreensivo. Pior, vê-lo sendo um pai para a Nina.Dante sempre deixou claro o que era: um homem frio que estava constantemente correndo para resolver as merdas que aconteciam na sua família. Eu deveria estar ciente disso, porém não conseguiria deixar o meu lado magoado tão cedo.Ele era problema com "P" maiúsculo e, ainda assim, eu me via olhando-o pela janela, esperando-o entrar com Nina, que estava começando a se acostumar com sua presença.Tudo estava pronto para a sua partida, enquanto nós ficaríamos ali, encarando o teto.Era o que você queria, Giulia. Foi o que pediu a ele.Lembrei-me do que aquela mulher disse. Dark não era uma pessoa nada confiável, no entanto suas palavras estavam me perturbando desde a sua visita. Pouco se sabia sobre ela. O que tínhamos de conhec
GiuliaEu não queria aceitar que estava sentindo tanta saudade daquele idiota, mas estava sim. Dante era um filho da puta traidor, egocêntrico e frio, porém tinha algo nele e no que vivemos que me fazia falta quando ele não estava por perto ou quando eu tinha uma certeza de que, em algum período do dia, ele estaria presente.Naqueles últimos dias em que estivemos juntos, ele foi um homem diferente, um cara que eu não conhecia. Pensei que Dante iria ignorar o fato de termos uma filha. Ele sempre dizia que nunca seria pai, e naquela época não me importei. Foi só quando descobri que ele tinha me deixado grávida, que pensei nessa frase milhares de vezes. Achei que ele me ajudaria simplesmente pelo passado ou pela responsabilidade das consequências do nosso curto período juntos.Todos poderiam dizer milhares de injúrias contra ele, e eu era uma dessas pessoas, só que ninguém poderia negar que ele não era um homem que não respeitava ou cumpria com a sua palavra.Todavia, depois do que ele m
DanteSempre me orgulhei de ser um homem que não se abalava por nada e que tinha um foco no trabalho que me ajudava a ser o melhor no que eu fazia, mas aquelas últimas três semanas só serviram para me mostrar que eu não era nada disso. Ser comparado a outros me irritava até certo ponto. Eu era humano e, constantemente, cometia erros. Contudo, nunca imaginei que estaria rendido por uma mulher e que meus pensamentos fossem roubados para onde Giulia e minha filha estivessem.Dizer em voz alta que eu tinha uma filha ainda era estranho. Nunca imaginei que isso poderia acontecer e não sabia como alguém tão minúscula e frágil poderia me fazer tanta falta.Não era como se eu fosse o homem mais normal e o melhor do mundo. Na verdade, muitos me consideravam um monstro; outros, como Giulia, um traidor. No passado, eu sempre disse que nunca passaria o meu DNA adiante, portanto não poderia imaginar que algo assim fosse acontecer. Não pensei que amaria uma mulher como eu amava a mãe da Nina. E ima
GiuliaO que foi toda aquela história que saiu da boca idiota daquele imbecil?Como assim ele vai ficar? Ele nos escolheu?Quem Dante Mitolli pensa que é? O que ele quer de mim? Enlouquecer-me?Tudo que eu mais queria era viver em paz, odiando o homem que eu já havia amado e ainda amava, só que estava difícil. A cada dia, mais eu caía na sua armadilha.Eu já tinha acreditado nele, já tinha me entregado e dado tudo de mim. Então ele, simplesmente, confessou que errou e esperava que eu o perdoasse facilmente?Não era que eu não pudesse perdoá-lo, a questão era que eu não deveria... Não deveria perdoar a pessoa que ainda mexia comigo, que me magoou e me largou com aquele monstro do meu pai, com uma filha sua na barriga.Vivi um inferno sem Dante. Foram muitas noites mal dormidas, chorando e rezando para não ser descoberta. Eu teria morrido se não tivesse me levantado todos os dias desde a sua partida e fugido do meu pai.Eu sabia que o homem estava se dedicando. Na verdade, eu achava que
GiuliaO que fazer quando o homem que você ama diz tudo aquilo que você queria ouvi-lo dizer?Merda! Dante cortou a minha conexão com a realidade. Ele sempre me colocava nessas situações; sempre queria dominar meus pensamentos, meu corpo e escrever o rumo da história. E o pior era eu fingir que não queria isso. A verdade era que eu não conseguia fechar os olhos sem pensar nele, no que estava fazendo, no que estava pensando e com quem estava.Toda vez que ele estava perto de mim, eu sentia que o mundo parava e que a gravidade mudava, sempre me puxando e me levando até ele. Eu queria ser mais forte e não ter me derretido ao ouvi-lo dizer aquelas palavras. Só queria não me sentir uma fraude ao desejar jogar tudo para o ar e correr até ele.O quarto escuro e o silêncio de Nina dormindo no berço não eram acolhedores o bastante para me fazerem dormir. Minha mente traidora não parava de pensar em Dante e no quarto ao lado. Ele era o meu amor, isso eu não podia negar.Irritada comigo mesma, l
DanteSempre achei que não tinha sorte na vida. Eu era filho de uma prostituta drogada que me jogou na frente da casa de um mafioso frio e cruel. Não tive pai, pois o homem que contribuiu para a minha existência era mais um monstro do que pai. E a única mãe que tive era proibida de me dar afeto e morreu quando eu tinha quinze anos.Passei todo esse tempo tentando provar o meu valor para os filhos da puta que me olhavam como um simples bastardo inútil. Era eu quem comandava aquele meio. Lorenzo era, sim, o homem que se sentava na cadeira, mantendo a empresa e a imagem de bom moço, mas era eu quem me metia nas negociações, nas cobranças e em cortar as cabeças que influenciavam de forma negativa o nosso negócio.Dia após dia, eu me levantava e saía de casa em busca de fazer o meu trabalho, sem reclamar. E na única vez que eu tive o que realmente queria, precisei abandonar, por pensar antes no dever em vez do meu amor.O destino me deu uma segunda chance quando pôs novamente Giulia no meu
GiuliaAcordar e o ver com Nina nos braços era como um sonho louco que, constantemente, eu tinha enquanto fugia de um lugar para outro. Eu, apesar de magoada e com muita raiva, sempre desejei que minha filha pudesse ter um pai e uma vida confortável.Dante voltou decidido a se tornar um homem diferente. Surpreendi-me e fiquei amedrontada, pois na última vez em que estávamos de bem e planejando um futuro juntos, algo aconteceu e me levou essa felicidade.Eu ainda sentia medo de que tudo isso fosse um sonho ou um surto dele e que, quando ele se tocasse, fosse embora outra vez. Não importava quanto tempo tinha se passado, eu ainda o amava. Pensei que aceitar o seu pedido daquela forma foi rápido demais e uma tolice, todavia não pude me segurar. Não poderia mentir, dizendo que não queria isso, porque meu desejo me levou para os seus braços.Mesmo falando que não era bom com crianças, Dante estava se saindo bem como pai. Pelo menos por enquanto. Sempre acordava mais cedo, pegava Nina do be