GiuliaEu não queria aceitar que estava sentindo tanta saudade daquele idiota, mas estava sim. Dante era um filho da puta traidor, egocêntrico e frio, porém tinha algo nele e no que vivemos que me fazia falta quando ele não estava por perto ou quando eu tinha uma certeza de que, em algum período do dia, ele estaria presente.Naqueles últimos dias em que estivemos juntos, ele foi um homem diferente, um cara que eu não conhecia. Pensei que Dante iria ignorar o fato de termos uma filha. Ele sempre dizia que nunca seria pai, e naquela época não me importei. Foi só quando descobri que ele tinha me deixado grávida, que pensei nessa frase milhares de vezes. Achei que ele me ajudaria simplesmente pelo passado ou pela responsabilidade das consequências do nosso curto período juntos.Todos poderiam dizer milhares de injúrias contra ele, e eu era uma dessas pessoas, só que ninguém poderia negar que ele não era um homem que não respeitava ou cumpria com a sua palavra.Todavia, depois do que ele m
DanteSempre me orgulhei de ser um homem que não se abalava por nada e que tinha um foco no trabalho que me ajudava a ser o melhor no que eu fazia, mas aquelas últimas três semanas só serviram para me mostrar que eu não era nada disso. Ser comparado a outros me irritava até certo ponto. Eu era humano e, constantemente, cometia erros. Contudo, nunca imaginei que estaria rendido por uma mulher e que meus pensamentos fossem roubados para onde Giulia e minha filha estivessem.Dizer em voz alta que eu tinha uma filha ainda era estranho. Nunca imaginei que isso poderia acontecer e não sabia como alguém tão minúscula e frágil poderia me fazer tanta falta.Não era como se eu fosse o homem mais normal e o melhor do mundo. Na verdade, muitos me consideravam um monstro; outros, como Giulia, um traidor. No passado, eu sempre disse que nunca passaria o meu DNA adiante, portanto não poderia imaginar que algo assim fosse acontecer. Não pensei que amaria uma mulher como eu amava a mãe da Nina. E ima
GiuliaO que foi toda aquela história que saiu da boca idiota daquele imbecil?Como assim ele vai ficar? Ele nos escolheu?Quem Dante Mitolli pensa que é? O que ele quer de mim? Enlouquecer-me?Tudo que eu mais queria era viver em paz, odiando o homem que eu já havia amado e ainda amava, só que estava difícil. A cada dia, mais eu caía na sua armadilha.Eu já tinha acreditado nele, já tinha me entregado e dado tudo de mim. Então ele, simplesmente, confessou que errou e esperava que eu o perdoasse facilmente?Não era que eu não pudesse perdoá-lo, a questão era que eu não deveria... Não deveria perdoar a pessoa que ainda mexia comigo, que me magoou e me largou com aquele monstro do meu pai, com uma filha sua na barriga.Vivi um inferno sem Dante. Foram muitas noites mal dormidas, chorando e rezando para não ser descoberta. Eu teria morrido se não tivesse me levantado todos os dias desde a sua partida e fugido do meu pai.Eu sabia que o homem estava se dedicando. Na verdade, eu achava que
GiuliaO que fazer quando o homem que você ama diz tudo aquilo que você queria ouvi-lo dizer?Merda! Dante cortou a minha conexão com a realidade. Ele sempre me colocava nessas situações; sempre queria dominar meus pensamentos, meu corpo e escrever o rumo da história. E o pior era eu fingir que não queria isso. A verdade era que eu não conseguia fechar os olhos sem pensar nele, no que estava fazendo, no que estava pensando e com quem estava.Toda vez que ele estava perto de mim, eu sentia que o mundo parava e que a gravidade mudava, sempre me puxando e me levando até ele. Eu queria ser mais forte e não ter me derretido ao ouvi-lo dizer aquelas palavras. Só queria não me sentir uma fraude ao desejar jogar tudo para o ar e correr até ele.O quarto escuro e o silêncio de Nina dormindo no berço não eram acolhedores o bastante para me fazerem dormir. Minha mente traidora não parava de pensar em Dante e no quarto ao lado. Ele era o meu amor, isso eu não podia negar.Irritada comigo mesma, l
DanteSempre achei que não tinha sorte na vida. Eu era filho de uma prostituta drogada que me jogou na frente da casa de um mafioso frio e cruel. Não tive pai, pois o homem que contribuiu para a minha existência era mais um monstro do que pai. E a única mãe que tive era proibida de me dar afeto e morreu quando eu tinha quinze anos.Passei todo esse tempo tentando provar o meu valor para os filhos da puta que me olhavam como um simples bastardo inútil. Era eu quem comandava aquele meio. Lorenzo era, sim, o homem que se sentava na cadeira, mantendo a empresa e a imagem de bom moço, mas era eu quem me metia nas negociações, nas cobranças e em cortar as cabeças que influenciavam de forma negativa o nosso negócio.Dia após dia, eu me levantava e saía de casa em busca de fazer o meu trabalho, sem reclamar. E na única vez que eu tive o que realmente queria, precisei abandonar, por pensar antes no dever em vez do meu amor.O destino me deu uma segunda chance quando pôs novamente Giulia no meu
GiuliaAcordar e o ver com Nina nos braços era como um sonho louco que, constantemente, eu tinha enquanto fugia de um lugar para outro. Eu, apesar de magoada e com muita raiva, sempre desejei que minha filha pudesse ter um pai e uma vida confortável.Dante voltou decidido a se tornar um homem diferente. Surpreendi-me e fiquei amedrontada, pois na última vez em que estávamos de bem e planejando um futuro juntos, algo aconteceu e me levou essa felicidade.Eu ainda sentia medo de que tudo isso fosse um sonho ou um surto dele e que, quando ele se tocasse, fosse embora outra vez. Não importava quanto tempo tinha se passado, eu ainda o amava. Pensei que aceitar o seu pedido daquela forma foi rápido demais e uma tolice, todavia não pude me segurar. Não poderia mentir, dizendo que não queria isso, porque meu desejo me levou para os seus braços.Mesmo falando que não era bom com crianças, Dante estava se saindo bem como pai. Pelo menos por enquanto. Sempre acordava mais cedo, pegava Nina do be
GiuliaDeus! Eu estava nervosa com tudo aquilo. Nunca me imaginei casando com um mafioso. Óbvio que meu casamento firmado com o braço direito do meu pai já era uma certeza, porém, naquela época, eu pensava em fugir ou fazer alguma coisa para que isso não acontecesse.Então, eu me via em uma loja chique da Grécia, encarando uma imensidão de vestidos brancos e tendo que escolher um para o meu casamento com Dante, que não se comparava ao meu primeiro noivo.O frio na barriga fazia eu me sentir novamente com vinte e um anos, quando conheci Dante naquela festa. O arrepio na espinha, a incerteza... Sempre que eu me recordava daquele dia, meu coração palpitava e eu sentia uma ansiedade inexplicável.— Não acho que precisa de tanto — praticamente sussurrei, observando a loja e as moças bonitas sorrindo para nós, querendo nos agradar. Uma delas até encarava meu noivo com olhos famintos, e isso me deixou com raiva. — Você mesmo disse que quer uma coisa simples.— Não significa que eu não possa
DanteEra só o que me faltava. Justo quando achei que teria um minuto de paz.O miserável do Marcos estava tentando me tirar do sério. Eu deveria ter acabado de vez com esse idiota, porém não queria ter que o matar, justamente por ser o traste do pai de Giulia.Eu havia botado o meu melhor homem na cola dele, no entanto tudo estava em risco no momento. Não iria ter um minuto de paz até encontrá-lo.Planejei me casar com Giulia o mais rápido possível, e exatamente quando isso estava prestes a acontecer, o miserável sumiu, arriscando esse pouco de felicidade. Questionei ao Gabriel o porquê de eu só estar sabendo disso naquele instante, e o imbecil nem sabia quando tinha perdido o rastro dele. Naquela hora, ele já deveria estar longe, arriscando chegar à Grécia e me tirar tudo outra vez. É claro que o babaca teria que ser maluco de vir diretamente ao meu encontro, mas eu sempre soube que é melhor estar de olho no inimigo do que o deixar à vontade para tramar contra mim.— O que isso que