Saanny

Desde pequena sempre tive uma visão diferente da vida e da realidade, para mim era possível manipular alguns elementos, o que na época, eu acreditava que todos podiam fazer tal coisa. Mas na verdade, eu era a estranha.

Com 12 anos lembro de ter assistido o filme Carrie, a estranha. No final, ela se via cheia de sangue, assim como eu me vi anos depois.

A última coisa que me lembro, além do sangue, foram os gritos e o extremo barulho que se formou quando senti algo sair de mim. Eu soube depois que foi uma explosão. E por alguns instantes eu era a Carrie.

Passei 4 anos da minha vida aprendendo a me controlar, controlar meus poderes e o que eles podiam fazer, aprendi sobre as histórias, como o primeiro ser mágico surgiu e alguns fatos interessantes que talvez eu mencione mais para frente. No entanto, o que mais me chocou foi o fato de eu ter uma irmã gêmea.

Cresci afastada das outras crianças, e após o meu "show" as coisas melhoraram, fui encontrada por um deus e ele me ajudou desde então. Cresci em uma ilha isolada, afastada de qualquer coisa que eu podia machucar ou destruir. E então, depois de treinada fui designada a uma missão: Salvar Krystalia e encontrar a minha irmã, Luce.

Foi me fornecido poucas informações, mas Ares, assim como eu, sabíamos que a minha intuição e o treinamento fornecido a mim, me levaria até a Luce. E assim, foi iniciada a minha jornada.

Segui em direção ao horizonte com um pequeno barco, era necessário que atravessar o mar para sair da ilha, no entanto, na minha trajetória acabei entrando no triângulo das bermudas, o qual sempre foi temido por navegadores, alguns aviões chegaram a sumir nesta área também. Bem ao meio do triângulo havia um intenso redemoinho, ele me sugava para dentro dele enquanto tentava usar meus poderes para controlar o vento e afastar o barco, às nuvem começaram a se fechar deixando o sol completamente vedado.

- Ótimo, sabia que ia morrer, mas não agora - resmunguei.

E então um pouco antes do redemoinho avistei uma calda verde, um verde suave que me encantou, acabei voltando para a realidade com um enorme pancada e logo meu barco parou, de imediato não me toquei do que estava acontecendo um canto suave surgiu próximo ao barco. Fui até a lateral para dar uma olhada, mas tudo que conseguia ver era a enorme calda passando por baixo do pequeno barco.

- Merda - Sussurrei assim que me dei conta do que estava acontecendo.

Usei novamente meus poderes sobre o ar tentando fugir do redemoinho e do monstro do triângulo das bermudas, sem sucesso. Logo o canto e o redemoinho pararam e tudo ficou em silêncio.

- Olá, o que a filha dos deuses faz aqui? - Uma voz suave ecoou atrás de mim.

Me virei rapidamente assustada. Era uma linda mulher, seus cabelos longos pretos com um lindo colar feito de pérolas no seu pescoço, estrelas do mar tampando o seus seios e a sua incrível cauda verde.

- Você é a filha do deus Aquelôo e da Musa Calíope, certo?

Ela assentiu.

- Onde eu estou? Estou perto do acampamento dos elementais?

- Não, o acampamento fica para o outro lado. Mas por que você quer ir para lá?

- Quero aprender a controlar meus poderes - Menti.

As sereias nunca foram confiáveis, então preferi não arriscar.

- Posso te guiar até lá.

- O que você quer em troca?

- A localização de Ares

- Nem pensar, por que você acha que eu te daria essa informação?

- Ou você coopera ou morre

- Fico com a terceira opção: morremos juntas

Usei os meus poderes sobre a água e trouxe o redemoinho, já que se alguém descobrisse onde Ares vive tudo estaria perdido.

Lembro-me de ler a seguinte frase no livro Crepúsculo: "Nunca pensei muito em como eu morreria, mas morrer no lugar de alguém que eu amo parece ser uma boa maneira de partir.", e está frase nunca fez muito sentido, até aquele momento.

Segurei a mão da sereia com força garantindo que ela não iria sair dali.

- Você não sabe o que vive ali, nós vamos morrer

- Achei que você queria me matar, então por que não ir comigo, não é mesmo?

Pude ver o terror no rosto dela, e naquele instante tive certeza de duas coisas: A primeira era que eu iria morrer  e a segunda era que não ia ser o redemoinho que iria me matar, mas sim o que existe nele. Fomos sugadas rapidamente, e o barco foi destruído por completo me deixando com alguns ferimentos graves e em seguida pude ouvir um horrível barulho, e logo o som do meu corpo contra o chão ecoou.

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