Passamos longos duzentos e quarenta e oito anos indo de um lugar do mundo para o outro para mantermos nosso estilo de vida quase sempre tranqüilo, Digo quase claro pois nem tudo é sempre rosas.
Tivemos nossas dificuldades, Jack passou por uma fase rebelde e ficou longe por quase vinte anos, uma onda de mortes ocorreu por sua causa em 1888 em Londres, As pessoas de Londres e logo depois de boa parte do mundo apelidaram aquele misterioso assassino em serie de Jack o estripador.
Devo admitir que levou um bom tempo para deixarmos isso de lado quando ele retornou.
Meu pai se tornou um pai extremamente grudento e protetor e eu também tive que aprender a lidar com os humanos para viver em paz, Nos primeiros duzentos anos sobrevivemos a luz do dia com base em uma dieta do meu sangue, Isso claro até meu pai consegui descobrir uma forma para que eles pudessem sair a luz do sol sem precisar do meu sangue para isso.
Por volta do ano de 1985 meu pai apareceu com uma formula milagrosa a base de uma flor encontrada em uma caverna nas montanhas do Nepal que permitia a um vampiro andar a luz do dia contanto que ingerisse a mesma semanalmente, Nosso povo ficou muito orgulhoso do rei deles por alcançar esse feito.
2016 – XXI
Os anos continuaram a passar e as coisas mudaram cada vez mais. Eu, meu pai e Jack nos mudamos de novo para mais uma das centenas de cidades pelas quais passamos e eu teria que começar novamente uma nova vida.
Era madrugada quando pude finalmente ver a placa da cidade pela janela do carro, Meu pai estava ao meu lado no volante e Jack deitado no banco de trás olhando para o teto do carro como se isso fosse de alguma forma interessante.
Bem vindo a Iloró – Colômbia
- Enfim casa – disse meu pai descontraído.
- Eee – disse sem animo.
- Vamos lá vai ser divertido, Uma nova vida – disse ele olhando para mim e Jack sorrindo.
- É apenas mais um lugar como qualquer outro – disse Jack tapando o rosto com o braço.
- Você é a motivação em pessoa – disse olhando pelo retrovisor para ele.
- O que? Serão só alguns anos, Não é como se fossemos nos enturmar com a cidade ou algo do tipo – disse ele sem dar muita bola.
- Chegamos – disse meu pai para cortar o clima ruim, Tínhamos acabado de parar em frente a uma casa de dois andares estilo vitoriana, Jack fora o primeiro a sair do carro seguido por mim.
Ele abriu o porta malas e tirou nossas coisas de dentro, Só duas mochilas com o básico já que o caminhão de mudanças tinha vindo deixar todo o resto a alguns dias atrás.
Assim que meu pai abriu a porta e entramos dei um beijo na bochecha do mesmo e corri para as escadas depois de gritar um boa noite para os dois, Jack subiu atrás de mim já que seu quarto era ao lado do meu.
Amanha seria mais um dia complicado, Eu iria para uma nova escola e estaria mais uma vez sobre o risco de ser descoberta e ferir alguém, Mais uma vez tendo que manter distancia de todos, ser normal ao Maximo e não chamar atenção.
XXX
Acordei com a chuva na minha janela e alguém batendo na minha porta, Por um tempo ate tentei ignorar mas no fim tive que levantar e ir ver quem incomodava meu sono a essa hora, Quando abri a porta dei de cara com um Jack sorrindo para mim.
- Você tem escola sabia – disse ele me fazendo bufar
- Por que só eu tenho que ir pra essas coisas? Por que você também não vai? – perguntei ainda com os olhos meio abertos.
- Porque é chato – disse me fazendo rosnar pra ele – Calma lá, sou velho demais pra isso – disse rindo com as mãos erguidas em frente ao corpo como sinal de rendição, Bufei batendo a porta na cara dele ouvindo ele gritar um “grossa” do outro lado.
Me arrumei e tomei café da manha partindo em seguida para a nova escola,
Passando pela mesinha perto da porta peguei as chaves do meu adorado carro que tinha chegado na manha do dia anterior antes de nós e segui para como eu me acostumei a falar com o passar dos séculos, “mais um dia no inferno”.
XXX
- Classe hoje teremos uma aluna nova conosco, por favor espero que possam se dar bem – disse a professora me chamando em seguida e pedido que me sentasse em um lugar vago.
Caminhei ate uma das mesas a frente onde um garoto com cabelos negros e pele bronzeada esta sentado.
- Oi, sou Charles – disse ele me estendendo a mão – bem vinda a Cloudy School.
- Obrigada – disse baixo apertando sua mão e olhando para a professora em seguida.
Fora assim que tentei passar a maior parte do meu dia, Quieta e sem chamar atenção, Uma escola costuma ser um campo de guerra entre nerds e populares e não estou afim de estar no meio do fogo cruzado.
Os dias começaram a passar com velocidade e minha presença nos lugares era facilmente ocultada por outras coisas ou outras pessoas, Estava tudo como deveria estar até aquela pessoa decidir aparecer.
Flashback on
- Oi posso me sentar com você? – ele apareceu a alguns dias atrás quando eu estava no refeitório lendo um dos meus livros enquanto comia, Apesar de pedir para sentar ele nem ao menos esperou uma resposta para se acomodar no banco ao lado com sua bandeja me fazendo revirar os olhos para a atitude dele. – vou entender isso como um sim – disse ele para a minha falta de resposta.
- Entenda como quiser – falei sem tirar minha atenção do livro.
- Seu nome é Alecxandrya certo? O meu é Luan – disse sorrindo. – Você parece ser legal, porque não conversamos um pouco, podemos ser amigos – juntei minhas coisas sobre a bandeja e guardei o livro de volta na bolsa, Me levantei e sai dali deixando o mesmo falando sozinho. – Bom falar com você!!
Flashback off
Situações como essa se repetiram bastante durante os dias que se seguiram, Descobri que esse Luan é um dos populares da nossa escola e o filho do prefeito da cidade, Com toda certeza alguém para se manter distancia.
Eu o ignorei durante todas as vezes que ele viera falar comigo, Dei respostas vagas e ate mesmo fui bem grossa diversas vezes para que ele parasse de me incomodar, A última coisa de que eu precisava era de um bando de patricinhas me enchendo o saco por causa dele.
Estava em mais uma troca de aulas quando ouvi a voz dele já tão conhecida por mim no corredor, Peguei meus livros no armário e fechei o mesmo seguindo pelo corredor e ignorando seu chamado logo atrás de mim. A próxima aula seria educação física.
Caminhei ate a quadra do colégio parando em frente a grade, Luan parou atrás de mim com a respiração acelerada.
- Caralho como você consegue ser tão rápida? – falou ele animado recuperando o fôlego
- Por quê fica atrás de mim? Achei que tivesse deixado claro que não quero nenhum tipo de aproximação entre a gente – disse olhando para ele.
- Você parece legal, interessante e é bonita, só queria mostrar aos outros que o que dizem de você não é verdade – falou ele se aproximando – Você devia fazer mais amizades ao invés de se isolar.
- A claro, talvez eu devesse me interar mais no grupo das garotas populares... espera, O que dizem sobre mim? – perguntei sentindo meu coração acelerar um pouco.
- Nada com o que precise se preocupar eu lhe garanto – disse ele sorrindo
- Acho que eu que deveria decidir o que deveria me preocupar ou não – falei um pouco mais grossa do que pretendia
- Quanta ira, eu to aqui só pra conversar não precisa ficar nervosa – disse com as mãos pro alto, Suspirei olhando para a quadra.
- Se veio ate aqui só pra me dizer algo vago como “falam coisas pelas suas costas” mas não vai dar mais nenhuma informação sobre pode ir embora.
- Nossa, é assim que trata as pessoas que tentam fazer amizade com você? – disse meio magoado.
- Só vai embora – respondi e ouvi o mesmo suspirar.
- Tudo bem, pelo visto o que dizem é verdade – falou me deixando sozinha ali, Os amigos dele já o esperavam na entrada da escola e acompanharam o mesmo conversando entre si e pedindo detalhes sobre nossa conversa. Como eu sei? Usei minha audição sobrenatural para ouvir.
Assim que as aulas do dia chegaram ao fim peguei minhas coisas e fui para meu carro, De dentro do mesmo pude ver algumas pessoas conversando e olhando para onde meu carro estava, Provavelmente falando de mim, tão Patético.
Nem ao menos vi a necessidade de usar minhas habilidades para saber do que se tratava, Provavelmente alguma besteira se vinda daquele bando de patricinhas e mauricinhos.
No caminho de volta para casa a chuva que pelo que aprendi com o tempo aqui sempre assolava esse lugar começou a cair novamente, Suspirei ligando o parabrisas e segui prestando atenção a movimentação na estrada que se enchia de nevoa cada vez mais.
Assim que cheguei em casa avistei Jack no sofá bebendo sangue em uma taça refinada, Assim que ele notara minha presença limpara o sangue no canto da boca e me olhara sorrindo.
- Bem vinda – disse se encostando no encosto do sofá.
- bagunçando a casa novamente? – falai fazendo Jack rir, Apesar das alfinetadas nós dois sempre fomos unidos e um sempre esta presente pelo outro.
- Precisamos de diversão nessa vida não acha? – perguntou ele olhando para as varias bolsas de sangue vazias caidas ao lado do mesmo.
- Você não toma jeito mesmo – falei balançando a cabeça negativamente mas ainda sim sorrindo levemente para ele. – vê se limpa tudo depois – disse subindo as escadas para o segundo andar.
- Levo um pouco pra você depois! – ouvi ele gritar do andar de baixo.
- Se cuspir dentro eu te mato idiota! – gritei de volta ouvindo outra risada dele.
Ao entrar no meu quarto pus minha bolsa sobre a cama e fui ate o banheiro, precisava de um merecido banho depois do dia longo que tive que aturar, Ao sair do banho havia uma taça com sangue em cima da minha escrivaninha com um bilhete e depois de me vestir o peguei e li o que dizia.
Juro que não cuspi dentro.
~~,, J.
Não pude deixar de sorrir com aquele maluco, Peguei a taça e fui ate meu cavalete deixando a mesma logo ao lado, Peguei meus pinceis e lápis e dei inicio a mais uma das inúmeras obras de arte que enfeitavam meu quarto.
No dia seguinte fui para a escola e permaneci da mesma forma de sempre, na ultima aula que normalmente era vaga todos os dias fiquei sentada no gramado do pátio desenhando no meu caderno de rabiscos ate o sinal tocar e poder ir embora.
Hoje por sabe lá qual motivo não vim com meu carro, apenas me veio a idéia de andar um pouco e respirar o ar sempre gélido e nublado da cidade, Eu coloquei meus fones e deixei a escola imersa no meu mundo particular.
Estava quase em casa quando um cachorrinho apareceu no meio da rua vindo em minha direção, Um carro vinha logo atrás e parecia não ter notado o mesmo indo pro meio da rua devido a velocidade em que vinha, Não pensei muito e usei minha velocidade sobrenatural para pegar o cachorrinho e tira-lo do caminho do carro o levando para uma rua paralela a que estávamos onde não tinha ninguém.
Me encostei na parece com o filhotinho nos braços, ele latia e abanava o rabo para mim me fazendo Sorrir enquanto olhava para o mesmo.
- Tudo bem ai amiguinho – disse para ele. – Acho que cães tendem a gostar um do outro né – falei fazendo carrinho no mesmo que gruinha em satisfação – Você tem casa? – falei levantando ele na altura dos olhos. – Acho que vou te levar pra casa comigo, o que acha?
Tudo que recebi foi um latido como resposta mas para mim foi o suficiente, Sorri e aconcheguei o canino nos braços saindo daquela rua e seguindo pelo resto do caminho para casa conversando com ele como se fosse me responder, Coisa de gente doida mesmo.
Mas eu nunca fui normal de qualquer forma.
Chegar em casa com um cachorrinho fora uma surpresa grande para os dois homens com quem moro, Meu pai adorou, ele insistiu em chamar o cachorro de Loki, claro que lhe questionei sobre isso e Jack teve que dar sua contribuição em risadas.Por incrível que pareça o pequeno não foi muito com a cara do Jack, Ele latiu pra ele o tempo todo e pareceu não se amedrontar com Jack mostrando as presas em sua direção.No final de tudo ficou decidido que Loki ficaria e seria o mais novo integrante da família._Luan_ Acho que fui meio rude com a Alecxa, pra ser franco to mas confuso que cego em tiroteio, Não era pra ser uma investida amistosa? Eu ia ate la e ficava com a garota como sempre e ponto.Por que aquela garota precisa ser tão grossa e agir como se eu fosse puxar uma faca pra ela ou sei la, é um
Estava em casa deitada pensando nos acontecimentos do dia, Em pensar que o louco do Charles fez aquele escândalo no meio da escola toda e depois ficou na minha frente pulando feito um retardado perguntando se foi bem, eu Mereço, Mas devo admitir que estou feliz pelo que ele fez, foi incrível, Só é uma pena eu não ter visto nada. Flashback on - Tudo bem mesmo pra você? As pessoas vão achar que estamos saindo agora – disse para ele, Estávamos deitados no pátio da escola na área gramada enquanto conversávamos. - Não é como se eu ligasse muito – disse – e as pessoas sempre me evitam mesmo. - Elas tem medo de você – falei rindo fazendo ele se virar para me olhar. - E você tem? – perguntou mansamente. - Meu querido Charles sabemos que entre nós a criatura mais poderosa claramente sou eu – disse fazendo ele me
O parque era bem grande e florestado e por conta da hora não tinha ninguém, nós caminhamos em grupo pelas trilhas do lugar conversando e rindo, Aos poucos pude notar a aproximação entre Jack e Charles, o que não passou despercebido pela Eleonora também. Mesmo depois que Eleonora saio por um momento para tentar comprar algo para comer ainda continuamos explorando o lugar e eu tirei esse tempo para admirar as diversas espécies de flores que tinham no lugar.- É muito lindo aqui – disse Charles parando ao meu lado, Jack ficou mas atrás olhando para nós de longe.- É, é sim – ouvi ele dizer baixo, Felizmente quase nada passa pela minha audição se eu não quiser, Sorri olhando para o mesmo. Charles estava agachado do meu lado mexendo em um canteiro de flores distraído e eu a
Hoje pela manha meu tio apareceu na nossa casa junto do meu pai e mas um homem que não fazia idéia de quem fosse, No fim o homem se apresentou como meu avô materno e se não fosse pelo meu pai concordando eu não teria acreditando em nada nessa historia. Minha mãe havia me falado muito pouco sobre seus parentes antes de morrer, tudo que eu sabia era que sua mãe, minha vó, era uma dama muito doce e afetuosa e que seu pai, um homem duro e amargurado a tinha abandonado, a deixado para trás para viver em uma alcatéia. sua mãe havia falecido de doença quando ela era pequena.Eu e meu suposto avô falamos muito e discutimos mais ainda, minha raiva foi muita por saber que só agora ele resolvera aparecer, e para que? Ele havia pedido para conversarmos um pouco então antes que eu acabasse pondo a casa a
Assim que cheguei na clareira onde estávamos anteriormente mandei uma mensagem pro Jack e pro Charles dizendo que tinha a flor e eles podiam voltar, Demorou um pouco mas logo vi os dois passando pelas arvores de volta ao nosso ponto de encontro.- Aqui – disse passando a flor pra Charles assim que ele se aproximou.- Você ouviu também? – perguntou ele.- Hm.- Parece perto – disse Jack olhando ao redor – melhor sairmos daqui.- Vamos – confirmou Charles indo na frente, Depois de dar um olhar breve ao meu amigo segui o outro mantendo a distancia curta entre nós. Apesar do brilho forte da lua cheia a floresta ainda era escura e se não fosse por ser de uma espécie com hábitos noturnos e enxergar no escuro eu já teria caído em algum momento, Não posso dizer o mesmo
_Jack_ Estava sendo um dia agradável, havia saído com Alecxa e conversamos sobre nosso passado e eu ate me abri contando sobre estar ficando com Charles desde o baile, o que pra minha surpresa deixou ela bem feliz. Serio, eu achei que ela daria saltinhos na cadeira com a noticia.Eu nunca fui um fâ de coisas doces mas acabei resolvendo me dar essa chance, Não é como se isso fosse me matar ou algo assim afinal.a lanchonete era um lugar confortável e apesar de movimentado tinha sua parcela de privacidade. Acabei gostando daqui.Bom, pelo menos ate ele aparecer. Estava bom demais pra ser verdade, Nunca pensei que veria ele de novo desde aquela vez na cidade a alguns dias atrás. O cretino teve a audácia de me parar e questionar sobre um monte de coisa, Não foi uma surpresa quando Alecxa disse que ele desconfiava dela provavelmente de todos nó
_Luan_ Depois que a Alecxa saio da lanchonete com aquele amigo dela eu acabei observando eles irem e conversarem um pouco do lado de fora, também vi quando subiram em uma moto e saíram, Tomado pela curiosidade acabei subindo na minha própria moto e segui os dois de longe. Durante todo o trajeto mantive uma distancia segura entre nos para que eles não me notassem, o mas estranho é que achei a moto deles na entrada da reserva na estrada que leva para fora da cidade, Eles haviam coberto a moto com folhas a mantendo em um local não muito exposto.Estacionei um pouco longe de onde a deles estava e depois de me certificar de tira-la da pista procurei em volta em busca deles ou de algo que pudessem ter deixado para indicar a direção que foram. Não é certo eu sei mas algo me diz que preciso descobrir o que esta acontecendo nessa cidade, N&
_Porão da casa do prefeito, reunião dos caçadores_ O porão da mansão Móra é um lugar grande com paredes de pedra e uma grande mesa cercada de cadeiras, Também há muitos sofás espalhados pelo lugar e nas paredes caixas de vidro eram exibidas com os mais variados tipos de armas, sejam arcos, facas ou ate mesmo armas de fogo, Havia também varias prateleiras no canto onde podia se ver um grande estoque de ervas e material para criar seus meios de intervenção e captura de seres sobrenaturais. No lugar iluminado por luzes florescentes estavam um grupo pequeno de sete pessoas, Cada qual com sua forma de agir e personalidades diferentes. No centro da mesa na cadeira maior que provavelmente era destinada ao chefe estava o prefeito Móra, o líder do grupo de caçadores e