Hoje pela manha meu tio apareceu na nossa casa junto do meu pai e mas um homem que não fazia idéia de quem fosse, No fim o homem se apresentou como meu avô materno e se não fosse pelo meu pai concordando eu não teria acreditando em nada nessa historia.

    Minha mãe havia me falado muito pouco sobre seus parentes antes de morrer, tudo que eu sabia era que sua mãe, minha vó, era uma dama muito doce e afetuosa e que seu pai, um homem duro e amargurado a tinha abandonado, a deixado para trás para viver em uma alcatéia. sua mãe havia falecido de doença quando ela era pequena.

Eu e meu suposto avô falamos muito e discutimos mais ainda, minha raiva foi muita por saber que só agora ele resolvera aparecer, e para que?

    Ele havia pedido para conversarmos um pouco então antes que eu acabasse pondo a casa a baixo com todo mundo dentro fomos ate o centro da cidade, ate uma lanchonete nova que havia aberto la, Ele me pediu para me pagar um sorvete enquanto conversávamos e Disse que não queria desavenças.

    Depois de chegarmos la e fazermos nosso pedido sentamos em uma mesa mas afastada das outras em um canto perto de uma janela, Era um lugar bem aconchegante e todo o clima do lugar era simples e alegre, Assim que nossos pedidos chegaram ele começou a explicar tudo desde o inicio para que eu entendesse sem deixar nenhuma peça solta.

    Ele primeiro se apresentou, Seu nome sendo Grijahr Elfemir.

Ele contou que é um feiticeiro e que a muitos, muitos séculos atrás tinha se apaixonado por minha vó, uma loba. Na lei dos feiticeiros e proibido que se tenha relação com outras raças, uma proibição que meu avô decidiu ignorar, Ele disse que minha vó Lana Lupini era uma loba corajosa e única Que não abaixava a cabeça para ninguém e em como isso atraio a atenção dele para ela.

No começo eles eram como cão e gato e sempre que se viam por acaso acabava em uma quase guerra, porem depois de um tempo as coisas começaram a mudar.

    Grijahr me contou de quando minha vó ficou grávida da minha mãe e de como ele havia ficado muito feliz por isso, contou Dos primeiros anos da minha mãe com eles, Uma família feliz.

Mais ai veio a doença, Meu avô tentou de tudo para ajudar minha vó a se curar mas nada adiantou, no fim ela acabou morrendo e deixando minha mãe e meu pai para trás.

    Ele contara que preferiu as coisas como tinham sido depois daquilo, Minha mãe ficou com a alcatéia dela, O lugar onde ela deveria ficar segundo ele e ele partiu para nunca mais voltar.

     Estava prestes a perguntar qual seria o motivo dele achar isso, dele abandonar minha mãe, Quando vi Luan e seus amigos entrando na lanchonete, observei enquanto ele se sentava em uma mesa mas afastada da nossa e assim que confirmei  que ele não tinha me notado voltei minha atenção para meu avô.

- Algum problema pequena? – perguntou ele.

- Não, não é nada – falo forçando um sorriso. – vô, porque você voltou de repente? Por que agora?

- Voltei por que não há mas a opção de ignorar isso, Nossa linhagem é forte e eu esperava que assim como sua mãe você também não precisasse ter que lidar com isso, Infelizmente não foi o caso dessa vez. – disse ele olhando para sua taça de sorvete.

- Não é o caso? O que quer dizer?

- Quero  dizer que você é muito, muito poderosa – disse ele calmo. – Por parte paterna você é uma vampira, mas por parte materna você tem sua mãe e a mim, Você é tanto loba como feiticeira.

- E o que espera que eu faça com isso? – falei sentindo meu coração disparar.

- Eu vou ajudar você a controlar isso, é pra isso que eu to aqui – disse calmo pondo uma das mãos sobre a minha. - Minha vida util de feiticeiro pode ate estar no fim mas ainda posso fazer esse pequeno serviço. 

- Hm... – murmurei baixo, Olhando de relance vi o mesmo sorrir um pouco, Acho que para alguém que merece o ódio isso ate que não foi tão ruim.

- Já acabou? – perguntou, eu assenti empurrando a taça pro meio da mesa – ótimo, melhor irmos antes que seu pai mande a cavalaria atrás de nós – sorri me levantando e assim que ele terminou de pagar saímos da lanchonete.

      Eu acabei gostando bastante do lugar e acabou se tornando meu destino Pós treino nos finais de semana, Meu avô não estava brincando comigo quando disse no primeiro dia que não pegaria leve.

     Para me dedicar aos treinos pedi ao meu pai para transferir minhas aulas para domiciliar como desculpa para abandonar aquele inferno na terra de uma vez por todas.

     Hoje, após mais um dia de tortura/treino, Ca estou eu na mesma lanchonete onde me acostumei a vir tomando um delicioso sorvete de merengue, Dessa vez também havia trazido um livro comigo e fiquei boa parte do fim da tarde naquele lugar descansando.

                                                                               XXX

- Alecxa, espera! – ouvi alguém me chamar depois de deixar a lanchonete, O sol já estava se pondo e eu já tinha ficado tempo demais longe do conforto da minha preciosa cama. Olhei ao redor a procura de quem tinha gritado e bufei ao ver Luan vindo atrás de mim.

- O que quer Luan?

- Podemos conversar? – pergunta parando na minha frente.

- Sobre? – perguntei dando a volta no mesmo e seguindo caminho com ele logo atrás.

- Você sabe... – disse me fazendo revirar os olhos.

- Você não pode deixar isso pra lá e simplesmente esquecer?- perguntei meio sem paciência.

- Não é tão simples assim – disse meio cabisbaixo, Estranhei um pouco mas apenas decidi ignorar. – Você não pode só me falar?

- Eu não tenho nada pra falar – suspiro.

- Ta bem, ta bem. – falou e pude ouvir ele suspirar também e acelerar o passo para ficar do meu lado. – A alguns dias te vi aqui com um cara, ele...

- Deu pra me seguir agora? – perguntei com deboche.

- Eu só ia perguntar se era seu pai ou algo assim – disse tentando manter um clima ameno.

- Alguém já te falou que você é curioso demais? – disse acelerando o passo para deixar-lo para trás.

- Ok, ok. Não vou me meter mais – Ta bem, acredito Pensei revirando os olhos – que tal uma volta?

- Dispenso – disse continuando a andar e ignorando ele.

_Luan_

    Tentei conversar com a Alecxa mais não tem jeito, Ela simplesmente parece que odeia minha presença, Chamei ela para dar uma volta e ela recusou, Grossa como em todas as vezes que tento uma abordagem.

    A alguns dias atrás meus pais se reunirão no jantar depois de tanto tempo e discutimos sobre como as coisas estavam indo por aqui, Meu pai é um homem sempre ocupado, Ser prefeito dessa cidade não é tão fácil como parece, Ela é pequena mais da muito trabalho.

Depois de jantarmos os dois me chamaram ate uma das salas onde sou proibido de entrar e la eles começaram a falar sobre um monte de coisa maluca e sem sentido, Eles mostraram fotos e relíquias de família dizendo que eu vinha de uma longa linhagem de caçadores de seres demoníacos e que estava na hora de começar meu treino.  Foi uma loucura, Não tem nem como dizer que eu não pirei por que foi exatamente isso que aconteceu, Eu surtei.

    Era impossível de se acreditar mesmo com tudo de estranho que acontece de vez em quando ao meu redor. Ainda sim no final não pude deixar de pensar na Alecxa e naquele amigo dela, Meus pais me contaram sobre monstros que são tão rápidos que mal se podia vê-los e que eram fortes e quase indestrutíveis, Vampiros.

Por um momento ate pensei que se encaixasse com eles mas pelo que meus pais disseram vampiros viram pó ao sol e Alecxa ia para a escola todo dia normalmente. De sobrenatural ela só tinha o mal humor mesmo.

    Acabei ficando tão perdido nos meus pensamentos que não percebi que estava andando sozinho e Alecxa já tinha sumido de vista, Sem muita escolha acabei decidindo voltar pra casa.

_Luan off_

      Ainda no caminho de volta pra casa recebi uma mensagem do Charles chamando Jack e eu para um passeio pela floresta a noite, Coisa de doido mesmo.

Ele disse que era uma noite propícia para a colheita de uma for lunar ou algo assim mas também era lua cheia e ele não queria topar com nenhum transformado sozinho, Sem muita escolha acabei topando.

   Jack fora o primeiro a se arrumar, De uns dias pra Ca ele e Charles vinham ficando estranhamente próximos O que me fez pensar no por que ele não apenas convidou Jack e pronto, Tenho certeza que um vampiro de quase 500 anos pode dar conta de alguns lobos na floresta, Sem falar da alcatéia.

    No nosso mundo existem três tipos de lobisomens para se ter cuidado, A primeira e mas importante é a raça pura, eles foram a primeira espécie a existir e são semelhantes a lobos. Claro, com uma diferença de que lobos normais não tem quase três metros.

A segunda espécie são os mestiços, Filhos de lobisomens puros e humanos, Assim como os lobisomens puros eles também podem se transformar em lobos mas ao contrario da raça pura que tem total controle de si na lua cheia, os mestiços ficam meio ariscos nessa noite do mês.

A terceira espécie são os transformados, Sabe os lobisomens de filme de terror?  Aqueles que andam como homens e são completamente cobertos de pelos? Bem, eles existem e não são brincadeira,  Não controlam suas transformações e não possuem noção nenhuma de aliado ou inimigo quando estão transformados, São o tipo de criatura com forca e agilidade sobre humanas com a qual deve-se ter cuidado.

    Depois de se certificar de que tinha pego todas as minhas coisas eu desci as escadas me encontrando com Jack já a espera sentado no sofá da sala, Nos cumprimentamos e saímos de casa seguindo para a clareira onde combinamos de encontrar o Charles na floresta.

                                                                        XXX

- Que bom que puderam vir já estava ficando nervoso de ficar aqui sozinho – disse Charles ao nos ver saindo da floresta para a clareira, Ele estava sentado em uma pedra bem no meio do lugar.

- Cade o caçador? – perguntei olhando ao redor e todos ficaram confusos.

- Ah? – falaram ao mesmo tempo.

- A isca eu já encontrei falta o caçador – disse apontando pro Charles que ainda estava no meio da clareira.

- Há, há, há – disse ele – você não tem graça nenhuma sabia.

- Pelo menos poderia colaborar para minha alto-estima – disse fazendo bico – então, por onde a gente começa?

- Segundo os livros da minha casa esse tipo de flor costuma nascer perto de cavernas – disse Charles olhando suas anotações no celular.

- Ótimo, alguém sabe onde podemos achar cavernas nesse lugar? – Jack perguntou com as mãos nos bolsos.

- Não vamos saber se não procurar – disse olhando em volta. – eu vou por ali. – apontei para o norte.

- Espera, não deveríamos ficar juntos? É lua cheia – disse Charles.

- No momento o único lobisomem aqui sou eu Charles – disse apontando pra mim mesma. – Jack pode tomar conta de você.

- Eu posso? – falou ele com falsa duvida.

- Não vou repetir pra inflar seu ego, cuidem-se – disse saindo de lá em velocidade de vampiro e deixando o “casal” para trás.

                                                                XXX  

     As primeiras meia hora sozinha estavam indo ate que bem, Achei um conjunto rochoso de cavernas e aos poucos entrei em cada um deles para explorar em busca da flor, Como tinha saído rápido da clareira e acabei não esperando Charles me dizer como ela era ele me mandou uma foto com a aparecia da mesma e a descrição o que facilitou bastante minha procura.

    Depois de uma longa hora de procura finalmente achei a flor na quinta caverna que entrei nesse lugar, Depois de pega-la e deixar o lugar usei minha velocidade para voltar, Na metade do caminho um uivo alto e raivoso me fez parar e olhar ao redor, parecia perto mas ao mesmo tempo não tanto, Apensar da minha pouca experiência com lobos pude reconhecer vagamente de que não se tratava de um puro ou mestiço, Só podia ser a ultima opção. Acelerei indo o mas rápido que pude pela floresta em minha velocidade vampira queria chegar logo nos meus amigos e saber se estavam bem.

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