Aram acordou com o braço melhor e eles foram cedo para a floresta. Lucine pôde testar livremente suas habilidades, visão, olfato, força e agilidade. Se saiu bem tanto na forma humana quanto na de loba. Eles levaram um lanche e comeram lá mesmo para aproveitar o tempo.
— Você está se saindo bem, já consegue controlar a força. O que falta trabalhar é o emocional, saber se você consegue se controlar sob forte pressão, é isso que precisamos treinar. Também precisa aprender a rastrear, mas isso é algo mais complexo. Lucine, eu acho que precisaremos da ajuda de alguém e o Szafir é o único em quem eu confio para isso. Ele pode treinar você enquanto eu estiver na madeireira, quanto mais rápido você evoluir, mais seguro será.Ela mordeu o sanduíche e deu de ombros.— Tudo bem, se você acha que podemoAo contrário do que Lucine esperava, eles foram bem recebidos na casa de Ruthe. A mulher estava bem diferente do dia do casamento, com um sorriso amigável e hospitaleiro. A cabana deles parecia mais humilde do que a de Aram, mas era espaçosa. Na casa moravam Ruthe, seu marido e sua filha Rosina. A garota parecia ter uma idade semelhante à de Lucine, era uma morena de cabelos castanhos fartos e muito bonita.Antes do jantar eles conversaram um pouco na sala, discutindo sobre o trabalho na madeireira e assuntos da aldeia. Lucine não se sentiu muito à vontade para falar, e Ruthe, percebendo isso, tratou de incluí-la na conversa.— Já era hora de recebermos uma visita da Lucine, dada a nossa amizade de longa data com o Alfa.Mesmo estando sentada no pequeno sofá ao lado do Alfa, Lucine percebeu que o comentário havia sido dirigido a ela e que todos a encaravam aguardando uma resposta. Sem saber ao certo o que dizer ela respondeu o óbvio.— Bem, nós viemos no momento em que fomos convidado
Lucine e Aram acordaram cedo no dia seguinte para ir à floresta continuar o treinamento. Aram mandou uma mensagem a Szafir para que fosse encontrá-los. Eles o esperavam em uma clareira cercada por árvores muito altas.— Aram, estou animada para o treinamento de hoje! Mal posso esperar para aprimorar minhas habilidades de rastreamento. Foi legal da parte de Szafir nos ajudar!— Tenho certeza que vai tirar de letra Lucine, você tem se saído muito bem até agora. Vamos lá, Szafir já deve estar a caminho, ele é o melhor que eu conheço quando se trata de rastrear.Szafir aparece e sorri ao vê-los, caminhando na direção dos dois.— Que bom que me chamaram para ajudar no treinamento. Lucine, Aram comentou que você está progredindo rápido.— Eu estou me esforçando, mas é tudo muito novo para mim.Ela comentou, um pouco sem jeito com o elogio.— É verdade, Lucine, nunca vi alguém aprender tão rápido. Estou impressionado, suas habilidades de Alfa Suprema são incríveis.Aram reforçou o incentivo
Lucine não dormiu bem naquela noite, sentia ondas de calor e frio cada vez mais fortes. Alguns arrepios e tremores percorriam seu corpo a fazendo ter uma péssima noite de sono. Aram saiu cedo para trabalhar na madeireira, ela acabou dormindo pela manhã e se atrasou um pouco com o almoço. Optou por fazer alguns sanduíches de carne para levar para o almoço dele. A cara dela quando foi até a madeireira denunciava que não estava bem e ele notou.— Nossa, você está com uma cara péssima, parece que não dormiu nada.— E não dormi. Eu não sei, acho que estou ficando doente, pelo visto vai ser um resfriado daqueles. Isso foi tudo o que eu consegui fazer, acabei dormindo demais pela manhã e me atrasei.Ele pegou a sacola que ela lhe oferecia.— Está ótimo, da proxima vez me avisa que eu mesmo trago algo comigo para comer. Melhor você
Ultimamente Aram detestava a visita do tio, na verdade, detestava qualquer visita que viesse interromper o seu bem-sucedido e satisfatório calvário de dor e autopiedade. Yasmina havia partido para a vida além da vida e ele merecia todo aquele sofrimento pois não a tinha protegido. A Deusa Lua o havia abençoado quando a colocou em seu destino e ele não fora digno daquela graça, às vezes, escolher permanecer vivo era muito mais difícil do que morrer.Agora ele teria que viver o resto de seus dias sob o peso de ter sido indiretamente responsável por sua morte e a dor de não ter mais a sua Luna destinada. Para viver seu suplício, ele só precisava ficar sozinho, o que era muito difícil, visto que ainda era o Alfa daquele clã, apesar de vir há meses negligenciando seus deveres. Ele não fazia questão de ouvir os muitos lamentos do tio, que vinha trazer notícias do conselho de anciãos. O homem disse a Aram que os mais velhos estavam a ponto de desistir dele e já estavam procurando uma saída p
A menina chegou ao vilarejo uma semana depois do acordo entre o Lycan e os lobisomens ser firmado. Aram mandou seus betas que possuíam melhor treinamento em combate para ir buscá-la, ele ainda não estava certo que aquele acordo não se tratava de alguma armadilha.Szafir era o beta de confiança de Aram, haviam lutado diversas batalhas e construíram juntos uma estabilidade para o clã. O amigo era um lobo de honra, em quem ele podia confiar. Se fosse realmente uma armadilha, ele era a pessoa certa para identificar e neutralizar o ataque.Porém, tudo ocorreu de forma tranquila. Quando o grupo de betas chegou no local indicado para pegar a garota, seu líder, Szafir, ficou muito impressionado com o aspecto da fêmea que seria a nova Luna da alcateia. Ela realmente parecia bastante jovem e assustada, era óbvio que não era uma convidada bem-vinda naquela matilha de lobisomens. Estava com as mãos e os pés amarrados e a boca amordaçada. Aquilo parecia um tanto exagerado, dado a constituição frág
Aram levou Lucine até a frente da casa e ali já havia uma pequena multidão. Uma mulher entregou a xícara de café a ele e o sal a Lucine, que foi instruída a temperar a bebida. Ela já havia ouvido falar desse costume antigo mas nunca havia presenciado, ficou surpresa em como o noivo conseguiu beber o café tão rapidamente, visto a quantidade de sal que ela havia colocado.Depois, foi preparado um grande banquete, cada membro do clã doava o que tinha disponível para a festa, que era sempre grandiosa. A sacerdotisa reuniu os noivos bem no centro do círculo de mesas, em que estavam a comida e os convidados, os fez ficar bem na frente dela e deu início a cerimônia. Como de costume, ela os abençoou fazendo reverência e preces à Deusa Lua e outras deusas ancestrais, a Deusa do amor e a Deusa da fertilidade. Para Lucine, aquilo era um espetáculo muito exagerado, era estranho como os Lycans haviam parado no tempo, seguindo tradições e costumes que os Lobisomens haviam abandonado há muito. Tod
Aram acordou cedo como era seu costume quando estava sóbrio. Olhou no celular e eram apenas sete horas, não tinha nada programado para esta manhã assim como para nenhum horário do dia. Todos esperavam que ele quisesse ficar sozinho com a esposa e aproveitar o máximo possível a lua de mel, o que estava bem longe da sua realidade.Não podia ficar na cama o dia todo, mas também não podia sair e ficar dividindo a sala com aquela fêmea que o lembrava de tudo o que ele queria esquecer. Lenha, lembrou que precisava cortar lenha. O inverno estava próximo e ele precisava reabastecer seu estoque de lenha seca. Isso certamente o deixaria ocupado no pátio de trás da cabana por pelo menos a manhã toda.Quando ele se vestiu e saiu do quarto, a encontrou ainda profundamente adormecida no sofá. Se aproximou mais e a sacudiu de leve para despertar.— Acorde garota, eu disse que você precisava levantar cedo e guardar as cobertas.Ela acordou assustada olhando para os lados, pareceu por um momento, não
Aram se sentiu observado, ergueu os olhos e a loba estava parada na porta da cozinha encarando-o. Ele podia sentir o cheiro do seu medo, e não entendia, já que ele nem mesmo a havia percebido ali. Quando a olhou mais tempo viu que ela havia trocado de roupa, vestia um conjunto de moletom que parecia ser 5 vezes maior que o seu tamanho. Que belo trabalho Szafir havia feito.— O que foi? Tem algo a me dizer?— Eu, eu queria saber se você não tem nenhuma tarefa que eu possa realizar, não quero ficar sentada no sofá olhando para as paredes.Ele apoiou a lâmina do machado no chão antes de responder à ela.— Você pode, sei lá, assistir televisão. Aproveite para pôr em dia seu programa favorito.— Eu não tenho mais um programa favorito.Ela respondeu a ele em tom bastante sério. Aram deu um longo suspiro, sabendo que não seria tão fácil se livrar da companhia dela.— Então você pode ir pegando toda a lenha que eu rachar e levar para a pilha que tem no galpão.Ele disse, apontando a grande co