Cerca de três dias haviam se passado, Lorenzo sabia que seus homens estavam trabalhando para resolver aquilo, então estava um pouco mais tranquilo, sabia o quão eficiente eles eram. Mais uma vez sentado em seu melancólico escritório, estava Lorenzo, quando alguém bateu na porta.
— entre. — ele disse forma simples, logo ele viu um de seus homens passar pela porta. — senhor, pegamos a garota. — disse ele empolgado, aquele rapaz era novo no mundo da máfia e queria mostrar eficiência a Lorenzo. — onde está? A traga aqui agora mesmo. — Lorenzo disse, o rapaz assentiu, em seguida saiu, em pouco menos de dois minutos voltou arrastando uma garota que tinha um saco preto em sua cabeça, Lorenzo estava atônito, crente que ali estava a solução para calar Alexandre. — tire esse saco da cabeça dela e traga até mim. — o homem fez como o solicitado, tirou o saco da cabeça dela e, a empurrou para que desse uns passos a frente, a garota com sua péssima coordenação motora, caiu ao chão, Lorenzo deu um passo a frente e olhou bem para a garota jogada a sua frente, ao analisar bem, ele fechou a cara demonstrando que estava irritado. — quem é essa garota? — ele questionou em um tom de voz ríspido. — é a filha do Alexandre Mosconi, como o senhor pediu. — não, não é essa, eu conheço a Alice, filha de Alexandre, a vi em várias festas, e posso afirmar com certeza que não é esta garota, de onde a tiraram? — ele perguntou já alterando sua voz. — na casa do Alexandre, senhor Lorenzo, é a filha dele. — não é, está duvidando de mim? — Lorenzo questionou já sentindo a raiva tomar conta de seu corpo. — não...não senhor, mas quem mais poderia ser? Ela estava na casa dele. — Lorenzo se dirigiu até a garota que seguia atirada no chão, chorando em silencio, pois sua boca estava tapada por uma fita, Lorenzo puxou com cuidado liberando os lábios dela, não teve dificuldade para isso, pois as lagrimas haviam amolecido a cola. — quem é você? — ele questionou de forma firme a garota, mas ela não o respondeu, estava assustada demais, então ele questionou mais uma vez. — quem é você e o que fazia na casa do Alexandre? — ela que seguia no chão, reuniu um pouco de suas forças e o respondeu. — me...meu nome é Mia, sou filha do Alexandre. — Lorenzo ficou calado por uns instantes, em seguida, disse. — Lorenzo tem uma única filha e ela se chama Alice. — não, eu também sua filha dele. — olhe pra mim. — ele pediu com firmeza declarando a ordem em seu tom de voz, Mia olhou em uma direção qualquer, irritado com aquilo ele pediu mais uma vez. — olhe pra mim quando eu estiver falando com você. — com sua percepção ela tentou direcionar seus olhos a quem lhe falava, mas o mais perto que conseguiu foi direcionar seu olhar a mesa de madeira que havia ali, Lorenzo muito astuto, analisou aqueles trejeitos, deu uma volta ao redor dela, parou bem a sua frente e fez um gesto com a mão direita, mas os olhos dela não o acompanharam, seguiam mirando um canto qualquer daquele escritório, entendendo do que se tratava, ele olhou friamente para seu capanga e disse. — está garota é cega, vocês sequestraram a pessoa errada, ainda por cima uma deficiente, suma da minha frente. — o homem um tanto assustado e crendo que havia cometido um erro, apenas saiu o deixando sozinho com Mia. — quem é você? — eu já disse senhor, meu nome é Mia, também sou filha de Alexandre, por favor, não me faça mal, eu não sei por que estou aqui, não sei quem é você, eu imploro, não me machuque. — Lorenzo respirou fundo, de todas as atrocidades que havia cometido, nenhuma delas era maltratar mulheres e deficientes e obviamente Mia não seria a primeira. Lorenzo se aproximou novamente de Mia, então a segurou pelo braço a ajudando a levantar, a garota mal conseguia ficar de pé, seu pequeno e franzino corpo tremia de medo. — vou averiguar isso, até lá, vai ficar aqui. — Lorenzo saiu a guiando, logo passaram pela porta, fora do escritório estava aquele homem, a qual Lorenzo tratou de alertar. — da próxima vez que você empurrar uma mulher, pode ter certeza que eu mesmo te matarei. — aquilo não assustou somente a aquele homem, mas também a Mia, estava claro que ele era muito perigoso. — senhor, eu não fiz por mal, apenas queria que ela desse uns passos a frente...mas ela é muito...muito... — cale-se. — Lorenzo seguiu seu caminho guiando Mia, logo estavam em frente a escada, onde ela tropeçou e quase caiu. — esqueci desse detalhe. — ele olhou a enorme escada, sem muito tempo a perder, ele a pegou no colo sem aviso, ela obviamente se assustou, mas não relutou, apenas deixou que ele a levasse, o que para ele não teve dificuldade nenhuma, Mia tinha um e cinquenta e oito de altura e cerca de quarenta e oito quilos, o que não era tão compatível com sua altura, estava um pouco abaixo do peso. Quando chegaram ao local escolhido por Lorenzo, um dos quartos de hospedes, ele abriu a porta e, a colocou lá, sem dizer uma única palavra, ele trancou a porta e saiu a deixando sozinha, Mia procurou caminhar pelo local, na tentativa de descobrir que ambiente era aquele, mas tudo que conseguiu foi tropeçar em algo que ela sequer conseguiu identificar. Sentado no sofá da sala, Moret aguardava por Lorenzo, que não demorou, logo surgiu no topo da escada descendo degrau por degrau, com sua mente em total confusão. — mandou me chamar senhor? — como já deve saber, uma das equipes conseguiu invadir a casa do Alexandre e pegar uma garota. — sim e me alegra que o plano tenha dado certo. — não deu, pegaram a garota errada. — Moret franziu o cenho, então questionou. — então quem eles pegaram? — uma garota cega, ela se chama Mia e diz também ser filha de Alexandre. — até onde sei Alexandre não tem outra filha além de Alice, mas então por que essa garota alega ser filha dele? — não sei...talvez realmente seja filha dele. — mesmo que não seja filha, é alguém bem próximo a ele, afinal, se não fosse, não estaria na casa dele. — você tem razão, talvez a missão não tenha sido um total fracasso. — brandou Lorenzo. — quer que eu investigue para confirmar isso? — não é necessário, vá direto em Alexandre, entre em contato com ele e conte o que quero, em troca devolvo a garota sã e salva, seja lá quem realmente seja ela.Naquela noite, Mia mal pôde pregar os olhos, estava assustada com aquela situação, em sua mente, uma ponta de esperança surgiu, que seu pai, lhe demonstrando ao menos o mínimo de amor, a procurasse, ela sabia que seu pai fazia parte da máfia, havia descoberto a poucos anos atrás, quando uma empregada deixou escapar a frente dela, mas não teve mais informações além disso, seu contato com o pai era mínimo, mesmo morando na mesma casa, ela sempre trancada em seu quarto, fazia meses que não ficava em sua presença. Pela manhã, após uma noite mal dormida, Lorenzo saiu de seu quarto, caminhando pelo corredor, parou em frente ao quarto onde havia colocado Mia, estava tudo tão silencioso, coisa incomum para uma pessoa sequestrada, mas não era incomum para Mia estar trancada. Lorenzo retornou até seu quarto, pegou a chave e rapidamente foi ao quarto de Mia, ele colocou a chave na fechadura, destrancou, mas quando foi abrir a porta, a sentiu bater em algo, ao olhar, viu ser Mia. — esta tudo b
Depois de longas horas com aquele assunto em sua mente, Lorenzo ainda não tinha decidido o que fazer, nem com Mia, muito menos com sua vingança, então para se aprofundar um pouco mais naquele assunto, decidiu falar com ela, talvez Moret tivesse razão e ela soubesse de algo util. Lorenzo seguiu até o quarto em que Mia estava, a porta estava destrancada, então somente entrou, ela não estava sentada, como quando havia saído daquele quarto, ela estava deitada, encolhidinha. — quem está ai? — ela questionou a sentir uma presença. — sou eu. — mas ainda não sei quem é você. — seu semblante era triste, de cortar corações, até mesmo o de alguém frio como Lorenzo. — me chamo Lorenzo. — Lorenzo...o que vai fazer comigo? — ela questionou temerosa. — precisamos conversar, pra só então saber o que fazer com você. — Lorenzo sentou-se na cama, não tão perto dela, não queria que se sentisse acuada, mas Mia era tão inocente que não tinha ideia do mal que um homem poderia a causar. — c
No dia seguinte, Lorenzo levantou logo cedo e saiu, foi a uma das casas dele, onde costumava se reunir com seus capangas, lá ele encontrou Moret, e com ele se reuniu no escritório, estava ansioso por notícias de Mia, mal a conhecia, mas a situação dela havia o tocado de forma profunda. — e como está a moça? — ele perguntou assim que a porta se fechou, Lorenzo ergueu a sobrancelha o olhou com seriedade. — parece muito interessado. — a situação dela me tocou. — me diga Moret, você está solteiro? — Moret franziu o cenho, não estava entendendo a finalidade daquilo. — sim, senhor, mas qual o motivo da perguntou? — seu interesse Moret, nunca vi você tão interessado em algo, não que você seja displicente, ao contrário, é muito eficiente, mas vejo que se interessou em demasia por Mia, antes que possa se interessar ainda mais, fique sabendo que me casarei com Mia. — senhor, não é o que está pensando...— Moret fez uma pausa, então assimilou o que havia ouvido. — o que o sen
Ao fim do banho, Lorenzo colocou uma toalha ao redor do corpo de Mia, ela sorria de forma doce e agradecida, aquele olhar era um claro pedido, de carinho, de atenção, para ele aqueles olhos o diziam “me cuide” e era isso que iria fazer.— sua roupa está imunda, vou pegar uma camisa minha. — Lorenzo seguiu até seu closet, lá pegou uma camisa qualquer e retornou rapidamente a ela, que o aguardava no mesmo lugar que havia a deixado, no meio do quarto, segurando a toalha em seu corpo de forma desajeitada. — me dê a toalha. — disse ele, a retirou a toalha de seu corpo o deixando novamente exposto aos olhos dele, que logo pegou a toalha e jogou num canto qualquer, em seguida começou a colocar a camisa nela, primeiro colocando os braços e por fim fechando os botões.— Lorenzo...— diga.— estou com fome.— pensei que estava comendo quando cheguei, afinal estava toda suja.— eu ia comer, mas acabei derramando comida em mim e a moça não me deixou mais...mais comer. — completou ela apó
Naquela manhã, Mia acordou e espreguiçou, havia dormido muito bem, a primeira coisa que lhe veio a mente, foi Lorenzo lhe cuidando, ela sorriu de satisfação, em seguida sentou e instantes depois, se levantou, mas já nos primeiros passo, esbarou na cômoda que ficava ao lado da cama.— cuidado. — disse Lorenzo, Mia não esperava que ele estivesse ali, afinal havia acabado de acordar.— Lorenzo, você me assustou, o que está fazendo aqui?— está no meu quarto Mia, você dormiu aqui.— dormi?— sim, ontem a noite a noite depois que lhe ajudei com o banho, você disse que estava com fome, fui pegar um lanche pra você e quando voltei, já estava dormido. — disse ele, então escutou a barriga dela roncar, indicando que seguia com fome. — pelo visto continua com fome, como conseguiu dormir tão bem com fome?— gostaria de dizer que é um dom. — Lorenzo suspirou, levantou-se da poltrona onde estava sentado e se aproximou dela. — se eu dormi na sua cama, onde você dormiu?— em um dos quartos de h
Após sua mãe ter saído de seu escritório, ele abriu seu notebook e começou a olhar seus e-mails, mas de repente, se viu distraído lembrando-se de Mia, aquela tentação de corpo que guardava aquela alma tão pura, corpo esse que estava se fazendo presente em sua mente, mesmo que estivesse tentando não lembrar da cena da noite passada, Mia, completamente despida e molhada, as gotas de agua escorrendo pela pele, Lorenzo fechou os olhos e suspirou, mas então voltou a si e irritado fechou o notebook com força.— não posso olha-la com malicia, Mia é como anjo, puro e sem maldade. — ele disse a si mesmo, em seguida deslizou a mão pelos cabelos de forma exasperada. — Mia não é como as vadias com quem transo por ai, é praticamente um crime olhar para seu corpo com outros olhos. Enquanto Lorenzo repreendia seus pensamentos e tentava se concentrar em seu trabalho, em um dos carros de dele, com o motorista e segurança, Mia e Andrea seguiam em direção a um salão de beleza que ela cos
Aquele dia foi animado, Mia e Andrea compraram muitas coisas, tantas que o segurança sequer dava conta de carregar e por várias vezes teve que levar as muitas sacolas para o carro, que acabou totalmente cheio, mas de tudo comprado, o que mais havia alegrado Mia, foram os perfumes, ela sentiu o cheiro de vários e, amado todos, então incentivada por Andrea, ela escolheu dez.— bonequinha, você vai ficar linda com as roupas que compramos, quando chegarmos em casa, eu mesmo vou te arrumar todinha, vai ficar uma preciosidade.— será que Lorenzo não vai ficar chateado? Compramos muitas coisas, deve ter sido muito dinheiro. — disse Mia, mesmo tendo estado presente na sessão de compras, não tinha muita noção do quanto realmente havia sido gastado, pois nunca havia lidado com dinheiro, mas realmente tinha sido um valor bem alto, — Mia, não se preocupe, Lorenzo é muito rico. Era noite, quase hora do jantar, após ter colocado uma roupa escolhida por Andrea e também um delicado
Naquela manhã, após fazer sua higiene pessoal, Lorenzo colocou uma roupa, em seguida o perfume, por fim, saiu do quarto e parou em frente ao quarto de Mia, onde decidiu entrar para ver se ela ainda estava por ali. Ao abrir a porta, ele a viu escorada na janela de vidro, ela sorria de forma satisfatória, o que deixou Lorenzo curioso.— Mia, o que faz ai?— Lorenzo, não vi você entrar...estou escutando o barulho dos passarinhos, no meu quarto não tinha janela.— e por que não vai lá fora no jardim?— eu posso? — ela questionou um pouco surpresa, não estava acostumada com tanta liberdade.— claro, você é livre agora, minha mãe pode levar você.— então vai ficar pra mais tarde, ela passou aqui a pouco, disse que precisava sair pra comprar algo, mas que não demoraria em voltar.— e você já tomou café da manhã?— sim, sua mãe foi até seu quarto te chamar, mas você estava dormindo, ela não quis te acordar.— já é bem tarde mesmo, não dormi bem a noite...se quiser posso te levar para