me cuide

Ao fim do banho, Lorenzo colocou uma toalha ao redor do corpo de Mia, ela sorria de forma doce e agradecida, aquele olhar era um claro pedido, de carinho, de atenção, para ele aqueles olhos o diziam “me cuide” e era isso que iria fazer.

— sua roupa está imunda, vou pegar uma camisa minha. — Lorenzo seguiu até seu closet, lá pegou uma camisa qualquer e retornou rapidamente a ela, que o aguardava no mesmo lugar que havia a deixado, no meio do quarto, segurando a toalha em seu corpo de forma desajeitada. — me dê a toalha. — disse ele, a retirou a toalha de seu corpo o deixando novamente exposto aos olhos dele, que logo pegou a toalha e jogou num canto qualquer, em seguida começou a colocar a camisa nela, primeiro colocando os braços e por fim fechando os botões.

— Lorenzo...

— diga.

— estou com fome.

— pensei que estava comendo quando cheguei, afinal estava toda suja.

— eu ia comer, mas acabei derramando comida em mim e a moça não me deixou mais...mais comer. — completou ela após bocejar.

— venha, sente aqui, vou pegar algo pra você comer. — disse ele a colocando sentada na cama. Lorenzo seguiu até a cozinha, lá viu que os empregados já haviam ido embora, então tratou ele mesmo, com seus péssimos dotes culinários, preparar um sanduiche. Quando terminou de preparar o lanche para Mia, ele caminhou em direção ao quarto, lentamente ele passou pela porta, ao olhar para a cama, viu Mia deitada, com a cabeça no travesseiro, encolhida como se fosse seu próprio refugio, Lorenzo olhou com serenidade e com cautela para não assusta-la, a chamou. — Mia, Mia. — ela não respondeu, dormia tranquilamente, então deixou que dormisse, ele olhou para a bandeja, em seguida foi até a poltrona que havia ali, sentou e passou a comer o lanche que havia preparado para ela, enquanto a olhava, ainda incrédulo. — como alguém pode maltratar uma coisinha dessas, é praticamente um anjo de tão pura. — ele sussurrou, em seguida balançou a cabeça em negação, só de pensar seu sangue fervia, então decidiu não pensar mais naquilo e apenas comer, mas antes de terminar, teve uma ideia, ideia essa que a deixaria segura quando não estivesse por perto.

Quando terminou de comer, Lorenzo levou a bandeja de volta a cozinha, depois foi para um dos quartos de hospedes, onde retirou a camisa, os sapatos e deitou-se na cama, em seguida pegou seu celular e efetuou uma ligação para sua mãe.

— bebê, mamãe estava pensando em ligar pra você agora mesmo, como está?

— mamãe, tenho quase trinta anos.

— e dai? será sempre meu bebê. — ele sorriu, então respondeu o que lhe havia sido perguntado.

— estou bem mãe, e a senhora?

— estou ótima querido, a que se deve a ligação?

— quero que a senhora volte a morar aqui comigo.

— Lorenzo, você sabe bem por que sai dai, em primeiro, sua casa parece um puteiro, quando não esta afundado em trabalho, está afundado em alguma mulher, convenhamos que nenhuma mãe quer escutar uma mulher gritando na cama do filho e você parece gostar das escandalosas. — explicou ela o fazendo rir, em seguida completou. — em segundo é por que sua casa vive cheia de homens lindos e você não me deixa ficar com nenhum.

— e assim seguira, não quero nenhum dos meus homens se tornando meu padrasto, e quanto a questão das mulheres que frequentavam minha casa, isso vai acabar.

— sei...

— estou falando serio mãe, eu vou me casar. — disse ele, que logo foi interrompido pela risada escandalosa de sua mãe.— do que está rindo mãe?

— você esta ficando brincalhão igual seu irmão. — disse ela, Lorenzo franziu a testa, em seguida balançou a cabeça em negação.

— não estou brincando mãe.

— só pode estar brincando Lorenzo Guevara, você nunca nem me apresentou alguma namorada.

— é uma historia complicada mãe, me deixe lhe explicar. — Loreno deu início a sua explicação, a cada palavra sua mãe ficava mais horrorizada, ao fim, um silencio se deu e, durou por em torno de um minuto.

— então você precisa que eu cuide dela?

— sim mãe, ela ficou trancafiada desde que nasceu, não sabe quase nada, nem mesmo se cuidar direito, hoje quando cheguei, peguei uma de minhas empregadas a maltratando, coitada, tão acostumada a ser maltratada, nem sabia se aquilo estava errado, por fim eu mesmo tive dar banho nela e vesti-la.

— pobre garota, tão jovem e já sofreu tanto, mas acredito que ela possa se desenvolver como vários outros deficientes visuais que existem por ai, até lá, conte comigo querido, cuidarei dela como se fosse minha filha, amanhã mesmo estarei ai, e quanto a vingança, você sabe que odeio as perversidades que você comete, mas neste caso está mais que apoiado, Alexandre merece o pior. — disse ela empolgada, Andrea sempre sonhou em ter um filha mulher, mas a vida lhe agraciou com dois rapazes e a tal altura da vida ter a oportunidade de cuidar de uma moça lhe parecia um presente de Deus

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