Helena ManciniViktor dá um passo à frente, a expressão determinada em seu rosto.As palavras dele pairam no ar, e sinto um nó se formar no meu estômago. A proposta parece razoável, mas também significa prolongar a incerteza que sinto. Respiro fundo, tentando organizar meus pensamentos.— Viktor, eu... — começo, mas ele me interrompe, sua expressão suavizando um pouco.— Helena, eu sei que peço muito. Mas eu preciso dessa chance. Quero estar aqui para você e para nossos filhos. Se, depois de tudo, você ainda sentir que não pode ficar, eu prometo que vou respeitar sua decisão — ele diz, os olhos implorando por uma resposta.Olho para ele, vendo a sinceridade em seu olhar. Sei que ele realmente quer fazer isso dar certo, mas também sei que preciso ser honesta comigo mesma.— Tudo bem, Viktor. Eu fico até os bebês nascerem. Mas você tem que entender que isso não garante nada além desse tempo. Precisamos encontrar uma maneira de coexistir sem forçar nada — digo, tentando deixar claro minh
Viktor PetrovA noite já havia caído quando retornamos para casa, a lua alta no céu clareando o caminho sinuoso até a entrada da mansão.O jantar no restaurante foi agradável, um pouco mais descontraído que o almoço, mas ainda assim, a presença de Helena era uma constante incógnita para mim. Ela falava mais, seus olhos brilhando à luz das velas, mas ainda havia um muro invisível que eu não conseguia ultrapassar, criado por ela, devido a tudo que a fiz passar, desde o casamento.Entramos na casa em silêncio, a atmosfera quase solene. Helena murmurou algo sobre tomar um banho e subiu as escadas. Eu a segui com o olhar até que ela desapareceu no andar de cima, o som suave dos seus passos ecoando no corredor.Decidi tomar um banho no quarto de visitas ao lado do nosso, dando-lhe um espaço que parecia necessário. A água quente ajudou a relaxar os músculos tensos, mas não conseguiu afastar os pensamentos que giravam incessantemente na minha mente. Helena e sua indiferença. Helena e seu olha
Helena ManciniLevanto-me da cadeira e saio, deixando o Viktor sozinho na mesa, ele sorri e diz:—Se precisar de ajuda com o banho, eu posso ser seu sabonete.—É uma proposta tentadora, mas prefiro Sabonetes líquidos, é menos escorregadios e mais seguros.Subo com um sorriso no rosto, assim que entro no quarto, respiro profundamente, e tiro minha roupa e deixo a água do chuveiro cair sobre o meu corpo.Depois de tomar um banho quente, desci a grande escadaria da mansão sentindo-me renovada. Meus cabelos ainda estavam úmidos, e o perfume suave de lavanda envolvia-me, trazendo uma sensação de paz. Ao chegar ao saguão, meu coração saltou ao ver rostos familiares me esperando.—Eloise! Antony!—exclamei, o alívio e a felicidade estampados no meu rosto. Eloise, a tia carinhosa, que na verdade era tia de Viktor, já que era a irmã gêmea da Caterina, correu para me abraçar, e senti uma onda de conforto em seus braços.—Querida Helena, que bom ver você!— disse ela, seus olhos brilhando com cari
Viktor PetrovEu estava no meu escritório, envolvido em pilhas de relatórios e documentos, quando a porta se abriu abruptamente. Levantei os olhos, já sentindo um nó se formar no meu estômago, e vi Antony entrar. A audácia daquele homem era inacreditável. Mal consegui conter a irritação que subiu à superfície.—Veio se ajoelhar pra mim também?— perguntei, o sarcasmo pingando de cada palavra. Esperava vê-lo recuar, talvez até pedir desculpas, mas sua expressão permaneceu firme.—Não vim aqui para me desculpar.— ele respondeu com uma calma que só aumentou a minha frustração.—Vim para dizer que a Helena ama você. E você precisa merecer o amor dela.As palavras dele me atingiram como um soco no estômago. Helena... Claro que eu sabia dos sentimentos dela, mas ouvir Antony falar sobre isso, afirmar que eu precisava ser digno desse amor, era outra história. Meus pensamentos ficaram em turbilhão, a raiva e a dúvida lutando pelo controle. Precisava processar aquilo, entender o que realmente s
Helena ManciniViktor secou minhas lágrimas e, de mãos dadas, entramos juntos no consultório quando meu nome foi chamado no corredor. A obstetra pediu que eu deitasse, levantei minha blusa e logo ela começou o exame de ultrassom. Olhei para Viktor e vi sua ansiedade refletida em seu sorriso e seu olhar fixo na tela. Quando a doutora realizou o ultrassom e por um instante escutamos o som dos corações dos nossos bebês, sentimos um misto de emoções, o vi chorar e fiquei surpresa.—Você está chorando Viktor?—digo com um sorriso no rosto.—Eu te amo Helena—diz ele e me beija, acabo cedendo aos seus beijos. Passado determinado tempo a doutora conseguiu ver o sexo de um dos bebês e ela anunciou que um deles era uma menina e em seguida continuou com a ultra e logo disse que o outro era um menino. Foi um momento mais incrível e emocionante da minha vida.Viktor saiu da sala, deixando-me um pouco confusa. Logo, ele retornou com duas caixas de presentes e um buquê de flores, seu rosto ir
Viktor PetrovAcordei com a luz suave do amanhecer invadindo o quarto. Ao abrir os olhos, a primeira coisa que vi foi Helena ao meu lado. Ela estava acordada, mas ainda deitada, perdida em pensamentos. Por um momento, fiquei apenas observando-a, sentindo-me grato por tê-la ao meu lado.—Bom dia!—murmurei, minha voz rouca pela manhã.—Bom dia—ela respondeu, mas havia uma hesitação na sua voz que não passou despercebida por mim.—Você dormiu bem?—perguntei, tentando afastar a preocupação que começava a crescer dentro de mim.—Sim, dormi— ela respondeu, mas algo em seu tom me dizia que havia mais por trás de suas palavras.—Mas, Viktor, preciso falar com você sobre uma coisa.Seu pedido para conversar me deixou preocupado.após escutar atentamente o que a afligia, fiquei em silêncio e decidi que deveria esperar o melhor momento, para que ela pudesse se sentir confortável ao meu lado.Embora as suas palavras tenham sido difíceis de ouvir, entendi a necessidade dela.Ela me agradeceu e dep
Viktor PetrovSete semanas se passaram desde a noite em que Helena me convidou para dormir ao seu lado novamente. A cada dia, nosso vínculo parecia se fortalecer mais, e a chegada dos nossos bebês se aproximava rapidamente. Estávamos preparados, com os quartos prontos, tudo que eles precisariam, pelo menos, era o que pensávamos.Era uma madrugada tranquila quando senti um toque suave me acordando. Abri os olhos e vi Helena, seu rosto uma mistura de medo e urgência.—Viktor!—ela disse, sua voz trêmula. —Minha bolsa estourou. Precisamos ir para o hospital.Por um momento, fiquei paralisado, o pânico se instalando em mim. Em seguida, saltei da cama, ajudando-a a se levantar.—Tudo bem, vai ficar tudo bem.—disse, tentando acalmar a mim mesmo tanto quanto a ela. Peguei a mala que já tínhamos preparado e ajudei-a a descer as escadas com cuidado.No carro, minha mente estava a mil. A cada gemido de dor de Helena, meu coração apertava. Ela apertava minha mão com força, e eu fazia o possível
Helena ManciniA cerimônia de formatura estava em seu clímax. Eu estava sentada na primeira fila ao lado de Viktor, meu marido, sentindo uma mistura de orgulho e nostalgia. Parecia que foi ontem que segurei Adriano e Alice pela primeira vez em meus braços. Cada passo dessa longa trajetória estava vivo em minha memória, como se tivesse acontecido há poucos momentos.Lembro-me das primeiras palavras de Adriano, que foram: "papai", e de Alice, que teimava em dizer "mamãe" primeiro. Era como se já desde cedo eles demonstrassem suas personalidades. Alice era determinada, teimosa, sempre disposta a enfrentar qualquer obstáculo, uma verdadeira réplica minha. Adriano, por outro lado, tinha a destemida bravura de seu pai. Nunca temeu nada, nem mesmo ao cair várias vezes ao aprender a andar,a pedalar ou qualquer esporte que ele participava, sempre se dedicava a ser o melhor em tudo.O reitor anunciou os nomes de Adriano e Alice, e eu senti meu coração quase explodir de emoção. Viktor apertou a