Allorah passa os dias cuidando do pai, que parece apresentar melhora significativa, mas ainda continua adormecido. Suas esperanças de que Alfonse tome conhecimento da vilania do rei de Orion vão ficando cada vez mais distantes, causando um desânimo e uma falta de expectativa de que tais dias melhorem. Seu pai, se estivesse acordado, poderia negociar os termos com Blake e pedir possivelmente asilo no reino de Alfonse, mas da forma como está agora, impotente e desacordado, nem ao menos o socorro do clã dos Conselhos poderá ser requisitado.
Blake, desde o dia em que Allorah o afrontou na tina de banho, não a incomodou mais. Somente os serviçais é que aparecem uma vez ao dia com refeições e roupas limpas para que ela se banhe e troque por sua conta. Deixam tudo preparado para seu banho e também para a higiene e cuidados de seu pai, recolhem os pratos do dia anterior, roupas sujas e se vão. O silêncio e a solidão do exílio estão causando uma espécie de depressão em Allorah, que pensa que não poderia haver pior castigo para uma jovem de dezenove anos, outrora alegre e com um futuro determinado. O que ela precisa saber de seu pai ´, o porquê da atitude vil deste monstro chamado Blake em dizimar o reino e traze-los prisioneiros,transformanfo seu povo em escravos de Orion. Não há justificativa para tal a não ser que o reino de Antares fosse uma ameaça a Orion, porém isso já fora imediatamente descartado da mente de Allorah, Antares é um reino pacifico e nunca estivera envolvido em conflitos. Dias viram semanas e o frio se intensifica cada vez mais. Em uma destas noites geladas, Allorah, incomodada para dormir já que cedera seu manto de peles para o pai ficar aquecido, revira-se de um lado a outro do colchão, seu corpo gelado impede-a de pegar no sono.Um barulho característico de abrir de portas chama sua atenção. Passos firmes encaminham-se e param diante de seus olhos, que fingem estar fechados, mas a voz a seguir, sussurra para que ela ouça. - Sei que não dorme, é impossível até mesmo para nós, aguentarmos temperaturas tão baixas, inertes.Cubra-se.ele diz, jogando um felpudo e aconchegante cobertor de peles por cima dela. Allorah continua imóvel, sentindo que o rosto de Blake se aproxima cada vez mais do seu, na penumbra do quarto. Allorah não estava preparada para o que veio a seguir. Blake Rudhan inclinou-se sobre seu corpo, alcançando seu rosto e ali depositando um beijo terno e quente. Depois ergue-se e sai com passos silencioso do quarto deixando-a com a sensação de que ele realmente se importava com ela. "Esqueça tais pensamentos, de deixe de tolices," ela pensa, sacudindo veementemente a cabeça, como se desejasse apaga- los.. Horas mais tarde, Blake sorve um bom gole de conhaque rodeado de duas de suas concubinas do harém.Partirá para uma empreitada na madrugada seguinte e precisa de distração. Bebe um gole observando suas fêmeas se acariciando para agrada-lo. Blake faz um gesto com a mão para que prossigam e assim despertem novamente seu desejo. Após alguns minutos de luxuriosa amostra delas, ele resolve participar e se posiciona numa delas, tomando-a com intensidade, enquanto aplica carinhos com seus lábios noutra. O prazer chega para uma delas e Blake se alterna para agrada-las até o amanhecer. Porém, antes de alcançar o sono, já exausto e embriagado, seu pensamento é ocupado por aquela intrigante e deliciosa fêmea do reino de Antares. Na manhã seguinte, Allorah desperta com mais vigor e esperanças pois seu pai já apresenta movimentos das mãos e pernas, então ela pede a um dos serviçais que chame por Blake. Após algum tempo Allorah ouve passos no corredor e Blake adentra o quarto, seguido de um curandeiro. O homem examina atentamente Drake e confirma o que Allorah tanto quer ouvir. E questão de dias até que seu pai se restabeleça prontamente. O coração dela se enche de alegria, que transborda nitidamente em seu rosto, Blake a observa de soslaio e isso aquece seu coração. Vê-la tão animada, causa nele uma ternura sem explicação. Depois que o curandeiro saiu, Blake tentou puxar assunto com Allorah, mas ela ainda se mostrou arredia e confusa. Então ele anunciou que estaria ausente por alguns dias, mas avisou-a de que continuaria ali, cuidando do pai sem tentar esboçar nenhuma tentativa de fuga ou as punições seriam inevitáveis. Tal fala de Blake causou repúdio e vontade de revide imediatos nela, que atrevidamente ousou retrucar: -Já está indo destruir e saquear reinos indefesos? Fique tranquilo, enquanto meu pai não estiver em condições de saúde melhores, infelizmente continuarei prisioneira. Blake foi tomado de uma ira instantânea diante da ingratidão dela e a segurou fortemente pelo braço, puxando-a de encontro ao seu corpo, e invadindo seus lábios com brutalidade. Allorah tentou resistir, mas a pressão invasora dos lábios de Blake nos seus tornou-se exigente e faminta. Um torpor lânguido tomou conta de seu corpo e suas pernas foram amolecendo, dando-lhe a sensação de fraqueza e quase desmaio. Blake continuou a explorar lhe os lábios com sofreguidão até perceber que ela jazia inerte em seus braços. -Desmaiou? Ele pensou entre irônico e preocupado. - Imagine quando tiver em meus braços aplacando meu desejo intenso por ela. Blake tomou-a nos braços, depositando-a nos colchões e cobrindo-a com o cobertor, enquanto saia em direção a porta. Na cozinha, quando entrou, os serviçais postaram-se em respeito ao grande alfa.Blake dirigiu-se a um dos serviçais acostumados a cuidar de Allorah e seu pai e disse veladamente. -Estarei ausente por poucos dias, mas os cuidados com a donzela e seu pai serão os mesmos. Reforce a alimentação dela, penso que está ainda demasiado fraca, ele diz pensando divertidamente “Não aguenta um beijo" ,Blake continua a passar instruções as serviçais, depois dirige-se ao pátio onde homens treinam seguidmente.Ele vai em direção a Gregory, seu capitão e braço direito e instrui para que estejam de prontidão na madrugada, partirão aos primeiros sinais da alvorada. A comitiva vai à caça, o inverno faz com que sintam mais necessidades de proteínas animais e gorduras, portanto antes que se torne difícil a alimentação do reino, faz-se necessário aumentar as provisões. Do outro lado do pátio, olhos magoados e raivosos observam Blake Rudhan.Julius ainda não esquecera da humilhação causada por Blake ao puni-lo diante de toda a comitiva de soldados. Já não nutria simpatia ou qualquer traço de amizade a Blake ,na verdade sempre almejou estar na posição dele na direção do reino de Orion, Blake é de linhagem parental de Julius mas seu pai, tio de Julius o preteriu em prol do mais veloz, ágil e poderoso guerreiro, no caso Blake .Julius não irá desta vez à caça de provisões. Está temporariamente afastado das atividades de caça e guerra, oportunidades de tramar armadilhas contra Blake. Mas ele já percebeu o interesse de Blake na formosa garota trazida de Antares, confirmado por uma das fêmeas do harém de Blake que ele seduz e sacia seu desejo, sendo amantes escondidos do Alfa. -Enquanto Rudhan estiver caçando, prepararei uma surpresa agradável para ele, começando por instigar ainda mais o ódio da garota contra ele, causando discórdia e terminando o serviço que comecei, para criar problemas para ele no Clã dos Conselhos, Julius pensa, decidido.A comitiva partiu pela madrugada, rumo às florestas geladas do Norte, enquanto todo o reino jazia no mais absoluto silêncio, menos em um ponto do castelo. Ali, enredados nos lençóis alvos estavam Julius e uma das escolhidas do harém de Blake, Petra. Julius bem sabia que as mulheres reservadas ao líder jamais poderiam ser tocadas por quem quer que fosse, mas a emoção e adrenalina de se colocar como rival de Blake o fazia sentir-se vivo e capaz. Julius odiava Blake desde muitos anos atrás, quando ainda eram jovens e ele sempre fora comparado e preterido pelos pais e até mesmo pelo clã. Blake destacava-se na arte da caça ,das lutas e treinos, Julius era fraco e indolente no cumprimento das tarefas que cada líder precisava cumprir para ter sucesso e bom desempenho, porém sempre associou tudo isso com preferências dos mais velhos e chefes ao fato de Blake ser o filho de Kalius Rudham o rei de Orion ,líder absoluto e maior guerreiro já existente em todas as terras do Norte.Portanto,na mente
O comboio segue pelas montanhas encobertas pela neve espessa, alcançando o território das terras consideradas selvagens, Blake Rudham segue em último como cabe a um bom líder de matilha, afinal.Seu pensamento ora se fixa na liderança do grupo em busca de caça, ora se dispersa e vai até aquele quarto onde um rosto e corpo distinto lhe atormenta.“Com mil diabos!! Será que fui enfeitiçado por aquela garota insolente? O sabor de seu beijo ainda resiste em meus lábios. Quero prova-la como nunca quis a nenhuma fêmea, mas não posso ultrajar o rei Drake desta forma. Afinal, a invasão de seu reino fora na verdade para protege-los”. Blake analisa seus pensamentos como se fizesse uma confissão a si mesmo.De repente um alce enorme atravessa o caminho da matilha e o instinto de caça sobrevém instantaneamente. Blake, num movimento ágil avança por sobre o animal e uma luta é travada. Após longos minutos, o animal cai abatido e o grupo trata de acondiciona-lo na carroça. O grupo segue adiante, enq
Allorah tenta se esquivar do abraço apertado de Julius, que afrouxa os braços em torno de sua cintura, mas não a liberta. Precisa ganhar tempo suficiente para que Blake imagine que algo acontece entre eles. Assim, disfarçadamente, com a malícia que lhe é característica, perscruta o semblante do mestre e nota uma fúria visível em seu olhar. Blake permanece estático no lugar, dando a chance de Julius encobrir a visão total de Allorah, que sequer nota a chegada de Blake.Julius estrategicamente guia Allorah na direção oposta à de Blake, segurando-a pelo cotovelo.Enquanto a distrai com palavras:-Devemos nos acautelar, senhorita. O castelo tem muitos informantes que servem a Blake, então todo cuidado é preciso. Quero me desculpar pelo ímpeto de abraça-la mais intimamente agora a pouco, sim? è que me empolguei com tão bela senhorita.-Estás desculpado, mas não faça mais isto, por favor. Sou a prometida de Alfonse de Grabovisk e pretendo manter-me assim até nosso encontro.-Pois não, senho
Julius Prescott estende as pernas alongando-se com um sorriso satisfeito no rosto.Seus braços esticam-se e então, joga um saco de moedas na direção do curandeiro que horas antes estivera nos aposentos do castelo.-Vá, e mantenha sigilo absoluto do que conversamos, não revele nada do que sabe a mais ninguém.-Manterei segredo de tudo. E dizendo assim, o curandeiro sai apressado.Das sombras do pequeno cubículo onde estavam reunidos, nos porões úmidos, um dos soldados adeptos das ideias de Julius, na verdade, seu apoiador incondicional, Petrus, se reúne com Julius, sorvendo um bom gole de rum destilado.- Então, Blake posa de anjo da guarda do rei Drake e seu reino, ele diz, com um sorriso perverso no rosto. Petrus que até então só ouvia a conversa se manifesta emitindo uma ideia.-O que aconteceria se conseguíssemos nos unir aos conspiradores, Julius?- Seríamos os que facilmente destruiríamos Blake e tomaríamos Orion, Petrus.Mas antes, precisamos nos livrar imediatamente de Drake se
Toda a cena presenciada por Petra já foi devidamente relatada a Julius Prescott, que se alonga animado. -Sem dúvida, esta é a segunda melhor notícia que recebi por estes dias. Meu objetivo vem ganhando corpo, brevemente teremos uma chance enorme em derrotarmos Blake e me tornar o rei de Orion, diz ele ao mesmo tempo que puxa Petra contra seu corpo, exalando seu odor de fêmea. - Julius você não está pensando em se engraçar por aquelazinha, não é? Nem pense ou vai conhecer toda minha fúria, Petra diz, com olhos vermelhos faiscando. -Petra, deixe de ser ciumenta, sabe muito bem que somos o casal perfeito, aguente firme e logo, logo você reinará absoluta como minha companheira e rainha. Precisarei ganhar a confiança da filha de Jones, para atacar Blake em seu ponto mais fraco. Se a Jones for mesmo a destinada a ele, será um presente e tanto em nossas mãos. Blake se encarregará de destruir ele mesmo a oportunidade de tê-la ao seu lado. De quebra, ainda farei com que ela odeie completamen
Blake constata que o rei já não tem pulso nem sequer respiração, Fato é que ele está morto.Blake ordena que chamem o curandeiro imediatamente, mas ninguém no reino sabe dizer onde ele se encontra, portanto não há como fazer mais nada para ajudar o rei Drake.Allorah fora socorrida pelos serviçais e levada para o aposento de Blake. Está em choque e quando acordar, a constatação da morte do pai cairá como uma bomba, então Blake ordenou que lhe preparassem um chá á base de ervas calmantes que ajudarão a mantê-la mais calma diante de toda essa tragédia.“Como Drake pode estar morto? Estive com ele há pouco e ele parecia muito bem”Blake se interroga milhares de vezes, como se quisesse encontrar uma explicação lógica para tudo o que está acontecendo.Ele,então pede que chamem por seu comandante e quando o mesmo adentra o escritório, Blake comunica tudo o que houve, ordenando que procurem pelo curandeiro.-Mestre, acredita que houve um assassinato?-Tenho muitas dúvidas, principalmente depo
Allorah se recolhe ao quarto, Blake permite que Every a acompanhe agora. A tristeza é profunda e Blake pode senti-la sem tentar entender que conexão é esta que os une desta forma. A tristeza sentida por ela também é dividida com ele. A falta de apetite, o desânimo causa em Blake uma comoção profunda e também uma tristeza compartilhada. Dias se passam e a situação dela continua a mesma. Blake, porém, está empenhado em desvendar o que aconteceu com o rei de Antares. Suas suspeitas ainda são de que houvera algo mais sério, portanto, está dedicado a descobrir. Seus soldados até agora não conseguiram localizar o principal responsável pelos cuidados com o rei. O curandeiro parece ter evaporado no ar. De quebra, nenhuma evidência ou sequer uma pista que pudesse corroborar as suspeitas de Blake se concretizou. E assim os dias foram passando com a lentidão e a tristeza de Allorah sobressaindo ao caos do ambiente. Blake queria aproximar-se dela, mas não encontrava um pretexto para fazê-lo.Em c
A água da moringa estava de fato com restos de um pó e seu interior o que confirma toas as suspeitas de Blake de que o rei fora realmente envenenado. Mas quem? E por que? Tais perguntas martelavam na mente do Alfa que parecia não ter um minuto de sossego depois do ocorrido, já que a morte do curandeiro também era um mistério.Alinha mais clara de raciocínio seria que o curandeiro possa ter envenenado o rei Drake a mando de alguém e depois o mataram para garantir a incógnita do crime.-Davlos, temos um assassino em nosso meio. Precisaremos redobrar a atenção e a guarda. Meu receio se transformou em realidade. O rei Drake realmente foi envenenado, agora cabe descobrir quem o fez e o principal: O motivo.-Mestre, talvez quisessem causar mal-estar entre o Senhor e o Conselho dos Clãs, pois afinal o rei estava sob sua proteção.-Sim, mas o Conselho ainda não sabe disso. Pretendia estar em reunião com eles, relatar o pedido do rei Drake e também tratar de outro importante assunto. Mas agora