O comboio segue pelas montanhas encobertas pela neve espessa, alcançando o território das terras consideradas selvagens, Blake Rudham segue em último como cabe a um bom líder de matilha, afinal.
Seu pensamento ora se fixa na liderança do grupo em busca de caça, ora se dispersa e vai até aquele quarto onde um rosto e corpo distinto lhe atormenta. “Com mil diabos!! Será que fui enfeitiçado por aquela garota insolente? O sabor de seu beijo ainda resiste em meus lábios. Quero prova-la como nunca quis a nenhuma fêmea, mas não posso ultrajar o rei Drake desta forma. Afinal, a invasão de seu reino fora na verdade para protege-los”. Blake analisa seus pensamentos como se fizesse uma confissão a si mesmo. De repente um alce enorme atravessa o caminho da matilha e o instinto de caça sobrevém instantaneamente. Blake, num movimento ágil avança por sobre o animal e uma luta é travada. Após longos minutos, o animal cai abatido e o grupo trata de acondiciona-lo na carroça. O grupo segue adiante, enquanto Blake se recompõe, e adentram a floresta dos Esquecidos, território pouco explorado e perigoso, somente bravos e destemidos caçadores estão preparados para adentrar em busca de caça. Noite alta. O grupo então escolhe uma clareira na floresta e monta seu acampamento. Blake, após o sucesso do abate do grande alce, resolve relaxar e senta-se junto com o bando ao redor da grande fogueira feita com o objetivo de aquecer e espantar as feras mais selvagens e de maior proporção. Ali, diante do calor da fogueira, alimentam-se da caça e também aquecem o frio com goles generosos de bebidas destiladas. A vigília é constante, um território com muitos habitantes ferais como ursos e tigres brancos. Blake se ajeita entre os demais, enquanto um grupo repousa, outro fica atento ao menor sinal de perigo. Como de costume ele dificilmente dorme nas caçadas, mas o calor da fogueira e a bebida relaxam-no e os olhos acabam por pesar. Blake dorme. “Uma névoa densa encobre os portais do palácio. Blake arrasta-se até os portões com dificuldade. Está ferido e sabe que precisa alcançar o interior do castelo com rapidez. Olha ao redor e constata muito de seus homens estirados ao chão. Há sinais de fumaça por todo o lado e um cheiro ocre de sangue invade suas narinas. O pensamento é único. Precisa chegar logo ao castelo e num esforço gigantesco se ergue e avança rapidamente para o interior dele. No grande salão de entrada, Blake avista um enorme ser encapuzado, segurando-a pelo pescoço enquanto somente olhos vermelhos saem do capuz. “Ele vai matá-la “Pensa num misto de pavor e extremo ódio. Blake então avança numa fúria desigualem direção a eles, mas o ser num movimento rápido torce o pescoço da vítima enquanto gargalha feroz. Uma batalha selvagem começa, quando o ser toma forma de um enorme lobo negro. Blake, apesar de ferido desfere golpes certeiros no oponente e o derruba ao chão. Ele imediatamente corre em direção a ela, ergue-a nos braços só para constatar que fora ferida mortalmente. Ele então uiva fortemente com imensa dor no coração”. -Mestre, Mestre! Acorde. Um de seus soldados balança suavemente seu ombro e Blake então desperta assustado. “Um sonho! “Ele pensa aturdido. Mas a sensação de perda que ainda sente parece tão real. Não! Não posso nutrir sentimentos por essa garota. Eu a tratarei com consideração e a manterei segura até poder revelar quem são os verdadeiros inimigos de seu pai. Depois reconduzirei novamente o povo de Antares ao seu reino e assim eles estarão novamente seguros pensa Blake determinado. No castelo de Orion, Allorah se prepara para dormir, após ter ajeitado seu pai confortavelmente e alimentado com uma sopa liquida de ervas e grãos. O rei Drake vem evoluindo bem dos traumas causados pelas agressões e até já consegue segurar as mãos dela com firmeza. “Recupere-se logo meu pai”, pensa Allorah entristecida. “Quão rápido acontecer, o senhor poderá questionar esse vilão dos infernos do porquê da invasão de nosso reino.” Allorah ajeita-se no acolchoado abaixo da enorme cama do pai e cobre-se com o grosso cobertor de peles. Essa é uma noite excepcionalmente gelada e num ímpeto ela se pega pensando em Blake Rudham e o beijo forçado a que fora submetida, antes da partida. “Jaaamais” !!Ela balança firmemente sua cabeça em negativa ao simples pensamento do que o beijo impetuoso lhe causou. “Nem em mil anos terei qualquer sentimento por essa criatura odiosa e vil, “pensa ela enquanto o sono vem arrebatando sua imaginação. No terceiro dia de caça, o grupo de Blake já acumula provisões suficientes para alimentar o reino. Variedades de animais como cervos, perdizes, coelhos, e até um enorme alce são transportados pelo caminho de volta ao castelo. Blake está relaxado e um pensamento o domina, transformando toda a rudeza em um suave e discreto sorriso. O simples fato de revê-la causa nele um sentimento quase infantil de primeiro amor, uma felicidade até então desconhecida aquece -lhe o coração. Nunca um retorno de caçada lhe causou tanta aflição e ansiedade, mas segue atrás de todo grupo, alerta e preparado. Durante os dias em que esteve afastado, pode perceber que a garota de Antares se tornou parte importante de seus pensamentos, fazendo-o até mesmo cogitar uma reunião com o Conselho, em que sondaria a não união com a filha de Kurt Marshall rei de Andromeda o quinto, da enorme cadeia de montanhas do Reino do Norte. No Castelo ... Allorah acordou cedo, aguardou pacientemente a visita das servas que trariam a comida para o pai, depois o limpou com panos embebidos em essência de ervas, trocou-lhe as vestes e o alimentou com mingau de milho. Uma vez terminada a tarefa, ela se encaminhou novamente para a saída do castelo. A esperança de encontrar novamente Julius a movia, acendendo o desejo de escapar o mais rápido possível do lugar e assim atrair a atenção do Conselho, para o avilte sofrido pelo pai e toda a população de Antares. De fato, como se adivinhasse o pensamento dela, Julius já estava posicionado no mesmo local onde outrora se encontraram. Allorah caminhou com certa pressa ao local e cumprimentou-o ansiosa. - Como estás? Já tens alguma resposta ao meu apelo? Achas que consegue me levar até Alfonse e assim conseguir ajuda para libertar-nos deste tirano? Julius a encara com um sorriso no rosto e diz sem rodeios: -Vamos caminhar até o provável local onde pretendo faze-la escapar e assim conseguir ajuda, senhorita. Mas lembre-se: Terá de ser muito esperta para conseguir chegar até o Conselho, portanto, quando isso ocorrer designarei um de meus homens de confiança para auxilia-la na jornada. Allorah não cabia em si de contentamento e num impulso, abraçou Julius em agradecimento. Neste exato momento, Blake que já havia chegado com sua comitiva ao reino ,presencia o idílio entre ela e seu primo, que ao notar a presença de Blake circunda mais fortemente a cintura de Allorah, sugerindo intimidade.Allorah tenta se esquivar do abraço apertado de Julius, que afrouxa os braços em torno de sua cintura, mas não a liberta. Precisa ganhar tempo suficiente para que Blake imagine que algo acontece entre eles. Assim, disfarçadamente, com a malícia que lhe é característica, perscruta o semblante do mestre e nota uma fúria visível em seu olhar. Blake permanece estático no lugar, dando a chance de Julius encobrir a visão total de Allorah, que sequer nota a chegada de Blake.Julius estrategicamente guia Allorah na direção oposta à de Blake, segurando-a pelo cotovelo.Enquanto a distrai com palavras:-Devemos nos acautelar, senhorita. O castelo tem muitos informantes que servem a Blake, então todo cuidado é preciso. Quero me desculpar pelo ímpeto de abraça-la mais intimamente agora a pouco, sim? è que me empolguei com tão bela senhorita.-Estás desculpado, mas não faça mais isto, por favor. Sou a prometida de Alfonse de Grabovisk e pretendo manter-me assim até nosso encontro.-Pois não, senho
Julius Prescott estende as pernas alongando-se com um sorriso satisfeito no rosto.Seus braços esticam-se e então, joga um saco de moedas na direção do curandeiro que horas antes estivera nos aposentos do castelo.-Vá, e mantenha sigilo absoluto do que conversamos, não revele nada do que sabe a mais ninguém.-Manterei segredo de tudo. E dizendo assim, o curandeiro sai apressado.Das sombras do pequeno cubículo onde estavam reunidos, nos porões úmidos, um dos soldados adeptos das ideias de Julius, na verdade, seu apoiador incondicional, Petrus, se reúne com Julius, sorvendo um bom gole de rum destilado.- Então, Blake posa de anjo da guarda do rei Drake e seu reino, ele diz, com um sorriso perverso no rosto. Petrus que até então só ouvia a conversa se manifesta emitindo uma ideia.-O que aconteceria se conseguíssemos nos unir aos conspiradores, Julius?- Seríamos os que facilmente destruiríamos Blake e tomaríamos Orion, Petrus.Mas antes, precisamos nos livrar imediatamente de Drake se
Toda a cena presenciada por Petra já foi devidamente relatada a Julius Prescott, que se alonga animado. -Sem dúvida, esta é a segunda melhor notícia que recebi por estes dias. Meu objetivo vem ganhando corpo, brevemente teremos uma chance enorme em derrotarmos Blake e me tornar o rei de Orion, diz ele ao mesmo tempo que puxa Petra contra seu corpo, exalando seu odor de fêmea. - Julius você não está pensando em se engraçar por aquelazinha, não é? Nem pense ou vai conhecer toda minha fúria, Petra diz, com olhos vermelhos faiscando. -Petra, deixe de ser ciumenta, sabe muito bem que somos o casal perfeito, aguente firme e logo, logo você reinará absoluta como minha companheira e rainha. Precisarei ganhar a confiança da filha de Jones, para atacar Blake em seu ponto mais fraco. Se a Jones for mesmo a destinada a ele, será um presente e tanto em nossas mãos. Blake se encarregará de destruir ele mesmo a oportunidade de tê-la ao seu lado. De quebra, ainda farei com que ela odeie completamen
Blake constata que o rei já não tem pulso nem sequer respiração, Fato é que ele está morto.Blake ordena que chamem o curandeiro imediatamente, mas ninguém no reino sabe dizer onde ele se encontra, portanto não há como fazer mais nada para ajudar o rei Drake.Allorah fora socorrida pelos serviçais e levada para o aposento de Blake. Está em choque e quando acordar, a constatação da morte do pai cairá como uma bomba, então Blake ordenou que lhe preparassem um chá á base de ervas calmantes que ajudarão a mantê-la mais calma diante de toda essa tragédia.“Como Drake pode estar morto? Estive com ele há pouco e ele parecia muito bem”Blake se interroga milhares de vezes, como se quisesse encontrar uma explicação lógica para tudo o que está acontecendo.Ele,então pede que chamem por seu comandante e quando o mesmo adentra o escritório, Blake comunica tudo o que houve, ordenando que procurem pelo curandeiro.-Mestre, acredita que houve um assassinato?-Tenho muitas dúvidas, principalmente depo
Allorah se recolhe ao quarto, Blake permite que Every a acompanhe agora. A tristeza é profunda e Blake pode senti-la sem tentar entender que conexão é esta que os une desta forma. A tristeza sentida por ela também é dividida com ele. A falta de apetite, o desânimo causa em Blake uma comoção profunda e também uma tristeza compartilhada. Dias se passam e a situação dela continua a mesma. Blake, porém, está empenhado em desvendar o que aconteceu com o rei de Antares. Suas suspeitas ainda são de que houvera algo mais sério, portanto, está dedicado a descobrir. Seus soldados até agora não conseguiram localizar o principal responsável pelos cuidados com o rei. O curandeiro parece ter evaporado no ar. De quebra, nenhuma evidência ou sequer uma pista que pudesse corroborar as suspeitas de Blake se concretizou. E assim os dias foram passando com a lentidão e a tristeza de Allorah sobressaindo ao caos do ambiente. Blake queria aproximar-se dela, mas não encontrava um pretexto para fazê-lo.Em c
A água da moringa estava de fato com restos de um pó e seu interior o que confirma toas as suspeitas de Blake de que o rei fora realmente envenenado. Mas quem? E por que? Tais perguntas martelavam na mente do Alfa que parecia não ter um minuto de sossego depois do ocorrido, já que a morte do curandeiro também era um mistério.Alinha mais clara de raciocínio seria que o curandeiro possa ter envenenado o rei Drake a mando de alguém e depois o mataram para garantir a incógnita do crime.-Davlos, temos um assassino em nosso meio. Precisaremos redobrar a atenção e a guarda. Meu receio se transformou em realidade. O rei Drake realmente foi envenenado, agora cabe descobrir quem o fez e o principal: O motivo.-Mestre, talvez quisessem causar mal-estar entre o Senhor e o Conselho dos Clãs, pois afinal o rei estava sob sua proteção.-Sim, mas o Conselho ainda não sabe disso. Pretendia estar em reunião com eles, relatar o pedido do rei Drake e também tratar de outro importante assunto. Mas agora
Na madrugada gelada das Montanhas do Norte quatro vultos se movem em marcha ritmada. A frente seguem três soldados de Orion e por último ,não menos que Julius Prescott.O caminho traçado por eles os levará até o castelo de Kurt Marshall rei do reino de Cassiopeia.Julius só se movimenta na calada da madrugada pois sabe que Blake nesse exato momento encontra-se enredado com a filha de Jones. ‘Era o que faltava, uma fêmea para ocupar a mente de Rudham, -Julius pensa satisfeito-Agora será muito mais fácil nos articularmos para derrota-lo. Vou deixar que ele aproveite bem seu idílio com a fêmea de Antares antes de destruí-lo por completo. Enquanto ele estiver com a mente voltada para ela, estaremos preparando nosso ataque mortal a Orion. Derrota-lo será uma questão de brio para mim.” - Agora falta muito pouco para chegarmos as terras de Marshall, um dos soldados informa. Tens certeza de que ela sabe de nossa vinda, Chefe Julius? - Como não? Marshall está ansioso por notícias e também agua
Marshall convida-os para adentrarem o escritório, diante da surpresa de Julius com a revelação de quem se trata o outro convidado.-Vamos falar sem rodeios aqui, Prescott. Alfonse também participa do mesmo desejo que o nosso e resolveu se aliar ao nosso plano.- Então ele é o conspirador? O que deu início ao nosso desejo de derrotar Rudham.-Sim, ele mesmo.- Ora, ora. Blake retirou Drake e seu povo de Antares, pois já desconfiava de Alfonse? Mas ele permitiu que a filha se unisse a Grabovisky.Qual a lógica disso? Os pergaminhos de que temos conhecimento partiram do reino de Pegasus, é isso?- Na verdade tais pergaminhos não vieram de Alfonse, Julius, esta é uma outra história que não tem mais fundamento agora.-Estou confuso, Marshall.Jones permitiu que fôssemos ao reino e encenasse toda aquela invasão, comandada por Blake, a troco de nada?- Alfonse não mandou tais pergaminhos Julius, foi outra pessoa.- Por mil seres das trevas, Marshall.Passamos várias luas treinando sob o comando