Orion Black
— Como? … Não. Eles não podem negar a varredura do perímetro. Eu vou… Mas que merda.
Dei um soco em minha mesa, derrubando todos os itens que estavam em cima enquanto destilava toda a minha raiva por ligação.
Se tem algo que me deixa muito alterado são pessoas que não sabem fazer os seus trabalhos da forma correta.
— Vou verificar. Aguarde o meu retorno.
Desliguei a chamada e joguei meu celular furiosamente em cima da mesa e puxei o ar para meus pulmões com força, com egoísmo e puro ódio correndo nas veias.
Fechando os olhos, contei até 10 para me acalmar pois toda vez que algo sai do planejamento, parece que eu perco o controle de tudo a minha volta, mas então meu foco mudou quando vejo a porta sendo aberta lentamente e resmunguei desviando o rosto sem me dar ao trabalho de olhar quem estava entrando em minha sala e ocupei o meu lugar na cadeira.
— Falei que não era para ser interrompido.
Fechei meus olhos impaciente e enquanto afrouxava a gravata, e prossegui no meu tom mais hostil direcionando minha repreensão a quem estava ali
— Em hipótese nenhuma.
Então não obtive resposta, apenas ouvi a porta se fechando novamente e relaxei meu corpo, até que fui obrigado a abrir meus olhos quando ouvi a chave sendo girada, e assim a porta ser trancada lentamente. Meus olhos recaíram em uma mulher que ronda meus pensamentos a muito tempo, senti um frenesi de excitação percorrer meu corpo inteiro, me deixando em estado de alerta.
O sangue ferveu em minhas veias e a pressão arterial pareceu elevar se direcionando para um ponto central do meu corpo onde deixava muito explícito que eu não tinha mais o devido controle.
Meu corpo já não obedecia mais aos meus comandos cerebrais e ela estava dominando dia após dia os meus pensamentos, me deixando ainda mais descontrolado e louco por sua atenção.
Como é possível uma mulher tão jovem possuir tanto poder sobre mim?
— Você também não quer que eu o interrompa?
Eu apenas a olhei surpreso com a sua aparição tão repentina, e mais surpreso ainda pela sua pergunta ousada então engoli em seco ao me ver excitado pelo tom de voz sensual que saiu da sua garganta, e tentando me recompor, respondi com uma outra pergunta.
— Como posso ajudar você, Lilian?
Ela veio se aproximando da mesa, rebolando seus quadris em movimentos sutis, mas cheios de sensualidade. Sua postura demonstrava o quanto ela havia mudado durante os anos. Estava mais feminina, dona de si, e estava me deixando louco por isso.
Meu corpo estava implorando por ela, me fazendo tremer por vontade de tocá-la mas não posso te-la da forma que tanto quero pois há muitas coisas em jogo.
Para ceder ao desejo, eu teria que abdicar de muitas coisas, mas por ela eu estava disposto a tudo.
— Estou vendo que está muito estressado, Black. Eu vim ajudá-lo.
Fechei os olhos quando senti o perfume fresco e adocicado invadindo meu espaço lentamente, deixando sua marca registrada em minha memória como uma cicatriz profunda.
Sua aproximação foi causando um formigamento em minha pele, algo eletrizante começou a atravessar meu corpo, de um jeito quente e sensual, me deixando à beira de um precipício e mordendo o lábio, tentei recuperar o controle para me manter longe dela apesar de querer marcá-la como minha.
Tê-la em meus braços todos os dias passou a ser meu desejo mais profundo, mas tudo em relação a Lilian estava se tornando torturante.
Como se soubesse o efeito causado em mim, em seu rosto surgiu um sorriso sensual, que me dominou por inteiro.
Eu sabia, Lilian já não era mais aquela jovem inocente e sim, uma mulher irresistível.
A sensualidade e delicadeza exalam de seu corpo como um afrodisíaco, me dominando fortemente e mostrando o quanto ela havia amadurecido. Me senti preso em sua beleza sensual e parecia que ela estava me puxando em sua direção como se fosse o certo a ser feito. Algo que outras mulheres nunca despertaram em mim.
Ela então se aproximou devagar e consegui sentir sua energia muito perto de mim, o que causou um arrepio quente e eletrizante atravessando meu corpo mais uma vez. Uma energia doce, limpa e sensual, quase viciante.
— Eu posso resolver seu problema, Sr. Black.
Passei a língua pelos lábios ressecados, e segurei a respiração quando Lilian puxou a minha cadeira e virou-me de frente para ela. Pressionando seus dedos no descanso de braços, ela me puxou para frente, nos deixando a centímetros de distância, deixando seu belo decote diante dos meus olhos como uma forma de castigo e me senti sufocado pela vontade de tocá-la e o fato de ser tão proibida para mim era o que me fazia manter a porra do controle, mas ainda sou forte o suficiente para evitar a vontade de enrolar meu punho em seus cabelos e faze-la minha.
Com tamanha ousadia, Lilian se curvou para frente e abriu minhas pernas ficando perigosamente perto de mim e se antes eu conseguia ver seu decote, agora consigo ver o arco perfeito dos seus seios, e com o bolo em minha garganta, senti a necessidade e o desejo ardente se acomularem dentro de mim, o que me fez estremecer internamente.
Na tentativa de esconder a minha vergonhosa ereção, eu falei tentando controlar a rouquidão de desejo em minha voz, tentando deixar o clima menos tenso e sensual, mesmo sabendo que minha voz iria me denunciar e talvez iria estragar tudo o que estou tentando fazer nos últimos dias e por Deus, eu queria que tudo se fodesse. Queria largar tudo e ter ela em minha vida definitivamente, mas não posso ceder.
Ainda não.
Merda.
— Você é psicóloga, por acaso?
Eu sorri de lado, mas foi para disfarçar a minha atual situação e então ela arqueou a sobrancelha e disse atrevidamente, sem desviar sua atenção do meu rosto. Como se estivesse avaliando cada expressão que surgia em meu rosto.
Porra.
— Não, você não precisa de psicóloga.
Passei a língua pelos lábios secos ao ver que realmente estávamos tão perto um do outro. Eu precisava avançar um passo e todo o limite existente entre nós iria cair por terra.
Bastava ultrapassar aquele limite e eu a teria em meus braços.
Em um ato de coragem, engoli o bolo que havia se formado em minha garganta e perguntei num sussurro.
— Preciso do que então?
Ela sorriu maliciosa, causando um estrago em meu coração e se aproximando um pouco mais, seu cheiro me capturou, me embriagando de um jeito fodidamente gostoso.
Lilian tem esse poder sobre mim, ela me desarma de todas as formas, e tudo se tornou ainda pior quando sussurrou em meu ouvido, fazendo um arrepio quente percorrer meu corpo inteiro.
— Vou fazer você relaxar com a minha boca.
De repente, ela se ajoelhou à minha frente e suas mãos desceram até minhas coxas, suas mãos quentes com pegada firme me fizeram prender a respiração e meu coração pareceu saltar no peito, seus olhos não se afastaram dos meus em nenhum momento, e prendendo minha total atenção em cada movimento seu, Lilian se aproximou como se fosse me beijar e a euforia me dominou quando senti seus dedos descerem em minha virilha…
Em um sobressalto na cama, despertei de mais um sonho terrivelmente erotico com a minha cunhada.
Merda.
Soltei um suspiro quando sentei na cama, meu corpo estava encharcado de suor e excitado para caralho e o pior, a mulher que vive em meus pensamentos fica bem longe da minha cama.
Na verdade, não sei nem como é a sensação de tê-la em meus braços.
Porra.
Sacudindo a cabeça, tentei afastar aqueles pensamentos e lembranças do sonho tão inapropriado que acabei de ter. Com um gosto amargo, suspirei ao sentir a realidade cair pesadamente em minha consciência.
Ela é uma mulher proibida para mim.
Quando a vi pela primeira vez, a sua beleza logo me fascinou. Não conseguia afastar meus olhos dela.
Sempre que Lilian aparecia em meu campo de visão, sentia uma sensação quente em meu estômago, a boca ficava seca e me via nervoso. Na época, pensava que se apaixonar era isso.
Sempre fui muito claro em em meus objetivos e almejava trabalhar em algo grande até que a encontrei pela primeira vez entre o campus, na época eu já estava com 27 anos.
Eu já estava terminando meu doutorado quando Lilian iria se formar no ensino médio com 17 anos.
Sempre que circulava pelo campus, eu a encontrava com um livro em mãos, e quando não estava lendo, estava em uma mesa afastada de todos enquanto fazia as atividades, e o que me surpreendeu muito, foi saber que a menina se dedicava em dobro para fazer as atividades da sua irmã mais nova.
Orion BlackVivian era uma moça muito bonita, mas assim como eu e Kennedy, as duas irmãs também em nada se pareciam. Enquanto Lilian era estudiosa, gentil e doce, Vivian era ousada, atrevida e fútil. Lilian, apesar de ser a mais velha, também se sentia responsável pela irmã depois que os pais faleceram em um acidente de trânsito, então pegou todas as responsabilidades para si, abraçando todos os problemas.Apesar de tanto se esforçar, eu via a interação das duas por entre o campus e Lilian sempre chorava pela arrogância da irmã, por ser maltratada mesmo quando tentava ajudar e meu desejo de aproximação sempre crescia à medida que presenciava as discussões das duas.Lilian nunca revidou com grosserias, porém, Vivian parecia sapatear em cima da irmã e tratá-la da forma que desejava. Lilian sempre foi a segunda opção da própria irmã, e aquilo me deixava muito incomodado, pois eu sabia que ela merecia mais.Por muito tempo lutei contra minha vontade de aproximação e me contentava em obse
Lilian BronksApesar de não ser um prédio grande, consigo ouvir de longe todo o som e movimentação que vem do meu apartamento a essa hora da noite e soltei um suspiro de cansaço por saber que mais uma vez irei perder o pouco de paz que me resta.Há quase 3 anos consegui um emprego como garçonete num bar noturno bem conceituado no centro de Manhattan e apesar de não ganhar bem, é o único trabalho remunerado que mantém os meus armários cheios, pois tirando isso, não existe nenhum outro benefício. É um emprego que não agrega nada na minha vida.Pensei inúmeras vezes em procurar outro trabalho, mas é muito difícil quando você tem apenas o ensino médio completo sem um complemento na grade curricular. Pois é, ninguém oferece uma chance melhor para uma jovem que não completou a faculdade, e eu acho isso injusto, pois eu trabalho e muito, sempre fui muito dedicada e acho que merecia uma chance de mudar a minha vida ao invés de suportar os idiotas bêbados dando em cima de mim, tentando tirar
Orion Black21 anos antes.— Papai, podemos ir…Eu iria fazer um convite ao meu pai mas ele passou por mim sem me dar atenção, ignorando-me totalmente. Já faz alguns dias que seu tratamento está ainda mais frio comigo. — Esqueça, Orion. Preciso levar Kennedy ao treino de futebol.Ouvi meu pai falar enquanto levava meu irmão caçula em suas costas.Meu irmão caçula com apenas 4 anos de idade parecia muito feliz com a situação que acontecia à sua volta, seus olhos brilhavam em satisfação. — Mas pai, eu preciso do senhor para…Se virando para mim, meu pai lançou um olhar repreensor, sem nem ouvir o que realmente eu precisava, então me interrompeu grosseiramente.— Estou ocupado. Peça a sua mãe. É mais do que obrigação dela fazer as coisas para você.Naquele instante, a decepção foi grande e minha garganta estava ardendo enquanto eu segurava as lágrimas por tamanha frustração e raiva. Fechando as mãos em punho, respondi não me importando se receberia punição pela minha ousadia.— Também
Orion BlackEle sem reação ficou em silêncio e puxei o ar para meus pulmões quando vejo que minha cota de paciência já havia chegado ao limite, então me direcionei ao nosso carro e entrei colocando meus óculos escuros, ignorando os dois homens que deveriam ser meus motivos de orgulho, mas que no fundo, não eram nada além de aparência. Um tremendo desastre de família.Fechei os olhos me perguntando em que momento tudo havia desmoronado, se foi quando meu pai me ignorou ou se foram todos esses anos longe que abriram ainda mais os meus olhos, pois em nenhum momento me ligaram para saber como eu estava.E essa foi a resposta final que eu precisava para finalmente excluí-los da minha vida. Foi a falta de cuidado e preocupação que acabou com o resto de sentimento que eu nutria por eles.Todo o trajeto foi em um silêncio confortável, minha mãe é uma mulher adorável, nunca se meteu em minha vida, sempre foi muito benevolente e se opõe quando necessário. Sempre soube o quanto amo Lilian, també
Orion Black— Aquela não é a Lilian…De repente, um barulho de bandeja caindo no chão quebrou meu estado de torpor, me trazendo de volta a realidade e então arregalei meus olhos ao ver uma loira de cabelos longos trajada com um uniforme de garçonete porém diferente de todos os outros que estão aqui trabalhando, ela olhava paralisada para o mesmo lugar em que eu olhava a instantes atrás.Lilian estava usando um vestido curtíssimo, com um avental de renda, e em suas coxas haviam cintas-ligas, com seus cabelos soltos que desciam lindamente em suas costas, sua expressão demonstrava irritabilidade com a cena que estava vendo, mas além disso, era possível ver o choque e cansaço. — Aquela é a…Não deu tempo de concluir a frase. Com passos decididos em cima de saltos altíssimos, ela atravessou o corredor, nem se importando com os olhares que chamou em volta e parou em frente ao meu irmão e sua acompanhante e de onde eu estou, consigo ver que estão bem alterados e arrisco dizer, estão até
Orion BlackA mulher que pensei que estava sendo feliz com ele e que por isso acabei abrindo mão dela para viver sua vida. Uma vida que pensei que era feliz. — Eu… espera, Orion.Eu neguei bruscamente e afastei meu braço do seu toque, já com a mão fechada em punhos, dei um soco em seu peito jogando-o longe, afastando-o completamente de mim.Um rosnado saiu do fundo da minha garganta, tentando controlar totalmente a minha vontade de enfiar meus punhos na cara do meu irmão caçula. — Como você tem coragem de enganar ela, Kenedy? Que porra de homem você é?Me aproximei do meu irmão sem controlar meus passos e o empurrei mais uma vez até que ele bateu de costas no muro. Nesse momento ele arregalou seus olhos de modo que deixasse evidente seu medo e sabendo que eu não iria me controlar muito mais, sai enfurecido daquela casa, voltando a direção que havia deixado meu carro, e a passos largos consegui ver de relance uma garota correndo em direção a rua apressadamente, estava usando unif
Lilian BronksNão consegui controlar a sensação estranha de contentamento ao saber que um homem igual ao meu cunhado iria cozinhar para mim.Sério. Orion Black, o advogado mais requisitado de Londres, irá me levar para sua casa e ainda cozinhar para mim.É bom demais para ser verdade.Mas então a paz acabou quando lembrei do que Kennedy fez e do motivo do meu cunhado estar fazendo isso por mim. Orion está se sentindo culpado pelo irmão caçula.Sempre soube sobre o caráter do meu namorado, ou melhor, ex-namorado. Ele sempre foi a pior espécie, sempre se vangloriando por causa de suas conquistas, quando na verdade não passa de uma criança mimada e com o ego inflado. Perdi muitas amizades por causa do Kennedy, se hoje sou uma pessoa solitária é por ter escolhido me dedicar ao nosso relacionamento e, por essas e outras, acabei ficando cheia de suas atitudes infantis, o auge foi quando ele não apareceu para me buscar depois do trabalho, prometendo que iriamos jantar juntos depois de dias
Lilian BronksNão consegui raciocinar direito, Orion estava tão próximo e enfurecido que dominou minha total atenção. Estava olhando para mim de um jeito tão possessivo e dominador que senti um arrepio percorrer meu corpo inteiro. Seus olhos estavam brilhando de raiva, mas ao mesmo tempo eram tão cativantes que me deixaram fascinada com sua beleza. Eu nunca havia ficado tão perto dele, e agora estou me sentindo tão hipnotizada que não consigo explicar. Seus olhos verdes me analisando atentamente, seu queixo rígido, mostrando sua mandíbula cerrada, cabelos penteados para trás, dando um visual ainda mais jovem para um homem próximo aos seus 34 anos, sua presença estava me deixando nervosa, de um jeito que nunca fiquei na vida, seu cheiro estava deixando sua marca registrada em minha memória olfativa com um perfume delicioso misturado ao cheiro natural de sua pele. Todo meu corpo estava sendo atraído para Orion, o que é muito estranho pois nunca senti algo parecido na vida.Nesse mome