Orion Black
— Aquela não é a Lilian…
De repente, um barulho de bandeja caindo no chão quebrou meu estado de torpor, me trazendo de volta a realidade e então arregalei meus olhos ao ver uma loira de cabelos longos trajada com um uniforme de garçonete porém diferente de todos os outros que estão aqui trabalhando, ela olhava paralisada para o mesmo lugar em que eu olhava a instantes atrás.
Lilian estava usando um vestido curtíssimo, com um avental de renda, e em suas coxas haviam cintas-ligas, com seus cabelos soltos que desciam lindamente em suas costas, sua expressão demonstrava irritabilidade com a cena que estava vendo, mas além disso, era possível ver o choque e cansaço.
— Aquela é a…
Não deu tempo de concluir a frase.
Com passos decididos em cima de saltos altíssimos, ela atravessou o corredor, nem se importando com os olhares que chamou em volta e parou em frente ao meu irmão e sua acompanhante e de onde eu estou, consigo ver que estão bem alterados e arrisco dizer, estão até discutindo.
Meu corpo estava paralisado com toda aquela cena.
— Enquanto estou trabalhando, você some por dias e desfila com outras mulheres pela cidade como se fosse normal. Acha isso certo?
Meu irmão se afastou de sua acompanhante e passou os dedos pelos cabelos nervosamente e respondeu demonstrando que estava constrangido enquanto olhava ao redor, sua postura deixava claro que estava envergonhado.
Franzindo a testa, eu não conseguia entender se era constrangimento por ser pego em flagrante ou por Lilian ter ido tirar satisfações com ele frente a todos.
— Aqui não, Lilian. Vamos para outro lugar.
Ela negou com um gesto e respondeu ainda mais alterada, e daqui consigo ver seus olhos brilhando de fúria e enfiei as mãos no bolso por vontade de esmurrar a cara do meu irmão por estar fazendo isso com ela.
— Não aqui e não em outro lugar. Já deu para mim.
Ela recuou alguns passos, e de repente a outra garota entrou na conversa pela primeira vez.
— Quem você pensa que é para falar com Kennedy Reed desse jeito?
Enfurecida, Lilian se aproximou como se fosse atacar a mulher, que recuan-do, se posicionou atrás do idiota do meu irmão.
— Eu sou a namorada dele.
Olhou para a garota e ergueu a cabeça, olhando diretamente para Kennedy e prosseguiu.
— Ou melhor, ex-namorada.
Ela sorriu friamente e saiu andando, deixando a garota petrificada para trás, e correndo atrás dela, Kennedy a pegou pelo braço e eu me posicionei para interromper aquela cena toda, querendo tirar Lilian desse lugar, mas minha mãe me pegou pelo braço até que Lilian se afastou e disse para meu irmão.
— Nunca mais, Kennedy.
Ela enxugou uma lágrima que desceu em sua bochecha e continuou andando rumo a saída deixando um público silencioso para trás. Meu pai que estava acompanhando tudo, estava tão frio perante a cena, que também não me surpreendeu.
Era isso. Meu pai era assim e meu irmão estava indo para o mesmo caminho.
Será que ela estava lidando com esse tipo de situação diariamente?
Meu irmão realmente está traindo ela?
Depois de toda aquela situação, optei por não averiguar o que estava acontecendo. Em minha própria experiência de vida, aprendi que as notícias sempre chegam no momento certo e que o que devo saber, com certeza irá chegar até mim e minha própria paz não durou por muito tempo.
Já passava das 23 horas da noite quando eu estava chegando na casa de Ângelo Reed. Ele havia me ligado a quase 1 hora atrás enquanto eu estava no banho, me convidando para um coquetel entre amigos e mesmo sabendo que eu iria me arrepender, confirmei minha presença, pois ele insistiu muito. Sua voz parecia levemente alterada então supus que já estivesse sob os efeitos de bebida alcoólica.
Assim que estacionei meu carro, fiquei alerta com a quantidade insana de veículos estacionados nas ruas e vi que não seria um simples coquetel e engolindo em seco, me forcei a descer da BMW, já sentindo um arrependimento me saudar pois era sempre a mesma coisa. Meu pai sempre me convida e sempre me arrependo por vir.
Através da janela, vi meu pai conversando no sofá cercado por mulheres, e fazendo um gesto negativo com a cabeça, respirei fundo e continuei andando despreocupadamente e mais uma vez, me pergunto o que eu estou fazendo aqui pois o que seria um simples coquetel, acabou se tornando uma festa completa, com direito a pegação na piscina e tudo que havia direito.
Atravessei a sala de visitas não acreditando em tudo o que estava vendo a minha frente, parecia aquelas cenas de filmes universitários, pessoas bebendo, dançando e se jogando na piscina, e enfiando as mãos em meus bolsos, continuei andando até que entre amassos e gemidos ouvi uma garota murmurar de um jeito manhoso, quase infantil.
— Kennedy, você é tão gostoso.
Eu fechei os olhos e praguejei ao ouvir o nome do cretino, pois aquela não era a voz da Lilian, e acredito que ela não iria baixar tanto o nível para ficar aos amassos desse jeito na rua e me aproximando dos dois, trinquei o maxilar e disse num tom baixo que denunciava toda a minha irritação.
— Que porra, Kennedy.
A garota se assustou quando apareci e se afastou do meu irmão ajustando o vestido em suas pernas magras e saiu correndo e rindo como se fosse muito engraçado ser pega no flagra.
Que ridículo.
Mas sem deixar de notar, consegui ver suas madeixas loiras porém curtas, um corpo mais magro, mas com uma certa semelhança com alguém familiar, deixando aquilo de lado, direcionei minha atenção para o moleque a minha frente e cerrei a mandíbula tentando controlar a raiva.
Desgraçado.
— Onde está a Lilian?
Meu irmão me olhou com cara de culpado e respondeu enquanto recuperava a fala pois havia sido pego de surpresa.
— Está no trabalho. Ela não vem essa noite.
A minha expressão de choque foi evidente, Kennedy soltou um suspiro e disse tentando tocar no meu braço desesperado, tentando dar satisfação, mas a essa altura eu não queria ouvir mais nada pois o que havia presenciado já tinha sido o suficiente. Eu o vi traindo Lilian e ele estava gostando disso.
Em mim só existia a vontade de fazê-lo se arrepender por trair a mulher que amo daquele jeito.
Orion BlackA mulher que pensei que estava sendo feliz com ele e que por isso acabei abrindo mão dela para viver sua vida. Uma vida que pensei que era feliz. — Eu… espera, Orion.Eu neguei bruscamente e afastei meu braço do seu toque, já com a mão fechada em punhos, dei um soco em seu peito jogando-o longe, afastando-o completamente de mim.Um rosnado saiu do fundo da minha garganta, tentando controlar totalmente a minha vontade de enfiar meus punhos na cara do meu irmão caçula. — Como você tem coragem de enganar ela, Kenedy? Que porra de homem você é?Me aproximei do meu irmão sem controlar meus passos e o empurrei mais uma vez até que ele bateu de costas no muro. Nesse momento ele arregalou seus olhos de modo que deixasse evidente seu medo e sabendo que eu não iria me controlar muito mais, sai enfurecido daquela casa, voltando a direção que havia deixado meu carro, e a passos largos consegui ver de relance uma garota correndo em direção a rua apressadamente, estava usando unif
Lilian BronksNão consegui controlar a sensação estranha de contentamento ao saber que um homem igual ao meu cunhado iria cozinhar para mim.Sério. Orion Black, o advogado mais requisitado de Londres, irá me levar para sua casa e ainda cozinhar para mim.É bom demais para ser verdade.Mas então a paz acabou quando lembrei do que Kennedy fez e do motivo do meu cunhado estar fazendo isso por mim. Orion está se sentindo culpado pelo irmão caçula.Sempre soube sobre o caráter do meu namorado, ou melhor, ex-namorado. Ele sempre foi a pior espécie, sempre se vangloriando por causa de suas conquistas, quando na verdade não passa de uma criança mimada e com o ego inflado. Perdi muitas amizades por causa do Kennedy, se hoje sou uma pessoa solitária é por ter escolhido me dedicar ao nosso relacionamento e, por essas e outras, acabei ficando cheia de suas atitudes infantis, o auge foi quando ele não apareceu para me buscar depois do trabalho, prometendo que iriamos jantar juntos depois de dias
Lilian BronksNão consegui raciocinar direito, Orion estava tão próximo e enfurecido que dominou minha total atenção. Estava olhando para mim de um jeito tão possessivo e dominador que senti um arrepio percorrer meu corpo inteiro. Seus olhos estavam brilhando de raiva, mas ao mesmo tempo eram tão cativantes que me deixaram fascinada com sua beleza. Eu nunca havia ficado tão perto dele, e agora estou me sentindo tão hipnotizada que não consigo explicar. Seus olhos verdes me analisando atentamente, seu queixo rígido, mostrando sua mandíbula cerrada, cabelos penteados para trás, dando um visual ainda mais jovem para um homem próximo aos seus 34 anos, sua presença estava me deixando nervosa, de um jeito que nunca fiquei na vida, seu cheiro estava deixando sua marca registrada em minha memória olfativa com um perfume delicioso misturado ao cheiro natural de sua pele. Todo meu corpo estava sendo atraído para Orion, o que é muito estranho pois nunca senti algo parecido na vida.Nesse mome
Orion Black Posso dizer que sou um cretino, mas sou o cretino mais feliz do mundo. Sorri ao me jogar no sofá, pensando no beijo que Lilian me deu. Sentir aqueles lábios, aquele cheiro e aquela língua foi a minha realização, e apesar de eu não ter aceitado muito bem ela ter se afastado, confesso que estou em cima do muro. Meu irmão caçula sem dúvidas irá surtar, mas no fim, ele que a perdeu. A questão é que o relacionamento deles tem uma longa estrada e não vai ser tão fácil esquecer a sua rotina, mas ainda assim posso sonhar com meu momento. Cruzei meus braços abaixo da cabeça, imaginando como seria sentir a pele da Lilian com minha boca se eu prolongasse aquele momento. Passar minha língua pelo espaço entre seus seios, descer pelo seu abdômen e… De repente meu celular começou a tocar estrondosamente, e tirando o aparelho do meu bolso vejo que é o Guillermo, meu melhor amigo. — Fala. Atendi, e me ajeitei no sofá novamente quando ouço ele falar com sua voz mais agitada qu
Orion Black Segurando a haste de uma garrafa de vidro, Lilian parecia pronta para se defender de quem fosse necessário, até que vi um homem se aproximando mais do que deveria, como se não estivesse preocupado com o que ela poderia fazer com o objeto cortante em sua mão e ali não me segurei. Ninguém ali parecia se importar com o que estava prestes a acontecer, então não pensei duas vezes, quando dei por mim, meus dedos já estavam em volta do pescoço do desgraçado. Não levou muito tempo para uma multidão logo nos cercar, de repente todos pareceram se preocupar com a briga que nem havia começado, mas ninguém se aproximou para diminuir o dano que estava prestes a acontecer, pois no mínimo, eu iria pegar ele na porrada e antes que eu pudesse me desviar, fui atingido por um soco em meu ombro, mas foi tão inútil que quase nem senti, e olhando para a direção de onde veio o golpe, encontrei um cara mais baixo que eu, e travando a mandíbula cheio de raiva, apertei meus dedos no pescoço do prim
Lilian Bronks Não sei quanto tempo dormi apenas sei que não estou na minha casa, pois nunca tive uma cama tão aconchegante como esta. Nossa, que delicia. Me espreguiçando, abri os olhos e vi que ainda era noite e para minha surpresa, eu estava deitada em um sofá branquíssimo, que era mil vezes melhor que minha própria cama. Como é possível? Dei de ombros ao constatar que eu deveria ter trocado meu colchão a muito tempo, mas como vou ficar sem meu apartamento, isso não fará nenhuma diferença por enquanto, já que não terei onde colocar a cama. Pois sem dúvidas, estou desempregada depois dessa cena toda. Assim que levantei, resolvi explorar o lugar para saber onde estou, e quando coloquei meus pés sob o tapete felpudo em um tom preto, engoli em seco ao lembrar que estou na casa de Orion Black. Ahhh merda. Que encrenca eu fui me meter? Fechei os olhos ao me sentar no sofá novamente, lembrando de toda a força que usei ao tentar me soltar de seus braços e… Ahh meu Deus, o cheiro d
Orion Black Descobri que não tenho autocontrole quando o assunto é essa mulher. A garota é mais frágil do que parece e por sua língua solta, acaba criando tensões palpáveis à nossa volta. Confesso. Sempre que ela abre a boca, eu preciso sempre me controlar ao máximo para não repetir o nosso beijo e está cada vez mais difícil de controlar a situação. Depois que decidi que iria contratar Lilian para ser a minha governanta temporariamente, eu a levei para a sala de visitas para que pudéssemos conversar profissionalmente e depois que expliquei a ela sobre a função que iria exercer, ela quase recusou, e depois de explicar o óbvio, acabou cedendo. Lilian não sabe, mas a minha atual governanta viria à minha casa até que eu encontrasse uma boa substituta e já que Lilian iria trabalhar para mim, resolvi o problema facilmente. — Quando posso começar? Ela perguntou, já com uma felicidade no olhar e aliviado com sua reação eu logo respondi. — Amanhã se estiver tudo okay. Eu fico fora
Orion Black Ouvir tudo aquilo já estava me deixando incomodado até que vi meu irmão se aproximando mais que o normal e a pegando pelo braço de um jeito que me preocupou, então não esperei muito, logo corri até onde estavam, mas então ele gritou próximo do rosto dela, sua língua estava enrolando o que me deixou com a certeza de que estava bêbado. — Você vai morrer virgem e sozinha, Lilian. Aceite. Eu sou a melhor saída para você. E ela o empurrou para trás e gritou com sua voz trêmula, sua postura deixava claro a incomodação. Ela não queria contato com ele. — Então pague para ver. A essa altura, lágrimas desciam pelo seu rosto, suas bochechas estavam vermelhas, conseguia ver que ela estava com raiva e foi isso que me impulsionou a entrar no meio da discussão. — Vou transar com o primeiro que aparecer na minha frente, Kennedy. Você nunca vai me tocar. Totalmente transtornado, meu irmão se aproximou ainda mais dela, grudou nos cabelos de Lilian e puxou para bem perto do s