A luz suave da manhã iluminava o quarto quando Nora acordou. O silêncio era tranquilo, e ela se virou lentamente, vendo Andrew ainda dormindo ao seu lado. Um sorriso involuntário apareceu em seus lábios ao observar os traços relaxados dele. Com cuidado, ela passou os dedos pelos cabelos dele, acariciando suavemente, e inclinou-se para dar um beijo carinhoso na sua cabeça. Andrew suspirou levemente, mas continuou dormindo.
Levantando-se, Nora pegou uma das camisas de Andrew jogadas na cadeira e a vestiu, a camisa larga caindo até a metade das suas coxas. Ela saiu do quarto silenciosamente, descendo as escadas e indo direto para a cozinha. Lá, começou a preparar o café da manhã. Cortou algumas frutas frescas e fez um ovo mexido. O aroma do café recém-passado logo se espalhou pela casa, criando uma atmosfera acolhedora. Andrew, ainda no quarto, despertou lentamente, puxado pelo cheiro do café. Ele abriu os olhos, percebendo a ausência de Nora ao seu lado, e estendeu a mão automaticamente para o espaço vazio na cama. Com um sorriso preguiçoso, levantou-se e seguiu o aroma que o guiava pela casa. Quando chegou à entrada da cozinha, ele parou por um momento, observando Nora arrumando a mesa com calma. Ela parecia tranquila, seus movimentos elegantes, e a visão dela usando sua camisa fez um sorriso aparecer nos lábios dele. "Bom dia," Andrew disse, sua voz ainda rouca de sono, mas cheia de afeto. Nora olhou para ele por cima do ombro, devolvendo o sorriso. "Bom dia," respondeu ela, a suavidade de sua voz combinando com a atmosfera calma da manhã. "Eu preparei o café. Senta aqui." Andrew se aproximou, parando ao lado dela por um momento antes de dar um beijo suave em sua testa. "Você é maravilhosa," ele murmurou, antes de se sentar à mesa, onde o café da manhã simples, mas preparado com cuidado, o aguardava. Enquanto Andrew pegava um pedaço de fruta, ele fez uma careta leve e comentou, brincando: "Quem que come fruta no café da manhã?" Nora soltou uma risada divertida, balançando a cabeça. "Pessoas saudáveis," ela respondeu, cortando um pedaço de ovo mexido com o garfo. "Você deveria experimentar de vez em quando." Andrew sorriu de volta, mordendo o lábio com um ar de brincadeira, mas acabou pegando outra fatia de fruta, talvez só para provocá-la. "Vou pensar no caso." Após um momento em silêncio, Nora levantou o olhar para ele e perguntou, curiosa: "E quem prepara comida pra você? Ou você vive de fast food?" Ele deu de ombros, com um sorriso meio sem jeito. "Costumo almoçar em restaurantes, quando não estou no escritório. E, à noite, geralmente peço algo por aplicativo." Nora ergueu uma sobrancelha, fingindo surpresa. "Andrew, você é rico! Por que não contrata alguém para cozinhar pra você?" Andrew riu, inclinando-se para trás na cadeira. " "Mas a verdade é que quase não fico em casa. Não valeria a pena ter alguém lá só pra cozinhar quando estou sempre fora." Nora olhou séria para Andrew por um momento antes de sorrir. "Andrew, a partir de agora, você vai se alimentar todos os dias em casa. Eu vou fazer questão de preparar tudo. Você não está bem e precisa de uma boa alimentação," disse ela, com um tom que misturava carinho e determinação. Andrew riu sem graça, inclinando-se um pouco na cadeira. "Tudo que eu preciso agora é de uma babá," ele respondeu, provocando. Nora balançou o dedo para ele, com um sorriso nos lábios. "Você fica quieto e me obedece," falou, fingindo um tom autoritário, mas claramente brincando. Andrew não deixou passar a oportunidade de provocá-la de volta. "Você trabalha para mim, esqueceu?" ele disse, com uma sobrancelha levantada, entrando no jogo. Nora sorriu, jogando o pano de prato sobre a mesa. "Sabe, eu me lembro que você me demitiu ontem!" Antes que ela pudesse dizer mais, Andrew se levantou e foi até ela, abraçando-a por trás enquanto Nora ainda estava sentada. "Ah, é? Então, o que você acha da gente subir lá para o quarto agora? Ou se você quiser a gente pode ficar aqui mesmo!" Ele sussurrou, com um sorriso malicioso. Nora riu, virando a cabeça para olhar para ele. "Eu preciso ir pra minha casa agora," respondeu ela, com um brilho divertido nos olhos, mas logo acrescentou, ainda brincando: "E preciso do meu emprego de volta, se você quiser continuar comendo tão bem assim." Andrew suspirou dramaticamente. "Acho que vou ter que reconsiderar essa demissão, então." Nora estava no quarto, se vestindo calmamente enquanto Andrew a observava do canto, apoiado na parede com os braços cruzados. Quando Andrew a viu pronta, ele se aproximou com um olhar que misturava preocupação e um pouco de resistência à ideia. "Você tem que ir mesmo?" ele perguntou, sua voz baixa, como se quisesse prolongar aquele momento entre eles. Nora suspirou, virando-se para ele. "Tenho sim, Andrew. Tenho que resolver a minha situação com Victor e tirar as coisas dele da minha casa," respondeu ela, a expressão determinada, mas com um toque de cansaço. Era claro que o assunto não era algo que ela queria enfrentar, mas sabia que precisava ser feito. Andrew, sem hesitar, se aproximou mais, seu olhar firme. "Eu vou com você, Nora." Ela o encarou por um momento, surpresa pela insistência, mas viu nos olhos dele que não era só uma oferta de ajuda. Ele queria estar ao lado dela nesse momento difícil. Depois de um breve silêncio, ela deu um leve sorriso e assentiu. "Tudo bem, você pode ir comigo." Andrew se aliviou visivelmente e começou a se preparar para sair também. Ambos sabiam que o que os aguardava não seria fácil, mas o simples fato de enfrentarem juntos fazia com que o peso da situação parecesse um pouco mais leve.O motorista de Andrew, estacionou o carro em frente à casa de Nora, sentindo o peso da tensão em seus ombros. Andrew saiu ao seu lado. Ela caminhou em direção à porta, respirando fundo antes de destrancá-la. Assim que abriu, gesticulou para Andrew entrar. “Pode entrar,” disse ela, com a voz um pouco hesitante, mas mantendo a postura firme. Ao dar os primeiros passos para dentro da sala, Nora foi imediatamente confrontada com uma cena que jamais imaginaria ver. No sofá da sala, seu ex, Victor, estava aos beijos e carícias com uma mulher, ambos seminus, completamente alheios ao fato de que não estavam sozinhos. Nora parou, o choque estampado em seu rosto. Seu estômago revirou, e sua voz saiu gelada e cheia de incredulidade. “Victor, o que você pensa que está fazendo?” Sua voz cortou o ar, seca e firme, enquanto o silêncio tomou conta da sala. Victor e a amante congelaram, o rosto dele imediatamente ficando pálido ao ver Nora na porta. Andrew, percebendo a situação, virou o rosto
Nora ficou em silêncio por alguns instantes, apoiada no ombro de Andrew, enquanto seus pensamentos a levavam de volta ao passado. Ela fechou os olhos, tentando segurar as lágrimas que teimavam em cair de novo. Victor havia sido seu primeiro amor, e isso era algo que não se apagava facilmente. Os últimos anos de relacionamento tinham sido cada vez mais complicados, com o trabalho afastando-os e a rotina drenando o que antes era paixão e cumplicidade. O tempo e a distância tinham esgotado seus sentimentos aos poucos, mas mesmo assim, ela jamais imaginou que ele seria capaz de trai-la. A dor não vinha apenas da traição física; era o golpe emocional de saber que o homem que ela havia amado tanto, com quem sonhou construir uma vida, havia rompido a confiança de maneira tão cruel. Ela sempre acreditou que, mesmo com as dificuldades, eles ainda tinham algo para salvar. Mas ver Victor com outra mulher em seu próprio sofá foi como um tapa que a trouxe de volta à realidade. Andrew, sentindo
Alguns dias haviam se passado desde que Nora decidiu se mudar para a casa de Andrew. Ela estava determinada a deixar o passado para trás, especialmente as memórias dolorosas com Victor. Viver com Andrew parecia uma chance de começar de novo, e ela precisava disso mais do que nunca. Naquela manhã, eles chegaram juntos à empresa de Andrew, mas desta vez seria diferente. Ele queria mostrar mais do que os corredores e os escritórios. Andrew queria que Nora conhecesse cada detalhe da corporação que ele havia construído. Não era apenas um passeio pelo império dele, era uma introdução aos bastidores de sua vida, algo que seria crucial para a biografia que ela escreveria sobre ele. “Eu sei que você já esteve aqui, mas hoje eu vou te mostrar o que faz tudo isso funcionar de verdade,” disse Andrew, com um sorriso de confiança enquanto eles atravessavam o lobby luxuoso. Nora o seguiu, sentindo a familiaridade daquele ambiente, mas ao mesmo tempo curiosa sobre o que ele tinha preparado para a
Nora olhava para Andrew enquanto ele tomava o remédio, perdida em seus próprios pensamentos. Será que ele realmente prefere viver assim? A preocupação a consumia. Se ao menos eu pudesse convencê-lo a se tratar de forma adequada... Mas, antes que sua mente fosse longe demais, ela interrompeu os próprios pensamentos. "Andrew, você está melhor?" perguntou, com a voz suave, mas cheia de cuidado. Ele sorriu para ela, sua expressão relaxando. "Estou sim. Acho que é melhor a gente continuar com a biografia antes que eu morra e não dê tempo de terminarmos." Nora, surpresa pela leveza com que ele falava da própria condição, deu um leve tapa no ombro dele. "Não seja bobo! Pare de falar o tempo todo que vai morrer." Andrew soltou uma risada sincera, seus olhos brilhando com aquele humor característico que sempre trazia um alívio inesperado. "Eu não falei nenhuma mentira," ele disse, ainda sorrindo. Nora suspirou, sabendo que por trás daquela atitude despreocupada havia uma realidade di
Nora se sentou, mantendo uma expressão neutra, e falou com uma calma controlada: "Andrew, você não me deve satisfações sobre seus relacionamentos. E, sinceramente, não quero ser envolvida neles. Acho melhor a gente manter tudo estritamente profissional daqui para frente." Andrew ficou tenso, percebendo que a situação havia se complicado mais do que ele imaginava. Mesmo assim, ele sentiu a necessidade de se explicar. "Nora, a Michelle... foi só uma noite. Uma única vez. Depois disso, ela ficou obcecada, começou a aparecer sem aviso e a criar essas... cenas. Eu juro, não há mais nada entre nós." Embora Nora acreditasse nas palavras de Andrew, ela não deixou transparecer. Preferiu manter uma postura fria e distante, protegendo-se emocionalmente. "Eu entendo, Andrew. Mas não muda o fato de que essa situação é complicada, e eu não quero me envolver. Vamos focar no trabalho, por favor." Andrew suspirou, sentindo o distanciamento dela como um golpe. Ele sabia que tinha que lidar com Mi
Nora Lins observava a grandiosidade da Haartcorp através das amplas janelas de vidro que se erguiam até o teto. Paris parecia pequena vista dali, o topo do mundo corporativo, onde Andrew Haart reinava. Um homem que transformara uma simples empresa em um império, mas que, aos olhos dela, guardava algo mais do que poder e sucesso. Ela foi recebida por uma assistente que a levou até o último andar, onde o CEO bilionário a aguardava. O elevador, envidraçado e silencioso, revelou a magnitude da estrutura que Andrew havia construído, mas, ao mesmo tempo, tudo parecia frio e vazio. Ao sair, a porta dupla do escritório abriu-se lentamente, revelando um espaço moderno e minimalista. No centro, Andrew estava sentado em sua poltrona de couro, os olhos fixos nela, como se já soubesse que aquele encontro era mais do que apenas uma negociação de trabalho. "Nora Lins", ele disse, levantando-se e estendendo a mão. "Obrigada por aceitar este projeto." Ela apertou a mão dele, notando o toque fi
Andrew abriu a porta do carro para Nora com um gesto suave, mas calculado. Seus olhos cruzaram por um breve segundo, e ele fez questão de manter a compostura, ainda que algo dentro dele estivesse em constante alerta desde o momento em que haviam começado a trabalhar juntos. "Obrigada pela gentileza", Nora disse, sorrindo enquanto entrava no carro com a mesma elegância discreta que ele havia notado desde o início. Andrew deu um leve aceno de cabeça, fechando a porta atrás dela antes de dar a volta e entrar no lado oposto. O motorista já os aguardava, e assim que ambos se acomodaram, o carro começou a seguir em direção ao restaurante. Durante o trajeto, o silêncio se instalou entre eles, mas não era um silêncio desconfortável, pelo menos não para Andrew. Enquanto o carro deslizava pelas ruas de Paris, ele não conseguia evitar o olhar que lançava de forma sutil para Nora. A postura ereta dela, a maneira como os cabelos caíam suavemente sobre os ombros, a delicadeza de suas expressõ
A água quente caía sobre o corpo de Andrew, escorrendo pelos músculos tensos, mas sua mente estava em outro lugar. As gotas quentes não conseguiam afastar os pensamentos insistentes que voltavam para Nora. Ele fechou os olhos e a imagem dela surgiu nítida em sua mente. Ele imaginou os dois ali, no banheiro, juntos, a água misturando-se com seus corpos entrelaçados, o calor aumentando. Sentiu o desejo pulsar, crescendo a cada detalhe que sua mente criava, e, por um instante, quase pôde tocá-la. Mas de repente, uma forte tontura o tomou de assalto. Andrew segurou-se na parede do chuveiro, respirando fundo enquanto a visão se tornava embaçada. O coração acelerou, e ele soube que não era apenas cansaço. Com esforço, ele desligou a água e saiu do chuveiro, pegando a toalha às pressas. Ainda com a cabeça girando, vestiu-se rapidamente e pegou o celular. O médico precisava vir. --- "Dr. Ramos? Sou eu, Andrew. Eu preciso que venha me ver. Agora." Do outro lado da linha, o médico res