Um novo dia começou, e Nora acordou sentindo o peso das últimas horas em seus olhos, que ainda ardiam por causa das lágrimas da noite anterior. Ela se virou lentamente na cama e olhou para Andrew, que ainda dormia. Havia algo vulnerável na forma como ele estava deitado, o rosto relaxado, mas marcado pelo cansaço e pela dor. Ela sabia que ele estava lutando contra mais do que apenas o câncer – ele estava lutando para manter a normalidade de sua vida, enquanto o tempo parecia escapar pelos seus dedos.Nora se levantou, tentando não fazer barulho, e foi até o banheiro. Fez suas higienes matinais enquanto se olhava no espelho. Seu rosto estava abatido, as olheiras mais profundas do que o habitual. Por mais que ela tentasse ser forte, as emoções a estavam desgastando. Ela respirou fundo, lavou o rosto com água fria, e decidiu se concentrar no que poderia fazer de prático. Andrew precisava comer. Ele não havia se alimentado direito no dia anterior, e a última coisa que ele precisava era pio
Era quase noite, e depois de um longo dia em que Andrew havia passado praticamente todo o tempo dormindo, Nora continuava trabalhando no projeto da biografia. Ela havia se empenhado muito para reunir todas as informações que ele havia compartilhado, organizando cuidadosamente cada detalhe da sua vida. Agora, depois de muito esforço e de uma luta interna constante para manter a cabeça focada, Nora estava quase no final. Faltavam apenas alguns detalhes, e logo ela estaria livre para finalmente colocar na cabeça de Andrew que ele ainda tinha uma vida valiosa pela frente, uma vida pela qual ele deveria lutar. Ela estava concentrada no laptop, revisando alguns parágrafos, quando ouviu os passos de Andrew descendo as escadas. Ele se aproximou devagar, ainda um pouco sonolento, e se sentou ao lado dela no sofá. O silêncio que seguiu foi confortável, quase reconfortante, até que ele quebrou o momento com um sorriso cansado. "Posso ver como ficou?" perguntou ele, a voz ainda rouca do sono.
Nora e Andrew se encararam por um instante, um olhar profundo e intenso se instalando entre eles. Era como se o peso de tudo que haviam revelado e compartilhado finalmente tivesse se dissolvido, deixando apenas a verdade crua dos sentimentos que surgiam naquele momento. Lentamente, como se o tempo tivesse desacelerado, eles se inclinaram um para o outro e se beijaram. Foi um beijo intenso, cheio de paixão, mas também de algo mais — uma conexão mais profunda, como se o destino os tivesse reunido naquele exato momento.Quando se afastaram, vagarosamente, ainda sem palavras, suas mãos se encontraram, entrelaçando os dedos. Nora suspirou e deitou a cabeça no ombro de Andrew, buscando um tipo de conforto silencioso. O som de suas respirações preenchia o ambiente, até que Nora quebrou o silêncio com uma pergunta que estava rondando sua mente."Andrew... o que você vai fazer com toda a sua fortuna?" ela perguntou, a voz suave, mas curiosa.Andrew não hesitou antes de responder, já que aquela
Depois daquela conversa tensa com Andrew sobre ele querer que ela fosse a mãe de seu filho, Nora subiu para o quarto e se deitou, mas o sono simplesmente não vinha. Ela se revirava na cama, o pedido de Andrew martelando em sua cabeça. "Ele não pode estar falando sério... ele deve estar louco," pensava ela repetidamente. A ideia de gerar um filho para ele, alguém que ela mal começara a conhecer de verdade, parecia absurda. Ao mesmo tempo, não conseguia afastar a lembrança de Andrew falando sobre o dia em que se conheceram, quando eram crianças. Aquele momento, que ela quase havia esquecido, agora ganhava um novo peso. Tudo se revirava em sua mente como uma tempestade.Nora passou a noite em claro, olhando para o teto, tentando encontrar uma saída para a confusão que sentia. Andrew era um homem fascinante, mas tudo estava acontecendo rápido demais. Como ela poderia tomar uma decisão tão grande e, ainda por cima, lidar com a realidade de que ele estava enfrentando uma doença terminal? Su
Nora cochilou no sofa, exausta de toda a confusấo mental que enfrentara nas últimas horas. O silêncio que tomava conta da casa a embalou em um sono leve, mas o que a acordou foi um barulho estranho. Algo na casa parecia fora do lugar, como se alguém estivesse andando pelos corredores. Ela franziu o cenho, tentando ajustar seus olhos ao escuro da sala, e ouviu o som de vidro quebrando vindo da cozinha. Seu corpo ficou tenso imediatamente "O que està acontecendo?" pensou, enquanto se levantava do sofa, sentindo uma leve vertigem pela brusca mudança de posiçấo. Cada passo que ela dava em direção à cozinha parecia pesar mais do que o anterior. Quando estava prestes a atravessar a porta, um arrepio percorreu sua espinha, e entấo, de repente, sentiu algo gelado em volta de seu pescoço. Uma mão fria, forte, apertava sua garganta com violência. O susto tomou conta dela, e em um reflexo desesperado, Nora começou a gritar: "Socorro! Alguém me ajuda!" Suas mãos tentavam, em vão, puxar a mão
Andrew estava distraído em meio aos seus pensamentos no escritório. As sombras da sua mortalidade o cercavam, e ele se lamentava profundamente por saber que seu tempo estava acabando. Ele havia construído um império, mas tudo isso parecia sem valor agora, sabendo que não teria um herdeiro para quem passar sua herança. Na mente dele, a única coisa que fazia sentido era ter um filho que pudesse educar, alguém que herdasse seu legado e aprendesse a valorizar as coisas simples da vida. Ele imaginava Nora cuidando desse filho, ensinando-o sobre o que realmente importava. Esses pensamentos sombrios o consumiam quando, de repente, uma pontada no peito o atingiu, quase como um pressentimento de que algo estava errado. O pensamento em Nora o invadiu, e ele, que havia instalado câmeras de segurança pela casa para protegê-la, imediatamente ligou o computador para verificar as imagens. Ele olhou em cada cômodo, buscando-a. Não estava no quarto, nem no banheiro, tampouco na sala. Quando olhou a c
O médico acompanhou Andrew até a sala do hospital onde Nora estava, mantendo um tom de voz calmo e compreensivo. Andrew, com o coração acelerado e a mente em turbilhão, parou diante da porta do quarto e fez uma última solicitação ao médico."Eu quero que ela receba o melhor tratamento possível. Coloque-a na melhor sala, ofereça os melhores cuidados. Eu pagarei tudo", disse Andrew, com a voz carregada de urgência.O médico assentiu, já familiarizado com o comportamento de pessoas ricas que buscavam garantir que seus entes queridos tivessem acesso ao tratamento de primeira linha. Ele sabia que o dinheiro de Andrew não seria problema, mas também entendia que essa era uma maneira de Andrew tentar aliviar a culpa e a impotência que o consumia naquele momento.Ao abrir a porta e entrar no quarto, Andrew se deparou com uma visão que o desestabilizou. O choque foi instantâneo. Nora estava deitada na cama, completamente vulnerável, com manchas roxas e arranhões visíveis em várias partes do cor
Andrew ainda estava ao lado de Nora, o ambiente do hospital já impregnado pela tensão, enquanto ele esperava ansioso que ela acordasse. A noite havia caído, e Andrew permanecera ali, sem sair do lado dela, mesmo com a mídia já sabendo que Nora havia sofrido uma tentativa de homicídio. A notícia de um ataque contra a famosa escritora ligada ao bilionário Andrew Haart havia rapidamente se espalhado, gerando uma enxurrada de manchetes sensacionalistas. Mas Andrew não se importava com a imprensa, só com Nora. De repente, ele ouviu uma voz baixa e trêmula chamando por seu nome. “Andrew...” Nora sussurrou, mal conseguindo falar por causa do inchaço em seus lábios. Andrew levantou a cabeça num instante, seus olhos fixos nela. "Nora, você acordou!" Ele se aproximou rapidamente, segurando a mão dela com ternura. "Como está se sentindo?" Ela piscou algumas vezes, tentando processar onde estava e o que havia acontecido. "Sinto... muita dor... estou com medo," respondeu, a voz fraca, cada pal