O médico acompanhou Andrew até a sala do hospital onde Nora estava, mantendo um tom de voz calmo e compreensivo. Andrew, com o coração acelerado e a mente em turbilhão, parou diante da porta do quarto e fez uma última solicitação ao médico."Eu quero que ela receba o melhor tratamento possível. Coloque-a na melhor sala, ofereça os melhores cuidados. Eu pagarei tudo", disse Andrew, com a voz carregada de urgência.O médico assentiu, já familiarizado com o comportamento de pessoas ricas que buscavam garantir que seus entes queridos tivessem acesso ao tratamento de primeira linha. Ele sabia que o dinheiro de Andrew não seria problema, mas também entendia que essa era uma maneira de Andrew tentar aliviar a culpa e a impotência que o consumia naquele momento.Ao abrir a porta e entrar no quarto, Andrew se deparou com uma visão que o desestabilizou. O choque foi instantâneo. Nora estava deitada na cama, completamente vulnerável, com manchas roxas e arranhões visíveis em várias partes do cor
Andrew ainda estava ao lado de Nora, o ambiente do hospital já impregnado pela tensão, enquanto ele esperava ansioso que ela acordasse. A noite havia caído, e Andrew permanecera ali, sem sair do lado dela, mesmo com a mídia já sabendo que Nora havia sofrido uma tentativa de homicídio. A notícia de um ataque contra a famosa escritora ligada ao bilionário Andrew Haart havia rapidamente se espalhado, gerando uma enxurrada de manchetes sensacionalistas. Mas Andrew não se importava com a imprensa, só com Nora. De repente, ele ouviu uma voz baixa e trêmula chamando por seu nome. “Andrew...” Nora sussurrou, mal conseguindo falar por causa do inchaço em seus lábios. Andrew levantou a cabeça num instante, seus olhos fixos nela. "Nora, você acordou!" Ele se aproximou rapidamente, segurando a mão dela com ternura. "Como está se sentindo?" Ela piscou algumas vezes, tentando processar onde estava e o que havia acontecido. "Sinto... muita dor... estou com medo," respondeu, a voz fraca, cada pal
Dentro do carro, enquanto as ruas passavam rapidamente pelas janelas, Nora permanecia em silêncio. Ela mantinha uma certa distância emocional de Andrew, mas não por culpa dele. Ela sabia que o que Michele havia feito não era responsabilidade de Andrew, mas a sombra daquela mulher desequilibrada ainda pairava sobre sua mente. A verdade era que a polícia não tinha conseguido encontrar Michele ainda, e isso a deixava profundamente inquieta. A qualquer momento, a mulher poderia aparecer novamente, e a sensação de vulnerabilidade era sufocante. Ela se perguntava como seria possível seguir em frente com aquela ameaça constante. Cada vez que fechava os olhos, podia sentir as mãos geladas de Michele ao redor de seu pescoço, apertando, sufocando. Não se sentia segura na rua, sabendo que a qualquer esquina Michele poderia estar à espreita. Essa ideia a aterrorizava. Ao mesmo tempo, seus pensamentos se voltavam para Victor. O que ele pretendia ao aparecer no hospital depois de tudo o que havia
Alguns dias se passaram desde que Nora deixou o hospital, e o clima entre ela e Andrew havia mudado de forma sutil, mas profunda. Havia uma distância silenciosa entre eles, algo que nenhum dos dois conseguia articular claramente. Depois de tudo o que Nora tinha passado – a agressão violenta, o medo, as cicatrizes que agora marcavam seu corpo – a vida parecia um pouco mais frágil. Ela estava fisicamente recuperada, mas emocionalmente, as coisas estavam longe de serem simples.Andrew, por sua vez, estava focado em dar a Nora todo o material necessário para concluir a biografia dele. Ele sabia que o tempo estava passando rapidamente, e a realidade de sua condição de saúde o pressionava cada vez mais. Cada vez que ele via Nora se dedicando ao trabalho, via também o peso daquela tarefa sobre os ombros dela.Naquela manhã, Nora estava sentada à mesa da sala de estar, o laptop aberto à sua frente. Ela editava os capítulos finais da biografia de Andrew, tentando encontrar as palavras certas p
Na manhã seguinte, Andrew e Nora estavam tomando café juntos, enquanto aproveitavam a serenidade de um novo dia. Ele parecia refletir sobre algo importante, uma ideia que vinha lhe rondando a cabeça há dias, mas que ainda não havia compartilhado com Nora. Com um leve sorriso e um toque de suspense, ele quebrou o silêncio: “Meu amor, quero que você vá a um lugar comigo hoje. Quero te mostrar algo especial.” Nora ergueu o olhar, curiosa. “Onde vamos?” perguntou, tentando decifrar o mistério por trás daquele convite. Antes que Andrew pudesse responder, o telefone dele tocou. O som inesperado interrompeu o momento, trazendo uma leve tensão. Ele olhou para a tela e viu que era um número desconhecido. Ignorou a ligação, afastando o aparelho e tentando retomar a conversa. “Você não vai atender?” Nora perguntou, observando a expressão de desinteresse no rosto dele. Andrew deu de ombros. “Não. É só um número desconhecido.” Mas Nora parecia inquieta. “Eu tenho a impressão de que voc
Nora tentou tranquilizar Andrew, sabendo que o último que ele precisava era de mais estresse. Com um tom suave, ela disse: "Meu amor, vamos aproveitar o dia e deixar esses pensamentos de lado por agora. Vamos ao lugar especial que você queria me mostrar e, depois, você pode pensar com mais clareza sobre sua mãe, tá bem?" Ela sabia que a situação com a família dele ainda pesava, mas não era o momento para mais estresse. Andrew respirou fundo e, sentindo-se um pouco mais leve, concordou. "Você tem razão, Nora. Vou me arrumar, então." Ela riu suavemente, lançando-lhe um olhar travesso. "Hoje está um pouco quente… acho que vou aproveitar para tomar um banho refrescante. Quer vir comigo?" perguntou, numa provocação. Andrew, com um sorriso malicioso, respondeu rapidamente: "Você ainda pergunta se eu quero ir com você?" Sem esperar, ele se aproximou, pegou sua mão e a acompanhou até o banheiro, sentindo-se grato por tê-la ao seu lado, capaz de transformar seus piores dias em algo
Andrew, com os olhos já marejados, se sentou novamente ao lado da mãe, permitindo que ela segurasse sua mão. Respirando fundo e tentando encontrar alguma serenidade naquele instante, ele falou, enquanto a voz lhe saía entrecortada: “Mãe… vocês tiveram seis filhos. E eu era o excluído, sempre a última opção, enquanto os outros sempre foram prioridade.” Ele fechou os olhos, como se para afastar as lembranças que pareciam feridas abertas. “E então… vocês me expulsaram de casa.” A mãe de Andrew tentou interrompê-lo, apertando a mão dele com leveza. “Filho, você tinha 18 anos… Era mais fácil deixar você seguir, seus irmãos eram pequenos e...” Andrew balançou a cabeça, soltando um suspiro dolorido. “Isso não justifica, mãe. Eu senti frio, fome… Cheguei a morar na rua.” Ele não conseguiu segurar as lágrimas que finalmente desceram pelo rosto, cada uma delas trazendo um fragmento daquela dor sufocada por tanto tempo. Ela, tentando conter o choro, sussurrou, a voz trêmula de arrependim
Alguns dias haviam passado desde que Andrew reencontrara sua mãe e o peso do perdão continuava em sua mente. Ele e Nora, agora ainda mais unidos, passavam quase todos os momentos juntos, mas Nora sentia a inquietação crescente em seu coração. Ela não conseguia evitar a angústia que vinha ao pensar no futuro de Andrew. Deitada ao lado dele, Nora acariciava os cabelos de Andrew com delicadeza, tentando encontrar as palavras certas para o que queria expressar. "Meu amor," ela sussurrou, com a voz embargada, "eu não quero que você morra. Eu quero viver com você todos os dias da minha vida." Andrew abriu os olhos, surpreso pelo tom grave de Nora, e se ergueu na cama, encarando-a. "Nora, por que está falando assim?" Ele a olhou preocupado, tentando entender o que se passava. Ela desviou o olhar por um instante, mas continuou. "É que… eu queria que você lutasse pela vida, Andrew. Eu simplesmente não entendo por que você prefere… prefere desistir sem ao menos tentar.” Seus olhos começar