Na manhã seguinte, Andrew e Nora estavam tomando café juntos, enquanto aproveitavam a serenidade de um novo dia. Ele parecia refletir sobre algo importante, uma ideia que vinha lhe rondando a cabeça há dias, mas que ainda não havia compartilhado com Nora. Com um leve sorriso e um toque de suspense, ele quebrou o silêncio: “Meu amor, quero que você vá a um lugar comigo hoje. Quero te mostrar algo especial.” Nora ergueu o olhar, curiosa. “Onde vamos?” perguntou, tentando decifrar o mistério por trás daquele convite. Antes que Andrew pudesse responder, o telefone dele tocou. O som inesperado interrompeu o momento, trazendo uma leve tensão. Ele olhou para a tela e viu que era um número desconhecido. Ignorou a ligação, afastando o aparelho e tentando retomar a conversa. “Você não vai atender?” Nora perguntou, observando a expressão de desinteresse no rosto dele. Andrew deu de ombros. “Não. É só um número desconhecido.” Mas Nora parecia inquieta. “Eu tenho a impressão de que voc
Nora tentou tranquilizar Andrew, sabendo que o último que ele precisava era de mais estresse. Com um tom suave, ela disse: "Meu amor, vamos aproveitar o dia e deixar esses pensamentos de lado por agora. Vamos ao lugar especial que você queria me mostrar e, depois, você pode pensar com mais clareza sobre sua mãe, tá bem?" Ela sabia que a situação com a família dele ainda pesava, mas não era o momento para mais estresse. Andrew respirou fundo e, sentindo-se um pouco mais leve, concordou. "Você tem razão, Nora. Vou me arrumar, então." Ela riu suavemente, lançando-lhe um olhar travesso. "Hoje está um pouco quente… acho que vou aproveitar para tomar um banho refrescante. Quer vir comigo?" perguntou, numa provocação. Andrew, com um sorriso malicioso, respondeu rapidamente: "Você ainda pergunta se eu quero ir com você?" Sem esperar, ele se aproximou, pegou sua mão e a acompanhou até o banheiro, sentindo-se grato por tê-la ao seu lado, capaz de transformar seus piores dias em algo
Andrew, com os olhos já marejados, se sentou novamente ao lado da mãe, permitindo que ela segurasse sua mão. Respirando fundo e tentando encontrar alguma serenidade naquele instante, ele falou, enquanto a voz lhe saía entrecortada: “Mãe… vocês tiveram seis filhos. E eu era o excluído, sempre a última opção, enquanto os outros sempre foram prioridade.” Ele fechou os olhos, como se para afastar as lembranças que pareciam feridas abertas. “E então… vocês me expulsaram de casa.” A mãe de Andrew tentou interrompê-lo, apertando a mão dele com leveza. “Filho, você tinha 18 anos… Era mais fácil deixar você seguir, seus irmãos eram pequenos e...” Andrew balançou a cabeça, soltando um suspiro dolorido. “Isso não justifica, mãe. Eu senti frio, fome… Cheguei a morar na rua.” Ele não conseguiu segurar as lágrimas que finalmente desceram pelo rosto, cada uma delas trazendo um fragmento daquela dor sufocada por tanto tempo. Ela, tentando conter o choro, sussurrou, a voz trêmula de arrependim
Alguns dias haviam passado desde que Andrew reencontrara sua mãe e o peso do perdão continuava em sua mente. Ele e Nora, agora ainda mais unidos, passavam quase todos os momentos juntos, mas Nora sentia a inquietação crescente em seu coração. Ela não conseguia evitar a angústia que vinha ao pensar no futuro de Andrew. Deitada ao lado dele, Nora acariciava os cabelos de Andrew com delicadeza, tentando encontrar as palavras certas para o que queria expressar. "Meu amor," ela sussurrou, com a voz embargada, "eu não quero que você morra. Eu quero viver com você todos os dias da minha vida." Andrew abriu os olhos, surpreso pelo tom grave de Nora, e se ergueu na cama, encarando-a. "Nora, por que está falando assim?" Ele a olhou preocupado, tentando entender o que se passava. Ela desviou o olhar por um instante, mas continuou. "É que… eu queria que você lutasse pela vida, Andrew. Eu simplesmente não entendo por que você prefere… prefere desistir sem ao menos tentar.” Seus olhos começar
No dia seguinte, Andrew e Nora chegaram ao hospital para o procedimento de inseminação artificial. O ambiente estava calmo, mas havia uma tensão silenciosa entre os dois, que trocavam olhares de apoio e palavras de conforto. Após seguir todas as recomendações médicas, Nora estava deitada na maca, preparada, enquanto Andrew se sentava ao lado dela em uma cadeira, segurando sua mão com carinho. Andrew olhou para Nora, e por um breve momento, seus pensamentos escaparam para uma preocupação profunda: Eu talvez não veja meu filho nascer. Talvez eu devesse reconsiderar e lutar para viver mais dias.... Ele refletia em silêncio, enquanto apertava a mão dela com mais firmeza. O médico finalmente entrou na sala, dando início ao procedimento com profissionalismo e uma serenidade que tentava contagiar o casal. Andrew manteve seus olhos fixos em Nora, oferecendo segurança e apoio. Momentos depois, o médico informou que o procedimento havia sido bem-sucedido e explicou os cuidados que ela preci
"Vamos entrar, venham, Andrew e Nora! O papai estava prestes a abrir um vinho agora mesmo. Venham comemorar com a gente!", disse Louis, o irmão de Nora, guiando-os para dentro da casa. Assim que entraram na sala de estar, o clima ficou mais tenso. Louis, percebendo a mudança no ambiente, virou-se para Josef, o empregado. "Leve as coisas da minha irmã e do meu cunhado para o quarto onde vão ficar. A gente vai tomar um vinho agora, eu mostro o quarto para eles depois." Josef assentiu e saiu com as malas deles. Nora cumprimentou os avós e, em seguida, se dirigiu aos pais. Andrew acompanhou-a, apresentando-se de forma cordial, embora percebesse que o cumprimento dos pais de Nora parecia frio, quase indiferente. Foi então que Helena, a mãe de Nora, comentou, com um sorriso um tanto cínico: "Sabe, Nora, vi você na TV. Vi o que aconteceu com você, a agressão... Notei que ainda carrega algumas cicatrizes." Nora olhou fixamente para a mãe, ferida pelo comentário. "Engraçado, né, mãe? A sen
Enquanto Andrew se lavava no banheiro, Louis limpou cuidadosamente as gotas de sangue que haviam caído sobre Nora. Com um leve toque, ele deu um tapinha em seu rosto e chamou: "Nora..." Ela acordou devagar, com o olhar ainda um pouco confuso. "Louis? Onde está o Andrew? O que aconteceu com ele?" "Calma, Nora," disse ele, tentando tranquilizá-la. "Ele está no banheiro. Teve uma reação alérgica às flores e o nariz dele acabou sangrando. Mas... por que você não me contou que estava grávida?" Nora, ainda um pouco zonza, sentou-se na cama e murmurou: "Andrew te contou?" Ela olhou para ele com preocupação e pediu: "Por favor, não conte para nossos pais nem para ninguém da família. Descobrimos ontem." Louis sorriu, abraçando-a com carinho. "Parabéns, Nora! Estou muito feliz por você. E não se preocupe, eu não vou contar nada." Nesse momento, Andrew saiu do banheiro. Nora o encarou com ternura e preocupação. "Meu amor, você está bem?" "Sim, já passou." Ele sentou-se ao lado dela,
A música suave preenchia o salão, envolvendo os convidados em um clima de serenidade. Andrew e Nora estavam no centro da pista, dançando com uma leveza e cumplicidade que pareciam tirar qualquer peso do ambiente. Ele a conduzia com um toque gentil, mantendo-a próxima, enquanto os dois giravam com um ritmo calmo e sutil. Havia uma ternura ali que Andrew raramente demonstrava, mas que reservava exclusivamente para ela. "Sabia que eu nunca dancei assim?", Andrew comentou, olhando para Nora com um sorriso. Ela riu, lembrando das tantas histórias que ele havia contado para a biografia. "Claro que eu sei! Você era o típico cara de balada, não o de pista de dança.” Num gesto inesperado, Andrew segurou a mão dela e com firmeza, em um tom suave e afetuoso, perguntou na brincadeira, visto que os dois já estavam dançando : "Mas agora... você aceita dançar comigo?" Nora sentiu o coração bater mais forte e sorriu, encantada com o gesto de humor dele. "Claro que sim," respondeu ela, entrela