Nora olhava para Andrew enquanto ele tomava o remédio, perdida em seus próprios pensamentos. Será que ele realmente prefere viver assim? A preocupação a consumia. Se ao menos eu pudesse convencê-lo a se tratar de forma adequada... Mas, antes que sua mente fosse longe demais, ela interrompeu os próprios pensamentos. "Andrew, você está melhor?" perguntou, com a voz suave, mas cheia de cuidado. Ele sorriu para ela, sua expressão relaxando. "Estou sim. Acho que é melhor a gente continuar com a biografia antes que eu morra e não dê tempo de terminarmos." Nora, surpresa pela leveza com que ele falava da própria condição, deu um leve tapa no ombro dele. "Não seja bobo! Pare de falar o tempo todo que vai morrer." Andrew soltou uma risada sincera, seus olhos brilhando com aquele humor característico que sempre trazia um alívio inesperado. "Eu não falei nenhuma mentira," ele disse, ainda sorrindo. Nora suspirou, sabendo que por trás daquela atitude despreocupada havia uma realidade di
Nora se sentou, mantendo uma expressão neutra, e falou com uma calma controlada: "Andrew, você não me deve satisfações sobre seus relacionamentos. E, sinceramente, não quero ser envolvida neles. Acho melhor a gente manter tudo estritamente profissional daqui para frente." Andrew ficou tenso, percebendo que a situação havia se complicado mais do que ele imaginava. Mesmo assim, ele sentiu a necessidade de se explicar. "Nora, a Michelle... foi só uma noite. Uma única vez. Depois disso, ela ficou obcecada, começou a aparecer sem aviso e a criar essas... cenas. Eu juro, não há mais nada entre nós." Embora Nora acreditasse nas palavras de Andrew, ela não deixou transparecer. Preferiu manter uma postura fria e distante, protegendo-se emocionalmente. "Eu entendo, Andrew. Mas não muda o fato de que essa situação é complicada, e eu não quero me envolver. Vamos focar no trabalho, por favor." Andrew suspirou, sentindo o distanciamento dela como um golpe. Ele sabia que tinha que lidar com Mi
Andrew observava a cena com um misto de frustração e incredulidade. "Eu não faço ideia de como você entrou aqui, Michelle," ele disse, a voz carregada de exasperação. "Amor, eu só queria te fazer uma surpresa," respondeu Michelle com um sorriso provocador, ignorando a tensão no ar. Nora, já no limite de suas emoções, não conseguia suportar aquilo por mais um segundo. Silenciosamente, ela se afastou e foi até a cozinha. Sentou-se à mesa, colocando as mãos na cabeça e abaixando-a, tentando segurar as lágrimas que ameaçavam escapar. O caos emocional que sentia a estava consumindo, e o peso da situação parecia esmagá-la. Enquanto isso, Andrew lidava com Michelle, já sem paciência. Pegou o celular e, sem hesitar, ligou para a polícia. Quando Michelle percebeu que a situação havia se tornado séria, entrou em pânico e correu para fora da casa antes que as autoridades chegassem. Pouco depois, a polícia chegou. Fizeram algumas perguntas a Andrew, e ele, ainda transtornado, mostrou uma
Um novo dia começou, e Nora acordou sentindo o peso das últimas horas em seus olhos, que ainda ardiam por causa das lágrimas da noite anterior. Ela se virou lentamente na cama e olhou para Andrew, que ainda dormia. Havia algo vulnerável na forma como ele estava deitado, o rosto relaxado, mas marcado pelo cansaço e pela dor. Ela sabia que ele estava lutando contra mais do que apenas o câncer – ele estava lutando para manter a normalidade de sua vida, enquanto o tempo parecia escapar pelos seus dedos.Nora se levantou, tentando não fazer barulho, e foi até o banheiro. Fez suas higienes matinais enquanto se olhava no espelho. Seu rosto estava abatido, as olheiras mais profundas do que o habitual. Por mais que ela tentasse ser forte, as emoções a estavam desgastando. Ela respirou fundo, lavou o rosto com água fria, e decidiu se concentrar no que poderia fazer de prático. Andrew precisava comer. Ele não havia se alimentado direito no dia anterior, e a última coisa que ele precisava era pio
Era quase noite, e depois de um longo dia em que Andrew havia passado praticamente todo o tempo dormindo, Nora continuava trabalhando no projeto da biografia. Ela havia se empenhado muito para reunir todas as informações que ele havia compartilhado, organizando cuidadosamente cada detalhe da sua vida. Agora, depois de muito esforço e de uma luta interna constante para manter a cabeça focada, Nora estava quase no final. Faltavam apenas alguns detalhes, e logo ela estaria livre para finalmente colocar na cabeça de Andrew que ele ainda tinha uma vida valiosa pela frente, uma vida pela qual ele deveria lutar. Ela estava concentrada no laptop, revisando alguns parágrafos, quando ouviu os passos de Andrew descendo as escadas. Ele se aproximou devagar, ainda um pouco sonolento, e se sentou ao lado dela no sofá. O silêncio que seguiu foi confortável, quase reconfortante, até que ele quebrou o momento com um sorriso cansado. "Posso ver como ficou?" perguntou ele, a voz ainda rouca do sono.
Nora e Andrew se encararam por um instante, um olhar profundo e intenso se instalando entre eles. Era como se o peso de tudo que haviam revelado e compartilhado finalmente tivesse se dissolvido, deixando apenas a verdade crua dos sentimentos que surgiam naquele momento. Lentamente, como se o tempo tivesse desacelerado, eles se inclinaram um para o outro e se beijaram. Foi um beijo intenso, cheio de paixão, mas também de algo mais — uma conexão mais profunda, como se o destino os tivesse reunido naquele exato momento.Quando se afastaram, vagarosamente, ainda sem palavras, suas mãos se encontraram, entrelaçando os dedos. Nora suspirou e deitou a cabeça no ombro de Andrew, buscando um tipo de conforto silencioso. O som de suas respirações preenchia o ambiente, até que Nora quebrou o silêncio com uma pergunta que estava rondando sua mente."Andrew... o que você vai fazer com toda a sua fortuna?" ela perguntou, a voz suave, mas curiosa.Andrew não hesitou antes de responder, já que aquela
Depois daquela conversa tensa com Andrew sobre ele querer que ela fosse a mãe de seu filho, Nora subiu para o quarto e se deitou, mas o sono simplesmente não vinha. Ela se revirava na cama, o pedido de Andrew martelando em sua cabeça. "Ele não pode estar falando sério... ele deve estar louco," pensava ela repetidamente. A ideia de gerar um filho para ele, alguém que ela mal começara a conhecer de verdade, parecia absurda. Ao mesmo tempo, não conseguia afastar a lembrança de Andrew falando sobre o dia em que se conheceram, quando eram crianças. Aquele momento, que ela quase havia esquecido, agora ganhava um novo peso. Tudo se revirava em sua mente como uma tempestade.Nora passou a noite em claro, olhando para o teto, tentando encontrar uma saída para a confusão que sentia. Andrew era um homem fascinante, mas tudo estava acontecendo rápido demais. Como ela poderia tomar uma decisão tão grande e, ainda por cima, lidar com a realidade de que ele estava enfrentando uma doença terminal? Su
Nora cochilou no sofa, exausta de toda a confusấo mental que enfrentara nas últimas horas. O silêncio que tomava conta da casa a embalou em um sono leve, mas o que a acordou foi um barulho estranho. Algo na casa parecia fora do lugar, como se alguém estivesse andando pelos corredores. Ela franziu o cenho, tentando ajustar seus olhos ao escuro da sala, e ouviu o som de vidro quebrando vindo da cozinha. Seu corpo ficou tenso imediatamente "O que està acontecendo?" pensou, enquanto se levantava do sofa, sentindo uma leve vertigem pela brusca mudança de posiçấo. Cada passo que ela dava em direção à cozinha parecia pesar mais do que o anterior. Quando estava prestes a atravessar a porta, um arrepio percorreu sua espinha, e entấo, de repente, sentiu algo gelado em volta de seu pescoço. Uma mão fria, forte, apertava sua garganta com violência. O susto tomou conta dela, e em um reflexo desesperado, Nora começou a gritar: "Socorro! Alguém me ajuda!" Suas mãos tentavam, em vão, puxar a mão