Andrew ficou em choque. Sentado no sofá, ele olhou ao redor, sentindo o vazio da casa como se ela estivesse se fechando em torno dele. Ele murmurou, quase sem perceber que estava falando em voz alta: "A casa é dela... ela saiu... e eu fiquei." A culpa começou a consumir seus pensamentos, e ele murmurou para si mesmo, com uma pitada de arrependimento: "O que eu fiz?" Desorientado, abaixou a cabeça, deixando os ombros caírem. A notícia do tumor agora era de conhecimento público, e ele sabia que as pessoas falariam, especulariam e julgariam. Tudo parecia estar desmoronando ao redor dele. Enquanto isso, Nora caminhava pela rua em estado de choque, sem saber para onde ir. Sentia-se traída, vazia e sem forças. Olhava para os lados, vendo rostos desconhecidos, cada um parecendo carregado de curiosidade e julgamento. As vozes das pessoas a chamavam, perguntando coisas que a faziam sentir-se ainda mais vulnerável. "Nora Allins? É você, não é? A namorada do bilionário Andrew Haart?" "É verd
Tudo o que Nora precisava naquele momento era de um pouco de espaço. Conviver com o câncer de Andrew, estava deixando sua vida completamente abalada, e o amor que sentia por ele parecia ao mesmo tempo a coisa mais linda e mais cruel que já experimentara. A ideia de perdê-lo era insuportável, e a maneira como ele lidara com a situação apenas aumentava sua dor. Acusada injustamente de ter exposto seu segredo, Nora sentia-se magoada e, acima de tudo, esgotada. Ela fechou os olhos, tentando acalmar o coração acelerado, e respirou fundo antes de olhar para Andrew com o rosto carregado de tristeza. "Andrew, eu... preciso ficar sozinha por uns dias," ela disse, com a voz trêmula. "Volta pra sua casa, por favor. Eu só... preciso de um tempo pra pensar." Andrew olhou para ela, completamente desamparado, a dor e o desespero nítidos em seus olhos. Ele passou a mão pelos cabelos, tentando conter a aflição que o consumia. "Nora, meu amor... o que você quer que eu faça? Me diz, eu te imploro!" A
Nora Lins observava a grandiosidade da Haartcorp através das amplas janelas de vidro que se erguiam até o teto. Paris parecia pequena vista dali, o topo do mundo corporativo, onde Andrew Haart reinava. Um homem que transformara uma simples empresa em um império, mas que, aos olhos dela, guardava algo mais do que poder e sucesso. Ela foi recebida por uma assistente que a levou até o último andar, onde o CEO bilionário a aguardava. O elevador, envidraçado e silencioso, revelou a magnitude da estrutura que Andrew havia construído, mas, ao mesmo tempo, tudo parecia frio e vazio. Ao sair, a porta dupla do escritório abriu-se lentamente, revelando um espaço moderno e minimalista. No centro, Andrew estava sentado em sua poltrona de couro, os olhos fixos nela, como se já soubesse que aquele encontro era mais do que apenas uma negociação de trabalho. "Nora Lins", ele disse, levantando-se e estendendo a mão. "Obrigada por aceitar este projeto." Ela apertou a mão dele, notando o toque fi
Andrew abriu a porta do carro para Nora com um gesto suave, mas calculado. Seus olhos cruzaram por um breve segundo, e ele fez questão de manter a compostura, ainda que algo dentro dele estivesse em constante alerta desde o momento em que haviam começado a trabalhar juntos. "Obrigada pela gentileza", Nora disse, sorrindo enquanto entrava no carro com a mesma elegância discreta que ele havia notado desde o início. Andrew deu um leve aceno de cabeça, fechando a porta atrás dela antes de dar a volta e entrar no lado oposto. O motorista já os aguardava, e assim que ambos se acomodaram, o carro começou a seguir em direção ao restaurante. Durante o trajeto, o silêncio se instalou entre eles, mas não era um silêncio desconfortável, pelo menos não para Andrew. Enquanto o carro deslizava pelas ruas de Paris, ele não conseguia evitar o olhar que lançava de forma sutil para Nora. A postura ereta dela, a maneira como os cabelos caíam suavemente sobre os ombros, a delicadeza de suas expressõ
A água quente caía sobre o corpo de Andrew, escorrendo pelos músculos tensos, mas sua mente estava em outro lugar. As gotas quentes não conseguiam afastar os pensamentos insistentes que voltavam para Nora. Ele fechou os olhos e a imagem dela surgiu nítida em sua mente. Ele imaginou os dois ali, no banheiro, juntos, a água misturando-se com seus corpos entrelaçados, o calor aumentando. Sentiu o desejo pulsar, crescendo a cada detalhe que sua mente criava, e, por um instante, quase pôde tocá-la. Mas de repente, uma forte tontura o tomou de assalto. Andrew segurou-se na parede do chuveiro, respirando fundo enquanto a visão se tornava embaçada. O coração acelerou, e ele soube que não era apenas cansaço. Com esforço, ele desligou a água e saiu do chuveiro, pegando a toalha às pressas. Ainda com a cabeça girando, vestiu-se rapidamente e pegou o celular. O médico precisava vir. --- "Dr. Ramos? Sou eu, Andrew. Eu preciso que venha me ver. Agora." Do outro lado da linha, o médico resp
Nora se sentou em um banco próximo à piscina, tentando se concentrar no trabalho, mas a presença de Andrew a deixava inquieta. Ele deu um mergulho, a água fazendo pequenos círculos na superfície antes de ele emergir, aproximando-se da borda. Seu abdômen estava exposto, molhado pelas gotas de água que escorriam lentamente por sua pele. Nora, sem querer, sentiu-se tensa. Havia algo hipnotizante em vê-lo tão à vontade, vulnerável, mas ainda assim, cheio de uma energia que ela não conseguia ignorar. Andrew, percebendo a distração dela, que ainda estava com o notebook em mãos, falou casualmente: "Então, você pode escrever aí..." Ele deu uma pausa, deixando que ela se preparasse, e começou a contar mais de sua história. "Minha família me expulsou de casa assim que completei meus dezoito anos. Eu não tinha feito nada de errado... Mas eles não se importaram, queriam se livrar de mim." Sua voz ficou um pouco mais grave, como se relembrar aquilo ainda trouxesse dor. "Acabei morando na rua por
Momentos depois, o médico de Andrew estava prestea chegar, e Andrew, meio desconfortável, perguntou: "Você quer ficar comigo ver o que ele vai dizer?" Sem pensar, Nora respondeu rapidamente: "Acho melhor não... estou sem nada por baixo dessa roupa, me sinto um pouco desconfortável." Assim que as palavras saíram, ela corou imediatamente, percebendo o que havia acabado de dizer. Andrew, por sua vez, imaginou Nora por baixo do conjunto de moletom, sua mente traindo-o com imagens que ele tentou controlar, mas que o deixaram um pouco excitado. Antes que a situação pudesse se prolongar, a campainha tocou. "Vou subir," Nora disse rapidamente, fugindo da tensão. Andrew foi até a porta, e, após o médico entrar, eles se sentaram para conversar. O médico não perdeu tempo e deu uma bronca em Andrew, preocupado com sua saúde precária. "Você precisa de alguém para cuidar de você, Andrew. Não pode continuar me chamando sempre que desmaiar. Isso é sério." Enquanto o médico estava com Andrew, No
A luz suave da manhã iluminava o quarto quando Nora acordou. O silêncio era tranquilo, e ela se virou lentamente, vendo Andrew ainda dormindo ao seu lado. Um sorriso involuntário apareceu em seus lábios ao observar os traços relaxados dele. Com cuidado, ela passou os dedos pelos cabelos dele, acariciando suavemente, e inclinou-se para dar um beijo carinhoso na sua cabeça. Andrew suspirou levemente, mas continuou dormindo. Levantando-se, Nora pegou uma das camisas de Andrew jogadas na cadeira e a vestiu, a camisa larga caindo até a metade das suas coxas. Ela saiu do quarto silenciosamente, descendo as escadas e indo direto para a cozinha. Lá, começou a preparar o café da manhã. Cortou algumas frutas frescas e fez um ovo mexido. O aroma do café recém-passado logo se espalhou pela casa, criando uma atmosfera acolhedora. Andrew, ainda no quarto, despertou lentamente, puxado pelo cheiro do café. Ele abriu os olhos, percebendo a ausência de Nora ao seu lado, e estendeu a mão automatic